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Santo Agostinho, ponto de união entre católicos e ortodoxos, afirma Papa

Palavras a um Simpósio Intercristão

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 2 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI se dirigiu nesta quarta-feira, ao concluir a audiência geral, a um grupo composto por católicos e ortodoxos, a quem desejou que a reflexão comum sobre Santo Agostinho ajude no diálogo ecumênico.

O Papa, grande admirador do santo de Hipona, dirigiu-se aos participantes do Simpósio Intercristão promovido pela Pontifícia Universidade Antonianum e pela Universidade Aristoteles de Tessalônica.

O Santo Padre desejou “que a reflexão comum entre católicos e ortodoxos sobre a figura de Santo Agostinho possa reforçar o caminho para a comunhão plena”.

Oração de Santo Agostinho

Fonte: Apostolado Sociedade Católica

Diante de Vós, Senhor, apresentamos o fardo dos nossos crimes e simultaneamente as feridas que por causa deles recebemos.

Se pensarmos no mal que fizemos, é bem pouco o mal que sofremos e muito maior o que merecemos. Foi grave o que ousamos cometer e leve o que agora sofremos. Sentimos que é dura a pena do pecado e no entanto não nos decidimos deixar a ocasião dele. A nossa fraqueza geme esmagada sob o peso dos castigos com que nos punis justamente, e a nossa maldade não quer se desfazer dos seus caprichos. O espírito anda atormentado, mas a cerviz não se verga.

A nossa vida suspira no meio das dores e não nos corrigimos.

Se contemporizardes conosco, não nos emendamos, e se tirais de nós vingança, gritamos que não podemos. Se nos castigais, sabemos declarar que somos réus, mas se afastais por um pouco a Vossa ira, esquecemos logo o que deploramos.

Se levantardes a mão, logo prometemos a emenda, se retirais aespada, já nos esquecemos da promessa. Se nos feris, gritamos que nos perdoeis, se nos perdoais logo entramos de Vos provocar. Tendes-nos aqui, Senhor, diante de Vós, confessamos os nossos pecados; se Vos não amerceais de nós, aniquilar-nos-á a Vossa justiça.

Concedei-nos Pai onipotente, o que sem merecimento algum de nossa parte Vos pedimos, Vós que nos tirastes do nada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Amém.

V. Senhor, não nos trateis segundo os nossos pecados.
R. Nem nos castigueis segundo as nossas iniqüidades.

Oremos – Ó Deus, a quem o pecado ofende e a penitência propicia, olhai favoravelmente para as preces do Vosso povo e relegai para longe os vossos castigos da Vossa ira, que merecemos com os nossos pecado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

“Tornei-me, acaso, vosso inimigo, porque vos disse a Verdade?” (Gálatas 4,16)

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Por Bob Stanley
Fonte: Veritatis Splendor

“A Verdade sempre incomodou as pessoas e nunca é confortável.” (Cardeal Ratzinger, 9 de outubro de 2000)
“O Novo Testamento está escondido no Antigo, e o Antigo é revelado no Novo.” (Santo Agostinho)

A Bíblia é composta de muitos livros e, ao mesmo tempo, é um livro só. Tem muitas histórias e, ao mesmo tempo, uma só história. É a história da História da Salvação do Homem por DEUS. Usando tipologia, uma ferramenta muito útil para a exegese bíblica, tantas prefiguras ou símbolos, no Antigo Testamento, apontam para realidades do Novo Testamento. Regras estritas devem ser seguidas e uma delas é que a prefigura do Antigo Testamento é sempre inferior à realidade do Novo Testamento. Outra regra é que um símbolo do Antigo Testamento nunca aponta para outro símbolo do Novo Testamento, mas sempre para uma realidade muito maior.

Salmos 127,1, uma prefigura:

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem. Se o Senhor não guardar a cidade, debalde vigiam as sentinelas.”

Só existe uma Igreja de DEUS. Todo as restantes foram construídas pelo homem.

