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Sexo antes do casamento, adultério e a prática homossexual continuam sendo pecado.

Fonte: Blog do Padre Luís Fernando

1. Secularismo e relativismo como causas da perda do sentido do pecado

Na homilia do natal de 2012 o Papa Bento XVI aludiu ao problema do relativismo que corrói a moral desde dentro tocando no problema de fundo: a recusa de Deus.

Deus tem verdadeiramente um lugar no nosso pensamento? A metodologia do nosso pensamento está configurada de modo que, no fundo, Ele não deva existir. Mesmo quando parece bater à porta do nosso pensamento, temos de arranjar qualquer raciocínio para O afastar; o pensamento, para ser considerado «sério», deve ser configurado de modo que a «hipótese Deus» se torne supérflua. E também nos nossos sentimentos e vontade não há espaço para Ele. Queremo-nos a nós mesmos, queremos as coisas que se conseguem tocar, a felicidade que se pode experimentar, o sucesso dos nossos projetos pessoais e das nossas intenções. Estamos completamente «cheios» de nós mesmos, de tal modo que não resta qualquer espaço para Deus. E por isso não há espaço sequer para os outros, para as crianças, para os pobres, para os estrangeiros. Fonte aqui.

Sensível a esta perda do sentido de Deus pela sociedade contemporânea, o Beato Papa João Paulo II, de feliz memória, escreveu na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Reconciliatio et Paenitencia a mitigação do sentido do pecado promovido pelas ciências humanas secularistas:

O «secularismo», que, pela sua própria natureza e definição, é um movimento de ideias e de costumes, o qual propugna um humanismo que abstrai de Deus totalmente, concentrado só no culto do empreender e do produzir e arrastado pela embriaguez do consumo e do prazer, sem preocupações com o perigo de «perder a própria alma», não pode deixar de minar o sentido do pecado.Desvanece-se este sentido do pecado na sociedade contemporânea também pelos equívocos em que se cai ao apreender certos resultados das ciências humanas. Com base nalgumas afirmações da psicologia, a preocupação de não tachar alguém como culpado nem pôr freio à liberdade leva a nunca reconhecer uma falta. Por indevida extrapolação dos critérios da ciência sociológica acaba-se — como já aludi — por descarregar sobre a sociedade todas as culpas, de que o indivíduo é declarado inocente. E uma certa antropologia cultural, por seu lado, à força de aumentar os condicionamentos e influxos ambientais e históricos, aliás inegáveis, que agem sobre o homem, limita-lhe tanto a responsabilidade que não lhe reconhece já a capacidade de fazer verdadeiros atos humanos e, por consequência, a possibilidade de pecar. 

O sentido do pecado decai facilmente, ainda, sob a influência de uma ética que deriva dum certo relativismo historicista. Pode tratar-se da ética que relativiza a norma moral, negando o seu valor absoluto e incondicionado e negando, por consequência, que possam existir atos intrinsecamente ilícitos, independentemente das circunstâncias em que são realizados pelo sujeito (RP n. 18). 
2. Os pecados mortais

E dado que com o pecado o homem se recusa a submeter-se a Deus, também se transtorna o seu equilíbrio interior; e, precisamente no seu íntimo, irrompem contradições e conflitos. Assim dilacerado, o homem produz, quase inevitavelmente, uma laceração no tecido das suas relações com os outros homens e com o mundo criado. É uma lei e um fato objetivo, que têm confirmação em muitos momentos da psicologia humana e da vida espiritual, como aliás na realidade da vida social, onde é fácil observar as repercussões e os sinais da desordem interior. O mistério do pecado é formado por esta dupla ferida, que o pecador abre no seu próprio seio e na relação com o próximo (RP, n. 15)

