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Lilith, uma mulher que teria sido criada antes de Eva

de Veritatis Splendor
18 de Março de 2007 22:51

Pergunta

Bom dia, eu sou um navegador assíduo deste site, e como catequista, pego muitos subsidios para meus encontros de catequese, neste domingo, um catequisando me veio com uma duvida que eu não soube responder, se vcs puderem me ajudar eu agradeceria muitissimo.

A duvida é sobre Lilith, a mulher criada antes de Eva, é que este aluno tem aulas com um professor judeu e ele andou falando sobre isso e citou Genesis  e Isaias como fonte.

Desde já eu agradeço

Atenciosamente

Resposta

Prezado A., a Santa Paz!

Obrigado pela confiança depositada em nosso trabalho.

Sobre a lenda de Lilith

De acordo com J. Gordon Melton, Lilith é “uma das mais famosas figuras do folclore hebreu, originou-se de um espírito maligno tempestuoso e mais tarde se tornou identificada com a noite” (1).

A referência mais antiga à personagem está no épico babilônico de Gilgamesh (aprox.2000 a.C.). Também é citada em relatos do Talmude Babilônico (oriundo das tradições orais javistas), no Zohar ou livro do Esplendor (uma obra cabalística do século XIII que constitui o mais influente texto hassídico) e na Cabala. Em todas estas fontes os relatos sobre Lilith são diversos e até discordantes.

Como o professor de seu catequizando é judeu, provavelmente ele esteja se referindo à versão que consta no Talmude Babilônico.

O texto de referência deste Talmude é a edição hebraica e inglesa, intitulada “The Babylonian Talmud” organizada pelo rabino Epstein. Esta edição foi publicada pela Socino Press, de Londres, em 1978.

“De acordo com a lenda hebraica, Lilith teria sido formada assim como o homem à partir do barro, logo após a formação deste. Por esse motivo ela não teria aceitado uma posição inferior em relação ao homem, pois sendo criada da mesma forma, exigia os mesmos direitos, não aceitou uma posição submissa e assim desentendeu-se com Adão. No primeiro ato sexual Lilith não aceitou ficar por baixo, agüentando o peso do corpo do companheiro e exigiu ter também o direito ao gozo e ao prazer sexual. Como não foi atendida em seus anseios ela se revolta e pronuncia o nome “inefável” que lhe deu asas por meio das quais fugiu do Jardim do Éden. Assim Lilith abandonou Adão com quem não se entendia e foi para as margens do Mar Vermelho. Adão ficou só e reclamando, tendo medo da escuridão opressora. Daí haver uma relação entre Lilith e a Lua Negra, a escuridão da noite, por isso a associação dela com a coruja, o pássaro noturno. Segundo a tradição talmúdica, Lilith é a “Rainha do Mal”, a “Mãe dos Demônios” e a “Lua Negra”.

Deus vendo o desespero de Adão enviou três anjos, Semangelaf, Sanvi e Sansanvi, para trazê-la de volta ao Éden, mas ela recusou-se a aceitar tal proposta. Dessa forma a fuga converteu-se em expulsão.

Para substituir Lilith é criada Eva, mulher submissa, feita não de barro, mas de uma costela de Adão.

Lá às margens do Mar Vermelho habitavam os demônios e espíritos malignos, segundo a tradição hebraica, esse era um lugar maldito, o que prova que Lilith se afirmou como um demônio. Segundo essa mesma tradição é esse caráter demoníaco que levaria a mulher a contrariar o homem e a questionar seu poder” (2).

A Tese do sumiço da lenda de Lilith da Bíblia

Segundo Roberto Sicuteri autor do livro “Lilith A Lua Negra”, houve uma transposição da versão javista da Bíblia para a versão sacerdotal. Foi aí, que segundo ele, a lenda de Lilith teria sido eliminada da Bíblia, fazendo todos crerem que foi Eva a primeira mulher, mas em Isaías 34,14 ficara ainda um indício sobre Lilith.

Depois desta longa, mas precisa exposição, vamos então à resposta que pediste.

Perceba que o sr Roberto Sicuteri se fundamenta sua tese em outra tese. Ora, não há qualquer conclusão entre os especialistas de que uma tradição de origem sacerdotal suplantou uma anterior de origem javista. Nem mesmo um parecer consensual sobre a existência destas tradições existe.

A crítica científica do Antigo Testamento (AT) identificou diferenças de estilo no relato das mensagens bíblicas. A estas diferenças chamaram de tradição javista, sacerdotal e ainda eloísta. Estas tradições não são realidades, mas hipóteses que facilitam o estudo do texto do AT. Dizer que uma suplantou a outra é ainda mais imprudente. Mas infelizmente é desta forma que a Mentira se transfigura em Verdade, aguçando a curiosidade humana, pois todo mundo gosta de se sentir um descobridor da Verdade.

Devemos nos lembrar ainda que os textos do AT foram preservados por homens fiéis a Deus. Não é estranho que homens com tanta intimidade com Deus como os profetas, ficassem logrando o povo de Israel com um texto bíblico falso?

Infelizmente o professor judeu do seu aluno dá melhor crédito aos mágicos da Babilônia do que os santos profetas.

A tese da transposição dos textos bíblicos também é desfeita pelo fato de existirem inúmeros manuscritos do AT que chegaram ao nosso tempo. São mais de 56.000, segundo os estudiosos. Por que somente os supostos manuscritos javistas sumiram totalmente da face da Terra?

Referência de figuras mitológicas na Sagrada Escritura

Em Is 34,14 lemos:

“Nela se encontrarão cães e gatos selvagens, e os sátiros chamarão uns pelos outros; espectro noturno freqüentará esses lugares e neles encontrará o seu repouso” (Is 34,14) (grifos meus) (Tradução Ave-Maria).

O termo que no português foi traduzido como “espectro noturno” ou “animais noturnos” é “liyliyth“.

Segundo o léxico hebraico (3) “liyliyth” signfica: “1. Deusa conhecida como um demônio da noite que assombra os lugares desolados de Edom. 2. Animal noturno que habita em lugares desolados”.

Curiosamente Septuaginta traduziu o termo como “pardalis” ou seja pantera, ou fera negra.

A Bíblia muita vezes se refere a agentes capazes de trazer o mal (demônios, feras selvagens e etc) através de figuras mitológicas.

Um exemplo é Leviatã referido no AT em Jó 3,8; 40,20; Sl 73,14; 103,26. Será que também a Bíblia está endossando a existência do Dragão da mitologia fenícia? Claro que não!

Como sabemos Israel era cercado por povos pagãos, teve contato com a cultura deles, logo sofreu alguma influência por conta deste convívio. A Sagrada Escritura embora seja divina se expressa não poucas vezes de forma humana, para se fazer entender. Portanto é natural que Deus na Sagrada Escritura se sirva de termos comuns que signifiquem o mal. O próprio profeta Isaías também utilizou a figura de Leviatã em Is 27,1.

Se considerarmos verdadeira a existência de Lilith, temos que considerar como verdadeiro também o que se contra sobre ela. Ora, será que demônios podem ter relações sexuais com humanos? Será que os vampiros existem? Não é preciso ser nenhum gênio para saber essas coisas são fantasia pura e se existissem esse mundo já estaria bem pior do que está há séculos!

Se nos lembrarmos do significado de “Lilith” no léxico hebraico, vamos entender melhor a razão do profeta Isaías ter usado este termo ao anunciar o castigo de Deus. Nos versículos anteriores ao versículo 14 do mesmo capítulo 34 encontramos:

“A espada do Senhor está coberta de sangue, está impregnada de gordura, do sangue dos cordeiros e dos bodes, da gordura dos rins dos carneiros. Porque há um sacrifício ao Senhor em Bosra, uma grande carnificina na terra de Edom; em vez de búfalos, os povos aí tombarão, uma multidão de robustos guerreiros, em lugar de touros. Sua terra embeber-se-á de sangue, o chão impregnar-se-á de gordura” (Is 34,6-7).