Todas as igrejas na terra – a não ser uma! – são negadas pelo versículo. Então parece que, a menos que você possa provar que Jesus Cristo fundou a sua igreja, você tem trabalhado em vão.

1Timóteo 3,15, a realidade:

“Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade.”

A casa citada no Salmo 127,1 está explicada aqui. Perceba que a palavra usada neste versículo é “Igreja” e não “igrejas”. Note também que a Bíblia diz que é a Igreja que é a coluna e sustentáculo da verdade. Não-Católicos parecem ignorar este versículo, pois quando pergunto a eles, a resposta que me dão é que “a coluna e o sustentáculo da verdade é a Bíblia”.

Agora a maior e mais importante pergunta é: “Qual é essa Igreja?”

Não tema, pois a Bíblia nos diz qual é a Igreja, se seguimos e acreditamos na Palavra de DEUS. Mateus 16,18-19:

“E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.”

Jesus Cristo fundou uma Igreja. Note que Ele realmente disse “Igreja” (no singular) e não “igrejas” [no plural]. As portas do inferno não prevalecerem é uma promessa que aponta que a Sua Igreja será protegida por Ele Mesmo, por dentro e por fora, por toda a eternidade. Para aqueles que insistem que a Igreja que Jesus Cristo fundou apostatou logo depois da morte do último Apóstolo, estão realmente dizendo que as portas do inferno prevaleceram contra ela, e desta maneira eles O chamam de mentiroso por esta Sua promessa.

Mateus 28,18-20:

“Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.”

Esta é a promessa feita por Jesus Cristo de estar com Sua Igreja todos os dias, em todos os séculos, até o fim do mundo; e sem 1500 anos de intervalos, nem mesmo de um só dia. Aqueles que alegam que a Igreja que Jesus Cristo fundou apostatou logo depois que o último Apóstolo morreu, O chamam de mentiroso por esta Sua promessa.

João 14,16-17:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.”

Aqui está a promessa de que o Espírito Santo estará para sempre com a única Igreja que Jesus Cristo fundou. Aqueles que alegam que a Igreja que Jesus Cristo fundou apostatou logo após a morte do último Apóstolo, mais uma vez O chamam de mentiroso por esta Sua promessa.

João 16,2-13, e João 14,26:

“Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.”

Perceba o tempo futuro em: “[Ele] ensinar-vos-á” e “anunciar-vos-á as coisas que virão”.

Aqueles que dizem que a Igreja que Jesus Cristo fundou apostatou logo depois que o último Apóstolo morreu, O chamam de mentiroso ainda mais uma vez por esta Sua promessa.

“Joelhofobia”

No simbolismo litúrgico oficial da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, o ato de ajoelhar é o mais significativo gesto corporal de adoração à Nosso Senhor Jesus Cristo, Presente Verdadeiramente no Santíssimo Sacramento do Altar em Corpo, Sangue, Alma e Divindade (Catecismo da Igreja Católica, 1373-1381).

Tenho escutado, entretanto, repetidos relatos de situações que fiéis católicos tem passado tanto aqui no Brasil como em outros países, diante de sacerdotes e ministros da comunhão eucarística que tem negado ministrar o Corpo de Nosso Senhor à quem deseja recebê-Lo ajoelhado, muitas vezes determinando que o fiel se levante em plena fila da Sagrada Comunhão, fazendo-o passar por uma situação humilhante e constrangedora e gerando um escândalo enorme. Mas o que diz a lei da Santa Igreja à respeito disso?

A este respeito, a Sagrada Congregação para os Sacramentos e Culto Divino publicou, em Julho de 2002 um documento proibindo a atitude de sacerdotes que negam ministrar a Comunhão a quem deseja receber Nosso Senhor ajoelhado. Diz o documento: “A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos. (…) Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia. (…) A prática de ajoelhar-se para receber a Santa Comunhão tem em seu favor uma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real e significativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (…) Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral.” (Protocolo no 1322/02/L) Tal intervenção foi reiterada em 2003.

