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Como um Católico pode testemunhar a uma Testemunha de Jeová em sua porta

Por Jeffery Schwehm
Tradução: Emerson de Oliveira
Fonte: Veritatis Splendor

Como um ex- Testemunha de Jeová que passou muitos anos indo de porta em porta era relativamente raro aos cristãos se ocuparem de uma discussão significante comigo. Porém, aqueles que fizeram isto tiveram impacto muito enorme. Infelizmente, era até mesmo mais raro para um católico se ocupar de diálogo significante comigo. Isto é até mesmo mais trágico já que os católicos têm a abundância da fé cristã e realmente tem muito mais para oferecer a uma Testemunha de Jeová.

Se você tem um desejo de compartilhar o Evangelho, estas visitas das TJ dão uma oportunidade de fazer isto mesmo sem deixar sua casa. A seguir eu dou algumas sugestões para lhe ajudar a estar pronto para compartilhar o Evangelho com seus vizinhos Testemunhas de Jeová.

1. Oração: Reze regularmente e peça para o Espírito Santo lhe dar a graça para compartilhar efetivamente o Evangelho com seus amigos Testemunha de Jeová. Também reze para que o Senhor suavize o coração de seus amigos Testemunhas de Jeová para ouvirem o Evangelho também.

2. Receba freqüentemente os Sacramentos: Os sacramentos nos dão vida. Sem eles nós não temos nada para dar a outros que precisam aprender sobre o Senhor.

3. Leia as Escrituras: Se você é ignorante das Escritura você é ignorante de nossa história familiar como povo de Deus e como São Jerônimo disse “ignorante de Cristo”.

Apresentando o Evangelho para as Testemunhas de Jeová

Há três pontos principais que os católicos podem compartilhar efetivamente com as visitas de Testemunhas de Jeová. Escolha um dos pontos seguintes para compartilhar e permanecer neste tópico com eles durante a visita:

1. Todos os cristãos são filhos de Deus e passarão a eternidade com Cristo: as TJ ensinam que só 144.000 pessoas são consideradas filhos e filhas de Deus. Os 144.000 têm a esperança de ir ao céu serem glorificados com Jesus para a eternidade. O resto das TJ não são filhos e filhas de Deus mas somente amigos de Deus que tem a esperança de sempre viver no paraíso terrestre. Isto vai claramente contra o ensino das Escrituras. (Veja Romanos 8.14-17)

2. Ninguém pode predizer a Segunda Vinda de Cristo: as TJ ensinam que Jesus voltou invisivelmente no ano 1914 d.C. e que seu primeiro líder, Charles T. Russell, predisse isto. Eles também ensinam que o tempo do fim do mundo começou por aquele ano. Isto vai claramente contra o ensino das Escrituras. (Veja Mateus 24.23,24; Lc. 21.8)

3. Jesus não é o Arcanjo Miguel: as TJ ensinam que Jesus é o Arcanjo Miguel. Isto vai claramente contra o ensino das Escrituras. (Veja Hb. 1.5,6) Se uma TJ percebe que as Escrituras não apóiam a crença de que Jesus é o Arcanjo Miguel, isso lhes ajudará a perguntar questões pela verdadeira identidade de Jesus.

Para uma discussão mais detalhada destes três pontos de uma perspectiva católica, eu recomendo o livro Respondendo as Testemunhas de Jeová, por Jason Evert.

Testemunhando para Cristo

Você se preparou para compartilhar Cristo com com as TJ. Como se você deveria proceder da próxima vez que você receber uma visita?

1. A Testemunha de Jeová terá uma pequena apresentação preparada para você. Esta apresentação normalmente se trata de alguma peça de literatura que eles querem que você leia. Deixe-lhes completar a pequena apresentação. Deste modo sua visita ficará mais apta a escutar seu mensagem sem se preocupar como ele completará sua apresentação.

2. Quando a apresentação da Testemunha de Jeová estiver completa, vão lhe perguntar se quer aceitar sua literatura. Eu não recomendo aceitar a literatura porque provavelmente vão pedir para você fazer uma doação. O dinheiro da literatura financia a organização religiosa deles. Como católicos, nós não queremos nosso dinheiro ir para uma organização religiosa que ensina falsas doutrinas.

