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“Cristo não é Religião!” – De onde vem este grito de guerra?

Autor: José Miguel Arráiz
Fonte: http://www.apologeticacatolica.org
Tradução: Carlos Martins Nabeto

INTRODUÇÃO

“Cristo não é religião!” – Esta é a frase lançada muitas vezes na cara dos católicos que se orgulham de pertencer à Igreja. Esta frase geralmente é dita incluindo uma atitude inconsciente de ter atingido um nível espiritual mais elevado, e que o pobre católico ainda não se deu conta desta “grande verdade”. Mas isto é verdade? Para aprofundar, fiz este breve estudo.

PEQUENOS EXEMPLOS DESSA IDEOLOGIA

Uma ideologia que vem progressivamente conquistando muitas igrejas cristãs não-católicas é uma recente negação da religião. É surpreendente ouvi-los dizer: “Cristo não é religião”, “Eu não pertenço a religião nenhuma; possuo uma relação pessoal e verdadeira com Jesus Cristo” e outras frases semelhantes.

Recentemente, conversava sobre isso por chat com uma amiga evangélica desta mesma comunidade e ativei o registro automático da conversa. A seguir, um pequeno extrato da mesma:

Kattvic: Você é cristão?

José: Sim, sou cristão católico.

Kattvic: Ah, tá.

José: E você?

Kattvic: Bem, eu era católica, mas agora sou convertida a Cristo.

José: Mas quando você era católica não era convertida a Cristo?

Kattvic: Sim, mas não era a mesma coisa. Quando alguém é católico esquece muitas coisas.

José: Quando alguém é católico e não aprofunda sua fé, pode ser que esqueça muitas coisas. Mas quando se aprofunda e possui verdadeira relação com Cristo, isto não ocorre.

Kattvic: Bem, isso é verdade, mas também é verdade que, como católicos, não nos aprofundamos na relação com Cristo. É certo que isso não vale para todos, mas para a maioria.

José: Em todas as igrejas existem crentes “nominais”, se é que podem ser chamados de “crentes”.

Kattvic: Bem, eu não estou falando de religião, porque se assim fosse, eu não teria nenhuma. Meu amor para com o Todo-Poderoso supera a barreira das religiões.

José: O que é religião para você?

Kattvic: Bem, religião é quando você diz que possui uma e vai até a sua igreja rezar, cantar e tudo o mais; e quando você sai desse lugar, continua sendo o mesmo.

José: Mas quem te disse que isso é religião? Já procurou o significado de religião no dicionário?

Kattvic: Não, não procurei. Mas o digo por experiência pessoal.

José: Isso não é coisa de experiência, é coisa de saber o que significa a palavra. Eu te pergunto: a Bíblia diz que a religião é coisa boa ou má? O que ela fala acerca da religião?

Kattvic: Bem, eu não conheço muito a Bíblia pois ainda estou começando a lê-la… Eu não sei qual é a definição dos outros; a minha é pessoal. Assim eu sinto, assim eu creio.

O que me chamou a atenção nesta conversa é que a moça possuía uma definição totalmente sentimental da palavra “religião” e quando lhe pedi para que me argumentasse racionalmente (pelo dicionário) ou biblicamente (por alguma passagem bíblica), não soube me dizer o porquê da sua fé não poder ser conceituada como religião; simplesmente concluiu com um profundo e contundente:

“Assim eu sinto, assim eu creio”… E PONTO!!!

Certamente, ela era uma cristã com pouco conhecimento bíblico, mas o curioso é que esta maneira de pensar pode ser vista em líderes e pastores evangélicos, o que me surpreende por demais. Quando eu lhes peço para que me fundamentem biblicamente tal afirmação, não encontro ninguém que me possa dar uma resposta satisfatória.

Porém, esta nova ideologia possui fundamento? O que diz o senso comum? O que diz a Bíblia?

CONCEITO DE RELIGIÃO

Para encontrarmos o real significado da palavra “religião” devemos procurar na fonte mais autorizada do mundo, no que se refere ao significado das palavras em espanhol[*]: o dicionário da Real Academia Espanhola; e, depois, em outra fonte para ser facilmente verificada por vocês, leitores.

