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Padre Paulo Ricardo – Em defesa da Vida

Pe. Paulo Ricardo convoca todos os cristãos e homens de boa vontade a lutar pela vida. Apoia e confirma as denúncias dos bispos da Regional Sul 1 contra o Partido dos Trabalhadores (PT).

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Secretário da CNBB: aborto é um crime que clama aos céus

Dom Dimas esclarece informações de imprensa

BRASÍLIA, segunda-feira, 23 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – O secretário geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Dimas Lara Barbosa, reafirmou a “posição inegociável” da Igreja “de defesa intransigente da dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”.

O bispo divulgou uma nota em que contesta o jornal O Estado de S. Paulo, que publicou matéria afirmando que Dom Dimas “admitiu que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto”.

“Foi com desagradável surpresa que vi estampada minha fotografia no topo da página A7 da Edição de hoje, sexta-feira, 20 de agosto, com a nota de que eu teria admitido que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto”, afirma o bispo na nota.

“O aborto é um crime que clama aos céus, um crime de lesa humanidade”, afirmou. Segundo Dom Dimas, os católicos “jamais poderão concordar com quaisquer programas de governo, acordos internacionais, leis ou decisões judiciais que venham a sacrificar a vida de um inocente, ainda que em nome de um suposto estado de direito”.

De acordo com o bispo, o contexto que deu origem à manchete em questão é uma reflexão que ele fazia em torno da diferença entre eleições majoritárias e proporcionais.

“No caso da eleição de vereadores e deputados (eleições proporcionais), o eleitor tem uma gama muito ampla para escolher. São centenas de candidatos, e seria impensável votar em alguém que defenda a matança de inocentes, ainda mais com dinheiro público”, explica.

“No caso de eleições majoritárias (prefeitos, senadores, governadores, presidente), a escolha recai sobre alguns poucos candidatos. Às vezes, sobretudo quando há segundo turno, a escolha se dá entre apenas dois candidatos. O que fazer se os dois são favoráveis ao aborto? Uma solução é anular o próprio voto. Quais as conseqüências disso? O voto nulo não beneficiaria justamente aquele que não se quer eleger?”

Segundo Dom Dimas, trata-se de “uma escolha grave, que precisa ser bem estudada, e decidida com base numa visão mais ampla do programa proposto pelo candidato ou por seu Partido, considerando que a vida humana não se resume a seu estágio embrionário”.

“Na luta em defesa da vida, o problema nunca é pontual. As agressões chegam de vários setores do executivo, do legislativo, do judiciário e, até, de acordos internacionais. E chegam em vários níveis: fome, violência, drogas, miséria…”

“São as limitações da democracia representativa. Meu candidato sempre me representa? Definitivamente, não! Às vezes, o candidato é bom, mas seu Partido tem um programa que limita sua ação.”

Por isso – prossegue o bispo –, o exercício da cidadania “não pode se restringir ao momento do voto. É preciso acompanhar, passo a passo, os candidatos que forem eleitos”.

Dom Dimas deseja “que o Senhor da Vida inspire nossos eleitores, para que, da decisão das urnas nas próximas eleições, nasçam governos dignos do cargo que deverão assumir. E que o cerne de toda política pública seja a pessoa humana, sagrada, intocável, desde o momento em que passa a existir, no ventre de sua própria mãe”.

Dez países apoiam a Itália e o crucifixo perante o Tribunal Europeu

Entre eles encontra-se a Rússia

Por Jesús Colina

ESTRASBURGO, terça-feira, 8 de junho de 2010 (ZENIT.org). Pela primeira vez na história do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH), dez Estados membros, entre eles a Rússia, foram declarados como amicus curiae (quer dizer, terceira parte) perante a sentença proferida contra o Estado italiano que proíbe o crucifixo nas salas de aula das escolas e que será analisada pelo corte superior daquele Tribunal em 30 de junho.

