Tag: Verdade Page 1 of 15

Existe verdadeira liberdade para aqueles que obedecem?

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=gW-u4a8I97U[/youtube]

Versão áudio

A palavra liberdade, como tantas outras, pode ser usada no sentido próprio ou no sentido analógico. No primeiro, liberdade é estar livre, não estar acorrentado, enjaulado, amarrado por correntes. Já no sentido derivado (analógico), a palavra é utilizada para designar o que tecnicamente se chama de livre arbítrio, que é a escolha que cada pessoa tem diante dos fatos da vida. Ao confundir os dois sentidos o que acontece é busca por uma falsa liberdade.

Quando o livre arbítrio é utilizado para desobedecer a Deus, no ato de desobediência o homem se torna escravo do pecado. Foi o que aconteceu com Adão e Eva que, ao comerem do fruto proibido, tornaram-se escravos do demônio e do pecado. A humanidade assim permaneceu até que Jesus encarnou-se. Com seu poder, Ele libertou a humanidade dos grilhões do pecado.

O pecado vicia, escraviza. Esta é uma verdade que pode ser constatada pelo simples olhar para dentro de si mesmo. Já a obediência liberta.

Eva ouviu um anjo mau no Paraíso desobedeceu a Deus e com aquele ato entrou no mundo a escravidão e o pecado. Maria, num outro jardim, ouviu o anjo Gabriel e obedeceu, dizendo “Eis aqui a serva do Senhor” e nunca uma mulher foi tão absolutamente livre e desapegada. É por isso que ela é chamada de “a mais feliz de todas as mulheres”, a bem-aventurada. O caminho da felicidade é o caminho da obediência porque a desobediência só gera a escravidão.

Quatro conselhos dos santos para a educação dos seus filhos

Vão aqui quatro preciosos conselhos dos santos para a educação dos seus filhos. Nem todas são exortações muito agradáveis aos ouvidos, mas, com certeza todas serão de grande valor para a sua família.

“Como poderão os filhos ser bons, se os pais não prestam? Só por milagre”. Com essa frase, Santo Afonso de Ligório resume a grave responsabilidade dos pais na formação da consciência de seus filhos. Como ensinou Nosso Senhor, pelos seus frutos os conhecereis. São muitíssimos os nomes de santos que tiveram pais ou mães igualmente virtuosos: Santo Agostinho e Santa Mônica, São Gregório Magno e Santa Sílvia, Santa Catarina da Suécia e Santa Brígida… e a lista se estende. São verdadeiramente almas gigantes, que só puderam se elevar porque receberam uma educação exemplar de seus pais.

Vão aqui quatro conselhos dos santos para você educar os seus filhos. Nem todas são exortações muito agradáveis aos ouvidos, mas, com certeza todas serão de grande valor para a sua família.

1. Ser obediente a Deus

Se queremos saber mandar, temos primeiro de saber obedecer, procurando impor-nos mais com o amor do que com o temor.” (São João Bosco)

Antes de impor a autoridade sobre os filhos, é preciso lembrar que há uma autoridade à qual todos os homens devem obedecer. Tanto maior será o respeito dos filhos por seus pais, quanto maior for o respeito destes ao Pai dos céus. O filho que vê o pai trabalhando, tratando com respeito a sua mulher, cuidando das necessidades da casa e rezando – em suma, cumprindo o seu dever de cristão e pai de família -, não só será dócil às suas instruções, como seguirá o seu exemplo, ao crescer. Portanto, em primeiro lugar, o Reino de Deus, isto é, o cumprimento da Palavra. As outras coisas virão por acréscimo.

2. Corrigir por amor, não por ira

Tome-se como regra nunca pôr as mãos num filho enquanto dura a ira ou cólera; espere-se até que se tenha aquietado por completo.” (Santo Afonso de Ligório)

“Quando, porém, se tornarem necessárias medidas repressivas, e consequentemente a mudança de sistema, uma vez que certas índoles só com o rigor se podem dominar, cumpre fazê-lo de tal maneira que não apareça o mínimo sinal de paixão.” (São João Bosco)

Os conselhos de Santo Afonso e São João Bosco são o mesmo conselho do Autor Sagrado: “Vós, pais, não provoqueis revolta nos vossos filhos” (Ef 6, 4). Se é verdade que, como adverte o Livro dos Provérbios, “quem poupa a vara, odeia seu filho” (13, 24), também é verdade que toda correção deve ser feita de modo racional e equilibrado, inspirada pelo amor, não pela ira. Caso contrário, também a criança aprende a irar-se, sem que mude de comportamento. Aqui, é importante evitar não só as agressões físicas, mas também os gritos e as palavras exasperadas, que mais servem para intimidar as pessoas que para melhorar o seu caráter.