O pecado é sempre esta aversão livre e consciente à lei divina. No entanto, o pecado mortal leva à morte da caridade na alma de quem o faz ao passo que o pecado venial não porque subsiste no cristão a esperança da remissão, não priva o crente da amizade divina nem da graça santificante. Neste sentido, o pecado é uma desordem perpetrada pelo homem na ordem justa criada por Deus. Assim, o pecado gera uma dívida de justiça que pode ser expiada nesta vida com sofrimentos ou provações ou ainda na vida futura, no purgatório. Os pecados cometidos, não arrependidos e não confessados, sendo mortais, tem o poder de provocar a “segunda morte” conforme o Apocalipse, ou à morte espiritual, conforme a primeira carta de João, a que chamamos inferno.
Para esclarecer a mortalidade dos pecados é preciso dizer que são mortais todos os pecados que tem por objeto uma matéria grave e que é cometido com liberdade de escolha e consciência por parte do indivíduo. Alguns pecados além de ser mortais são intrinsecamente maus, ou seja, independentemente das circunstâncias em que aconteçam são por si e em si maus por causa do objeto a que se destina esse pecado. Um exemplo dos pecados intrinsecamente maus é o aborto: seu objeto não é de nenhum modo bom. Assim, o aborto é um ato intrinsecamente mau independente das circunstâncias.
A mortalidade do pecado reside ainda no fato de que a pessoa de modo consciente e livre rejeita Deus, sua lei, sua aliança e sua caridade e volta-se para si mesmo ou para qualquer realidade finita. É sempre um ato que ofende gravemente a Deus e acaba por se voltar contra o próprio homem (RP, n. 17).
4. Os pecados contra o sexto mandamento da lei de Deus
O primeiro mandamento da Lei de Deus é: amar a Deus sobre todas as coisas. Deste mandamento derivam todos os demais. Juntos, os 10 mandamentos são agrupados em dois grupos: os pecados contra Deus e os pecados contra o próximo, como bem resumiu Jesus nos evangelhos. Em suma, cada pecado que se comete é sempre um pecado contra a caridade. Ou contra a caridade de Deus ou uma falta contra o próximo.
Nenhum ser humano foi criado para servir-se a si mesmo. Nós recebemos de Deus a vida e a liberdade não para vivermos como quisermos, mas, para viver segundo Deus (CIC, n. 1731).

Os homens de hoje apreciam grandemente e procuram com ardor esta liberdade; e com toda a razão. Muitas vezes, porém, fomentam-na de um modo condenável, como se ela consistisse na licença de fazer seja o que for, mesmo o mal, contanto que agrade. A liberdade verdadeira é um sinal privilegiado da imagem divina no homem. Pois Deus quis “deixar o homem entregue à sua própria decisão”,  para que busque por si mesmo o seu Criador e livremente chegue à total e beatífica perfeição, aderindo a ele. Exige, portanto, a dignidade do homem que ele proceda segundo a própria consciência e por livre decisão, ou seja movido e determinado pessoalmente desde dentro e não levado por cegos impulsos interiores ou por mera coação externa. O homem atinge esta dignidade quando, libertando-se da escravidão das paixões, tende para seu fim pela livre escolha do bem e procura a sério e com diligente iniciativa os meios convenientes. A liberdade do homem, ferida pelo pecado, só com a ajuda da graça divina pode tornar plenamente efetiva esta orientação para Deus. E cada um deve dar conta da própria vida perante o tribunal de Deus, segundo o bem ou o mal que tiver praticado (GS, n. 17)