O dicionário da Real Academia Espanhola nos dá como significado principal e secundário da palavra “religião” os seguintes:

Dicionário da Real Academia Espanhola: Religião [Do lat. religĭo, -ōnis] 1. Conjunto de crenças ou dogmas acerca da divindade, dos sentimentos de veneração e temor para com ela, das normas morais para a conduta individual e social, e das práticas rituais, principalmente a oração e o sacrifício para prestar-lhe culto. 2. Virtude que move a prestar a Deus o culto devido.

A enciclopédia Microsoft Encarta diz:

Enciclopedia Microsoft Encarta, Religião: Em termos gerais, forma de vida ou crença baseada em uma relação essencial de uma pessoa com o universo, ou com um ou vários deuses. Neste sentido, sistemas tão diferentes como Budismo, Cristianismo, Hinduísmo, Judaísmo e Xintoísmo podem ser considerados religiões. No entanto, em um sentido aceito de uma forma corrente, o termo religião se refere à fé em uma ordem do mundo criado pela vontade divina, o acordo com o qual constitui o caminho de salvação de uma comunidade e, portanto, de cada um dos indivíduos que desempenhem um papel nessa comunidade. Neste sentido, o termo se aplica sobretudo a sistemas como Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, que implicam fé em um credo, obediência a um código moral estabelecido nas Escrituras Sagradas e participação em um culto. Em seu sentido mais estrito, o termo alude ao sistema de vida de uma ordem monástica ou religiosa.

Resumindo: dos significados que a Real Academia Espanhola e a Enciclopédia [Encarta] nos oferece, podemos concluir que “religião” é a forma que cada pessoa possui de se relacionar com Deus, prestando-lhe o culto que Lhe é devido.

Sob este conceito, o Cristianismo é definitivamente uma religião. O mesmo dicionário da Real Academia o define:

Dicionário da Real Academia Espanhola: Cristianismo 1. Religião cristã.

A enciclopédia Encarta nos apresenta uma definição semelhante:

Enciclopédia Microsoft Encarta: Cristianismo: religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo segundo se recolhem nos Evangelhos, que marcou profundamente a cultura ocidental e é atualmente a maior do mundo. Está amplamente presente em todos os continentes do globo e é professada por mais de 1,7 bilhão de pessoas.

O Cristianismo não somente é mundialmente considerado como religião como também é a maior do mundo. Afirmar-se cristão e dizer que seu cristianismo “não é religião” é simplesmente rejeitar o significado da palavra, viver em um universo imaginário onde as palavras significam para si o que quer que signifiquem, embora não o signifiquem para “o resto do mundo”.

Se você é cristão, o Cristianismo é a SUA RELIGIÃO; quanto a isso, não resta dúvida. Não importa que alguém não goste dessa palavra, que tenha desenvolvido antipatia por ela. O significado não será alterado em todos os dicionários do mundo apenas porque tal pessoa “sinta” ou “acredite” que [a sua fé] não é “religião”.

Muitos poderão querer dar à palavra o seu próprio significado, mas sua posição terá fundamento para o senso comum?

A RELIGIÃO SEGUNDO A BÍBLIA

Passemos agora para o segundo ponto; vejamos o que diz a Palavra de Deus sobre “religião”, já que se a posição de [alguns] irmãos [separados] faz sentido, deverá haver alguma passagem bíblica apoiando tal posição. Será que há?

NÃO, não há! Não há em toda a Bíblia nem uma só passagem que fale mal da religião, ainda que seja só um pouquinho. Ao contrário, a palavra “religião”, “religioso”, “religiosa” aparece 7 vezes e em nenhuma delas se pode verificar um significado negativo; muito pelo contrário.

João 9,31 – “Sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas, se alguém é religioso e cumpre a Sua vontade, será ouvido”.

A passagem acima narra a forma como o cego refuta os fariseus que não explicavam como ele pôde ter sido curado por Jesus. Quando os fariseus O insultam, ele lhes responde com estas sábias palavras, para dar-lhes a entender que se Cristo o curou é porque Deus O escutava; muito interessante, aliás, as palavras que emprega: “se alguém é religioso e cumpre a Sua vontade, será ouvido”.