Edom é a terra dos descendentes de Esaú, inimigos de Israel. Aqui o Profeta está anunciando que Deus fará justiça por Israel “porque é para o Senhor um dia de vingança, um ano de desforra para o defensor de Sião” (v. 8). Sião é o monte santo localizado em Belém, na Cidade de David (cf. 2Sm 5,7); é uma referência ao Povo de Israel.

Já que no folclore judaico Lilith é um demônio que aterroriza Edom, logo o profeta se utiliza desta figura para referir-se à desolação que se abaterá sobre os edomitas, tornando sua terra a morada do nada ou dos demônios (“liyliyth“). Ou será que depois do abate dos edomitas a “vampiresca chupa-cabra” foi fazer lá sua morada e ficou quietinha até os dias de hoje tirando umas férias?

A existência de Lilith apresenta um outro problema teológico. Com o pecado original Deus amaldiçoou a terra (cf. Gn 3,17) por isso o gene em Adão e Eva ficou “defeituoso” (pois vieram da terra). Se Adão perdeu seus “super poderes” com a maldição da terra, logo Lilith, que segundo a lenda foi formada da mesma terra, deixaria de ser um demônio e conseqüentemente voltaria a ser uma simples mortal como nós.

Como vemos, quanto mais mexemos no livro, mais a coisa fede (perdoem-me o termo).

Não me impressiona que o Talmude babilônico tenha tanta influência pagã. Nos relatos do AT, o Senhor está sempre exortando e punindo Israel por causa de sua infidelidade às suas Leis e inclinação ao paganismo. Até mesmo os sacerdotes praticavam sua religião secreta profanando o Templo (cf. Ez 7,16-17) o que motivou Deus a entregar Israel ao domínio pagão.

Nós cristãos devemos continuar mantendo nossa confiança em Deus que é fiel para conservar através dos tempos a Verdade.

Espero tê-lo ajudado.

Em Cristo Jesus,

Alessandro Lima.

Notas

(1) J.Gordon Melton. O Livro dos Vampiros. M. Books: 2003.
(2) Lilith. Disponível em http://www.beatrix.pro.br/cultobsc/lilith.htm.
(3) Thayer’s Lexicon (translated, revised, and englarged) in 1880 from Grimm’s Lexicon of 1868.

Espíritas e demônios

Fonte: Apostolado Spiritus Paraclitus

Uma das formas do espiritualismo enganoso é a Astrologia, cuja prática é condenada por Deus (Levítico19:31: Isaías47:13). O erudito filósofo e teólogo, Doutor da Igreja, Santo Agostinho de Hipona (354-430), condenou categoricamente a Astrologia e toda forma de espiritismo. Disse: “Os astrólogos pretendem que no céu se acha a causa inevitável do pecado: foi Vênus, Saturno ou Marte que nos fez executar esta ou aquela ação. Querem assim isentar de culpa o homem, que é carne, sangue e verme soberbo, e procuram transferir a responsabilidade para Aquele que criou e governa tanto o céu como as estrelas”.

Vejamos a sua afirmação referente a um astrólogo convertido á santa fé de Cristo Salvador:

“Ele, seduzido pelo inimigo, em virtude de sua boa fé, foi durante muito tempo astrólogo, seduzido e sedutor, enganado, e enganador. Atraiu, enganou, proferiu muitas mentiras contra Deus, que teria dado aos homens o poder de fazer o bem, e não o de cometer o mal”.

Quem é o inimigo sedutor da Astrologia e de toda forma de espiritualismo enganoso?

Deus, o grande Construtor do Universo (Salmo 19.1-14; Romanos 1.19,20), criou uma multidão de criaturas espirituais muito antes de criar os seres humanos (Jó 38:4,7), uma dessas criaturas nutriu o desejo egoísta e soberbo de que as criaturas espirituais, ou seja, os anjos o adorassem em vez de adorar o único Deus Verdadeiro (Isaías 42:8; 45:5; João 17:3). Em busca desse objetivo terrível, esse anjo exaltado(Isaías 14:11-15; Ezequiel 28:11-19), opôs-se ao Criador e o caluniou, chegando a dar a entender a Eva que o bom Deus era mentiroso. A primeira sessão espírita no Jardim do Éden, foi tomada por uma catástrofe de engano (Gênesis 3.4,13; morte espiritual 3:7-10; dores 3:16-19: e expulsão do Éden 3:23,24). Por isso foi apropriado que essa horrível e malévola criatura espiritual, exarcebada de rebeldia se tornasse conhecida como Satanás (Hebraico, Adversário, opositor), o diabo (Grego, caluniador, enganador). Pai da mentira e homicida (João 8.44). Os seres espirituais que seguiram a Satanás, tornaram-se demônios, ou espíritos imundos (Marcos 5:13; 6:7; Lc 10:17-20). O diabo com os seus demônios são os mestres na arte de engano nos Centros Espíritas. Os médiuns são enganados pelos ditos espíritos de luz, que na verdade são espíritos das trevas(Atos 26:18; Efésios 5:11,12; 6:12). Daí São Paulo Apóstolo afirma: “Homens enganando e sendo enganados” (II Timóteo 3:13). O fator primordial do diabo e dos demônios é voltar às pessoas contra Deus.

O diabo usa várias religiões, seitas e filosofias para enganar as pessoas e levar elas pelo erro a serem inimigas de Deus. Assim, esses demônios têm desencaminhado, perturbado, separando casais, causando enfermidades, assustando, atacando e matando as pessoas no decorrer de toda a história da raça humana, (João 10:10; Apocalipse 12:9). Há exemplos ocorridos na atualidade que confirmam que a violência dos demônios hoje é maior do que nunca. É só observar a tecnologia a serviço do mal. Para apanharem as pessoas numa cilada, o diabo muitas vezes usa o espiritualismo em todas as suas formas. Como o diabo usa esse chamariz?

O espiritualismo enganoso é amálgama de todas as correntes filosóficas, teosóficas, esotéricas e mediúnicas, desde o Jardim do Éden até os dias atuais da Nova Era. Dentro desse contexto, está o espiritismo contemporâneo.

O que é o espiritismo? É envolvimento com os demônios, por via direta ou por intermédio de um médium. O espiritismo faz para os demônios o que o chamariz faz para o caçador: atrai presas. E, assim como o caçador usa uma variedade de chamarizes para atrair os animais para a armadilha, do mesmo modo os espíritos iníquos incentivam várias formas de espiritismo para colocar os seres humanos sob  seu controle. (Leia Salmo 119:110). Algumas dessas formas de espiritismo são: adivinhação, magia, presságios, feitiçaria, encantamentos, consulta a médiuns e comunicação com os mortos, passes, despachos e astrologia. O chamariz funciona, porque o espiritismo atrai pessoas do mundo todo. Quem mora em povoados na selva consulta curandeiros, e pessoas que trabalham em escritórios nas cidades consultam astrólogos. O espiritismo prospera mesmo em países que se dizem cristãos. Há pesquisas que indicam que nos Estados Unidos umas 30 revistas com circulação conjunta de mais de 10.000.000 de exemplares dedicam-se a várias formas de espiritismo.

Todo ano os brasileiros gastam mais de 500 milhões de dólares em artigos espíritas. No entanto, 80% dos que freqüentam terreiros no Brasil são infelizmente católicos batizados. É nosso dever catequizar com todo ardor o nosso povo. Vamos livrar o nosso povo católico de toda forma de espiritualismo enganoso (ler Judas vv. 22 e 23).

Se lhe ensinaram que algumas formas de espiritismo, são meios de contatar espíritos bons, talvez, fique surpreso ao aprender o que a Sagrada Escritura diz sobre o espiritismo. O povo de Deus foi alertado. “Não vos vireis para médiuns espíritas e não consulteis prognosticadores profissionais de eventos, de modo a vos tornardes impuros por eles.”(Levítico 19:31; 20:6,27). A Palavra de Deus adverte-nos de que ‘os que praticam o espiritismo’ acabarão no “lago que queima com fogo e enxofre. Este significa a segunda morte (morte eterna)”. (Apocalipse 21:8; 22:15). Todas as formas de espiritismo são desaprovadas por Deus (Deuteronômio 18:10-12). Todas as mensagens atuais do mundo dos espíritos vêm de espíritos iníquos.