O texto de Gaudium et Spes fala inequivocamente de um mau uso da liberdade, uma sua confusão, e da escravidão das paixões e apetites humanos. Os gregos, milênios antes de nós, já haviam descoberto que as paixões humanas – seus humores por assim dizer – podem escravizar o homem. É este, por exemplo, o tema do diálogo O Banquete, de Platão, no qual se fala do Eros, sim, mas se condena o vício. O vício é altamente condenável na cultura grega a tal ponto que chegou a gerar uma linha filosófica: o estoicismo. Vivendo milênios após os filósofos gregos, após a sabedoria de quem escreveu os evangelhos e após Jesus Cristo, o homem esqueceu-se dessas reles verdades e exaltou as paixões aos “altares” da contemporaneidade. Aqui se inserem os pecados contra o sexto mandamento da Lei de Deus: uma perversão do verdadeiro sentido do que seja humano e do que seja liberdade. Penso que passaríamos vergonha em Atenas…
Ignorando que cada qual prestará contas a Deus daquilo que tiver feito (crendo ou não em Deus), o tempo presente provoca, aprova, sanciona e legitima tais pecados. É preciso dizê-lo: são pecados contra a Lei de Deus, seu objeto é grave e se cometidos precisam ser confessados, depois de arrependidos. Caso a pessoa morra sem confissão, confiamo-la à misericórdia de Deus que excede nossa razão. No entanto, não nos é permitido, igualmente, afirmar que tal pessoa alcançou a salvação dado suas disposições exteriores em contrário.

Exclusão de Deus, ruptura com Deus, desobediência a Deus: é isto o que tem sido, ao longo de toda a história humana, e continua a ser, sob formas diversas, o pecado, que pode chegar até à negação de Deus e da sua existência: é o fenômeno chamado ateísmo. Desobediência do homem, que — com um ato da sua liberdade — não reconhece o senhorio de Deus sobre a sua vida, pelo menos naquele momento determinado em que viola a sua lei (RP, n. 14).

 5. O chamado à conversão

Como escreve Santo Tomás de Aquino: “não há que desesperar da salvação de ninguém nesta vida, consideradas a onipotência e a misericórdia de Deus. Mas, diante do problema do embate de uma vontade rebelde com Deus infinitamente justo, não se pode deixar de nutrir sentimentos de salutar «temor e tremor», como sugere São Paulo; e o aviso de Jesus sobre o pecado que não é «remissível» confirma a existência de culpas que podem trazer para o pecador, como pena, a «morte eterna» (RP, n. 17).

 Há algum tempo atrás eu ouvi dentro do meu seminário que pregar sobre céu, inferno, pecados mortais e purgatório era fazer teologia do medo. Pois bem, eu estudei esta teologia que é perfeitamente racional e condizente com toda a fé cristã e nada traz de medo, mas, de alerta. Se você sabe que um cão pode lhe morder, porque você se aproximaria dele? Se você sabe que um só pecado mortal pode lhe jogar no inferno – o que não é ilusão, fantasia, teologia do medo ou nada que se assemelhe – então porque deliberadamente consentir no pecado mortal, ou, mais grave ainda, se tornar um pecador contumaz sem arrependimento? Quem, racionalmente, colocaria fogo nas próprias vestes? Pois bem, a teologia sobre os pecados, sua gradação e as penas que lhes sucedem não é uma teologia do medo. É uma teologia da graça e da esperança. A Igreja nunca pregou para desesperar da graça, o que seria absurdo. A Igreja nunca pregou para esquecerem a bondade paterna de Deus. A Igreja nunca pregou apenas os pecados e suas penas. A Igreja pegou pecado e remissão, confissão e arrependimento, arrependimento e graça. A pregação da Igreja foi sempre coerente com aquilo que disse e fez o seu divino fundador e se colocou no meio dos homens como mãe e mestra, vejamos.
Mãe e mestra de todos os povos, a Igreja Universal foi fundada por Jesus Cristo, a fim de que todos, vindo no seu seio e no seu amor, através dos séculos, encontrem plenitude de vida mais elevada e penhor seguro de salvação. A esta Igreja, “coluna e fundamento da verdade” (cf. 1Tm 3,15), o seu Fundador santíssimo confiou uma dupla missão: de gerar filhos, e de os educar e dirigir, orientando, com solicitude materna, a vida dos indivíduos e dos povos, cuja alta dignidade ela sempre desveladamente respeitou e defendeu. O cristianismo é, de fato, a realidade da união da terra com o céu, uma vez que assume o homem, na sua realidade concreta de espírito e matéria, inteligência e vontade, e o convida a elevar o pensamento, das condições mutáveis da vida terrena, até às alturas da vida eterna, onde gozará sem limites da plenitude da felicidade e da paz. De modo que a Santa Igreja, apesar de ter como principal missão a de santificar as almas e de as fazer participar dos bens da ordem sobrenatural, não deixa de preocupar-se ao mesmo tempo com as exigências da vida cotidiana dos homens, não só no que diz respeito ao sustento e às condições de vida, mas também no que se refere à prosperidade e à civilização em seus múltiplos aspectos, dentro do condicionalismo das várias épocas (MM, n. 1-3).