3. Recuse de forma educada a literatura e diga para as TJ que você tem uma mensagem para elas. Tenha uma cópia da Bíblia à mão e compartilhe com a TJ um dos pontos listados acima. Por exemplo, você poderia compartilhar com elas a seguinte Escritura:

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” romanos 8: 14-17

4. Explique a Testemunha de seu Jeová o que esta Escritura significa para você. Diga-lhes como o Senhor o adotou como seu filho. Normalmente, em sua apresentação, a Testemunha de Jeová vai mencionar a esperança de viver para sempre no paraíso terrestre. Diga-lhe que você não tem nenhum interesse em viver para sempre no paraíso que ele descreveu porque sua esperança é estar com Jesus para sempre.

5. Não há nenhuma necessidade de discutir com a Testemunha de Jeová ou até ficar pulando textos e textos com elas. Nunca ataque a Testemunha de Jeová pessoalmente. Lembre-se que a Testemunha de Jeová foi enganada por seus líderes religiosos. Quando você expressa o que quer dizer e compartilha sua mensagem simplesmente desculpe-se e termine a discussão.

6. Depois da discussão, reze para sua conversão.

O impacto que um cristão preparado com a mensagem da verdade pode fazer em um missionário TJ é enorme.

Uma vez quando eu estava visitando a porta de um cristão, eu lhe dei minha apresentação TJ da esperança de viver para sempre no paraíso terrestre. Este homem me falou de uma maneira calma e amorosa que sua esperança não era viver para sempre no paraíso terrestre mas viver para sempre com Jesus no céu.

Ele então acrescentou: “E eu não posso pensar em um lugar melhor que isto, inclusive um paraíso terrestre”.

Embora eu fosse Testemunha de Jeová, eu sabia que estar na presença de Cristo para eternidade era melhor que a vida eterna no paraíso terrestre. Eu fiquei mudo depois este simples comentário e saí. Meu colega Testemunha de Jeová que me acompanhou aquele dia se virou para mim depois que saímos e disse: “eu acho que aquele homem teve um Espírito Santo ou algo”.

Nosso Pai Celestial está nos pedindo que contribuamos com a “nova evangelização” do mundo. Nós podemos fazer uma contribuição a esta “nova evangelização” em dar um bom testemunho a nossos amigos TJ. A estratégia esboçada acima deve lhe ajudar a dar um testemunho bem sucedido a elas.

Papa convida a redescobrir presença de Cristo na Eucaristia

Recebe em audiência os membros da Congregação para o Culto Divino

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 13 de março de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI sublinhou nesta quinta-feira a importância de aprofundar no mistério da Eucaristia, aumentando a consciência dos fiéis, especialmente dos futuros sacerdotes, sobre a Presença Real de Cristo nas espécies eucarísticas.

Esta preocupação foi o tema central de seu discurso aos participantes na plenária da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que dedicaram o tema de sua reunião à prática da adoração eucarística.

O Papa agradeceu neste sentido que para o dicastério atualmente presidido pelo cardeal Antonio Cañizares, administrador apostólico de Toledo, «a insistência sobre o tema da Eucaristia como fonte inextinguível de santidade foi uma urgência de primeira ordem».

Na atualidade é necessário, sublinhou o Papa, «promover a fé na presença real do Senhor na Santa Eucaristia e assegurar na celebração da Santa Missa toda a dimensão da adoração», para o qual a prática da adoração eucarística supõe um recurso pastoral importante.

Este esclarecimento é importante, sublinhou, sobretudo pelos «desvios que talvez contaminaram a renovação litúrgica pós-conciliar, revelando uma compreensão reducionista demais do mistério eucarístico».

Esta preocupação esteve muito presente no Sínodo de 2005, no qual «os padres sinodais não haviam deixado de manifestar preocupação por certa confusão gerada depois do Concílio Vaticano II, sobre a relação entre Missa e adoração do Santíssimo Sacramento», explicou o Papa.

Diante disto, o Papa recorda que a doutrina da transubstanciação do pão e do vinho e da presença real «são verdades de fé evidentes já na própria Sagrada Escritura e confirmadas depois pelos padres da Igreja».