A prática do espiritismo pode levar ao molestamento ás mãos dos demônios ou até á possessão demoníaca. Portanto, Deus amorosamente nos adverte de que não nos devemos envolverem nenhuma prática espírita(Deuteronômio 18:14; Gálatas 5:19-21).Além disso, se continuarmos a praticar o espiritismo depois de sabermos qual é o conceito de Deus sobre isso, estaremos tomando o lado dos espíritos imundo, rebeldes, e seremos inimigos de Deus. I Samuel 15:23; I Crônicas 10:13, Salmo 5:4.

Uma forma muito comum de espiritismo é a adivinhação– tentar descobrir o futuro ou o desconhecido com a ajuda dos espíritos. Algumas formas de adivinhação são: a astrologia, a bola de cristal, a interpretação de sonhos, a quiromancia e ver a sorte com as cartas de tarô. Muitas pessoas encaram a adivinhação como passatempo inofensivo, mas a Bíblia mostra que os adivinhos e os espíritos imundos andam de mãos dadas.

Por exemplo: Atos 16:16-19, menciona um “demônio de adivinhação” que habilitava uma moça a praticar “a arte do vaticínio (adivinhação)”. No entanto, sua habilidade de predizer o futuro foi perdida quando o demônio foi expulso. É óbvio que a adivinhação é um chamariz usado pelos demônios para atrair as pessoas para sua armadilha.

Se você estiver chorando a morte de um familiar amado ou de um amigo achegado, poderá ser facilmente engodado por outro chamariz. Um médium espírita talvez lhe dê informações especiais ou fale com uma voz que se parece com a do falecido. Cuidado!

Tentar comunicar-se com os mortos leva a uma armadilha. Por quê? Porque os mortos não falam. Como sem dúvida se lembra, a Palavra de Deus diz claramente que na morte a pessoa “volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seus pensamentos”. Os mortos “não estão cônscios de absolutamente nada”. (Salmo 146:4; Eclesiastes 9:5,10) Além disso, na verdade os demônios é que imitam a voz do falecido e dão ao médium espírita informações sobre essa pessoa. (I Samuel 28:3-19) Portanto, quem ‘consulta os mortos’ é enlaçado pelos espíritos imundos e age contrário á vontade de Deus (Deuteronômio 18:11, 12; Isaías 8:19).

REJEIÇÃO AO ESPIRITUALISMO ENGANOSO

Ao acatar os conselhos da Palavra de Deus sobre o espiritismo, você rejeita o chamariz dos demônios.(Leia Salmo 141:9,10 Romanos 12:9) Será que isso significa que os demônios param de tentar capturá-lo? Absolutamente não! Depois de tentar Jesus três vezes, Satanás “retirou se dele até outra ocasião conveniente”. (Lucas 4:13) Semelhantemente, os espíritos obstinados não só atraem as pessoas mas também as atacam. Satanás atacou Jó, o santo servo de Deus. Esse inimigo do Criador causou a perda de seus rebanhos e a morte da maioria dos seus servos. Satanás chegou a matar os filhos de Jó. A sua esposa o abandonou. A seguir, ele feriu o próprio Jó com uma doença dolorosa, seus amigos causaram perturbações, mas Jó manteve a fidelidade a Deus e foi muito abençoado. (Jó 1:7-19; 2:7, 8; 42:12). Todo sofrimento de Jô está dentro da vontade permissiva de Deus e dentro de um contexto pedagógico. Desde então, os demônios às vezes fazem com que as pessoas fiquem mudas, surdas, paralíticas ou cegas e continuam a deleitar-se no sofrimento dos seres humanos. (Mateus 9:32, 33; 12:22; Marcos 5:2-5; Lucas 13:11-16). Hoje, há relatórios que mostram que os demônios molestam sexualmente a algumas pessoas e levam outras à loucura. Claro, que tudo isso via um processo de possessão e pela prática de vícios pecaminosos.

Eles incitam outras pessoas a cometer assassinatos ou suicídio, que são pecados contra Deus. (Deuteronômio 5:17; João 3:15). O diabo atenta e perturba o ser humano para que ele quebre os santos mandamentos de Deus. Dizia Santa Teresa de Ávila: “Não se deixe perturbar, nem deixar a oração – que é o que o demônio pretende”. No entanto, milhares de pessoas que já estiveram enlaçadas pelos espíritos imundos conseguiram liberta-se. Como conseguiram isso? Dando passos muito importantes para o Cristo Libertador.

Qual é uma maneira de opor-se aos demônios e proteger a si mesmo e a sua família das armadilhas deles? Os cristãos do primeiro século, em Éfeso, que praticavam o espiritismo antes de se tornar cristão tomaram uma atitude.

Lemos que “um número considerável dos que haviam praticado artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram diante de todos” (Atos 19:19). Mesmo que você não pratique o espiritismo, livre-se de tudo que seja usado no espiritismo ou que tenha implicações com o espiritismo. Isso inclui livros, revistas, vídeos, posters, gravações musicais e objetos usados para fins espíritas. Estão incluídos também ídolos, amuletos e outras coisas usadas para dar proteção, e presentes recebidos de praticantes do espiritismo.(Deuteronômio 7:25, 26; I Coríntios 10:21). O cristão não deve receber passes, presentes e convite para visitar centros espíritas. A Santa Madre Igreja não aceita a participação de católicos no espiritismo. Para a pessoa se opor aos demônios, outro passo importante é aplicar o conselho de São Paulo Apóstolo de revestir-se da armadura espiritual que está em Efésios 6:11-17.

O cristão precisa conhecer a sua doutrina e o poder de Deus para vencer as forças das trevas. “Tomando sobretudo o escudo da fé com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Efésios 6:16). Qual é o meio para receber esse poder? Estudar o Catecismo da Igreja Católica, examinar sistematicamente as Sagradas Escrituras, (Mateus 22:29; João 5:39; Colossenses 1:9,10; II Pedro 3:18) e viver verdadeiramente os Sacramentos da Santa Igreja de Deus.A medida que você continuar esse santo estudo e praticar piedosamente adoração a Deus em casa e na sua igreja, sua vida será tomada pelo poder do Espírito Santo. Isso será uma poderosa arma contra as tentações dos demônios. Para fortalecer a fé, a mente e a vida espiritual são necessários: meditação, a oração, o jejum e retiros espirituais (Mateus 6:6 -16; 14:23; 17:21; Lucas 2:37).

O cristão deve opor-se poderosamente aos demônios e aos seus ataques (Efésios 4:27; Tiago 4:7). Deve procurar a forte proteção 18:10: “Torre forte é o nome do Senhor; para ela correrá o justo, e estará em alto retiro”. (Ler Salmo 145:18-20). O Criador permite que o diabo e seus demônios continuem a existir, mas ele mostra seu poder, especialmente a favor do Seu povo, e Seu nome está sendo declarado em toda a terra. (Êxodo9:16). Se você permanecer achegado a Deus, não precisará temer os demônios

(Números 23:21,23; Tiago 4:7,8; II Pedro 2:9) O poder desses espíritos é limitado. Foram expulsos da presença de Deus. (Judas 6; Apocalipse 12:9; 20:1-3,7-10,14) De fato, eles têm pavor da sua vindoura destruição. (Tiago 2:19) Portanto, quer os demônios tentem atraí-lo com algum tipo de chamariz quer o ataquem de alguma outra forma, você poderá opor-se a eles (II Coríntios 2:11). O grande mestre da fé cristã Santo Agostinho nos ensina: “O diabo é como um cão amarrado que muito pode latir e fazer estardalhaço mas só morde a quem chegar perto dele”. E a Doutora da Igreja Santa Catarina de Sena afirmava: “O demônio é fraco e nada pode além daquilo que Deus Lhe permita”.