O Tribunal comunicou, na semana passada, o European Centre For Law And Justice, ECLJ, com a lista dos membros que saíram em defesa da Itália: Armênia, Bulgária, Chipre, Grécia, Lituânia, Malta, Mônaco, San Marino, Romênia e a Federação Russa.

Estes dez Estados, que fazem parte das 47 nações do Conselho da Europa, pediram formalmente ao Tribunal que os apresente oficialmente como “terceira parte” quando o caso for levado perante a Câmara. A condição de “terceira parte” permite aos Estados se converterem oficialmente em parte em um caso e apresentar ao Tribunal suas observações escritas e orais.

Além desses dez Estados membros, outros Estados pronunciaram-se contra a sentença de 3 de novembro de 2009, como é o caso da Áustria e da Polônia, que emitiram os pronunciamentos políticos, respectivamente, em 19 de novembro e 3 de dezembro de 2009.

“Trata-se de um precedente importante para a vida do Tribunal, pois, em geral, os Estados membros privam-se de intervir ou intervêm somente quando o caso afeta um cidadão de seu Estado”, explica para ZENIT Gregor Puppinck, diretor do Centro Europeu para o Direito e a Justiça.

“O ‘caso do Crucifixo’ é único e não tem precedentes. Dez Estados decidiram explicar à Corte qual é o limite de sua jurisdição, qual o limite de sua capacidade para criar novos ‘direitos’ contra a vontade dos Estados membros. Pode-se ver em tudo isso um contra-balanço do poder”, acrescenta Puppinck.

O caso Lautsi, ou “o caso do crucifixo”, foi remetido à Grande Câmara do Tribunal depois que o governo italiano apelou, no último 28 de janeiro, contra a sentença emitida pela Segunda Seção do Tribunal em 3 de novembro de 2009.

Nesta primeira decisão, o Tribunal determinou que a presença do crucifixo nas salas de aula é “contrária ao direito dos pais de educar suas crianças na linha de suas próprias convicções e ao direito das crianças à liberdade religiosa”, porque os estudantes italianos sentir-se-iam “educados em um ambiente escolar marcado por uma certa religião”.

O Tribunal continuou afirmando que a presença do crucifixo poderia ser “emocionalmente perturbadora” para os filhos da senhora Lautsi (a demandante) e, o mais importante, que sua exibição não poderia “incentivar o pensamento crítico nos estudantes” nem “servir ao pluralismo educacional” para preservar uma “sociedade democrática”.

O Tribunal concluiu que isto havia sido uma violação do artigo 2 do Protocolo número 1 (Direito à educação), assim como do artigo 9 (liberdade religiosa) da Convenção.

Esta decisão foi duramente criticada por peritos políticos e juristas de vários Estados europeus como uma imposição do “laicismo”. Concretamente, foi reafirmado que a Convenção Europeia de Direitos Humanos nunca requereu que o Estado deve “observar a neutralidade confessional no contexto da educação pública” ou de qualquer outro setor público.

Na realidade, vários Estados membros do Conselho da Europa são “Estados confessionais” com uma religião oficial ou um reconhecimento de Deus em suas leis e constituições.

Ao conceder, no último dia 2 de março, a remissão perante a Grande Câmara da decisão de novembro, o Tribunal reconheceu que a decisão de novembro traz graves problemas legais e deve ser reconsiderada pela formação do Tribunal.

No último dia 29 de abril, o Governo italiano apresentou seu memorando ao Tribunal explicando que os juízes de Estrasburgo não têm competência para impor o laicismo a um país, em particular para a Itália, nação caracterizada por sua majoritária prática religiosa e identidade católica.

A decisão do Tribunal, após a audiência pública da Grande Sala que acontecerá dia 30 de junho, será publicada ao término de ano.