O próprio Paulo, quando foi perseguido pelos judeus, foi perseguido em razão da “sua religião”, como nos ensina a Bíblia:

Atos 25,19 – “Apenas tinham contra ele algumas discussões acerca de sua própria religião e sobre um tal Jesus, já morto, o qual Paulo afirmava que vivia”.

Muitos podem dizer que possuem religião, porém, Paulo não era cristão? E a Bíblia diz que Paulo possuía religião! Se Paulo tinha religião e era perseguido em razão dela, porque esses não têm religião?
Paulo posteriormente explica que ele havia sido fariseu e alega que o Judaísmo era a “sua religião”:

Atos 26,5 – “Eles me conhecem há muito tempo e se quiserem podem testemunhar que tenho vivido como fariseu conforme a seita mais estrita da nossa religião”.

Importante observar que ele não diz que essa já não é mais a sua religião. Notemos que quando Paulo diz “nossa religião” implica que a considera “sua também”. O Judaísmo era a verdadeira religião, mas agora alcançava sua plenitude com Cristo. Paulo não trocou de Deus, mas O conheceu em plenitude através da revelação de Jesus Cristo.

Uma das passagens mais contundentes que menciona a palavra “religião” é a seguinte:

Tiago 1,26-27 – “Se alguém  se crê religioso mas não coloca freio em sua língua, engana seu próprio coração e sua religião é vã. A religião pura e intocável diante de Deus Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas em sua tribulação e conservar-se incontaminado pelo mundo”.

Esta passagem é muito, mas muito ilustrativa para o assunto que estamos tratando. Esta passagem nos explica “como se deve viver a religião” e começa dizendo que nossa religião é vã se não colocamos freio em nossa língua e continua descrevendo-nos as características da verdadeira religião.

Essa passagem não diz que a religião é coisa má ou que o cristão não tem religião, mas existe “uma religião pura e intocável diante de Deus Pai”; uma religião cuja característica é que se viva a partir do interior, não como um mero cumprimento de preceitos, mas impregnada de uma fé viva que se manifesta em obras, em caridade para com os necessitados e por manter uma vida isenta de pecado.

O problema nunca foi a religião, pois a religião é indispensável. O problema para muitos de nós pode ter sido viver a religião exteriormente e não a partir do interior. Não possuir uma religião baseada sobre uma fé viva, ativa – uma “fé sem obras”, no dizer de São Tiago – é uma fé morta.

Tiago 2,26 – “Porque assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”.

DE ONDE VEM ESTA REJEIÇÃO À RELIGIÃO POR PARTE DOS IRMÃOS?

Muitos irmãos separados, ao tentarem se desligar de normas e dogmas, além de possuir fortes sentimentos anticatólicos, têm tratado de redefinir a palavra  “religião”, associando-a com um simples e mero “cumprimento de preceitos”. Pois bem: após terem feito tal associação e redefinição da palavra, para que não se vejam afetados pela mudança, “desfazem o nó” dizendo que o que praticam não é “religião” (mas o que os outros fazem, sim). É uma forma inovadora de se distinguirem como um “verdadeiro crente livre de dogmas e religiões”, oferecendo-lhes uma sensação de liberdade, permitindo-lhes não estar sujeito a nenhuma espécie de autoridade, exceto naquilo que entendem da Bíblia e sob suas próprias interpretações. Se não gostam do que alguma igreja diz, mudam para outra; e se forem carismáticos, talvez fundem uma nova. Como já existem milhares [de igrejas] e já foras empregados quase todos os nomes conhecidos, talvez acabem chamando de “Pare de Sofrer” ou “Testemunhas de Deus”. E, por fim, o que resta?

Eu a chamaria de “apenas mais uma religião”, mas “sob medida”. Isto não está de acordo com o que exige a Palavra de Deus:

1Coríntios 1,10 – “Vos conjuro, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo: tenham todos um mesmo pensar e não haja divisões entre vós; ao contrário, estejais unidos em uma mesma mentalidade e juízo”

A passagem acima não é uma “sugestão”, mas uma “ordem” em nome de Cristo, que exige dos cristãos UNIDADE; não uma unidade aparente, mas uma unidade que implica coesão de fé, quer em mentalidade, quer em juízo.

QUAL A CONSEQUÊNCIA DESSA IDEOLOGIA?