 

CONCLUSÃO

Rejeite toda forma de espiritualismo enganoso. Estude pra valer o Catecismo da Igreja Católica, comungando sempre da Santíssima Eucaristia e vivendo as doutrinas da Igreja. Cresça na graça e no conhecimento de Jesus Cristo (II Pedro 3:18). Ande sempre na unção e direção do Espírito Santo. (Rm 8:1-16; I Co 3:16, Ef 4:27-30; 5:18; I Ts 5:19,20; I Pe 5:6-9; I Jo 2:13-27; Ap 22:17). É bom afirmar que temos o anjo da guarda para nos proteger ( Salmos 34:7; 91: 11: Atos 12:7,8 e 15). A maior vitória sobre o espiritualismo enganoso e as legiões diabólicas é o poderoso nome de Jesus Cristo. É o nome sobre todos os nomes. É o nome que cura, liberta, dá vitória e salva. (Marcos 16:17,18; Atos 4:10-12;Filipenses 2:10,11; Apocalipse 19:13).

O ínclito Abade de Claraval e Doutor da Igreja São Bernardo experimentava a máxima consolação em repetir o santíssimo nome de Jesus. Era como se tivesse mel na boca e sentia uma paz deliciosa no coração”.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Por Pe. Inácio José do Vale – Revista In Guardia

Os Pais da Igreja sobre a virgindade de Maria

O reconhecimento da virgindade de Nossa Senhora sempre foi professado e repetido pelos Padres da Igreja, não obstante os protestantes querem nos fazer crer, com citações fora de exatidão, que muitos admitiam que ela tivesse perdido o que de miraculoso se preservou nela. Chegam nas afirmações mais extremas e enfatuadas dizer que isso foi muito disputado entre os Pais primitivos. Esse trabalho, então, tem o intuito de transcrever o verdadeiro pensamento dos preservadores da Tradição e de refutar as menções indevidas feitas por nossos irmãos evangélicos.

Santo Irineu (130 — 203):

“Como por uma virgem desobediente foi o homem ferido, caiu e morreu, assim também por meio de uma virgem obediente à palavra de Deus, o homem recobrou a vida. Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim de que uma virgem feita advogada de uma virgem, apagasse e abolisse por sua obediência virginal a desobediência de uma virgem.” (Contra Heresias L. 5, 19.1)

Santo Hipólito de Roma (170 — 236):

“…corpo de Maria toda santa, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem.” (As obras e fragmentos. Fragmento VII)

Orígenes de Alexandria (185 — 253):

“Mas, seguindo a tradição que está registrado no Evangelho segundo São Pedro ou no livro de Tiago, eles dizem que há alguns irmãos de Jesus, os filhos de José por uma ex-mulher, que vivia com ele antes de Maria. Agora aqueles que dizem por assim desejarem preservar a honra de Maria na virgindade até o fim, de modo que o organismo dela, que foi designada para ministrar a Palavra que diz: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do altíssimo deve ofuscar a ti “, pode não ter tido relação sexual com um homem depois que o Espírito Santo veio ela e o poder do alto a tivesse ofuscado. E eu acho que em harmonia com a razão que Jesus era o fruto primeiro entre os homens da pureza, que consiste na castidade, e Maria entre as mulheres, pois não foram piedosos atribuir a qualquer outro do que o seu fruto primeiro da virgindade.”(Comentário ao Evangelho de Mateus x. 17)

“Para, se Maria, como aqueles que declaram, com exaltar sua mente sã, não tinha outro filho, mas Jesus, e ainda Jesus diz para sua mãe, “Mulher, eis aí teu filho”, e não “Eis que você tem esse filho também” ” (Comentário ao Evangelho de João, Livro 1, 6)

“Sobre este assunto, eu encontrei uma observação muito bem em uma carta do mártir Inácio, segundo bispo de Antioquia depois de Pedro, que lutou com as feras, durante a perseguição em Roma. A virgindade de Maria estava escondida do príncipe deste mundo, graças a José e escondido seu casamento com ele. Sua virgindade foi mantida escondida porque ela foi pensada para ser casado. (Homilias sobre Lucas, 6, 3-4.)

São Gregório de Neucaesarea (213 — 270):

“Para a santa Virgem guardado cuidadosamente a tocha da virgindade,  e deu ouvidos diligentemente que não deveria ser extinto ou contaminado.” (The Second Homily. On the Annunciation to the Holy Virgin Mary)

São Pedro de Alexandria (+ 311):

“…que tem o nome de Leucado, eles vieram para a igreja da mãe mais abençoada de Deus e sempre Virgem Maria, que, como se começou a dizer, ele tinha construído no oeste…” (Episolæ)

Santo Atanásio de Alexandria (295 — 373)

“Portanto, que aqueles que negam que o Filho do Pai, por natureza, e é adequado a esta essência, negam também que Ele tomou verdadeiro humano da Sempre Virgem Maria…” (Contra Arianos, cap 21)

Hilário de Poitiers (300 — 368):

“Se eles [os irmãos do Senhor] foram filhos de Maria e não tomados de casamento anterior de José, ele nunca teria sido entregue no momento da paixão [crucificação] para o apóstolo João, sua mãe, o Senhor dizendo: a cada um, ‘Mulher, eis aí teu filho’, e João, “Eis a tua mãe ‘[João 19:26-27), como ele legou o amor filial a um discípulo como um consolo para a desolação” (Comentário sobre Mateus 1 : 4 )

Santo Efrem da Síria (306 — 373):

“Em sua virgindade Eva colocou as folhas de vergonha: Sua mãe colocou na sua virgindade a roupa da Glória que é suficiente para todos.” (Hino da Natividade, hino 12)

“O que teria sido possível que aquela que foi a residência do Espírito, que foi ofuscada pelo poder de Deus, tornou-se uma mulher mortal, e ela suportou a dor, de acordo com a maldição em primeiro lugar? […] A mulher que dá à luz na dor não poderia ser chamado abençoado. O Senhor, que veio com as portas fechadas, e fora do seio virginal, porque isso realmente virgem deu à luz sem sentir dor ”  (Efren, Diatessaron, 2,6: SC 121,69-70, cf. . ID, Hímni de Nativitate, 19,6-9: CSCO 187,59)

Santo Epifânio (310 — 403):

“De onde vem esta perversidade? De onde é que irrompeu tamanha audácia? Porventura o próprio nome não é suficiente atestado? Quem jamais houve, em tempo algum, que ousasse proferir o nome de Maria e espontaneamente não lhe acrescentasse a palavra virgem? O nome de Virgem foi dado a Santa Maria, nem se mudará nunca, ela sempre permaneceu ilibada (Panarion, Contra os hereges).

Dídimo, o cego (313 — 398):

“Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada”. (A Trindade 3,4)

São Cirilo de Jerusalém (315 — 386):

“o Unigênito do Único, Jesus Cristo, nosso Senhor, a produção, de acordo a carne, do ventre de São Maria, Virgem perpétua, em cuja santa casa somos eu reunidos neste dia para comemorar o dia de sua morte. ” (Homilias sobre a Dormição)

São Basílio de Cesareia (329 — 379):

“Os amigos de Cristo não toleram ouvir que a Mãe de Deus deixou de ser virgem num determinado momento” (Homilia Em Sanctum Christigenerationem, 5)

São Gregório de Nissa (330 — 395):

“Pois se José a tomou como sua esposa com o proposito de ter filhos, por que ela ficou pensando sobre o anuncio de sua maternidade, se ela mesma aceitou o fato de se tornar mãe de acordo com a lei da natureza? Mas assim como era necessário Guardar o corpo da consagrada a Deus como oferenda intocada e Espírito Santo, por esta mesma razão, ela afirma, mesmo se você é um anjo que desceu do céu e mesmo que este fenômeno está além da capacidade dos homens, no entanto, impossível para mim conhecer homem. Como devo tornar-me mãe sem conhecer homem? Pois, embora considere um José para ser meu marido, ainda assim não conhecerei homem” (Sobre a Geração de Santo Cristo, 5)

Santo Ambrósio de Milão (340 — 397):

“Hove quem negasse que Maria tivesse permanecido virgem. Desde muito temos preferido não falar sobre este tão grande sacrilégio. Maria (…) que é mestra da virgindade, (…) não podia acontecer que aquela que em si tinha trazido Deus , resolvesse andar às voltas com um homem. Nem José, varão justo, cairia nessa loucura de querer misturar-se com a mãe do Senhor, em relação carnal”.( De Inst. Virg. I , 3).