 Esta nobre e sublime missão da Igreja se revela no seu zeloso amor para com todos os seus filhos gerados na fé. A estes ela “educa” no caminho da salvação, “dirige e orienta” nas verdades da fé. Por isso com carinho, segurança e firmeza de Mãe a Igreja precisa dizer aos seus filhos: Caros meus, nem tudo o que se faz é certo. Nem todas as decisões são boas. Algumas decisões vossas ofendem Nosso Senhor que, contudo, os espera de braços abertos para os acolher e redimir de seus pecados. A vida e a pregação da Igreja é, portanto, um anúncio de salvação. Um raio de sol numa manhã cinza de primavera que ainda carrega o frio do inverno. É gaudio, lufada de ar fresco nesse mundo no qual se respira o ar viciado da luxúria e da lascívia.

Siglas

RP = Exortação Apostólica Pós-Sinodal Reconciliatio et Paenitentia
GS = Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II Gaudium et Spes
CIC = Catecismo da Igreja Católica
MM = Carta Encíclica Mater et Magistra

Irlanda rechaça projeto de lei sobre aborto

DUBLIN, 30 Nov. 12 / 11:05 am (ACI/EWTN Noticias).- A Câmara dos Representantes do Parlamento da Irlanda rechaçou hoje um projeto de lei a favor do aborto apresentado pelo Partido Socialista, que pretendia legalizar esta prática anti-vida em caso de risco para a saúde da mãe.

Conforme assinala a agência Efe, a decisão foi tomada após dois dias de debate depois do qual se votou por impedir a norma.

Antes da votação, a autora do projeto, a deputada socialista Clare Daly, insistiu aos legisladores a “não esperar outros seis meses” para tratar este tema porque este atraso, disse, poderia “ter trágicas consequências” para algumas mulheres como “aconteceu com Savita Halappanavar”.

O caso de Savita Halappanavar foi manipulado pelos promotores do aborto que dizem que sua morte, ocorrida no dia 28 de outubro deste ano, aconteceu porque no Hospital Universitário de Galway não quiseram fazer-lhe o aborto.

Ela ingressou no Hospital Universitário de Galway em 20 de outubro, afligida por fortes dores nas costas. Ao pouco tempo os médicos indicaram-lhe que estava sofrendo um aborto espontâneo.

A mulher pediu que lhe fizessem um aborto, mas os médicos indicaram-lhe que não realizariam esse procedimento até que o coração do bebê deixasse de bater. Em 24 de outubro, a criança morreu e seu corpo foi retirado. Quatro dias depois, a mãe faleceu vítima de septicemia.

O Life Institute divulgou a manobra orquestrada pelos abortistas na Irlanda, ao planejar a difusão nos meios e a pressão política do trágico final da jovem.

A porta-voz do Life Institute, Niamh Uí Bhriain, revelou que tem em seu poder uma cópia de um correio eletrônico, na qual se evidencia que os abortistas conheciam o caso antes que este chegasse aos meios de comunicação, e “de forma muito desagradável (o) descreveram como uma ‘notícia importante para os meios’”.

O correio, com data de 11 de novembro e remetido pela organização abortista Irish Choice Network (ICN), assegura que “uma notícia importante com relação ao aborto aparecerá nos meios de comunicação no início desta semana”.