3. Dar bom exemplo

Os pais estão igualmente obrigados a dar bom exemplo a seus filhos. Estes, principalmente quando pequenos, imitam tudo o que veem, com a agravante de seguirem mais facilmente ao mal, ao qual nos sentimos inclinados por natureza, que o bem, que contraria nossas inclinações perversas. Como poderão os filhos comportar-se irrepreensivelmente, se ouvirem seus pais blasfemar a miúdo, falar mal do próximo, injuriá-lo e desejar-lhe mal, prometer vingar-se, conversar sobre coisas indecentes e defender máximas ímpias, como estas: Deus não é tão severo como dizem os Padres; ele é indulgente com certos pecados, etc.? O que se tornará a filha que ouve sua mãe dizer: É preciso deixar-se ver no mundo e não se enclausurar como uma freira em casa? Que bem se pode esperar dos filhos que veem o pai o dia inteiro sentado na taberna e, depois, chegar bêbado a casa, ou então visitar casas suspeitas, confessando-se uma só vez no ano ou só muito raramente? S. Tomás diz que tais pais, de certo modo, obrigam seus filhos a pecar.” (Santo Afonso de Ligório)

As palavras de Santo Afonso são suficientemente claras. Aqueles que dão mau exemplo de vida, “de certo modo, os obrigam seus filhos a pecar”. Se essa sentença é verdade para o mal, também o é para o bem. Pais que vivem uma vida de oração e virtudes excitarão o coração de seus filhos para o serviço de Deus e das almas. O casal de beatos Luís Martin e Zélia Guérin educou tão bem suas cinco filhas, que todas elas se tornaram religiosas, entre elas Santa Teresinha do Menino Jesus, que é doutora da Igreja.

O pai que, lendo essas linhas, lamentou não ter dado uma boa educação a seus filhos – pois não tinha conhecido Nosso Senhor quando começou a sua família – deve, antes, louvar a Deus pelo conhecimento que agora tem e ainda pode dar a seus filhos, por meio de conselhos. É preciso, agora, buscar a conversão da própria família, sobretudo com uma vida de muita oração e penitência, evitando inquietações e escrúpulos desnecessários, afinal, Deus não nos pede conta daquilo que ignoramos. Uma vez conscientes da Sua vontade, todavia, é importante trabalhar com temor e tremor na própria salvação e na dos outros, sabendo que a quem muito foi dado, muito será cobrado.

4. Agir com prudência e vigilância

“Os pais são os culpados, pois quando se trata de seus cavalos, eles mandam aos cavalariços que cuidem bem deles, e não deixam que cresçam sem serem domados, e desde cedo põem neles freio e outros arreios. Mas quando se trata de seus filhos jovens, deixam-nos soltos por todas as partes durante muito tempo, e assim perdem a castidade, se mancham com desonestidades e jogos, e desperdiçam o tempo com espetáculos imorais. (…)Cuidamos mais de nossos asnos e de nossos cavalos, do que de nossos filhos. O que possui uma mula, se preocupa em encontrar um bom cuidador, que não seja nem rude, nem desonesto, nem ébrio, mas um homem que conheça bem o seu ofício. Todavia, quando se trata de procurar um professor para a alma da criança, contratamos o primeiro que aparece. E, no entanto, não há arte superior a esta. O que é comparável à arte de formar uma alma, de plasmar a inteligência e o espírito de um jovem? Quem professa esta ciência deve proceder com mais cuidado que um pintor ou um escultor ao realizar sua obra.” (São João Crisóstomo)

São João Crisóstomo viveu no século IV, mas esse conselho é válido sobretudo para os nossos tempos, em que as crianças são entregues a um sistema educacional corrompido, muitas vezes com a displicência dos pais, que querem passar toda a sua responsabilidade de educá-las para o Estado.

“Quando se trata de procurar um professor para a alma da criança, contratamos o primeiro que aparece”. Essa sentença convida todos os pais a um exame de consciência: como me relaciono com a escola dos meus filhos? Sei ou procuro saber o que os professores estão passando para eles, quais livros estão sendo usados para a sua instrução e como é o ambiente em que convivem? Em casa, deixo os meus filhos jovens “soltos por todas as partes”, deixando que façam o que querem, sem freios e sem disciplina? Converso com eles com frequência, agindo verdadeiramente como pai? O exame deve incluir, evidentemente, o propósito de agir com mais pulso e cuidado na orientação da prole.