Sem que percebam, estão apoiando o lema marxista sob o qual milhares de cristãos foram perseguidos e submetidos. Ei-lo:

“A religião é o ópio dos povos” (Karl Marx).

E prepara o cristão pouco instruído a tornar-se vítima do enganoso [movimento de] Nova Era, que prega exatamente o mesmo, mas que todavia segue adiante, afirmando que todas as religiões são iguais (inclusive o Cristianismo). Para eles, Cristo é apenas um ser iluminado, rebaixado ao nível de Maomé, Sai Baba, Dalai Lama e tantos outros.

E QUAL É A VERDADE?

Nós, cristãos, temos uma verdade clara:

João 14,6 – “Disse Jesus: ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim”.

Cristo é o único caminho para o Pai. Portanto, Cristo não é religião, mas “a verdadeira religião”, “a religião em plenitude”, “a forma perfeita de se relacionar com o Pai”. Não há outro nome pelo qual os homens possam ser salvos. Porém, estar unido a Cristo é estar unido à Igreja, que é o seu Corpo.

CONCLUSÃO

Quando um irmão tornar a vir com a “profunda” frase: “Cristo não é religião”, tente fazê-lo entender que está repetindo um lema novo e sem sentido; um lema que nem sequer os protestantes pregavam no século passado e que tampouco pregam hoje as igrejas protestantes tradicionais. Peça para que ele argumente biblicamente o que afirma, que analise o que está dizendo, que perceba que só está repetindo “o lema do pastor”, mas que é algo que realmente não possui o menor fundamento bíblico. Tente fazê-lo entender o real significado da palavra… Talvez você consiga fazê-lo refletir e, assim, perceber que está repetindo algo “sem fundamento”.

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NOTA
[*] Definições semelhantes podem ser facilmente encontradas em dicionários da língua portuguesa; p.ex: “Moderno Dicionário da Língua Portuguesa – Michaelis”, um dos mais extensos em significados: religião – re.li.gião – sf (lat religione) [1] Serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces e observância do que se considera mandamento divino. [2] Sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador. [3] Culto externo ou interno prestado à divindade. [4] Crença ou doutrina religiosa; sistema dogmático e moral. [5] Veneração às coisas sagradas; crença, devoção, fé, piedade.[6] Prática dos preceitos divinos ou revelados. [7] Temor de Deus. [8] Tudo que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e indeclinável. [9] Ordem ou congregação religiosa. [10] Ordem de cavalaria. [11] Caráter sagrado ou virtude especial que se atribui a alguém ou a alguma coisa e pelo qual se lhe presta reverência. [12] Conjunto de ritos e cerimônias, sacrificais ou não, ordenados para a manifestação do culto à divindade; cerimonial litúrgico. [13] Filos= Reconhecimento prático de nossa dependência de Deus. [14] Filos= Instituição social com crenças e ritos. [15] Filos= Respeito a uma regra. [16] Sociol= Instituição social criada em torno da ideia de um ou vários seres sobrenaturais e de sua relação com os homens. [17] Mística ou ascese. R. do caboclo, Reg (Rio de Janeiro): prática feiticista negra a que se misturam entidades da mística ameríndia. R. do Estado: a professada oficialmente por um Estado sem que, com isso, seja proibida ou impedida a prática das outras. R. natural: a que se baseia somente nas inspirações do coração e da razão, sem dogmas revelados; a religião dos povos primitivos. R. naturalista: veneração ou adoração religiosa da natureza nos animais, nos astros etc.; panteísmo. R. reformada: o mesmo que igreja reformada. R. revelada: a que, como o cristianismo, se baseia numa revelação divina conservada pelas Escrituras Sagradas e pela tradição. Ciência das religiões: estudo das religiões como fenômeno humano universal; pode-se considerar seu aspecto histórico (história das religiões), psíquico (psicologia da religião) e social (sociologia da religião). Filosofia da religião: tratado das questões relativas à sua essência e verdade (
N.doT.).

Famoso socialista francês ateu fez que seu filho estudasse religião

O político socialista e ateu Jean Jaurès, fundador do jornal francês L’Humanité, buscou que seu filho recebesse uma educação cristã já que segundo ele, uma instrução e educação nunca “seriam completas sem um estudo sério da religião”.

