Haydn e Bernini em Pentecostes

ROMA, segunda-feira, 1 de junho de 2009 (ZENIT.org).- Como despertar para o chamado do Espírito alguém que possa estar cansado e até mesmo temeroso? Cerca de 1.967 anos atrás, Deus usou o som do vento e línguas de fogo. Neste domingo de Pentecostes, o Papa Bento XVI tentou com Haydn e Bernini.

Dia 31 de março marcou o 200º aniversário da morte de Joseph Haydn, compositor austríaco conhecido por seu papel na formação da moderna sinfonia, assim como por seu extraordinário acervo de música sacra. Para celebrar este grande compositor católico, a liturgia de Pentecostes do Papa Bento XVI irá utilizar a missa orquestrada de Haydn, cantada pelo Coro da Catedral de Colônia.

Joseph Haydn, nascido em Rohrau, Áustria, passou os primeiros 30 anos da sua carreira trabalhando para a nobre família Eszterházy, quando produziu um grande número de composições de música de câmara para sinfonias, aperfeiçoando seu estilo.

Os contatos de Haydn com os outros músicos brilhantes de seu tempo enriqueceram seus talentos. Teve amigos como Mozart e um antigo professor de Beethoven. Sua obra “a Criação” é uma das mais célebres e amadas da história da música.

Haydn nasceu em uma família católica devota e permaneceu católico toda a sua vida. Quando estava em processo criativo, sempre tomava o Rosário. Ele abria cada composição com “in nomine Domini” (em nome do Senhor) e terminava com “Laus Deo” (Louvado seja Deus).

Durante os 77 anos da sua vida, Haydn produziu 14 missas, um Stabat Mater, dois Te Deums, e 34 outras peças sagradas – um tesouro para a Igreja. Sem dúvida o Papa Bento XVI, um pianista, também aprecia Haydn e suas sonatas.

A majestade da música de Haydn será complementada no domingo pela arte barroca de Bernini na abside da Basílica de São Pedro. Mesmo tendo trabalhado um século e meio antes, Bernini também buscou captar o esplendor do Espírito Santo, no altar da Catedral.

A janela oval, radiante com a luz dourada, imagens do Espírito Santo – representado por uma pomba – com querubins e serafins que parecem derramados a partir desta abertura nos céus.

Os abençoados fiéis presentes na missa papal terão a visão espetacular de Bernini emoldurada pela gloriosa música de Haydn. Uma festa para os olhos, ouvidos e alma.

(Por Elizabeth Lev – professora de arte e arquitetura cristã no campus romano da Universidade de Duquesne e na Universidade São Tomás)