Por sua parte, MaterCare International assinalou que “com exceção do caso de Savita Halappanavar que foi trágico e fora do comum, a prática da medicina materna na Irlanda foi impecável nas décadas recentes. Irlanda, junto com outros países onde o aborto não está permitido por lei, tem uma das taxas de mortalidade materna mais baixas do mundo”.

Irlanda, indicaram, é “um dos lugares mais seguros no mundo para que as mulheres deem à luz a seus filhos. Alterar dramaticamente estas bem-sucedidas práticas médicas para atender aos buliçosos e ignorantes lobistas seria um erro”.

Os médicos católicos afirmaram que as críticas feitas pelo lobby abortista contra a Igreja “junto com um esforço organizado pelos grupos de pressão tratam de tirar proveito desta perda com o fim de mudar a Constituição da Irlanda para que permita o aborto livre”.

A morte de Savita Halappanavar sublinharam, “é uma trágica perda”, entretanto “não deve ser aproveitado pelos defensores do aborto a fim de promover sua própria ideologia e agenda política”.

Os médicos católicos asseguraram que “se realmente desejamos salvar as vidas das mulheres que morrem durante o parto, devemos respeitar seus direitos como mães e brindar-lhes um cuidado compassivo e especializado”.

Faleceu Bernard Nathanson, outrora chamado “o rei do aborto” que se converteu em líder pró-vida

NOVA IORQUE, 23 Fev. 11 / 10:55 am (ACI)

Bernard Nathanson, o célebre médico que se converteu em um incansável líder pró-vida após realizar 75 mil abortos, faleceu esta segunda-feira 21 de fevereiro em Nova Iorque vítima de câncer.

Nathanson, de 84 anos de idade, foi um dos mais ativos promotores da legalização do aborto nos Estados Unidos e um dos fundadores da Liga de Ação Nacional pelo Direito ao Aborto em 1969 e praticava tantos abortos por dia que seus colegas o batizaram como “o rei do aborto”.

No final da década de 70 graças ao uso da ultra-sonografia se convenceu de que o aborto era o assassinato de um ser humano e começou seu caminho de conversão.

Em 1984 obteve que um amigo médico gravasse o ultra-som de um aborto e a partir desse material realizou o hoje famoso documentário “O grito silencioso” que revela a verdade sobre esta prática anti-vida e assegura que não há justificação alguma para assassinar um não-nascido.

Nathanson, que admitiu ter feito o aborto de um filho seu, atravessou um longo e intenso caminho espiritual no qual deixou de considerar-se um “judeu ateu” para abraçar a fé católica.

Recebeu os sacramentos de iniciação cristã em dezembro de 1996 em uma cerimônia presidida pelo falecido Arcebispo de Nova Iorque, Cardeal John O’Connor.

“Durante dez anos, passei por um período de transição. Senti que o peso de meus abortos se fazia mais oneroso e persistente, pois despertava cada dia às quatro ou cinco da manhã, olhando à escuridão e esperando (mas sem rezar ainda) que se acendesse uma mensagem declarando-me inocente diante de um jurado invisível”, afirmou Nathanson em uma entrevista.

Sua amizade com o sacerdote católico, o Padre John C. McCloskey, permitiu-lhe descobrir que permanecer no agnosticismo, conduzia-o ao abismo e encontrou na fé católica o consolo que procurou por tanto tempo.

Cristo é a referência insubstituível da caridade

Arcebispo convida a promover a cultura cristã

BELO HORIZONTE, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- “Na polissemia das culturas que confeccionam o rico mapa da humanidade na sua história, não se podem desconsiderar o patrimônio e a força de referência da Cultura Cristã”, afirma o arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Em artigo enviado a ZENIT nesta sexta-feira, o prelado afirma que, quem crê em Cristo, tem a tarefa de promover a Cultura Cristã.