Adoração de amor

O pontífice quis também especificar o sentido que o termo «adoração» deve ter para os cristãos, e que não é o da mera submissão, mas que «a palavra latina ad-oratio, ao contrário, denota o contato físico, o beijo, o abraço, que está implícito na idéia do amor».

«O aspecto da submissão prevê uma relação de união, porque aquele a quem nos submetemos é Amor. De fato, na Eucaristia a adoração deve converter-se em união: união com o Senhor vivo e depois com seu Corpo místico», explica.

Recordou suas próprias palavras na esplanada de Marienfeld, durante a Jornada Mundial da Juventude de Colônia: na Eucaristia se vive a «profunda transformação da violência em amor, da morte em vida; ela arrasta consigo as demais transformações. Pão e vinho se convertem em seu Corpo e Sangue».

«Este aprofundamento será possível só através de um maior conhecimento do mistério em plena fidelidade à sagrada Tradição, e aumentando a vida litúrgica dentro de nossas comunidades», acrescenta o Papa, citando a Spiritus et Sponsa de João Paulo II.

Neste sentido, animou também a redescobrir outras práticas ligadas à Eucaristia, como o jejum, especialmente nesta Quaresma, «não só como prática ascética, mas também como preparação para a Eucaristia e como arma espiritual para lutar contra todo eventual apego desordenado a nós mesmos».

«Que este período intenso da vida litúrgica nos ajude a afastar tudo aquilo que distrai o espírito e a intensificar o que nutre a alma, abrindo-a ao amor a Deus e ao próximo», concluiu.

Cardeal Cañizares: «adorar Deus é o que muda a vida dos cristãos»

A Congregação para o Culto Divino refletirá sobre a importância da adoração eucarística

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 10 de março de 2009 (ZENIT.org).- Nesta época de secularização, é conveniente, seguindo o exemplo do próprio Papa Bento XVI, recuperar a prática da adoração eucarística. Assim deu a entender hoje o prefeito da Congregação para o Culto Divino, cardeal Antonio Cañizares, a propósito da plenária que seu dicastério realiza esta semana.

Em declarações à Rádio Vaticano, o purpurado explicou que a adoração eucarística será o tema central da reunião plenária, que acontecerá na Santa Sé até a próxima sexta-feira.

«A liturgia é antes de tudo adoração – explicou. A Igreja é obra de Deus, é ação de Deus, é reconhecimento do que Deus faz em favor dos homens. E a adoração que a liturgia expressa, sobretudo a Eucaristia, é o reconhecimento de Deus, de que tudo vem d’Ele, de que tudo o que nos pertence deve chegar a Ele.»

Precisamente no atual contexto de secularização, em que «se tende a esquecer Deus, a considerá-lo pouco importante para a vida», acrescentou o cardeal Cañizares, é oportuno «reafirmar que Deus é o primeiro».

«Isso é o que mudará a vida dos cristãos e da Igreja», acrescentou. Quando a Igreja «esquece que Deus é o centro de tudo, converte-se em uma instituição meramente humana».

Uma prática secular

Ainda que a devoção eucarística tenha sido de grande importância desde os primeiros séculos do cristianismo, a adoração fora da Missa começa a ser configurada desde o século XI, e sobretudo após a afirmação da presença real de Cristo pelos concílios romanos de 1059 e de 1079.

A adoração eucarística recebeu um forte impulso entre os séculos XIII e XIV, com o estabelecimento da festa de Corpus Christi em todo o mundo cristão, uma devoção que em oito séculos aumentou enormemente, especialmente após o Concílio de Trento, na Espanha, na Itália e nos países latino-americanos.

Ao longo da história, surgiram muitas associações dedicadas à veneração do Santíssimo Sacramento. A mais estendida atualmente é a Adoração Noturna, que em sua forma atual procede da associação fundada por Hermann Cohen em Paris, em 1848.

Quaresma: tomar em mãos um bom livro, abrir o Evangelho, indica cardeal

É tempo de reflexão, afirma Dom Geraldo Agnelo

SALVADOR, quarta-feira, 4 de março de 2009 (ZENIT.org).- A Quaresma «é tempo de reflexão, porque o cristão é alguém que pensa», afirma o cardeal Geraldo Majella Agnelo.