Em uma carta escrita e publicada por Jaurès em seu próprio jornal e da que se desconhece a data, o escritor declarado abertamente ateu, nega rotundamente ao seu filho a dispensa de uma justificativa que solicitou o jovem para ser eximido da educação religiosa.

“Esta justificativa querido filho, não a envio, nem a enviarei jamais”, indicou.

“Como seria completa sua instrução sem um conhecimento suficiente das questões religiosas sobre as quais todo mundo discute? Você quer, por sua ignorância voluntária, não poder dizer uma palavra sobre estes assuntos sem se expor a soltar um disparate?”, questiona o pensador francês.

“É preciso confessá-lo –diz o texto- a religião está intimamente unida a todas as manifestações da inteligência humana; é a base da civilização e é ficar fora do mundo intelectual e condenar-se a uma manifesta inferioridade não querer conhecer uma ciência que estudaram e que possuem em nossos dias tantas inteligências preclaras”.

“Não é porque deseje que seja clerical, apesar de que não há nisto nenhum perigo, nem o há tampouco em que professe as crenças que te exponha o professor”, mas “tenho empenho decidido em que sua instrução e sua educação sejam completas, e não o seriam sem um estudo sério da religião”.

O político assinala que é necessário “conhecer as convicções e os sentimentos das pessoas religiosas”, e ao menos “compreendê-las para poder guardar-lhes o respeito, as considerações e a tolerância que lhes são devidas. Ninguém será jamais delicado, fino, nem sequer apresentável sem noções religiosas”.

Ao mesmo tempo, Jaurès recorda que a compreensão da religião é fundamental para certificar-se completamente do mundo que nos rodeia “o que você entenderia desde a história da Europa e do mundo inteiro depois de Jesus Cristo, sem conhecer a religião, que mudou a face do mundo e produziu uma nova civilização?”.

Na arte “o que serão para ti as obras primas da Idade Média e dos tempos modernos, se não conhecer o motivo que as inspirou e as idéias religiosas que elas contêm?”.

Nas letras “pode deixar de conhecer não só a Bossuet, Fenelón, Lacordaire, De Maistre, Veuillot e tantos outros que se ocuparam exclusivamente de questões religiosas, mas também a Corneille, Racine, Hugo, em uma palavra a todos estes grandes professores que deveram ao cristianismo suas mais belas inspirações?”.

Quanto a ao direito, a filosofia ou a moral “pode ignorar a expressão mais clara do Direito Natural, a filosofia mais estendida, a moral mais sábia e mais universal?”, “este é o pensamento do Jean Jacobe Rousseau”, sublinha.

O pensador ateu assinala ademais que até nas ciências naturais e as matemática “encontrará a religião: Pascal e Newton eram cristãos ferventes”, “Ampere era piedoso”, e “Pasteur provava a existência de Deus e dizia ter recuperado pela ciência a fé”.

Quanto à liberdade de consciência “muitos anti-católicos conhecem pelo menos medianamente a religião; outros receberam educação religiosa”, e portanto “sua conduta prova que conservaram toda sua liberdade”.

“Você se surpreenderá com esta carta, mas você precisa meu filho, que um pai diga sempre a verdade a seu filho. Nenhum compromisso poderia me eximir dessa obrigação”, conclui o escrito.

A íntegra foi publicado pela revista cristã Igreja Viva, no número 219 do terceiro trimestre de 2004.

Jean Jaurès

Jean Jaurès, cujo nome completo era Auguste Marie Joseph Jean Léon Jaurès foi um político socialista ateu francês nascido no dia 3 de setembro de 1859 em Castres, França.

Foi deputado pela Partido Operário Francês em 1889, mantendo-se como parlamentar até 1898. Posteriormente foi eleito também nas eleições de 1902, 1906, 1910 e 1914.

Em 1904 fundou o periódico L’Humanité, e em 1905 conseguiu unir sob sua liderança aos socialistas franceses, formando a Seção Francesa da Internacional Operária.

Jaurés foi assassinado em Paris em 31 de julho de 1914, em vésperas do começo da primeira guerra mundial.