Quase um milhão de espanhóis marcharam contra lei do aborto e pelo direito à Vida

MADRI, 08 Mar. 10 / 03:41 pm (ACI).- Quase um milhão de espanhóis saíram este domingo às ruas das diversas cidades do país para defender o direito do não nascido e para exigir ao governo socialista de Rodríguez Zapatero a derrogação da “Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva e da Interrupção Voluntária da Gravidez”, a lei do aborto aprovada pelo Senado e finalmente assinada pelo Rei Juan Carlos.

302 Associações pró-vida convocaram a imponente “Marcha Internacional pela Vida 2010” celebrada simultaneamente na maior parte das capitais de províncias da Espanha.

A mais importante das manifestações teve lugar sem dúvida em Madrid, onde mais de 600.000 pessoas, muitas delas famílias inteiras, marcharam entre a Plaza Cibeles e a Porta do Sol com camisetas vermelhas, globos e cartazes. O ato em Madrid concluiu com a leitura, pela jornalista Sonsoles Calavera, do manifesto que exige a derrogação da nova Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva e Interrupção Voluntária da Gravidez.

Outras 10.000 pessoas se concentram em Castilla e León, em um clima pacífico e familiar, para protestar contra a recente aprovação na Espanha da lei do aborto mais permissiva da Europa. A mobilização mais numerosa da província teve lugar em Burgos, onde se reuniram 5.000 pessoas, seguida de Soria, com 1.500.

Em Sevilha, ao sul do país, mais de 7,000 manifestantes convocados por todas as irmandades e confrarias de Sevilha se concentraram este domingo em Sevilha para a “III Marcha pela Vida” local, para defender os direitos da mulher grávida e dos não-nascidos e exigir a derrogação da “Lei Orgânica de Saúde Sexual e Reprodutiva e da Interrupção Voluntária da Gravidez”.

Outras 5.000 partiram nas principais cidades da Galícia (La Coruña, Vigo, Pontevedra e Ferrol), enquanto que Barcelona foi cenário da concentração para reivindicar a defesa do direito à vida das crianças não nascidas e rechaçar a nova Lei do aborto.

Mais de 3.000 pessoas encheram a praça Bonanova e seus arredores em Barcelona levando numerosos cartazes, pôsteres e globos; enquanto no estrado se alternavam várias intervenções e atuações dirigidas às crianças.

Tania Fernández, da plataforma “Direito a Viver”, recordou em Barcelona que em 8 de março é o Dia Internacional da Mulher e destacou que o aborto é também “violência contra as mulheres grávidas e as meninas que representam mais da metade de abortos que se produzem”.

Propaganda contra Deus nos ônibus urbanos: «uma ofensa contra os crentes»

Afirmam os bispos espanhóis

MADRI, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Os bispos espanhóis divulgaram hoje uma nota na qual afirmam que a propaganda sobre a inexistência de Deus nos ônibus urbanos públicos de Madri «lesa» o direito à liberdade religiosa e é uma «ofensa» contra os crentes.

Criticam assim oficialmente a iniciativa de colocar nos ônibus urbanos de Madri, como se fez em outras cidades européias, o slogan «Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e curta a vida».

Os prelados insistem em que «a liberdade de expressão é um direito fundamental» que deve «ser exercido por meios lícitos», mas argumentam que «os espaços públicos que devem ser utilizados de modo obrigatório pelos cidadãos não devem ser empregados para divulgar mensagens que ofendem as convicções religiosas de muitos deles».

«Insinuar que Deus provavelmente seja uma invenção dos crentes e afirmar também que não lhes deixa viver em paz nem desfrutar a vida é objetivamente uma blasfêmia e uma ofensa aos que crêem», afirma a nota.

Esta iniciativa «lesa o direito ao exercício livre da religião, que deve ser possível sem que ninguém se veja necessariamente menosprezado ou atacado», acrescentam os bispos.

Contudo, afirmam que os católicos «respeitarão o direito de todos de expressar-se e estarão dispostos a atuar, com serenidade e mansidão frente às injúrias, e com fortaleza e valentia no amor e na defesa da verdade».