Rufino de Aquileia (340 — 410):

“A porta que estava fechada (Ezech. 44,2) foi a sua virgindade, través dela o Senhor Deus de Israel entrou, por isso Ele avançou a este mundo através do ventre da virgem. E, porque a sua virgindade foi preservada intacta, portão da Virgem permaneceu fechado para sempre “. (Comentário do Credo dos Apóstolos, 9)

Santo Agostinho (354 — 430):

“Virgem que concebe, virgem que dá à luz, virgem grávida, virgem que traz o feto, Virgem perpétua”(Sermão CLXXXVI, 1, 1)

“Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu” (Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107).

São Jerônimo (347 — 420):

“Rogo também a Deus Pai para que demonstre que a mãe de Seu Filho – que se tornou mãe antes de se casar – permaneceu Virgem ainda após o nascimento de seu Filho.” (Contra Helvídeo, sobre a virgindade perpétua de Maria, cap II)

São João Cassiano (360 — 435):

“Por isso, confesso que o nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, que por sua própria causa foi gerado do Pai antes de todos os mundos, quando ao tempo ele  por nossa causa se fez homem através do Espírito Santo e da sempre Virgem Maria, era Deus em Seu nascimento, e enquanto confessamos as duas substâncias, da carne e da Palavra.” (Sobre a Encarnação de Cristo contra Nestório, L. VII, 5)

São Cirilo de Alexandria (375 — 444):

“Salve, vaso puríssimo da temperança, a ti virgem, confiou, na cruz, nosso Senhor Jesus Cristo a Mãe de Deus, sempre virgem!” (Discurso em Concílio de Éfeso)

São Máximo, o Confessor (580 — 662):

“O nascimento e a adolescência daquela que concebeu e deu à luz – evento impensável, incompreensível, inefável! – ao Filho de Deus, o Verbo, Rei e Deus do Universo, já haviam sido mais maravilhosos que tudo o que se pode ver na natureza. Desde então, todos os dias de sua inteira existência, mostrou um estilo de vida superior à natureza […] Logo, no caminho de sua fatigosa tarefa, sofreu e suportou muitas tribulações, provas, aflições e lamentos durante a Crucifixão do Senhor, alcançando uma completa vitória  e obtendo coroas de triunfo, até ao ponto de ser constituída a Rainha de todas as criaturas[…] A Virgem não só  animava e ensinava aos santos apóstolos e aos demais fiéis a ser pacientes e suportar as provas, senão que era solidária com eles em suas fadigas, lhes sustentava na pregação, estava em união espiritual com os discípulos do Senhor em suas privações e suplícios, em suas prisões[…] Depois da partida de João, o Evangelista, São Tiago, o filho de José, também chamado «irmão do Senhor», tomou a seu cuidado a santa Mãe de Cristo […]” (Vida da Virgem)

Santo Ildefonso de Toledo (606 — 667):

“Tua pureza fica salva no anúncio sobre tua prole; tua virgindade encontra segurança no nome de teu filho, e assim permaneces honesta e íntegra depois do parto” (A virgindade perpétua de Santa Maria)

São João Damasceno (676 — 749):

“Tendo levado uma vida casta e santa, engendrastes a jóia da virgindade, aquela que deveria permanecer Virgem antes, durante e depois do parto, a única sempre Virgem de espírito, de alma e de corpo.” (Homilia sobre a Natividade de Maria, 5)

Poderia acrescer com os santos Papas que defenderam o mesmo nesse período, mas não o farei, dando esse gostinho aos protestantes, evito que venham com mais desculpas.

Os protestantes também têm sua própria lista, é melhor chamá-la de pretensa lista, de citações de Pais da Igreja. Os citados quando não têm seus textos falseados são os hereges que só, por isso, não merecem nenhuma atenção. Os mencionados são: Santo Irineu, Tertuliano, Santo Eusébio, Santo Epifânio, Hegesipo, Helvídeo, Vigilâncio, Joviniano e Nestório. Conheçamos cada um deles.

Comecemos com Sto Irineu. Sua citação que encabeça os Pais citados por mim derruba qualquer interpretação contrária a sua virgindade.

Tertuliano é um caso particular, primeiramente defensor assíduo da fé cristã, depois no fim da vida acaba por se tornar um herege montanista. Santo Agostinho nos informa que Tertuliano, por fim, acaba por fundar uma seita própria, o próprio Santo Agostinho diz ter trazido de volta ao seio da Igreja seus últimos adeptos. [Os Padres da Igreja (séc I – IV) Jacques Liébaert]

Leiamos, antes, algumas de suas afirmações claramente hereges:

“O conhecimento e a defesa do Paráclito nos (nós montanistas) separam dos psíquicos (isto é, dos membros da Igreja Oficial)”

“A Igreja é propriamente e sobretudo o Espírito mesmo, em que reside a Trindade da única divindade, Pai, Filho e Espírito Santo. É ele que reúne essa Igreja que o Senhor estabeleceu nos três. Por isso, desde então, todo grupo de pessoas reunidas nessa fé constitui uma Igreja para o Autor e Consagrador” (Sobre a Castidade XXI,17)

Agora, sobre a virgindade o texto em questão é o seguinte:

“Uma Virgem deu à luz Cristo, e casou-se unicamente depois do nascimento deste. Para que fosse possível louvar no nascimento de Cristo os dois tipos de castidade: ser filho de uma mãe virgem que apenas conheceu um homem” (De Monogamia 8 )

Mas pasmem! O mesmo acreditava que Maria perdeu a virgindade ao dar a luz, o que destrói a fé cristã e não passa de uma repetição da desculpa dos judeus para não aceitarem Jesus Cristo:

“Pariu porque deu à luz um descendente da própria carne; não o deu enquanto não o fez por intervenção humana. Foi virgem com respeito ao marido, mas não com relação ao parto. (…) A mesma que deu à luz o fez verdadeiramente. Foi virgem quanto à concepção, não quanto ao parto. (…) O seio da Virgem abriu-se de modo especial, porque de modo especial havia sido selado” (De Carne Christi 23)

Definitivamente Tertuliano não é uma boa fonte contra a Igreja e chega ser desonesto usá-lo. Sobre ele São Jerônimo nem perdeu tempo, apenas disse: “De Tertuliano não direi senão que não pertenceu à Igreja.” (A Virgindade Perpétua virgindade de Maria IV, 19)

Com relação a Santo Eusébio não passa de uma falta de atenção de seus leitores. Não leram sua obra completamente, pegaram trechos isolados e já tiraram a conclusão. Citam as partes onde ele chama Tiago, primo de Jesus ou um dos filhos de José, de irmão do Senhor. Ora, isto não é novo, assim é chamado na própria Bíblia. Na verdade os Pais da Igreja continuaram a identificá-lo como irmão do Senhor, mesmo sabendo que não eram filhos de Maria, preservaram o semitismo que remonta as próprias traduções dos apóstolos. São vários os concílios da Igreja que continuaram a identificar Tiago assim, mesmo já promulgado o dogma da virgindade de Maria. No próprio Concílio de Trento isso é feito. (Cf.  14ª sessão – unção dos enfermos, cap 1). E como prova do que estou falando vejamos o que em outros capítulos de Santo Eusébio é explicado:

“Então Tiago, a quem os antigos sobrenome o Justo por conta da excelência da sua virtude, é lembrado por ter sido o primeiro a ser feito bispo da igreja de Jerusalém. Este Tiago foi chamado de irmão do Senhor, porque ele era conhecido como um filho de José, e José era suposto ser o pai de Cristo, porque a Virgem, sendo prometida a ele, foi encontrada com o filho pelo Espírito Santo antes de chegarem juntos, Mateus 1:18 como a conta dos shows santos Evangelhos”. (HE III 1,2)

Vemos aí que Sto. Eusébio relata que Tiago era conhecido como um filho de José, só José. Se achasse que fosse filho de Maria seria inútil sua explicação. Ele segue uma antiga tradição que encontramos, inclusive, no Proto-Evangelho de Tiago do ano 150.