O substrato da Cultura Cristã “é consistente e tem força de sustentação de projetos e entendimentos necessários para a construção da paz e a conquista da justiça”.

Essa riqueza – segundo o arcebispo –, “não pode ser relativizada ou travestida por práticas religiosas que reduzem a nobreza e largueza do ideal cristão a interesses que, mesquinhamente, estão no âmago do proselitismo, da prosperidade ou da pretensiosa e falsa manipulação miraculosa da ação e da presença de Deus”.

“A cultura cristã tem uma fonte inesgotável na rica dinâmica da fé que o Cristianismo configura”, explica.

Dom Walmor cita como exemplo “a ajuda clarividente que o Cristianismo oferece quando se trata da distinção entre religião e política e o princípio da liberdade religiosa”.

“É inquestionável o grande relevo, no plano histórico e cultural, desse entendimento. Outros discernimentos geram e alimentam fundamentalismos e totalitarismos perniciosos para a liberdade humana e a indispensável consideração da autonomia das realidades terrestres”, afirma.

“A cultura cristã recebe riquezas fantásticas da dinâmica da fé radicada nos Evangelhos, proporcionando uma visão de equilíbrio indispensável para o presente e futuro da história da humanidade. A fé cristã cultiva e conserva, por sentido de fidelidade, o inestimável patrimônio, em entendimento e prática, da transcendência da pessoa humana.”

O arcebispo enfatiza que a dinâmica da fé cristã “guarda perenemente uma fonte de sustento que a humanidade precisa para encontrar respostas e saídas para questões cruciais vividas nesse momento”.

Dom Walmor recorda que a “preocupação justa com os mecanismos de sustentabilidade da vida em nosso planeta guarda a questão candente e instigante sobre o sentido e o fim da aventura humana, incluindo a sua necessidade de paz e de justiça”.

“Quem, além de Deus, pode oferecer uma resposta plenamente adequada às interrogações humanas mais radicais? Esta resposta, que só Deus pode dar, se revela e se dá no seu Filho, Jesus Cristo, feito homem, o Redentor da humanidade, por sua morte e ressurreição vitoriosa”, afirma.

Cristo “é a fonte inesgotável e referência insubstituível da caridade que pode transformar completamente o homem, fomentando a prática da justiça e fecundando as inadiáveis transformações sociais e políticas”.

Quem crê em Cristo – prossegue Dom Walmor – “tem a tarefa de analisar bem o mapa demográfico, a política e as culturas, empenhando-se na promoção da Cultura Cristã”.

Estado é laico, mas sociedade é marcadamente religiosa, lembra arcebispo

Dom Walmor Oliveira de Azevedo destaca autenticidade do cristianismo

BELO HORIZONTE, segunda-feira, 7 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, considera que a laicidade do Estado “não pode permitir que um tratamento discriminatório ou indiferente venha por parte dele, em se considerando especialmente seu dever de cuidar das necessidades básicas de sua sociedade”.”Seria uma temeridade banir religiões e igrejas dos cenários de uma sociedade”, afirma, em artigo enviado a Zenit na sexta-feira.

O arcebispo assinala que é necessário que a sociedade discuta “questões que dizem respeito à importância e necessidade incontestável da religiosidade na vida de seu povo”.

“Não é, portanto, só o PIB, o pré-sal, a destinação dos seus sonhados resultados financeiros, a sucessão presidencial ou o superávit primário que têm importância e garantem uma sociedade modernizada e desenvolvida.”

Dom Walmor enfatiza que “o que a sua população e instituições podem e sabem discutir e refletir tem força determinante sobre seu destino e desdobramentos na sua história”.

“Não se pode brincar com vivência religiosa, mesmo descontando o natural e insubstituível respeito às liberdades individuais. E menos ainda entender e fazer do afazer religioso um negócio ou exploração mercadológica.”