A nota pede que as autoridades «velem pelo exercício pleno do direito de liberdade religiosa», compaginando-o com a liberdade de expressão, e propõem que se adotem alternativas como as levadas a cabo em Milão, Roma e Zaragoza.

Nestas cidades não se permitiu o uso de espaços publicitários públicos para a campanha.

Governo brasileiro promove aborto em exame escolar

BRASILIA, 11 Nov. 08 / 06:10 pm (ACI).- Fontes pró-vida denunciaram que o Governo do Luiz Inácio Lula Da Silva está usando provas escolar como “instrumento de imposição ideológica”, para fazer que os jovens considerem o aborto como um “assunto necessário”.
A denúncia foi feita por Rodrigo Pedroso, membro da Comissão de Defesa da República e a Democracia da Ordem dos Advogados do Brasil – Sede de São Paulo.
Conforme informou Pedroso, o Ministério de Educação está usando o Exame Nacional de Desempenho dos Escolares (ENADE), para obrigar aos estudantes a considerar “o aborto como um tema necessário para a ‘inclusão das cidadãs’”, pois quem desse uma resposta distinta “perderia um ponto na prova”.
“O Governo não perde nenhuma oportunidade para promover o aborto. Agora foi usada a prova do ENADE”, assinalou.
Por isso, Pedroso chamou os brasileiros a expressar disconformidade com esta manipulação, enviando correios eletrônicos às autoridades nacionais.

São Máximo O Confessor

Por Papa Bento XVI
Tradução: Élison Santos
Fonte: Vaticano

Queridos irmãos e irmãs:

Hoje quero apresentar a figura de um dos grandes padres da Igreja do Oriente do período tardio. Trata-se de um monge, São Máximo, ao qual a tradição cristã atribuiu o título de «o confessor» pela intrépida valentia com a qual soube testemunhar – «confessar» –, inclusive com o sofrimento, a integridade de sua fé em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, salvador do mundo.

Máximo nasceu na Palestina, a terra do Senhor, em torno do ano 580. Desde pequeno, ele se orientou à vida monástica e ao estudo das Escrituras, em parte através das obras de Orígenes, o grande mestre que já no século III havia estruturado a tradição exegética alexandrina.

De Jerusalém ele se trasladou a Constantinopla e de lá, por causa das invasões bárbaras, refugiou-se na África, onde se distinguiu por sua grande valentia na defesa da ortodoxia. Máximo não aceitava que se reduzisse a humanidade de Cristo. Havia nascido a teoria segundo a qual Cristo só teria uma vontade, a divina. Para defender a unicidade de sua pessoa, muitos negavam que tivesse uma autêntica vontade humana. E, à primeira vista, poderia parecer algo bom que Cristo tivesse uma só vontade. Mas São Máximo compreendeu imediatamente que isso teria acabado com o mistério da salvação, pois uma humanidade sem vontade, um homem sem vontade, não é um verdadeiro homem, é um homem amputado. Portanto, o homem Jesus Cristo não teria sido um verdadeiro homem, não teria vivido o drama de ser humano, que consiste precisamente na dificuldade para conformar nossa vontade com a verdade do ser.

Deste modo, São Máximo afirma com grande decisão: a Sagrada Escritura não nos mostra um homem amputado, sem vontade, mas um verdadeiro homem, completo: Deus, em Jesus Cristo, realmente assumiu a totalidade do ser humano – obviamente, exceto no pecado; portanto, também uma vontade humana. Dito assim, pareceria claro: Cristo, é ou não é homem? Se é homem, também tem vontade. Mas então surge o problema: deste modo, não se cai em uma espécie de dualismo? Não se acaba apresentando duas personalidades completas: razão, vontade, sentimento? Como superar o dualismo, conservar a plenitude do ser humano e defender a unidade da pessoa de Cristo, que não era esquizofrênico? São Máximo demonstra que o homem encontra sua unidade, sua integração, a totalidade em si mesmo, mas superando a si mesmo, saindo de si mesmo. Deste modo, em Cristo, ao sair de si mesmo, o homem encontra a si mesmo em Deus, no Filho de Deus.