Vaticano: com crucifixo, Tribunal Europeu apoia liberdade religiosa

Uma decisão que “faz história”

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 18 de março de 2011 (ZENIT.org) – A sentença emitida hoje pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo, a favor da exposição do crucifixo nas escolas na Itália, recebeu o elogio da Santa Sé, que a considera uma decisão que “faz história” no reconhecimento da liberdade religiosa.

O Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, publicou uma declaração para expressar a “satisfação” do Vaticano ao ter lido esta “sentença sumamente comprometedora”.

Um caso histórico

Os países que apoiaram oficialmente a Itália foram: Armênia, Bulgária, Chipre, Grécia, Lituânia, Malta, Mônaco, Romênia, Rússia e San Marino.

O caso havia sido apresentado ao Tribunal de Estrasburgo por Soile Lautsi, uma cidadã italiana de origem finlandesa, que em 2002 pediu à escola pública “Vittorino da Feltre”, em Abano Terme (Pádua), na qual estudavam seus dois filhos, que retirasse os crucifixos das salas de aula. A direção da escola recusou-se, por considerar que o crucifixo é parte do patrimônio cultural italiano e, posteriormente, os tribunais italianos deram razão a este argumento.

No entanto, uma sentença de primeira instância do Tribunal de Estrasburgo decidiu, por unanimidade, impor a retirada de crucifixos nas escolas italianas e ordenou que o governo italiano pagasse à mulher uma indenização de € 5.000 por danos morais, considerando que a presença de crucifixos nas escolas é “uma violação dos direitos dos pais de educar seus filhos segundo suas convicções” e da “liberdade dos alunos”.

Diante do recurso interposto pelo Estado italiano, o Tribunal Europeu se contrapôs radicalmente àquela primeira sentença, estabelecendo, por 15 votos a favor e 2 contra, que a presença de crucifixos nas salas de aula não é “uma violação dos direitos dos pais de educar seus filhos segundo suas convicções” e da “liberdade de religião dos alunos”, já que “não existem elementos que possam provar que o crucifixo afeta eventualmente os alunos”.

Os direitos não estão contra a liberdade de religião

O Pe. Lombardi explicou, em seu comunicado, que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos “reconhece, em um nível sumamente autorizado e internacional, que a cultura dos direitos humanos não deve se opor aos fundamentos religiosos da civilização europeia, aos quais o cristianismo ofereceu uma contribuição essencial”.

“Também se reconhece, segundo o princípio da subsidiariedade, que é um dever garantir a cada país uma margem de apreciação do valor de símbolos religiosos em sua própria história cultural e na identidade nacional e local de sua exposição”, acrescenta.

“A nova sentença do Tribunal Europeu é bem-vinda também porque contribui efetivamente para restabelecer a confiança no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por parte de muitos europeus, convictos e cientes do papel determinante dos valores cristãos em sua própria história, mas também na construção da unidade europeia e na sua cultura de direito e liberdade”, concluiu o comunicado vaticano.

Aborto, Religião e os candidatos à presidência do Brasil

Caríssimos irmãos e irmãs

Estamos vivendo os momentos finais da disputa à presidência da republica do Brasil.

Desde o primeiro turno muitas coisas mudaram, entre elas a forma como os candidatos tratam as questões relativas a religião e aborto.

Hoje vemos ambos os candidatos se apresentando como católicos convictos ou genericamente “cristãos” para não ofender nossos irmãos evangélicos.

O objetivo deste artigo não é defender um dos candidatos e sim de mostrar a todos os católicos que durante uma campanha eleitoral muitas mentiras são contadas.

Assistindo aos vídeos abaixo, você caro leitor, poderá tirar suas próprias conclusões.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ITAwV6gg3kY[/youtube] [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=EdNJwnN_vV0[/youtube]

Espanha: três de cada quatro alunos escolhem aula de religião católica

MADRI, terça-feira, 9 de março de 2010 (ZENIT.org).- Três de cada quatro alunos escolheram voluntariamente estudar, nas escolas espanholas, a disciplina de ensino religioso e moral católica, durante o curso atual, 2009-2010.

Isso é demonstrado pelo relatório anual sobre o número de alunos que recebem esta formação, da Comissão Episcopal de Educação e Catequese da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), que foi divulgado na sexta-feira.