Ao comentar o sentido da Quaresma em artigo enviado a Zenit hoje, o arcebispo de Salvador (Bahia, nordeste do Brasil) recorda que os primeiros cristãos «acreditaram que também eles tinham necessidade de tomar para si, cada ano, quarenta dias, para meditar sobre o mistério de Jesus morto e ressuscitado».

«Assim nasceu a Quaresma. Quaresma, em latim Quadragésima, significa quadragésimo dia. De quarta feira de cinzas até começar a Semana Santa são quarenta dias.»

«O que fazer nesse tempo? –questiona o arcebispo–. Os evangelistas nos apresentam Jesus como pessoa reflexiva que amava o recolhimento, a meditação, a oração.»

Segundo Dom Geraldo Agnelo, seguindo o exemplo de Jesus, «somos convidados a criar também para nós este clima de seriedade e de empenho».

«Ser capazes de algumas vezes desligar o rádio e o televisor em nossa casa. Tomar em mãos um bom livro, abrir o Evangelho: ler, refletir, pensar em nossa vida, em nossos projetos, o que estamos preparando», indica.

Afirma também que é preciso «pensar nos que nos são caros, no significado de nossa presença em seu meio. Enfim no que pensamos fazer sob o olhar do Senhor».

«Quaresma é tempo de reflexão, porque o cristão é alguém que pensa. É preciso aprofundar, compreender: uma frase, por exemplo, do evangelho de hoje.»

«Jesus depois de quarenta dias voltou para o meio da gente e começou a pregar: “O tempo chegou, o reino de Deus está próximo, convertei-vos e crede no Evangelho”. São palavras sérias e comprometedoras», destaca.

O cardeal Agnelo enfatiza que este é um momento «de recolher-se em oração, fazer deserto. Aprender de Jesus, que se retirava de bom grado nos lugares solitários».

«Um pouco de escuta, de reflexão, de troca de ideias. Depois a volta à vida de todos os dias. Eis a surpresa: tornou-se diverso. Mudou-se por dentro», afirma.

Bento XVI: Jesus tinha um segredo

Palavras antes do Ângelus de hoje

CIDADE DO VATICANO, domingo, 1º de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos as palavras que Bento XVI dirigiu neste domingos ao rezar a oração mariana do Ângelus junto a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

* * *

Caros irmãos e irmãs!

Este ano, nas celebrações dominicais, a liturgia propõe para a nossa meditação o Evangelho de São Marcos, do qual uma singular característica é o assim chamado «segredo messiânico», o fato de Jesus não querer que por enquanto se saiba, fora do grupo restrito dos discípulos, que Ele é o Cristo, o Filho de Deus. Eis, então, que sempre volta a exortar, seja os apóstolos, seja os doentes, que cuidem para não revelar a ninguém sua identidade. Por exemplo, o trecho evangélico deste domingo (Mc 1, 21-28) narra um homem possuído pelo demônio, que de repente começa a gritar: «Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste nos arruinar? Sei quem és: o santo de Deus!». E Jesus o intima: «Cala-te! Sai dele!». E rapidamente, nota o evangelista, o espírito maligno, com gritos agonizantes, sai daquele homem. Jesus não só expulsa os demônios das pessoas, libertando-as das piores escravidões, mas impede aos próprios demônios de revelarem sua identidade. E insiste sobre este «segredo» porque está em jogo o sucesso de sua missão, da qual depende nossa salvação. Sabe, de fato, que para libertar a humanidade do domínio do pecado, Ele deverá ser sacrificado sobre a cruz como verdadeiro cordeiro pascal. O diabo, por sua vez, busca dissuadir-lhe para derrotá-lo sob a lógica humana de um Messias poderoso e cheio de sucesso. A cruz de Cristo será a ruína do demônio, e é para isso que Jesus não deixa de ensinar aos seus discípulos que, para entrar na sua glória, Ele deve padecer muito, ser rejeitado, condenado e crucificado (cf. Lc 24, 26), pois o sofrimento faz parte de sua missão.