Não é preciso amputar o homem para explicar a encarnação; basta compreender o dinamismo do ser humano que só se realiza saindo de si mesmo; só em Deus encontramos a nós mesmos, nossa totalidade e plenitude. Deste modo, pode-se ver que o homem que se fecha em si mesmo não está completo; pelo contrário, o homem que se abre, que sai de si mesmo, consegue a plenitude e encontra a si mesmo no Filho de Deus, encontra sua verdadeira humanidade.

Para São Máximo, esta visão não é uma especulação filosófica; ele a vê realizada na vida concreta de Jesus, sobretudo no drama de Getsêmani. Neste drama da agonia de Jesus, da angústia da morte, da oposição entre a vontade humana de não morrer e a vontade divina, que se oferece à morte, realiza-se todo o drama humano, o drama de nossa redenção. São Máximo nos diz, e sabemos que é verdade: Adão (e Adão somos nós) pensava que o «não» era o cume da liberdade. Só quem pode dizer «não» a Deus seria realmente livre; para realizar realmente sua liberdade, o homem deveria dizer «não» a Deus; só assim crê que é ele mesmo, que chegou ao cume da liberdade. A natureza humana de Cristo também levava em si essa tendência, mas a superou, pois Jesus compreendeu que o «não» não é o máximo da liberdade humana. O máximo da liberdade é o «sim», a conformidade com a vontade de Deus. Só no «sim» o homem chega a ser realmente ele mesmo; só na grande abertura do «sim», na unificação de sua vontade com a divina, o homem chega a estar imensamente aberto, chega a ser «divino». Ser como Deus era o desejo de Adão, ou seja, ser completamente livre. Mas não é divino, não é completamente livre o homem que se fecha em si mesmo; ele o é se sai de si, no «sim» chega a ser livre; este é o drama de Getsêmani: «que não se faça minha vontade, mas a tua». Transferindo a vontade humana na vontade divina nasce o verdadeiro homem, e assim somos redimidos. Em poucas palavras, este era o ponto principal que São Máximo queria comunicar e vemos que está em jogo todo o ser humano; está em jogo toda a nossa vida.

São Máximo já tinha problemas na África quando defendia essa visão do homem e de Deus; depois foi chamado a Roma. Em 649, participou do Concílio Lateranense, convocado pelo Papa Martinho I, em defesa da vontade de Cristo, contra o edito do imperador, que, pelo bem da paz – pro bono pracis – proibia discutir sobre esta questão. O Papa Martinho teve de pagar um caro preço por sua valentia: ainda que estivesse enfermo, foi preso e levado a Constantinopla. Processado e condenado à morte, foi-lhe comutada a pena no exílio definitivo de Crimea, onde faleceu em 16 de setembro de 655, após dois longos anos de humilhações e tormentos.

Pouco tempo depois, em 662, foi a vez de Máximo, que também se opôs ao imperador ao repetir: «É impossível afirmar em Cristo uma só vontade!» (cf. PG 91, cc. 268-269). Deste modo, junto a dois discípulos – ambos se chamavam Anastásio –, Máximo foi submetido a um extenuante processo, apesar de que já havia superado os 80 anos. O tribunal do imperador o condenou, com a acusação de heresia, à cruel mutilação da língua e da mão direita, os dois órgãos de expressão, a palavra e os escritos, com os quais Máximo havia combatido a doutrina errada da vontade única de Cristo. Por último, o santo monge, mutilado, foi exilado em Cólquida, no Mar Negro, onde morreu, esgotado pelos sofrimentos, aos 82 anos, em 13 de agosto do mesmo ano.