Segundo a CEE, atualmente, 3.430.654 de alunos estudam a matéteria de religião, em um total de 4.759.190, o que representa 72,1%.

Por tipos de escola, a porcentagem de alunos que estudam religião em escolas católicas aumentou para 99,5%.

Em escolas estaduais, a média percentual entre todas as etapas é de 64,1% e nas escolas particulares a média é de 71%.

Para os bispos, “os dados são significativos se levarmos em conta as dificuldades que são enfrentadas no ambiente de ensino”.

O episcopado denunciou várias vezes que a Lei Orgânica de Educação (LOE) introduziu novas barreiras para a escolha da disciplina de religião.

Entre elas, destaca “a configuração da matéria de religião como um peso desnecessário ao currículo escolar”, segundo um comunicado da CEE.

Os bispos agradecem a confiança de professores e alunos, que, “apesar das graves dificuldades, exercem a cada ano, voluntariamente, seu direito fundamental de escolher a formação religiosa e moral católica”.

Também a dedicação dos professores de religião que “em meio de tantos obstáculos jurídicos, acadêmicos e sociais, servem com empenho e dedicação para a formação religiosa de seus alunos”.

Sacerdote é “homem do futuro”, afirma Papa

Bento XVI se dirige de forma mais pessoal a cada sacerdote

Por Inma Álvarez

CASTEL GANDOLFO, terça-feira, 29 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- “O sacerdote é o homem do futuro”, porque “levou a sério a busca das coisas do alto”: assim afirma o Papa em uma carinhosa mensagem aos sacerdotes, que foi gravada e transmitida no Encontro Sacerdotal Internacional que está sendo realizado em Ars (França).

O Papa lamenta “não poder estar presente” com eles e espera, com essa mensagem, falar “a cada um de vós da maneira mais pessoal possível”.

O encontro, por ocasião do Ano Sacerdotal, convocado no 150º aniversário da morte de São João Maria Vianney, começou ontem e durará até o dia 4 de outubro, precisamente em Ars, presidido pelo cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena.

Em sua mensagem, Bento XVI fala sobre a figura do sacerdote e recorda, com palavras do Santo Cura de Ars, que “um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, este é o maior tesouro que Deus pode conceder a uma paróquia”.

Para o Papa, o maior desafio do sacerdote de hoje é “ser, mais que nunca, um homem de alegria e de esperança”.

“Aos homens que já não podem conceber que Deus seja Amor puro, ele afirmará sempre que a vida vale a pena ser vivida e que Cristo lhe confere todo o seu sentido porque Cristo ama os homens, todos os homens.”

“A religião do Cura de Ars é uma religião da alegria, não uma busca mórbida da mortificação, como às vezes se acreditou”, acrescentou o Papa, citando novamente o santo: “Nossa felicidade é grande demais; não, não, nunca poderemos compreendê-la”.

A Eucaristia é o futuro

O Papa quis centrar-se especialmente na importância da Eucaristia e ajudar os sacerdotes a “serem conscientes” da profundidade deste mistério.

“As frases simples, mas densas, do Santo Cura sobre a Eucaristia nos ajudam a perceber melhor a riqueza desse momento único do dia no qual vivemos um face a face vivificante para nós mesmos e para cada um dos fiéis: a felicidade que existe em celebrar a Missa só será compreendida no céu”, disse.

Assim, acrescentou que “o que for feito na terra está na ordem dos meios ordenados ao Fim último. A Missa é o único ponto de união entre os meios e o Fim, porque nos permite contemplar Aquele que adoraremos na eternidade”.

“Agradecendo-vos por serdes o que sois, repito-vos: nada substituirá jamais o ministério dos sacerdotes na vida da Igreja.”

Pensai nas inúmeras absolvições que destes e que dareis, permitindo a um pecador que seja perdoado. Vossas mãos, vossos lábios, convertem-se, no espaço de um instante, nas mãos e nos lábios de Deus”, afirmou o Papa.

Como dizia o Santo Cura: “Se a pessoa tivesse fé, veria Deus escondido no sacerdote como uma luz atrás de um vidro, como um vinho misturado com a água”.