É preciso empregar muita diligência nesses exames, pois, como diz Santa Teresinha do Menino Jesus, as crianças “são como uma cera mole sobre a qual se pode depositar tanto as impressões das virtudes como do mal”, e os primeiros responsáveis por moldar essas pequenas almas são justamente os pais. A santa religiosa de Lisieux exclamava: “Ah! quantas almas chegariam à santidade se fossem bem dirigidas!…”

Lembremo-nos sempre que Deus pedirá conta daquilo que fizemos com as almas de nossos filhos e peçamos a Sua graça para imitarmos a Sagrada Família de Nazaré, na qual Nosso Senhor cresceu, rodeado de carinho, atenção e amor.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Recomendação

  1. Ao vivo com Padre Paulo Ricardo n. 75: Educação sexual das crianças e adolescentes

Referências

  1. São João Bosco, Circular sobre os Castigos, 1
  2. Pe. Saint-Omer, C.Ss.R. (org.), Escola da Perfeição Cristã, p. 161
  3. São João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, LIX, 7
  4. Santa Teresinha do Menino Jesus, História de uma Alma, Manuscrito A, 52v-53r

Deus Existe – Albert Einstein

Professor: Eu vou provar pra você que se Deus existe, então ele é mal.
Professor: Deus criou tudo o que existe?
Professor: Se Deus critou todas as coisas, então ele criou o mal, o que significa que Deus é mal.
Aluno: Com licença, professor!
Aluno: O Frio existe?
Professor: Que tipo de pergunta é essa? Claro que ele existe. Você nunca ficou com frio?
Aluno: Na verdade senhor, o frio não existe. De acordo com as leis da física, o que consideramos frio é na verdade ausência de calor.
Aluno: Professor, a escuridão existe?
Professor: Claro que existe.
Aluno: Você está errado senhor, a escuridão também não existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz.
Aluno: O mal não existe. É como a escuridão e o frio. Deus não criou o mal. O mal é o resultado do que acontece quando o homem não tem o amor de Deus presente em seu coração. (Albert Einstein – 1879-1955)

3 motivos que levam os católicos a abandonar a Igreja

“Então, cara…”, comecei, um pouco nervoso. Esta foi a nossa primeira conversa de verdade sobre a fé. “Tem algum livro específico da Bíblia sobre o qual você gostaria de saber mais?”.

Ele hesitou brevemente e, com olhar pensativo, respondeu: “Bom, eu queria que você me contasse tudo sobre o cristianismo. Como é que ele começou? O que ele significa hoje em dia?”.

Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Nunca tinham me feito perguntas desse tipo. Ficamos uma hora repassando a história da salvação, de Adão e Eva aos Atos dos Apóstolos e terminando com um intenso debate sobre a missa. Foi impressionante. Mesmo!

Eu tinha conhecido Ling, um estudante de Pequim, durante um evento do Newman Center, algumas semanas antes. Novo nos Estados Unidos e com vários amigos cristãos, Ling tinha muitas perguntas sobre essa estranha pessoa chamada Jesus, de quem ele só tinha ouvido rumores até então.

Por que eu estou contando essa história? Porque havia algo de diferente em Ling. Ele era receptivo. Ele fazia perguntas sinceras, humildes, curiosas. Ele queria saber mais. Depois de conversar com ele durante vários meses, um súbito lampejo me chamou a atenção: Ling tinha sido poupado de um fenômeno que, em nossa juventude, atingiu quase todos nós que crescemos na sociedade pós-cristã: ele não tinha sido vacinado contra o cristianismo.

Você sabe como funciona a inoculação: uma versão enfraquecida de uma doença é injetada no seu sangue. O seu sistema imunológico, percebendo o intruso, dispara o alarme e começa a produzir anticorpos que atacam os invasores, destruindo-os.

Depois disso, toda vez que a versão real da doença tentar entrar no seu corpo, o seu sistema imunológico vai reagir e matá-la. A inoculação é uma ótima forma de treinar o seu corpo no reconhecimento e no combate às doenças que ele já viu antes. Bom, eu não sou microbiologista, mas acho que você entendeu a ideia.