Jesus sofre e morre na cruz por amor. Desse modo, Ele deu sentido ao nosso sofrimento, um sentido que muitos homens e mulheres de todas as épocas entenderam e tornaram seu, experimentando serenidade profunda também no amargor de duras provas físicas e morais. E justamente «a força da vida no sofrimento» é o tema que os bispos italianos escolheram para a conhecida Mensagem por ocasião da atual Jornada pela Vida. Uno-me de coração às suas palavras, nas quais se vê o amor dos pastores pelo povo, e à coragem de anunciar a verdade, a coragem de dizer com clareza, por exemplo, que a eutanásia é uma falsa solução para o drama do sofrimento, uma solução indigna do homem. A verdadeira resposta não pode ser a da morte, por mais que seja «doce», e sim o testemunho do amor que ajuda a enfrentar a dor e a agonia de forma humana.

Tenhamos certeza de uma coisa: nenhuma lágrima, nem de quem sofre, nem de quem lhe está próximo, se perde diante de Deus.

A Virgem Maria guardou em seu coração de mãe o segredo de seu Filho; compartilhou com ele a hora dolorosa da paixão e da crucifixão, apoiada na esperança da ressurreição. A Ela confiamos as pessoas que estão em sofrimento e quem se esforça todos os dias por seu sustento, servindo a vida em todas as suas fases: genitores, agentes da saúde, sacerdotes, religiosos, pesquisadores, voluntários e muitos outros. Rezamos por todos eles.

[Tradução: José Caetano. Revisão: Aline Banchieri.

© Copyright 2009 – Libreria Editrice Vaticana]

Papa anula excomunhão de bispos ordenados por D. Lefebvre

DECRETO DA CONGREGAÇÃO PELOS BISPOS

Por meio da carta do dia 15 de dezembro de 2008, dirigida à Sua Eminência, Cardeal Dario Castrillón Hoyos, o presidente da Comissão Pontifical Ecclesia Dei, Dom Bernard Fellay em nome próprio e em nome dos outros três bispos sagrados no dia 30 de junho de 1988, solicitava novamente o levantamento da excomunhão latae sententiae formalmente declarada pelo Decreto do Prefeito desta mesma Congregação para os Bispos na data de 1 de julho de 1988.

Na carta anteriormente mencionada, Dom Fellay afirmava, entre outras coisas:

“Nós estamos também aferrados à vontade de permanecer católicos e de pôr todas as nossas forças a serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica Apostólica Romana. Nós aceitamos seus ensinamentos filialmente. Nós cremos firmemente no Primado de Pedro e nas suas prerrogativas e é por isso que a situação atual nos faz sofrer tanto”.

Sua Santidade Bento XVI – paternalmente sensível ao mal estar espiritual manifestado pelos interessados por causa da sanção de excomunhão e confiando no compromisso expressado por eles na carta citada de não poupar nenhum esforço para aprofundar nas necessárias conversações com as Autoridades da Santa Sé sobre as questões ainda abertas, e de poder deste modo chegar rapidamente à uma plena e satisfatória solução do problema posto na origem – decidiu reconsiderar a situação canônica dos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta relativa à sua sagração episcopal.

Este ato expressa o desejo de consolidar as relações recíprocas de confiança, de intensificar e de tornar estáveis as relações da Fraternidade São Pio X com a Sé Apostólica. Este dom de paz, no fim das celebrações do Natal, quer ser também um sinal para promover a unidade na caridade da Igreja Universal e, deste modo, retirar o escândalo da divisão.

Desejando que este passo seja seguido sem demora da pela comunhão com a Igreja de toda a Fraternidade São Pio X, em testemunho de uma verdadeira fidelidade e de um verdadeiro reconhecimento do Magistério e da autoridade do Papa pela prova de uma unidade visível.

Conforme as faculdades que me foram expressamente concedidas pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, em virtude do presente Decreto, eu levanto aos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação no dia 1 de julho de 1988, do mesmo modo que declaro sem efeitos jurídicos, a partir de hoje, o Decreto publicado naquela época.