“Nesta importante discussão de interesse para a sociedade é preciso focar as raízes, motivações e história das práticas religiosas. Não basta simplesmente fazer uma lei geral, considerada por muitos como um risco de liberação geral, para acalmar e acomodar fúrias religiosas ou garantir conivências políticas.”

O arcebispo afirma que “não se pode correr o risco de garantir direitos de inventar uma religião e suas práticas a qualquer um. Do contrário, valerá o que cada um simplesmente disser, como se diz, tirando de ‘detrás da orelha’, e proclamando como verdade e como dogma o que anuncia”.

Então ele explica que “o cristianismo na sua autenticidade, enraizado na tradição judaica, se afirma pelo primado da palavra – que não é anunciado por qualquer pessoa. É o primado da Palavra de Deus. A Palavra de Deus que é Jesus Cristo, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós”.

“Este primado da Palavra exige dos discípulos de Jesus Cristo uma escuta cotidiana desta Palavra. Sem manipulações arriscadas que a enjaula numa panacéia milagreira, reduzindo a exigência de uma experiência de fé, obediência e confiança para transformar a vida, em expectativas de receber simplesmente o que se precisa, como se Deus fosse prateleira de supermercado na qual se apanha, gratuitamente, o que se quer.”

Dom Walmor afirma que o primado da Palavra de Deus “tem no episódio contado por São João no capítulo seis do seu Evangelho, depois da multiplicação dos pães, a direção certa, quando muitos entenderam como duro demais o que Jesus estava dizendo, e o abandonaram”.

“Perguntados os discípulos se queriam ir embora também, Pedro respondeu: ‘A quem iremos nós, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna’. O primado da Palavra de Deus é fonte inesgotável de qualificação de toda palavra que se pronuncia, de todo juízo e de toda edificação. Palavra é vida e compromisso. O primado da Palavra de Deus é exigência de escuta permanente para qualificar o que se diz, e com o que se diz edificar.”

Porque os Católicos Rezam Pelos Mortos?

Os Protestantes dizem que orar pelos mortos, não está na Bíblia. Eles cometem um grande equívoco, pois ouvindo este áudio você pode conferir nas Sagradas Escrituras que existem várias passagens Bíblicas confirmando a oração pelos falecidos. Além disso, já no primeiro século, a prática de orar pelos falecidos era proclamada pelos cristãos

“Joelhofobia”

No simbolismo litúrgico oficial da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, o ato de ajoelhar é o mais significativo gesto corporal de adoração à Nosso Senhor Jesus Cristo, Presente Verdadeiramente no Santíssimo Sacramento do Altar em Corpo, Sangue, Alma e Divindade (Catecismo da Igreja Católica, 1373-1381).

Tenho escutado, entretanto, repetidos relatos de situações que fiéis católicos tem passado tanto aqui no Brasil como em outros países, diante de sacerdotes e ministros da comunhão eucarística que tem negado ministrar o Corpo de Nosso Senhor à quem deseja recebê-Lo ajoelhado, muitas vezes determinando que o fiel se levante em plena fila da Sagrada Comunhão, fazendo-o passar por uma situação humilhante e constrangedora e gerando um escândalo enorme. Mas o que diz a lei da Santa Igreja à respeito disso?

A este respeito, a Sagrada Congregação para os Sacramentos e Culto Divino publicou, em Julho de 2002 um documento proibindo a atitude de sacerdotes que negam ministrar a Comunhão a quem deseja receber Nosso Senhor ajoelhado. Diz o documento: “A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos. (…) Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia. (…) A prática de ajoelhar-se para receber a Santa Comunhão tem em seu favor uma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real e significativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (…) Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral.” (Protocolo no 1322/02/L) Tal intervenção foi reiterada em 2003.