Eusébio citando Clemente escreve:

“Clemente, no livro VI das Hypotyposeis, adiciona o seguinte: “Porque -dizem – depois da ascensão do Salvador, Pedro, Tiago e João, mesmo tendo sido os preferidos do Salvador, não tomaram para si esta honra, mas elegeram como bispo de Jerusalém Tiago o Justo.”

E o mesmo autor, no livro VII da mesma obra, diz ainda sobre ele o que segue:

“O Senhor, depois de sua ascensão, fez entrega do conhecimento a Tiago o Justo, a João e a Pedro, e estes o transmitiram aos demais apóstolos, e os apóstolos aos setenta, um dos quais era Barnabé.

Houve dois Tiagos: um, o Justo, que foi lançado do pináculo do templo e morto a golpes com um bastão; e o outro, o que foi decapitado.” Também Paulo menciona Tiago o Justo quando escreve: Outro apóstolo não vi além de Tiago, o irmão do Senhor.” (HE II, 1)

Nesta, cita um Pai da Igreja, que identifica Tiago como irmão do Senhor, mesmo deixando claro que esse é um dos apóstolos. Os dois apóstolos chamados Tiago na Bíblia não são filhos de Maria, mãe de Jesus, um é filho de Zebedeu, o Tiago maior, enquanto o outro de Alfeu, o Tiago menor, que provavelmente era filho de Maria de Cléofas.

Então, ao contrário do que uma leitura superficial e isolada de seus escritos pode deixar parecer, ele acreditava na virgindade perpétua de Maria.

Santo Epifânio, é mais um em que as citações acima não deixam dúvidas.

Seguindo para Hegésipo, o trecho em questão é este:

Da família do Senhor ainda estão vivos os netos de Judas, que acredita-se que tenha sido irmão do Senhor pela carne..”

Podemos tirar disso apenas que Judas era dito irmão do Senhor pela carne, nada mais.

Ao trecho as seguintes formas de respostas seriam satisfatórias:

1. Os que acreditavam nisso eram os acusadores. Nada impede que os acusadores de Judas, que pelo o que parece não eram cristãos, acreditassem que Jesus era filho de José e de Maria, pois se não eram cristãos não tinham porque crer em sua virgindade mesmo no parto.

2. É dito irmão do Senhor pela carne não de Maria, mas de Davi. Eusébio, realmente, diz que acusavam Judas “com base em sua linhagem vinda de Davi e sua relação com o próprio Cristo” (HE III, 19) E Hegésipo no mesmo registro acrescenta: “Foram passadas informações de que eles seriam da família de Davi e eles foram levados até o imperador Domiciano pelo Evocatus…”

3. O uso de irmão deve ser levado em conta segundo o semitismo usado, e a ênfase “em carne”, para mostrar que não era irmão do Senhor segundo o espírito apenas. Como foi dito: “E se deve ver um estranho, que o levou sob o seu teto e se alegram por ele como mais um irmão de verdade, porque lhes chamar irmãos, não segundo a carne, mas segundo a alma.” (Aristides, desculpa 15,6, escrevendo aos cristãos). Um exemplo do uso é quando Jesus é dito filho de Davi ou descendente segundo a carne, isto não quer dizer que seja direto, mas segundo a carne de Maria. Assim como nos explica Tertuliano:

“Sed et Paulus, eiusdem utpote evangelii et discipulus et al magister testículo quia apostolus eiusdem Christi, confirmat Christum ex Semine secundum carnem David, ipsius Utique. ergo ex Semine David caro Christi. sed secundum carnem Mariae ex Semine David, ergo est Mariae ex carne dum est Semine ex Davi.” (Na carne de Cristo 22,3)

O fato do acréscimo “da carne” não significa muito. O próprio Concílio Quinissexto de 692 identifica Tiago, outro irmão apontado pelos protestantes, de forma parecida: “Pois também Tiago, o irmão, segundo a carne, de Cristo nosso Deus, a quem o trono da igreja de Jerusalém primeira foi confiada, e Basílio, o arcebispo da Igreja de Cesaréia, cuja glória se espalhou por todo o mundo, quando nos deu instruções para o sacrifício místico, por escrito, declarou que o Santo Cálice está consagrado na Divina Liturgia com água e vinho.” (CÂNON XXXII) Só como curiosidade, esta é a mais antiga referência explícita à liturgia de Tiago que diz: “Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem“. A terceira alternativa me parece mais óbvia.

O próximo é Helvídeo, que fundamentado num herege, Tertuliano, numa interpretação literal da Bíblia e por mal interpretar outro Pai da Igreja, negou a virgindade de Maria. São Jerônimo fez uma bela refutação às suas tentativas frustradas. Vale a pena a leitura, que dispensa meus comentários.

Sigo para Vigilâncio, que também não tinha um bom currículo. É outro que foi refutado por S. Jerônimo. Entre suas heresias, além da de negar a virgindade perpétua de Maria, cita-se:

1. Era contra o culto aos mortos.

2. Pensava que os mortos dormiam ao que levou S. Jerônimo a chamá-lo de “Dormilâncio” (cF. Contra Vigilâncio CAP II)

3. Chamava as velas de insignificantes.

4. Sobre as relíquias dos mártires diz: “um pouco de pó miserável, envolto em panos caros”

5. Usava como fonte doutrinal um livro apócrifo, que não era recebido, obviamente, pela Igreja.

Enfim, é outro que não merece nenhuma consideração.

O Outro é Joviniano, que não por coincidência era outro herege. Entre suas crenças podemos trazer:

1. Uma virgem não é melhor aos olhos de Deus do que uma mulher casada.

2. Uma pessoa batizada com o Espírito Santo não pode cair no pecado. Sobre isso diz: “os que com plena certeza de fé que nasceram de novo no batismo, não pode ser derrubado pelo diabo.”

3. Todos os pecados são iguais.

4. Há apenas um grau de punição e recompensa no futuro estado.

Esse herege foi condenado pelo sínodo de Roma, sob Papa Sirício e pelo sínodo de Milão, convocado por Santo Ambrósio.

Tempos depois ele ainda é lembrado por Santo Ildefonso de Toledo: “Não quero ver-te [Joviniano] questionar sobre o pudor de nossa Virgem no parto, não quero ver-te corromper a sua integridade na geração; não quero saber violada sua virgindade no momento em que deu à luz. Não lhe negues a maternidade porque foi virgem; não a prives da plena glória da virgindade, porque foi mãe. Se uma dessas coisas tu confundes, em tudo erraste. Desconhecer a harmonia que as une é ignorar por completa a verdade que encerram. Se não pensas assim estas errado, pecas contra a justiça. Se negas à Virgem sua maternidade ou sua virgindade, injurias grandemente a Deus.” (Patrologia Latina 96,58, 617-667 d. C.).

O próximo é Bonoso, herege, que teve suas obras condenadas pelo Decreto Gelasiano e foi condenado por um sínodo de Sto. Ambrósio. Suspeita-se ainda que o mesmo negava a divindade de Cristo, pois seus seguidores negavam esse dogma. Sobre ele, Anísio, bispo de Tessalônica, escreve ao Papa Sirício, indignado por sua descrença na virgindade de Maria, ao que o Papa responde:

“É natural que tenha sentido horror ao ouvir dizer que do ventre de Maria, do qual nasceu Cristo segundo a carne, tenham nascido outros filhos. Jesus Cristo não teria escolhido nascer de uma virgem se soubesse que ela se contaminaria por meio da união com um homem, manchando o lugar onde Ele havia repousado, a corte do Rei Eterno. Esta afirmação nada mais é do que a aceitação da falsa doutrina judia, segundo a qual Cristo não nasceu de uma virgem”.