É claro que tomar uma vacina para prevenir doenças como varicela e hepatite B é muito bom. Mas o que acontece quando nos vacinamos contra uma visão de mundo? Contra um sistema de crenças? O que acontece quando, numa época repleta de destroços de uma cultura cristã que já foi robusta e abrangente, nós ficamos imunes e incapazes de receber a verdadeira, autêntica e salvadora mensagem de Jesus Cristo?

O que acontece quando o cristianismo se reduz a “uma doença que já vimos antes”?

Uma vacina contra a Verdade

Fulton Sheen estava certo sobre uma série de coisas, incluindo a seguinte:

“Não há nem sequer cem pessoas nos Estados Unidos que odeiam a Igreja Católica. Mas há milhões que odeiam o que erroneamente acham que a Igreja Católica é”.

Sheen entendeu a tragédia da nossa inoculação. Muita gente odeia ou abandona a Igreja porque foi levada a acreditar em um falso evangelho.

Vou destacar três das mais insidiosas “falsificações” do cristianismo; três mentiras que, mascaradas de verdade, levam as pessoas a rejeitar o cristianismo por inteiro. Precisamos acabar com elas.

3 motivos que levam os católicos a abandonar a Igreja

1. “Eu imaginava Deus como um velho de longas barbas brancas, sentado numa nuvem do céu. Agora eu já enxergo o quanto isso é ridículo. O cristianismo é simplesmente uma fantasia”.

Eu não sei dizer quantas vezes já ouvi ex-católicos fazendo comentários desse tipo. Imagens de desenho animado de um Deus barbudo ou de anjos com asas foram incorporadas ao nosso subconsciente. Até Michelangelo pintou Deus desse jeito na sua famosa “Criação”.

Mas nós temos que lembrar que as imagens de seres imateriais nunca foram feitas para ser interpretadas literalmente. Elas são apenas símbolos que pretendem ilustrar verdades metafísicas abstratas que a imaginação sozinha não consegue entender. A representação de Deus feita por Michelangelo era muito menos uma descrição literal do que um “comentário visual” sobre a sabedoria, a atemporalidade e a eternidade de Deus.

Nós somos humanos e amamos imagens. Mas até as imagens sacras podem nos vacinar contra a verdade se não formos cuidadosos com elas. Não podemos deixar uma imagem física substituir uma realidade espiritual ou permitir que a imaginação derrote a inteligência na tarefa de discernir o que é a verdade.

“Não há nada a ser feito com o intelecto até que a imaginação seja posta com firmeza em seu lugar” (Frank Sheed).

2. “O ponto central do cristianismo é fazer o bem e ser uma boa pessoa. Eu posso fazer isso sem religião”.

Quando eu pergunto às pessoas qual elas acham que é a mensagem central do cristianismo, a resposta mais comum é esta: “ser uma boa pessoa”.

Se esta fosse a verdadeira mensagem do cristianismo, eu não culparia as pessoas por abandoná-lo. Quem é que iria querer seguir todas essas regras, manter todas essas posições políticas impopulares e passar todas essas horas sentado, ajoelhado e em pé quando poderia muito bem abandonar todos esses aspectos da religião e ainda assim ser “uma boa pessoa”?

Jesus Cristo não foi apenas uma boa pessoa. Ele é o Filho de Deus feito homem e morreu para que pudéssemos viver em eterna relação de amor com Deus. Cabe a nós responder a este convite comprometendo a nossa vida com Ele.

“Deixe a religião ser menos teoria e mais um caso de amor” (G.K. Chesterton).

3. “Muitos indivíduos da Igreja cometeram uma enormidade de erros e de decisões erradas. Esta Igreja está cheia de pecadores e eu não quero fazer parte disso”.

Temos que ter sempre muita sensibilidade para com quem foi machucado por indivíduos que fazem parte da Igreja. Eles têm razão: a Igreja está cheia de pecadores e sempre esteve, desde as traições de Pedro e de Judas.

Mas, ao mesmo tempo em que a Igreja está cheia de pecadores, ela também é a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica fundada por Jesus Cristo e guiada pelo Espírito Santo. Abandonar a Igreja porque ela está cheia de pessoas pecadoras é como desistir da academia porque ela está cheia de pessoas fora de forma. Temos que promover a reforma da nossa Igreja, mas de dentro dela!

“A Igreja não é um museu de santos, mas um hospital de pecadores” (Abigail Van Buren).

O remédio: redescobrir o mistério

Citei três das maiores mentiras sobre o cristianismo; mentiras que, incutidas em nosso subconsciente, podem nos impedir de chegar algum dia a compreender de verdade a mensagem autêntica do Evangelho.