Também a instrução Redemptionis Sacramentum, instrução publicada pela mesma congregação em 2004, determina: “Qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.” (RS, 91)

Com efeito, a forma tradicional que a Santa Igreja tem de receber o Corpo de Nosso Senhor é de joelhos (e diretamente na boca), em sinal de adoração à Nosso Senhor. Se as normas litúrgicas atualmente permitem que se receba o Corpo de Nosso Senhor em pé, é preciso que tenhamos clareza que, se por um lado a concessão torna isso moralmente lícito, por outro lado isto é uma concessão à regra tradicional, e que aqueles que desejarem receber o Corpo de Nosso Senhor ajoelhados, em sinal de adoração, são livres para fazê-lo.

Vejo ainda muitos afirmarem que também na Consagração Eucarística deve-se permanecer em pé e não ajoelhado, e muitos afirmam inclusive que aprenderam isso em Cursos de Liturgia (!). Mas também quanto à isso à lei da Santa Igreja é clara em afirmar na Instrução Geral no Missal Romano determina que os fiéis estejam “de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração.” (IGMR, 43)

Temos então, nestas situações em que citamos, algo como se fosse uma “joelhofobia”, em desacordo com o senso litúrgico e em desobediência explícita à lei da Santa Igreja. E escuto para isso argumentações como: “Deve-se estar não de joelhos, mas em pé como sinal de prontidão”; ou “A Eucaristia é banquete e ninguém come ajoelhado”; ou ainda “A Eucaristia é para ser comida, não para ser adorada”. Ora, todas estas argumentações estão equivocadas!

A Consagração e a Comunhão Eucarística são, antes de qualquer coisa, momentos sublimes de adoração, pois a Hóstia Consagrada é a Presença Real de Nosso Senhor; já dizia Santo Agostinho, Doutor da Santa Igreja: “Ninguém coma desta Carne se antes não A adorou.” A Santa Missa é a Renovação do Único e Eterno Sacrifício de Nosso Senhor, e embora tenha uma dimensão de banquete e ceia, é um banquete essencialmente sacrifical, que perde totalmente o sentido se não reconhecermos nele a dimensão de Sacrifício. Na Santa Missa não nos alimentamos de uma comida qualquer como em um banquete ou ceia comuns, mas sim do Carne e do Sangue de Nosso Senhor, escondidos sob a aparência do pão e do vinho. Por isso nos ensinou o saudoso Papa João Paulo II que não se pode esquecer que o “banquete eucarístico tem também um sentido primária e profundamente sacrifical” (Mane Nobiscum Domine, 15).

Ocorre que, na atual crise doutrinária e litúrgica que vivemos, muitos “católicos” ditos “progressistas” negam ou obscurecem a Presença Real de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento do Altar e o caráter sacrifical da Santa Missa, vivendo-a como se fosse um simples banquete, ceia, festa ou reunião social. Sobre isso, lamenta o saudoso Papa João Paulo II na sua fabulosa encíclica Ecclesia de Eucharistia: “As vezes transparece um compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesma. Além disso, a necessidade do sacerdócio ministerial, que se fundamenta na sucessão apostólica, fica às vezes obscurecida, e a sacramentalidade da Eucaristia é reduzida à simples eficácia do anúncio. (…) Como não manifestar profunda mágoa por tudo isto? A Eucaristia é um Dom demasiadamente grande para suportar ambiguidades e reduções.” (EE 10) Consequência natural disso é a desvalorização e o desaparecimento, em muitos lugares, do sinais e símbolos litúrgicos que expressam a fé católica no que diz respeito ao Santo Sacrifício da Missa, tais como: os paramentos litúrgicos, as velas, o incenso, a genuflexão, o dobrar os joelhos e assim por diante.

É necessário uma nova tomada de consciência entre os católicos, para que, em obediência ao Sumo Pontífice Gloriosamente Reinante – o Papa Bento XVI -, o Santo Sacrifício da Missa seja conhecido e valorizado em sua essência, seus sinais e símbolos sejam também valorizados e as leis litúrgicas sejam, de fato, obedecidas, contrapondo-nos à isto que é como se fosse uma “joelhofobia” e à todos os demais abusos litúrgicos, para a Glória de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento.

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