Resta-nos Nestório. Ele além de negar sua virgindade perpétua, negava sua maternidade divina.  Acreditava que em Cristo havia duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, completamente independentes uma da outra. Ele foi condenado como herege pelo concílio de Éfeso em 431. O primeiro a acusá-lo de heresia foi um leigo, Eusébio de Doriléia, mas seu combatente mais assíduo foi São Cirilo.

Vemos que os apontados pelos protestantes dos ortodoxos tira-se todos, obviamente, sobrando os hereges condenados pela santa Igreja pela negação da virgindade de Maria e por outras heresias. Notamos que quando esses se pronunciaram foram duramente repreendidos pelos bispos em sua época e condenados. Nenhum deles diz estar falando o que os antigos Pais criam, ao contrário, do que Sto. Ambrósio, Sto. Agostinho, etc. faziam como referência. E não há de se comparar o número de Pais da Igreja que defendiam sua virgindade com algumas vozes hereges que de tempos em tempos foram aparecendo de forma isolada. Os hereges que faziam tal injúria sabiam que eram vozes a ermo na Igreja. Fundamentavam-se apenas numa leitura fundamentalista da Bíblia e, por vezes, por outros hereges. Essa cadeia de acusações nunca terá fim com a existência de heresias, mas nunca poderá ser embasada pela Sagrada Tradição. Lembrem-se os protestantes que todas essas seitas com suas heresias foram aos poucos caindo, só quem ficou foi a Igreja Católica e a integridade de sua doutrina, a que ficará “até o fim dos tempos.” (Mt 28, 20)

Meios de comunicação: vantagem ou perigo para vida consagrada?

Por Carmen Elena Villa

ROMA, terça-feira, 24 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Os meios de comunicação são formadores ou deformadores de consciências? Favorecem ou prejudicam a vida em comunidade das pessoas consagradas? Estas perguntas foram debatidas e analisadas no congresso: “Uso e abuso dos meios de comunicação na vida consagrada”, realizado no último final de semana no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, da cidade de Roma.

Religiosas e consagradas, representantes de dezenas de comunidades femininas, procedentes de 4 continentes – a mais jovem tinha 24 anos e a mais velha, 77 –, expuseram seus interrogantes sobre como usar melhor os meios de comunicação.

Trata-se de “favorecer o diálogo com o mundo da cultura, sem que isso represente um perigo para a vida consagrada, entendendo que estes cada vez apresentam, de maneira mais explícita, valores alterados que podem atentar contra os conselhos evangélicos”.

A irmã Nicla Spezzati, em uma conferência intitulada “A vida fraterna à intempérie mediática”, destacou como, cada vez mais, a mídia procura despertar sensações, mais do que formar consciências ou gerar opiniões.

“É necessário cultivar a atitude crítica diante do que nos cerca”, sem “demonizar” nem exaltar, mas dando o peso justo ao que a mídia oferece.

A religiosa afirmou que a mídia não pode preencher os vazios afetivos que podem ser vividos na vida religiosa. Advertiu também sobre os perigos que alguns meios como o facebookskype, uso do celular (sms) podem causar à vida comunitária. Para isso, disse, é necessária uma comunidade bem constituída, na qual se viva claramente o ágape fraterno.

Mídia e votos

Por outro lado, Marcela Lombardi, consagrada do Movimento Regnum Christi, falou de como a mídia pode representar um perigo para a vivência da obediência, da pobreza e da castidade, se o usuário não faz uma leitura crítica e não vive de maneira consistente e fiel a sua vocação.

Indicou que é fundamental para uma pessoa consagrada “não fugir da realidade navegando na internet; aceitar que as relações pessoais são, em primeiro lugar, com a irmã de comunidade”.

Advertiu também como a mídia pode criar “necessidades”, que representam uma tentação contra o voto de pobreza.

Para isso, disse que é fundamental que cada consagrada faça um exame de consciência: “Sobre as últimas coisas que comprei ou pedi à minha superiora: com que critério o fiz? São necessidades reais ou caprichos?”.

Quanto à obediência, a consagrada afirmou que a mídia apresenta muitas vezes a figura de autoridade como um mero cargo de poder e não como um lugar de serviço à comunidade. “A autoridade é vista como algo que nos oprime. Por isso, a pessoa acaba achando que deve se rebelar e não obedecer.”

“A pessoa consagrada entregou sua liberdade nas mãos de Deus porque Ele pode dispor dela como bem entender. E o faz através de instrumentos humanos.”

Indicou a importância de “não nos deixarmos fascinar pelo que provoca uma sensação imediata, mas não leva a uma verdadeira riqueza espiritual”.

Olhar positivo

A última conferência do encontro esteve a cargo da escritora e também consagrada do Regnum Christi Ángeles Conde, sobre os novos areópagos e o uso adequado dos meios de comunicação. “Assim como a primeira geração de cristãos se esforçou por encontrar o ambiente pagão e romano, nós temos de nos esforçar por encontrar uma cultura por parte dos meios modernos.”

Recordou que os romanos eram pagãos e tinham uma moral muito difícil de mudar. Com o esquema de ver-julgar-agir, Conde fez um percorrido por diferentes sites católicos que procuram evangelizar e oferecer instrumentos de formação através dos novos meios.

Assim, apresentou-se neste evento acadêmico uma atitude crítica e ao mesmo tempo positiva com relação aos meios de comunicação, que podem ser um caminho, mais que um obstáculo, para construir laços de fraternidade nas comunidades e evangelizar as novas realidades.

Coração do homem sem Deus, “verdadeiro deserto”, segundo Papa

“Jesus quer vencer no homem a solidão e a incomunicabilidade criadas pelo egoísmo”

Por Inma Álvarez

VITERBO, domingo, 6 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI afirmou hoje que “o deserto mais profundo é o coração humano, quando perde a capacidade de escutar, de falar, de comunicar-se com Deus e com os demais”.

“Nós nos convertemos em cegos porque somos incapazes de ver a realidade; os ouvidos se fecham para não escutar o grito de quem implora ajuda; o coração se endurece na indiferença e no egoísmo”, um egoísmo que Jesus “quer vencer”.O Papa explicou a passagem evangélica da missa de hoje, a cura do surdo-mudo narrada por São Marcos, explicando que Jesus “deseja vencer no homem a solidão e a incomunicabilidade criadas pelo egoísmo, para dar rosto a uma nova humanidade, a humanidade da escuta e da palavra, do diálogo, da comunicação, da comunhão com Deus”.

Esta nova humanidade é “uma humanidade sem discriminações, sem exclusões, para que o mundo seja verdadeiramente para todos um campo de genuína fraternidade na abertura ao amor pelo Pai comum que nos criou e nos tornou filhos e filhas seus”.

A Cidade dos Papas

O Papa começou sua visita nas primeiras horas da manhã em Viterno, “Cidade dos Papas”, à qual se transladou de helicóptero desde sua residência de verão de Castel Gandolfo. Acompanharam o Papa o bispo de Viterbo, Dom Lorenzo Chiarinelli, e Gianni Letta, subsecretário do primeiro-ministro, Berlusconi.

O Papa começou seu percorrido pela praça de São Lourenço, onde abençoou as novas portas de bronze da catedral, feitas pelo escultor italiano Roberto Ioppolo. Depois visitou o Palácio dos Papas, em particular a sala dos conclaves, onde, em 1271, foi eleito Gregório X.

Em sua homilia, durante a Missa posterior, o Papa quis recordar a importância de Viterbo na história da Igreja como sede pontifícia durante o século XIII. Em 1986, João Paulo II reordenou a circunscrição, acrescentando a Viterbo a abadia de São Martinho ao Monde Cimino e as dioceses de Acquapendente, Bagnoregio, Montefiascone e Tuscania.