Felizmente, há maneiras de combater a síndrome do “eu já vi isso antes”. Se alguém que você conhece caiu nessa armadilha, tente algumas destas técnicas de “desvacinação”:

1. Derrube os mitos. Ajude as pessoas a enxergarem que a nossa cultura as vacinou com falsos evangelhos.

2. Proponha as Escrituras. Não deixe a fé ficar velha. Ensine as pessoas a experimentar os milagres da Encarnação e da Ressurreição de novo, através dos olhos dos primeiros cristãos.

3. Seja como Ling. Desafie as pessoas a se aproximarem de nosso Senhor com honestidade, humildade e de coração aberto. Se nós fizermos isso, o Deus que torna novas todas as coisas vai nos transformar de uma forma que nunca imaginamos que fosse possível!

Eu mencionei apenas alguns dos falsos evangelhos que vejo por aí. E você, também percebe outras formas “moles” da fé cristã que impedem as pessoas de receber a verdadeira mensagem vivificante de Jesus Cristo?

Fonte: Aleteia

O humilde será exaltado

A humildade é uma virtude e Nosso Senhor é o nosso máximo modelo: “aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29).

Baseado em Santo Tomás de Aquino, o Padre Antonio Royo Marín define a humildade como “uma virtude derivada da temperança que nos inclina a coibir o apetite desordenado da própria excelência , dando-nos o justo conhecimento de nossa pequenez e miséria, principalmente com relação a Deus” (Teología de la perfección cristiana, n. 355).

Ou seja, a humildade se opõe diretamente à soberba, pois a soberba é exatamente isto: um desejo irracional e contrário à verdade dos fatos (desordenado) de se elevar acima dos outro (excelência, do latim, excellĕre, elevar-se acima, ser superior, sobrepujar).

Por isto a soberba tem sempre um caráter delirante e a humildade nos trás de volta à realidade. Santa Teresa D’Ávila nos explica a ligação entre a humildade e a verdade.

Uma vez estava eu considerando por que razão era Nosso Senhor tão amigo desta virtude da humildade, e logo se me pôs diante – a meu parecer sem eu considerar nisso, mas de repente – isto: é porque Deus é a suma Verdade, e a humildade é andar na verdade. E é muito grande verdade não termos coisa boa de nós mesmos, senão a miséria e sermos nada; e, quem isto não entende, anda em mentira. Quem melhor o entende, mais agrada à suma Verdade, porque anda nela. Praza a Deus, irmãs, nos faça mercê de não sairmos nunca deste próprio conhecimento, amém. (Castelo interior, Moradas sextas, 10, 7).

Texto original em espanhol:

Una vez estaba yo considerando por qué razón Nuestro Señor era tan amigo de esta virtud de la humildad, y púsoseme delante, a mi parecer sin considerarlo, sino de presto, esto: que es porque Dios es suma Verdad, y la humildad es andar en verdad; que lo es muy grande no tener cosa buena de nosotros, sino la miseria y ser nada; y quien esto no entiende, anda en mentira. A quien más lo entienda, agrada más a la suma Verdad, porque anda en ella. Plegué a Dios, hermanas, nos haga merced de no salir jamás de este propio conocimiento. Amén.

Mas se desejamos praticar a humildade devemos recordar que não bastam os bons propósitos. Tão logo a alma se determina a ser humilde de coração, lhe vem a tentação da vaidade ou a indignação diante das humilhações. Três então são os meios para chegarmos a uma autêntica humildade:

  1. O pedido humilde e incessante a Deus. “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (Tiago 1, 17).
  2. A meditação sobre a vida de Nosso Senhor como modelo incomparável de humildade (nascimento em Belém, a vida em Nazaré, o amor aos pobres, a morte na cruz e, hoje, o escondimento na Eucaristia).
  3. A imitação de Nossa Senhora, a Virgem Santíssima, Rainha dos Humildes.

No Ângelus do dia 29 de agosto de 2010, o Papa Bento XVI nos ensinou a fazer uma leitura cristológica do evangelho deste domingo:

O Senhor não pretende dar uma lição sobre boas maneiras, nem sobre a hierarquia entre as diversas autoridades. Mas ele insiste sobre um ponto decisivo, que é o da humanidade: “Todo aquele que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado” (Lc 14, 11). Esta parábola, num significado mais profundo, faz pensar também na posição do homem em relação a Deus. O “último lugar” pode representar de fato a condição da humanidade degradada pelo pecado, condição da qual só a encarnação do Filho Unigênito a pode elevar. Por isto o próprio Cristo “ocupou o último lugar no mundo — a cruz — e, precisamente com esta humildade radical, nos redimiu e ajuda sem cessar” (Enc. Deus caritas est, 35).