Roma, da Congregação para os Bispos, dia 21 de janeiro de 2009
Card. Giovanni Battista Re
Prefeito da Congregação pelos Bispos

Texto original: Italiano, traduçao DICI http://www.dici.org
Fonte: site do Vaticano em http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/23251.php?index=23251&lang=it ]

Papa explica que quem está em Cristo «não tem medo de nada nem de ninguém»

O senhorio de Cristo sobre o cosmos é a «chave» para uma relação correta com o Criador

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O cristão «não tem medo de nada nem de ninguém», pois Cristo, cabeça da Igreja, é o Senhor do cosmos, assegurou Bento XVI nesta quarta-feira, durante a audiência geral realizada na Sala Paulo VI.

Continuando com o ciclo sobre São Paulo, no bimilênio de seu nascimento, o Papa explicou um aspecto da doutrina paulina contido nas cartas aos Colossenses e aos Efésios – duas cartas «quase gêmeas», explicou – que é a consideração de Cristo como «cabeça» da Igreja e de todo o cosmos, e as implicações que isso tem para a vida dos cristãos.

Este «senhorio de Cristo» sobre «as potências celestes e o cosmos inteiro» constitui «uma mensagem altamente positiva e fecunda» para o homem pagão de ontem e de hoje, explicou aos mais de quatro mil peregrinos que participaram do encontro.

«Para o mundo pagão, que acreditava em um mundo cheio de espíritos, em grande parte perigosos e contra os quais era preciso defender-se, aparecia como uma verdadeira libertação o anúncio de que Cristo era o único vencedor e de que quem estava com Cristo não tinha que temer ninguém.»

O Papa acrescentou que «o mesmo vale para o paganismo de hoje, porque também os atuais seguidores destas ideologias veem o mundo cheio de poderes perigosos. A estes é necessário anunciar que Cristo é vencedor, de modo que quem está com Cristo, quem permanece unido a Ele, não deve temer nada nem ninguém».

Iswo é importante também para os cristãos, acrescentou: «devemos aprender a enfrentar todos os medos, porque Ele está acima de toda dominação, é o verdadeiro Senhor do mundo».

Cristo, explicou o Papa, «não tem que temer nenhum eventual competidor, porque é superior a qualquer forma de poder que tentar humilhar o homem. Só Ele ‘nos amou e entregou a si mesmo por nós’ (Ef 5, 2). Por isso, se estamos unidos a Cristo, não devemos temer nenhum inimigo e nenhuma adversidade; mas isso significa também que devemos permanecer bem unidos a Ele, sem soltar!».

Isso tem outra implicação, assinalou, e é que o cosmos «tem sentido»: «não existe, por uma parte, o grande mundo material e por outra esta pequena realidade da história da nossa terra, o mundo das pessoas: tudo é um em Cristo».

Esta visão não só é «racional», mas é inclusive «a mais universalista»: «a Igreja reconhece que Cristo é maior que ela, dado que seu senhorio se estende também além de suas fronteiras».

«Tudo isso significa que devemos positivamente considerar as realidades terrenas, porque Cristo as recapitula em si, e ao mesmo tempo, devemos viver em plenitude nossa identidade específica eclesial, que é a mais homogênea à identidade do próprio Cristo», acrescentou o Papa.

Desta consciência vem aos cristãos «a força de atuar de forma reta», tanto diante dos demais como com a criação, explicou.

«Estas duas cartas são uma grande catequese, da qual podemos aprender não só como ser bons cristãos, mas também como chegar a ser realmente homens. Se começamos a entender que o cosmos é a marca de Cristo, aprendemos nossa relação reta com o cosmos, com todos os problemas de sua conservação.»

Assim também «aprendemos a vê-los com a razão, mas com uma razão movida pelo amor, e com a humildade e o respeito que permitem atuar de forma correta», acrescentou.

Por outro lado, «se pensamos que a Igreja é o Corpo de Cristo, que Cristo se deu a si mesmo por ela, aprendemos como viver com Cristo o amor recíproco, o amor que nos une a Deus e que nos faz ver ao outro como imagem de Cristo, como Cristo mesmo».

Diante deste «mistério de Cristo», afirmou o Papa, «as meras categorias intelectuais são insuficientes».

«Reconhecendo que muitas coisas estão além de nossas capacidades racionais, devemos confiar na contemplação humilde e gozosa não só da mente, mas também do coração. Os pais da Igreja, por outro lado, nos dizem que o amor compreende muito mais que a razão apenas», concluiu.

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