Falando da vida de Máximo, mencionamos sua obra literária em defesa da ortodoxia. Em particular, nós nos referimos àDisputa com Pirro, antigo patriarca de Constantinopla: nela, conseguiu persuadir o adversário de seus erros. Com muita honestidade, de fato, Pirro concluía assim a Disputa: «Peço perdão da minha parte e da parte de quem me precedeu: por ignorância, chegamos a estes pensamentos e argumentações absurdas; e peço que isso encontre a maneira de cancelar estes absurdos, salvando a memória daqueles que erraram» (PG 91, c. 352).

Chegaram até nós também dezenas de obras importantes, entre as quais se destaca a Mistagogia, um dos escritos mais significativos de São Máximo, que recolhe seu pensamento teológico com uma síntese bem estruturada.

O pensamento de Máximo nunca é só teológico, especulativo, voltado para si mesmo, pois sempre tem como ponto de chegada a realidade concreta do mundo e da salvação. No contexto em que teve de sofrer, ele não podia evadir-se em afirmações filosóficas meramente teóricas; tinha de buscar o sentido da vida, perguntando-se: quem sou? Quem é o mundo? Ao homem, criado à sua imagem e semelhança, Deus confiou a missão de unificar o cosmos. E como Cristo unificou em si mesmo o ser humano, no homem o Criador unificou o cosmos. Ele nos mostrou como unificar na comunhão de Cristo o cosmos e deste modo chegar realmente a um mundo redimido. A esta poderosa visão salvífica se refere um dos maiores teólogos do século XX, Hans Urs von Balthasar, que – «relançando» a figura de Máximo – define seu pensamento com a incisiva expressão de Kosmische Liturgie, «liturgia cósmica». No centro desta solene «liturgia» sempre está Jesus Cristo, único salvador do mundo. A eficácia de sua ação salvadora, que unificou definitivamente o cosmos, está garantida pelo fato de que Ele, apesar de ser Deus em tudo, também é integramente homem, incluindo a «energia» e a vontade do homem.

A vida e o pensamento de Máximo ficam poderosamente iluminados por uma imensa valentia para testemunhar a realidade íntegra de Cristo, sem reducionismos nem compromissos. Deste modo, apresenta o que o homem é realmente, como devemos viver para responder à nossa vocação. Temos de viver unidos a Cristo para ficar deste modo unidos a nós mesmos e ao cosmos, dando ao próprio cosmos e à humanidade sua justa forma.

O «sim» universal de Cristo nos mostra claramente como dar o valor adequado a todos os demais valores. Pensemos em valores hoje justamente defendidos como a tolerância, a liberdade, o diálogo. Mas uma tolerância que deixasse de saber distinguir o bem do mal seria caótica e autodestrutiva. Do mesmo modo, uma liberdade que não respeitasse a dos demais e não encontrasse a medida comum de nossas liberdades seria anárquica e destruiria a autoridade. O diálogo que não sabe sobre o que dialogar se converte em uma palavra vazia.

Todos estes valores são grandes e fundamentais, mas podem ser verdadeiros unicamente se têm um ponto de referência que os une e lhes confere a verdadeira autenticidade. Este ponto de referência é a síntese entre Deus e o cosmos, é a figura de Cristo na qual aprendemos a verdade sobre nós mesmos, assim como o lugar de todos os demais valores, para descobrir seu significado autêntico. Jesus Cristo é o ponto de referência que ilumina todos os demais valores. Este é o ponto de chegada do testemunho deste grande confessor. Deste modo, ao final, Cristo nos indica que o cosmos deve ser liturgia, glória de Deus e que a adoração é o início da verdadeira transformação, da verdadeira renovação do mundo.

Por este motivo, quero concluir com uma passagem fundamental das obras de São Máximo: «Adoramos um só Filho, junto com o Pai e o Espírito Santo, como era antes dos tempos, agora e por todos os tempos, e pelos tempos depois dos tempos. Amém!» (PG 91, c. 269).

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