Fonte: Equipe Christo Nihil Praeponere

A ortodoxia ateísta que me trouxe à fé

Megan Hodder era uma jovem e ávida leitora do neoateísmo, mas sua vida mudou quando ela leu o trabalho dos seus inimigos católicos

edith-stein
Cena do filme da vida de Edith Stein, do ateísmo para os altares.

Na última Páscoa, quando eu estava começando a explorar a possibilidade de que deveria haver algo a mais na fé católica, além do que eu tinha acreditado e sido levada a crer, eu li “Cartas a um jovem católico”, de George Weigel01. Uma passagem em particular chamou-me a atenção.

Falando dos milagres do Novo Testamento e do significado de fé, Weigel escreve: “No jeito católico de ver as coisas, andar sobre as águas é algo totalmente sensato a se fazer. Ficar no barco, atendo-se tenazmente às nossas pequenas comodidades, é loucura.”

Nos meses seguintes, aquela vida fora do barco – a vida da fé – começou a fazer bastante sentido para mim, a ponto de eu não poder mais justificar ficar parada. No último fim de semana eu fui batizada e confirmada na Igreja Católica.

Megan Hodder É claro, isso não deveria acontecer. Fé é algo que a minha geração não considera, mas deixa de lado e ignora. Eu cresci sem nenhuma religião e tinha oito anos quando aconteceu o atentado de 11 de setembro.

A religião era irrelevante na minha vida pessoal e, durante meus anos na escola, a religião só proporcionava um fundo de notícias de violência e extremismo. Eu lia avidamente Dawkins, Harris e Hitchens, cujas ideias eram tão parecidas com as minhas que eu empurrava quaisquer dúvidas para o fundo da minha mente. Afinal, qual alternativa havia lá para o ateísmo?

Como uma adolescente, eu percebi que precisava ler além dos meus polemistas favoritos, como começar a pesquisar as ideias dos mais egrégios inimigos da razão, os católicos, a fim de defender com mais propriedade minha visão de mundo. Foi aqui, ironicamente, que os problemas começaram.

Eu comecei lendo o discurso do Papa Bento XVI em Ratisbona, ciente de que tinha gerado controvérsia na ocasião e era uma espécie de tentativa – fútil, é claro – de reconciliar fé e razão. Também li o menor livro de sua autoria que pude encontrar, On Conscience02. Eu esperava – e desejava – achar preconceitos e irracionalidade para sustentar meu ateísmo. Ao contrário, fui colocada diante de um Deus que era o Logos; não um ditador sobrenatural esmagador da razão humana, mas o parâmetro de bondade e verdade objetiva que se expressa a Si mesmo e para o qual nossa razão se dirige e no qual ela se completa, uma entidade que não controla nossa moral roboticamente, mas que é a fonte de nossa percepção moral, uma percepção que requer desenvolvimento e formação por meio do exercício consciente do livre-arbítrio.

Era uma percepção da fé mais humana, sutil e fiável do que eu esperava. Não me conduziu a uma epifania espiritual dramática, mas animou-me a buscar mais no catolicismo, a reexaminar com um olhar mais crítico alguns dos problemas que tinha com o ateísmo.

Primeiro, moralidade. Para mim, uma moralidade ateísta conduzia a duas áreas igualmente problemáticas: ou era subjetiva a ponto de ser insignificante ou, quando seguida racionalmente, implicava resultados intuitivamente repulsivos, como a postura de Sam Harris sobre a tortura. Mas as mais atraentes teorias que poderiam contornar esses problemas, como a ética das virtudes, geralmente o faziam a partir da existência de Deus. Antes, com minha compreensão caricata de teísmo, eu acharia isso absurdo. Agora, com o discernimento mais profundo que eu tinha começado a desenvolver, eu não tinha tanta certeza.

Depois, metafísica. Eu percebi rapidamente que confiar nos neoateístas para argumentar contra a existência de Deus era um erro: Dawkins, por exemplo, dá um tratamento dissimuladamente superficial a Tomás de Aquino em “Deus, um delírio”, abordando apenas o resumo das cinco vias de São Tomás – e distorcendo as provas resumidas, para variar.Informando-me melhor sobre as ideias aristotélico-tomistas, eu as considerei uma explanação bastante válida do mundo natural, contra a qual os filósofos ateístas não tinham conseguido fazer um ataque coerente.