Palavras de ânimo

Bento XVI quis, antes de mais nada, animar os sacerdotes e assegurar-lhes a proximidade da Igreja, assim como seu interesse pessoal por sua situação.

Em especial, quis mostrar seu afeto “a aqueles dentre vós que têm uma carga pastoral de várias igrejas e que se desgastam sem cessar mantendo a vida sacramental em suas diferentes comunidades”.

“O reconhecimento da Igreja é imenso com relação a vós! Não percais o valor, mas continuai rezando para que numerosos jovens aceitem responder ao chamado de Cristo”, exortou.

Afirmou também que o sacerdote “carrega a graça em um vaso de argila”, mas precisamente” a consciência desta fraqueza nos abre à intimidade de Deus, que nos dá força e alegria”.

“Quanto mais o sacerdote perseverar na amizade de Deus, mais continuará a obra do Redentor na terra”, concluiu.

Aprovação do Acordo Brasil-Santa Sé será “gesto de lucidez”, diz arcebispo

Dom Walmor de Azevedo enfatiza que tratado respeita a laicidade do Estado

BELO HORIZONTE, sexta-feira, 14 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, considera que será um “gesto de lucidez” dos deputados aprovar no Plenário da Câmara o Acordo Brasil-Santa Sé.

O Acordo foi aprovado nessa quarta-feira pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Poderá agora ser apreciado por outras Comissões da Câmara ou seguir direto para a votação em Plenário.

O arcebispo explica primeiramente –em artigo enviado a Zenit hoje– que “o entendimento da laicidade não pode, absolutamente, tornar-se um aríete iconoclasta destruidor da força própria que a experiência da fé possui em si – com propriedade específica para configurar sociedades mais equilibradas norteando-as com princípios de validade universal e fecundidade própria”.

A discussão do Acordo Brasil-Santa Sé –prossegue Dom Walmor– “tem ensejado abordagens que estão iluminando compreensões que precisam considerar elementos outros com importância própria”.

“Há quem aponte, por limitação no uso de conceitos e princípios, que um Acordo internacional desta ordem seja um simples privilégio para a Igreja Católica em detrimento de outras opções confessionais.”

“Este tipo de consideração nivela o que precisa ser considerado na diferença para não se perder a riqueza própria de cada contribuição, ou conjunto de contribuições próprias, que vem do exercício singular de cada confissão religiosa”, afirma.

A proposta do Acordo Brasil-Santa Sé “põe em evidência a herança ética, espiritual e religiosa de uma história – como frisa o Papa Bento XVI, herança nascida da fé”.

“E que não pode ser considerada como menos importante do que o numerário em divisas como posse de uma sociedade ou mesmo em relação aos seus superávits primários ou secundários.”

O arcebispo de Belo Horizonte considera que “desconhecer ou desconsiderar esta herança da fé como alavanca é cometer um grande crime contra a própria cultura”.

“A fé cristã, com seu arcabouço de valores, oferecida e vivenciada pela missão da Igreja Católica no Brasil, numa história de mais de quinhentos anos, remodelando e alargando perspectivas antropológicas, abrindo caminhos novos de comprometimentos com os pobres, produzindo cultura, em valores, monumentos, arte e educação – esta fé cristã católica não pode, repentinamente, ser desconsiderada ou vista como possivelmente nociva ao conceito de laicidade do Estado.”

“A maneira de viver e pensar da sociedade brasileira tem nesta alavanca da fé cristã católica uma herança de alta qualidade e indispensável significação, em se considerando também o cenário mundial”, afirma Dom Walmor.

Na verdade –assinala o arcebispo– “trata-se, não de uma tinta, mas de questão de raiz na história e na vida de um povo”.

“Assim, o Acordo Brasil-Santa Sé caracteriza-se pela vontade de respeitar a laicidade do Estado. Uma laicidade positiva, entendida não como aquela que preconceituosamente considera a religião como perigo ou nega o seu direito próprio e histórico.”

Dom Walmor destaca que “espera-se a aprovação deste Acordo, no plenário da Câmara dos Deputados, como gesto de lucidez, garantia de diferenças, direitos, reconhecimento da fé na busca dos equilíbrios que só ela oferece –  não como privilégio, mas como trunfo e alavanca”.

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