Também a instrução Redemptionis Sacramentum, instrução publicada pela mesma congregação em 2004, determina: “Qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.” (RS, 91)

Com efeito, a forma tradicional que a Santa Igreja tem de receber o Corpo de Nosso Senhor é de joelhos (e diretamente na boca), em sinal de adoração à Nosso Senhor. Se as normas litúrgicas atualmente permitem que se receba o Corpo de Nosso Senhor em pé, é preciso que tenhamos clareza que, se por um lado a concessão torna isso moralmente lícito, por outro lado isto é uma concessão à regra tradicional, e que aqueles que desejarem receber o Corpo de Nosso Senhor ajoelhados, em sinal de adoração, são livres para fazê-lo.

Vejo ainda muitos afirmarem que também na Consagração Eucarística deve-se permanecer em pé e não ajoelhado, e muitos afirmam inclusive que aprenderam isso em Cursos de Liturgia (!). Mas também quanto à isso à lei da Santa Igreja é clara em afirmar na Instrução Geral no Missal Romano determina que os fiéis estejam “de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração.” (IGMR, 43)

Temos então, nestas situações em que citamos, algo como se fosse uma “joelhofobia”, em desacordo com o senso litúrgico e em desobediência explícita à lei da Santa Igreja. E escuto para isso argumentações como: “Deve-se estar não de joelhos, mas em pé como sinal de prontidão”; ou “A Eucaristia é banquete e ninguém come ajoelhado”; ou ainda “A Eucaristia é para ser comida, não para ser adorada”. Ora, todas estas argumentações estão equivocadas!

A Consagração e a Comunhão Eucarística são, antes de qualquer coisa, momentos sublimes de adoração, pois a Hóstia Consagrada é a Presença Real de Nosso Senhor; já dizia Santo Agostinho, Doutor da Santa Igreja: “Ninguém coma desta Carne se antes não A adorou.” A Santa Missa é a Renovação do Único e Eterno Sacrifício de Nosso Senhor, e embora tenha uma dimensão de banquete e ceia, é um banquete essencialmente sacrifical, que perde totalmente o sentido se não reconhecermos nele a dimensão de Sacrifício. Na Santa Missa não nos alimentamos de uma comida qualquer como em um banquete ou ceia comuns, mas sim do Carne e do Sangue de Nosso Senhor, escondidos sob a aparência do pão e do vinho. Por isso nos ensinou o saudoso Papa João Paulo II que não se pode esquecer que o “banquete eucarístico tem também um sentido primária e profundamente sacrifical” (Mane Nobiscum Domine, 15).

Ocorre que, na atual crise doutrinária e litúrgica que vivemos, muitos “católicos” ditos “progressistas” negam ou obscurecem a Presença Real de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento do Altar e o caráter sacrifical da Santa Missa, vivendo-a como se fosse um simples banquete, ceia, festa ou reunião social. Sobre isso, lamenta o saudoso Papa João Paulo II na sua fabulosa encíclica Ecclesia de Eucharistia: “As vezes transparece um compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesma. Além disso, a necessidade do sacerdócio ministerial, que se fundamenta na sucessão apostólica, fica às vezes obscurecida, e a sacramentalidade da Eucaristia é reduzida à simples eficácia do anúncio. (…) Como não manifestar profunda mágoa por tudo isto? A Eucaristia é um Dom demasiadamente grande para suportar ambiguidades e reduções.” (EE 10) Consequência natural disso é a desvalorização e o desaparecimento, em muitos lugares, do sinais e símbolos litúrgicos que expressam a fé católica no que diz respeito ao Santo Sacrifício da Missa, tais como: os paramentos litúrgicos, as velas, o incenso, a genuflexão, o dobrar os joelhos e assim por diante.