O que eu ainda não entendia era como uma teologia que operava em harmonia com a razão humana poderia ser, ao mesmo tempo, nas palavras de Bento XVI, “uma teologia fundamentada na fé bíblica”. Eu sempre considerei que a sola scriptura, mesmo com suas evidentes falácias e deficiências, era de certo modo consistente, acreditando nos cristãos que leem a Bíblia. Então eu fiquei surpresa ao descobrir que esta visão poderia ser refutada com veemência tanto pelo ponto de vista católico – lendo a Bíblia através da Igreja e de sua história, à luz da Tradição – como pelo ateu.

Eu procurei por absurdos e inconsistências na fé católica que pudessem descarrilhar minhas ideias da inquietante conclusão à qual eu me dirigia, mas o irritante do catolicismo é sua coerência: uma vez que você aceita a estrutura básica de conceitos, todas as outras coisas se ajustam com uma rapidez incrível. “Os mistérios cristãos são um todo indivisível”, escreveu Edith Stein em “A ciência da cruz”03. “Se entramos em um, somos levados a todos os outros”. A beleza e autenticidade até das mais aparentemente difíceis partes do catolicismo, como a moral sexual, se tornaram claras quando não eram mais vistas como uma lista descontextualizada de proibições, mas como componentes essenciais no corpo complexo do ensinamento da Igreja.

Havia um último problema, porém: minha falta de familiaridade com a fé como algo vivido. Para mim, toda a prática e a língua da religião – oração, hinos, Missa – eram algo totalmente estranho, em direção ao qual eu relutava em dar o primeiro passo.

Minhas amizades com católicos praticantes finalmente convenceram-me que eu tinha que fazer uma decisão. Fé, no fim das contas, não é meramente um exercício intelectual, um assentimento a certas proposições; é um radical ato da vontade, que engendra uma mudança total da pessoa. Os livros levaram-me a ver o catolicismo como uma conjectura plausível, mas o catolicismo como uma verdade viva eu só entendi observando aqueles que já serviam a Igreja por meio da vida da graça.

Eu cresci numa cultura que tem amplamente virado as costas para a fé. Por isso eu era capaz de levar minha vida adiante com meu ateísmo mal concebido e incontestado, e isso explica pelo menos parcialmente a grande extensão de apoio popular que têm os neoateístas: para cada ateu ponderado e bem informado, existirão outros com nenhuma experiência pessoal de religião e nenhum interesse em argumentar simplesmente indo na onda da maré cultural.

Enquanto a popularidade do ateísmo beligerante e reacionário diminui, cristãos sérios capazes de explicar e defender sua fé serão uma presença crescentemente vital na esfera pública. Eu espero que eu seja um pequeno exemplo da força de atração que o catolicismo ainda carrega em uma época que lhe parece às vezes irascivelmente oposta.

Por Megan Hodder, 24 de maio de 2013

Fonte: The Catholic Herald | Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere

O projeto anti-cristão da agenda gay

A inversão de valores propagada pela mídia revela um projeto incisivo de destruição da moral cristã

Os noticiários não falam de outra coisa. O liberalismo sexual, no qual se inclui a causa gay, ganhou de vez as manchetes dos principais jornais do país, numa avalanche que parece não ter mais freio. A unanimidade da imprensa em decretar o novo padrão de moralidade é tão eloquente que os mais desavisados sentem-se quase que impelidos a concordar com ele, mesmo que a contragosto. Mas enganam-se aqueles que, ingenuamente, atribuem essas movimentações ao curso natural da história. Trata-se, pelo contrário, de uma agenda compacta, determinada e amplamente financiada, cuja única meta é: minar os fundamentos da sociedade ocidental – o direito romano, a filosofia grega e a moral judaico-cristã – e, em última análise, a natureza humana.

Não é mais segredo para ninguém a hostilidade com que inúmeras nações se referem ao cristianismo. Praticamente todos os programas de governos atuais têm por política o combate aos últimos resquícios de fé católica que ainda restam na sociedade. E essa agenda ideológica encontra eco sobretudo nas Organizações das Nações Unidas, logicamente, a mais interessada na chamada “Nova Ordem Mundial”. Essa perseguição sistemática à religião cristã e, mais especificamente à Igreja Católica, se explica pelo fato de ela ser única a levantar a bandeira da lei natural, que é a pedra no sapato dos interesses globalistas.