Esta cidade foi berço de numerosos santos, aos quais o Papa aludiu durante toda a homilia. Ele se referiu especialmente à copadroeira da diocese, Santa Rosa (séc. XIII), cujo corpo incorrupto é venerado no Mosteiro de Santa Maria das Rosas.

Também mencionou, entre outros, São Boaventura, Santa Jacinta Marescotti, Santa Rosa Venerini – “verdadeira precursora das escolas femininas na Itália, precisamente no Século das Luzes” -, Santa Lucia Filippini e São Crispim.

Ele quis ressaltar as figuras do beato Domenico Barberi (1792-1849), passionista, “que em 1845 acolheu na Igreja Católica John Henry Newman”, e do jovem Mario Fani, “que acendeu, junto a Giovanni Acquaderni, da Bolonha, essa primeira luz que se converteria depois na experiência histórica do laicado na Itália: a Ação Católica”.

“Que eles vos custodiem sempre unidos e alimentem em cada um o desejo de proclamar, com palavras e obras, a presença e o amor de Cristo”, concluiu o Papa.

«Lembra-te que és pó…»

Por Mario J. Paredes, presidente da Associação Católica de Líderes Latinos

NOVA YORQUE, terça-feira, 24 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a reflexão de Quaresma escrita por Mario J. Paredes, presidente da Associação Católica de Líderes Latinos (CALL) dos Estados Unidos, membro do comitê presidencial de enlace da Sociedade Bíblica dos Estados Unidos com a Igreja Católica, que representou esta instituição no Sínodo dos Bispos sobre a Palavra, realizado em outubro de 2008 no Vaticano.

* * *

A cada ano, com a chamada «Quarta-Feira de Cinzas», os católicos iniciam o tempo da Quaresma, tempo no qual a liturgia da Igreja Católica nos convida a uma reflexão e atuação sobre nossas vidas, sobre seu sentido, sua origem, sua missão, seu destino último.

Trata-se, portanto, de um tempo «forte» para a metanoia ou «conversão» que – em teologia e vida cristã – significa uma adequação de nosso ser, existir e atuar à própria vida de Jesus Cristo, a seu evangelho, a seus valores, a suas convicções, à sua proposta de vida: gastar a vida ao serviço do evangelho, ou seja, a favor dos outros, especialmente dos mais necessitados, para obter a vida eterna, a vida feliz, a vida plena.

Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial, para cada crente pessoalmente e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e conclui com a noite da luz, a noite do fogo e da luz: a noite santa da Páscoa de Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Quaresma simboliza, assinala e recorda um «passo», uma páscoa, um itinerário a seguir de maneira permanente: a passagem do nada à existência, das trevas à luz, da morte à vida, do insignificante à vida abundante em Deus, por meio de seu Filho Jesus Cristo. E é que converter-nos significa destruir, deixar para trás, queimar, tornar cinzas o «homem velho», o homem-sem-Cristo, para revestir-nos do homem «novo», o homem-no-espírito, que é fogo novo no mundo.

Na quarta-feira de Cinzas, enquanto o ministro impõe as cinzas ao penitente, diz estas duas expressões alternativamente: «Convertei-vos e crede no Evangelho» e/ou «Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar». Sinal e palavras que expressam muito adequadamente nossa «criaturalidade», nossa absoluta dependência de Deus, nosso peregrinar rumo a uma pátria definitiva, nossa caducidade.

Quarta-Feira de Cinzas em particular e Quaresma em geral são um tempo litúrgico e um convite a voltar nosso olhar e vida a Deus e aos princípios do Evangelho. Assim, se Quaresma é tempo para a conversão, para melhorar no processo de humanização pessoal e comunitário, então a Quaresma coincide com a própria vida de todo crente, com o ser e missão de toda a Igreja e com a vocação da comunidade humana inteira.

Quaresma é um convite a mudar aquilo que temos de mudar na busca de ser melhores e mais felizes, um convite a construir em vez de destruir e a olhar e voltar para formas de vida mais justas, mais solidárias, mais humanas. Quaresma é um convite a buscar diligentemente novas formas de ser e fazer Igreja, sendo melhores e mais autênticos discípulos do Crucificado Ressuscitado.

O tempo litúrgico da Quaresma – como nossa própria existência – é percorrido com o olhar dirigido à Páscoa da Ressurreição e à Páscoa definitiva em Deus. Páscoa de vida abundante que se opõe a toda forma de discriminação e de envelhecimento do ser humano, de sua dignidade, a toda forma de atropelo e violência, a toda forma de mentira, maldade e morte, a toda forma de corrupção e divisão, a toda forma de marginalização e opressão. Porque a Páscoa, como ponto de chegada, cume e superação da Quaresma, é absoluta novidade de vida, da vida abundante que Deus nos oferece e à qual Deus nos convida neste tempo e em todo momento.

Papa pede cultura e política da família

Mensagem ao Encontro Mundial das Famílias no México

CIDADE DO VATICANO, domingo, 18 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI pediu mobilização social para promover «uma cultura e uma política da família» na videomensagem dirigida ao evento festivo e testemunhal do Encontro Mundial das Famílias, celebrado no México.

É necessário, assegura o pontífice, «desenvolver uma cultura e uma política da família que sejam impulsionadas também de maneira organizada pelas próprias famílias». 

Com suas palavras, o Papa alentou «a unir-se às associações que promovem a identidade e os direitos da família, segundo uma visão antropológica coerente com o Evangelho», e convidou «tais associações a coordenar-se e a colaborar entre elas para que sua atividade seja mais incisiva».

O intento frio e a chuva que açoitou nesse sábado à noite o nordeste da cidade do México impediram a transmissão da videomensagem na grande explanada da Basílica de Guadalupe ao final do evento festivo das famílias, segundo estava previsto.

A mensagem foi transmitida a todos os participantes na missa de encerramento deste domingo, que foi presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, e na qual o Papa esteve conectado graças às novas tecnologias da comunicação.

O bispo de Roma recordou que a família é «célula vital da sociedade, o primeiro e decisivo recurso para seu desenvolvimento, e tantas vezes o último amparo das pessoas às quais as estruturas estabelecidas não chegam a cobrir satisfatoriamente em suas necessidades».

«Por sua função essencial – acrescentou –, a família tem direito a ser reconhecida em sua própria identidade e a não ser confundida com outras formas de convivência, assim como a poder contar com a devida proteção cultural, jurídica, econômica, social, de saúde e, muito particularmente, com um apoio que, tendo em conta o número dos filhos e os recursos econômicos disponíveis, seja suficiente para permitir a liberdade de educação e de eleição da escola».

A família, «Evangelho vivo» que todos podem ler 

O Santo Padre considerou que a família cristã, «vivendo a confiança e a obediência filial a Deus, a fidelidade e a acolhida generosa dos filhos, o cuidado dos mais fracos e a prontidão para perdoar, se converte em um Evangelho vivo que todos podem ler, um sinal de credibilidade talvez mais persuasivo e capaz de interpelar o mundo de hoje».

Neste contexto, o Papa deixou à família a tarefa de apresentar «seu testemunho de vida e sua explícita profissão de fé aos diversos âmbitos de seu meio, como a escola e as diversas associações».

Desta forma, pediu às famílias que se comprometam «na formação catequética de seus filhos e nas atividades pastorais de sua comunidade paroquial, especialmente aquelas relacionadas com a preparação ao matrimônio ou dirigidas especificamente à vida familiar».

«Trabalhar pela família é trabalhar pelo futuro digno e luminoso da humanidade e pela edificação do Reino de Deus». A família, concluiu, está chamada «a ser evangelizada e evangelizadora, humana e humanizadora».

O evento testemunhal e festivo, também presidido pelo cardeal Bertone, legado pontifício, girou em torno da oração do Rosário, cujos mistérios gozosos estiveram intercalados pelos testemunhos de famílias dos cinco continentes. A cerimônia foi animada por música de reconhecidos artistas tanto mexicanos como de outros países.

O evento no qual participaram cerca de 20 mil pessoas concluiu com um espetáculo de fogos de artifício.

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