É necessário uma nova tomada de consciência entre os católicos, para que, em obediência ao Sumo Pontífice Gloriosamente Reinante – o Papa Bento XVI -, o Santo Sacrifício da Missa seja conhecido e valorizado em sua essência, seus sinais e símbolos sejam também valorizados e as leis litúrgicas sejam, de fato, obedecidas, contrapondo-nos à isto que é como se fosse uma “joelhofobia” e à todos os demais abusos litúrgicos, para a Glória de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento.

Santo Agostinho de Hipona

Por Papa Bento XVI
Tradução: Élison Santos
Fonte: Vaticano/Zenit

A VIDA

Queridos irmãos e irmãs:

Depois das grandes festividades natalinas, quero voltar a meditar sobre os padres da Igreja e falar hoje do maior padre da Igreja Latina, Santo Agostinho: homem de paixão e de fé, de elevadíssima inteligência e de incansável entrega pastoral. Este grande santo e doutor da Igreja é conhecido, ao menos de nome, inclusive por quem ignora o cristianismo ou não tem familiaridade com ele, por ter deixado uma marca profunda na vida cultural do Ocidente e de todo o mundo.

Por sua singular relevância, Santo Agostinho teve uma influência enorme e poderia afirmar-se, por uma parte, que todos os caminhos da literatura cristã latina levam a Hipona (hoje Anaba, na costa da Argélia), localidade na qual era bispo e, por outra, que desta cidade da África romana, na qual Agostinho foi bispo desde o ano 395 até 430, partem muitos outros caminhos do cristianismo sucessivo e da própria cultura ocidental.

Poucas vezes uma civilização encontrou um espírito tão grande, capaz de acolher os valores e de exaltar sua intrínseca riqueza, inventando idéias e formas das quais se alimentariam as gerações posteriores, tal como sublinhou também Paulo VI: «Pode-se dizer que todo o pensamento da antiguidade conflui em sua obra e dessa se derivam correntes de pensamento que penetram toda a tradição doutrinal dos séculos posteriores» (AAS, 62, 1970, p. 426).

Agostinho é também o padre da Igreja que deixou o maior número de obras. Seu biógrafo, Posídio, diz: parecia impossível que um homem pudesse escrever tanto em vida. Em um próximo encontro falaremos destas obras. Hoje, nossa atenção se concentrará em sua vida, que pôde reconstruir-se com seus escritos, e em particular com as «Confissões», sua extraordinária biografia espiritual escrita para louvor de Deus, sua obra mais famosa.

As «Confissões» constituem, precisamente por sua atenção à interioridade e à psicologia, um modelo único na literatura ocidental, e não só ocidental, inclusive a não-religiosa, ate a modernidade.

Esta atenção pela vida espiritual, pelo mistério do eu, pelo mistério de Deus que se esconde no eu, é algo extraordinário, sem precedentes, e permanece para sempre como um «cume» espiritual.

Mas voltamos à sua vida. Agostinho nasceu em Tagaste, na província de Numídia, na África romana, em 13 de novembro de 354, filho de Patrício, um pagão que deopis chegou a ser catecúmeno, e de Mônica, fervorosa cristã.

Esta mulher apaixonada, venerada como santa, exerceu em seu filho uma enorme influência e o educou na fé cristã. Agostinho havia recebido também o sal, como sinal da acolhida no catecumenato. E sempre se fascinou pela figura de Jesus Cristo; e mais, diz que sempre amou Jesus, mas que se afastou cada vez mais da fé eclesial, da prática eclesial, como acontece também hoje com muitos jovens.

Agostinho tinha também um irmão, Navigio, e uma irmã, da qual desconhecemos o nome e que, após ficar viúva, converteu-se em superiora de um mosteiro feminino.

O rapaz, de agudíssima inteligência, recebeu uma boa educação, ainda que nem sempre foi estudante exemplar. De qualquer forma, aprendeu bem a Gramática, primeiro em sua cidade natal e depois em Madaura e, a partir do ano 370, Retórica, em Cartago, capital da África romana: chegou a dominar perfeitamente o Latim, mas não alcançou o mesmo nível em grego, nem aprendeu o púnico, língua que seus antepassados falavam.

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