Em linhas gerais, o direito natural refere-se ao que está inscrito no próprio ser da pessoa. Isso supõe uma ponte de acesso a uma moral humana já pré-estabelecida, com direitos e deveres naturais, conforme a ordem da criação. Não corresponde a um direito revelado, mas a uma verdade originária do ser humano, que através da razão indica aquilo que é justo ou não. Essa defesa do direito natural foi o grande diferencial do cristianismo em relação às demais religiões no início do primeiro milênio, como assinala o Papa Emérito Bento XVI ao Parlamento Alemão, em um dos discursos mais importantes de seu pontificado:

“Ao contrário doutras grandes religiões, o cristianismo nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado, nunca impôs um ordenamento jurídico derivado duma revelação. Mas apelou para a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito; apelou para a harmonia entre razão objectiva e subjectiva, mas uma harmonia que pressupõe serem as duas esferas fundadas na Razão criadora de Deus”, (Cf. Bento XVI ao Parlamento Federal da Alemanha em 2011).

A partir do último meio século, ressalta o Santo Padre, o direito natural passou a ser menosprezado, em grande parte, devido à razão positivista. Passou-se a considerá-lo como “uma doutrina católica bastante singular, sobre a qual não valeria a pena discutir fora do âmbito católico, de tal modo que quase se tem vergonha mesmo só de mencionar o termo”. Com efeito, para o teórico positivista Hans Kelsen, a ética deveria ser posta no âmbito do subjetivismo e, por conseguinte, o conceito de justiça.

Criou-se, portanto, uma situação perigosa da qual o próprio Kelsen foi vítima posteriormente, quando perseguido pelo regime nazista por ser judeu. A justiça e a ética caíram no relativismo. Cada um julga-se a si mesmo, julga-se o conhecedor do bem e do mal. E “quando a lei natural e as responsabilidades que implica são negadas, – alerta outra vez Bento XVI em uma catequese sobre Santo Tomás de Aquino – abre-se dramaticamente o caminho para o relativismo ético no plano individual e ao totalitarismo de Estado no plano político”. Como condenar os regimes nazistas, fascistas e comunistas por suas atrocidades se a justiça é um conceito relativo a cada um?

A Igreja condena a perversidade do relativismo justamente por essa falsa sensação de liberdade propagandeada por ele. É a mesma liberdade oferecida pela serpente do Éden à Eva, a falsa beleza que, na verdade, é escravidão. Quando exposta em termos claros e diretos, a lei natural se torna evidente e com ela, todo o arcabouço que a sustenta: o direito romano, a filosofia grega e a moral judaico-cristã. A lei natural encontra apelo no ser humano justamente por ser verdade e estar de acordo com a razão criadora, o Creator Spiritus. O Magistério Católico é, neste sentido, um dos únicos baluartes da justiça e da dignidade da pessoa humana, por falar quase que solitário em defesa da lei natural.

O trabalho da elite globalista – diga-se ONU, imprensa, ONGs esquerdistas e etc – consiste, neste sentido, única e exclusivamente na destruição desses pilares da lei natural. Assim, sepultam-na numa espiral do silêncio, enquanto reproduzem na mídia uma moral totalmente avessa e contrária à família. Desse modo, abrem espaço para a educação das crianças pelo Estado conforme a cartilha ideológica que defendem. É um programa totalmente voltado para a subversão e o controle comportamental que está sendo colocado em prática, descaradamente, por países como Estados Unidos, França, Suécia, Holanda e até mesmo o Brasil.

Neste momento, em que a Igreja vê-se atacada por todos os lados e se joga com a vida humana como se fosse algo qualquer e sem valor, urge o despertar de pessoas santas, imbuídas por uma verdadeira paixão à Verdade. Todas as grandes crises pelas quais a Igreja passou nos últimos séculos foram enfrentadas por santos de grande valor: São Luís Maria Grignion de Montfort, São João Maria Vianney, Santa Catarina de Sena, São Pio X… E essa crise atual requer a mesma fibra, o mesmo destemor e parresia com os quais aqueles santos estavam dispostos a entregar suas vidas, suas fortunas e até mesmo os seus nomes, sem medo da humilhação, firmes na Providência Divina e na certeza de que no alvorecer do novo dia será de Deus a última e definitiva palavra.

Por: Equipe Christo Nihil Praeponere

Page 1 of 15

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén