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Satisfação do Papa pelo prêmio Templeton a sacerdote cosmólogo

O prêmio é outorgado pelo progresso da religião

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 8 de maio de 2008 (ZENIT.org).- Bento XVI expressou sua satisfação pela entrega do Prêmio Templeton 2008 (www.templetonprize.org) para o progresso da religião ao sacerdote e cosmólogo polonês Michal Heller.

O prêmio, entregue nesta quarta-feira em Londres, durante uma cerimônia privada em Buckingham Palace, pelo príncipe Felipe, duque de Edimburgo, premia o progresso conseguido por pe. Heller pela pesquisa no campo das relações entre ciência e religião.

O sacerdote, professor de Física Teórica, Cosmologia Relativista e Filosofia da Ciência na Academia Pontifícia de Teologia de Cracóvia, destacou-se por sua teoria sobre as origens e a causa do universo, elaborada através de estudos multidisciplinares nos campos da Física, da Cosmologia, da Teologia e da Filosofia, centradas no interrogante sobre a necessidade de uma causa para a origem do universo.

Para a ocasião, Bento XVI enviou a pe. Heller – nascido em Tarnów em 1936 e ordenado sacerdote em 1959 – uma mensagem assinada pelo arcebispo Fernando Filoni, substituto da Secretaria de Estado para Assuntos Gerais.

No texto, de 30 de abril de 2008, revela-se a satisfação do Papa pela concessão do Prêmio ao sacerdote em virtude de sua «extraordinária contribuição ao diálogo entre ciência e religião».

O arcebispo Filoni recorda que o Papa sublinhou repetidamente a «importância de um encontro frutífero entre fé e razão, as duas asas sobre as quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade, e deseja animar todos aqueles que dedicam sua vida a explorar os profundos conhecimentos que se podem adquirir pela investigação científica desenvolvida no contexto da fé religiosa».

Por este motivo, acrescenta, Bento XVI «reza para que seu trabalho no campo da cosmologia e da filosofia possa contribuir para difundir a mensagem de que ‘os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento exalta a obra de suas mãos’ (Sal 18, 2)».

Sir John Templeton instituiu o Prêmio «ao progresso para a investigação ou os descobrimentos sobre as realidades espirituais» em 1972.

Sua dotação econômica é a mais elevada do mundo. Este ano supera 1,2 milhão de euros.

O criador do Prêmio estabeleceu que seu valor deve ser sempre superior ao do Nobel para sublinhar que a investigação e os progressos nos descobrimentos espirituais podem ser quantitativamente mais significativos que os das disciplinas reconhecidas pelo Prêmio fundado por Alfred Nobel.

Pe. Heller revelou querer destinar o dinheiro a criar em Cracóvia um centro de pesquisa sobre ciência, titulado Nicolau Copérnico.

A primeira pessoa que recebeu o Prêmio Templeton foi a beata Madre Teresa de Calcutá, em 1973, quando ainda era conhecida só entre os pobres da grande cidade indiana. Um ano depois foi a vez do irmão Roger (1915-2005), fundador da Comunidade Ecumênica de Taizé, França.

Entre as personalidades que obtiveram o reconhecimento, figuram em 1976 o cardeal Leo Jozef Suenens (1904-1996), arcebispo de Malinas-Bruxelas, descrito como «pioneiro na busca e na temática do movimento da Renovação Carismática», e em 1977 Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, por ter favorecido o compromisso laical e o diálogo entre os cristãos das diversas confissões.

[Para mais informação. www.templeton.org]

Maria, impulsora do ecumenismo

Segundo a teóloga Jutta Burggraf

Por Miriam Díez i Bosch

PAMPLONA, 7 de maio de 2008 (ZENIT.org).- Maria é «mestra e companheira no caminho» do ecumenismo, assegura a teóloga alemã Jutta Burggraf, especialista em Teologia da Criação, Teologia Ecumênica e Teologia Feminista.

Burggraf é doutora em Psicopedagogia, doutora em Sagrada Teologia e professora de Teologia dogmática na Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra e esteve em Roma recentemente para apresentar o «Dicionário de Teologia» da Editora EUNSA. Zenit a entrevistou.

Maria pode impulsionar o ecumenismo?

–Burggraf: Certamente. Não podemos esquecer que o verdadeiro protagonista do movimento ecumênico é o Espírito Santo. Portanto, é aconselhável que uma pessoa que quer trabalhar a sério pela unidade dos cristãos tome Maria como mestra e companheira no caminho: sua docilidade ao Espírito pode ser considerada como o núcleo íntimo de uma autêntica atitude ecumênica.

A veneração a nossa Mãe se fundamenta na Sagrada Escritura. Maria canta no Magnificat: «Desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada». Estas palavras são uma profecia e, por sua vez, uma missão para a Igreja de todos os tempos.

Os cristãos não inventaram nada novo quando começaram a louvar Maria. Ao contrário, descuidariam do que lhes foi confiado se não o fizessem. Eles se afastariam da palavra bíblica, e não glorificariam a Deus como Ele quer ser glorificado.

Maria é protagonista de festas litúrgicas não só na tradição católica.

–Burggraf: Nos tempos anteriores às grandes separações do Oriente (século XI) e do Ocidente (século XVI), as primeiras gerações cristãs já haviam começado a celebrar algumas festas marianas. Assim, por exemplo, a festa da Dormição é conhecida em Jerusalém no século VI, e em Constantinopla no ano 600. Como se supõe que Maria morreu muito suavemente, com muita paz e com a grande alegria de unir-se ao seu Filho, não se fala de «morte», mas de «Dormição». Tanto os ortodoxos como os muçulmanos celebram hoje esta festa em 22 de agosto, e a preparam com 15 dias de jejum. No final do século VII, foi introduzida em Roma, onde passou a chamar-se «Assunção de Santa Maria».

No século VIII se celebrava no Oriente a festa da Imaculada Conceição, sem dar muitas explicações teológicas ao respeito: o pensamento oriental prefere o mistério; o ocidental, ao contrário, a clareza analítica. Também Lutero foi favorável a esta festa. O reformador também costumava cantar o «Magnificat» diariamente, segundo conta a tradição.

Para os ortodoxos, o primeiro título de Maria é Theotokos, «Mãe de Deus», usado freqüentemente nos hinos e nas ricas obras iconográficas. O hino Akathistos (que literalmente significa «estando de pé», porque se canta nesta posição) é o hino mariano mais famoso no Oriente. Foi composto no final do século V por um autor desconhecido. Como diz um escritor moderno, não há problemas em que o hino seja anônimo. «Assim é de todos, porque é da Igreja.»

Há também uma marca comum a quase todos os ícones da Virgem no Oriente. Maria é representada como Mãe de Deus que leva o Menino Jesus nos braços. Estas imagens confessam a fé na maternidade divina de Maria.

Qual é a atitude dos protestantes com relação a Maria?

–Burggraf: Alguns disseram que, com a veneração de Maria, os cristãos teriam «caído», desde a altura da veneração do único Deus, ao louvor do ser humano. Na realidade, não é assim. Quando louvamos Maria, veneramos Deus. Quem elogia uma obra de arte, elogia o artista que a fez. Se estou fascinada com as pinturas «El aguador de Sevilla» ou «Las Meninas», o louvor recai em Diego Velázquez, que as realizou.

A Igreja venera em Maria a realização mais perfeita da obediência na fé. Isso é algo que podem aceitar também os cristãos evangélicos e, de fato, muitos o afirmam cada vez mais claramente. Não quer dizer que a Mãe de Jesus – como a chamam os protestantes – tenha sido um instrumento passivo nas mãos de Deus.

Ao contrário, sua entrega humilde e obediente só foi possível graças a uma grande atividade interior que manifesta, por sua vez, liberdade e maturidade. Pois só uma pessoa que é «dona» de si mesma pode dar-se alegremente aos demais. Só quem se sente autenticamente livre não se fere por ser «escrava».

Maria não foi passiva, mas receptiva; esteve disposta a receber os dons divinos. Esta atitude constitui uma condição necessária para levar uma vida cristã: quem não deixa Deus entrar em sua vida, não pode receber a fé nem as demais graças, e tampouco pode desenvolver plenamente suas capacidades. A escrava do Senhor é também a rainha dos céus.

O teólogo protestante Helmut Thielicke conta em sua autobiografia que, em uma visita que fez a um convento católico na Áustria, as religiosas lhe causaram uma grande impressão. Descreve assim: «Meu espírito se elevou – diz –, enquanto passeava meu olhar pelos diferentes rostos lá congregados. Todas elas pareciam ter marcas únicas, eram uma espécie de trabalho artesanal – primoroso – de Deus… Não havia marca de um padrão de fisionomias de moda, imitação ou uniformidade… Impressionou-me especialmente a beleza desses rostos tão idosos, que haviam sido moldados pelo Espírito».

Bento XVI apresenta Orígenes

Intervenção na audiência geral desta quarta-feira

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 25 de abril de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção de Bento XVI na audiência geral desta quarta-feira, em que apresentou a figura do padre apostólico Orígenes.

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Queridos irmãos e irmãs:

Em nossas mediações sobre as grandes personalidades da Igreja antiga, conheceremos hoje uma das mais relevantes. Orígenes de Alexandria é realmente uma das personalidades determinantes para todo o desenvolvimento do pensamento cristão. Ele recolhe a herança de Clemente de Alexandria, sobre quem meditamos na quarta-feira passada, e a relança ao futuro de maneira tão inovadora que imprime um giro irreversível ao desenvolvimento do pensamento cristão. Foi um verdadeiro «mestre», e assim o recordavam com nostalgia e comoção seus discípulos: não só um brilhante teólogo, mas uma testemunha exemplar da doutrina que transmitia. «Ele ensinou», escreve Eusébio de Cesaréia, seu entusiasmo biógrafo, «que a conduta deve corresponder exatamente à palavra, e foi sobretudo por isso que, ajudado pela graça de Deus, induziu muitos a imitá-lo» (Hist. Eccl. 6, 3, 7).

Toda a sua vida esteve envolvida por um incessante anseio de martírio: Tinha dezessete anos quando, no décimo ano do imperador Septímio Severo, desatou-se em Alexandria a perseguição contra os cristãos. Clemente, seu mestre, abandonou a cidade, e o pai de Orígenes, Leônidas, foi preso. Seu filho ansiava ardentemente o martírio, mas não pôde cumprir este desejo. Então escreveu a seu pai, exortando-o a não desistir do supremo testemunho da fé. E quando Leônidas foi decapitado, o pequeno Orígenes sentiu que devia acolher o exemplo de sua vida. Quarenta anos mais tarde, enquanto pregava em Cesaréia, fez esta confissão: «De nada me serve ter tido um pai mártir se não tenho uma boa conduta e não honro a nobreza de minha estirpe, isto é, o martírio de meu pai e o testemunho que o tornou ilustre em Cristo» (Hom. Ez. 4, 8). Em uma homilia sucessiva — quando, graças à extrema tolerância do imperador Felipe o Árabe, parecia já esfumada a eventualidade de um testemunho cruento — Orígenes exclama: «Se Deus me concedesse ser lavado em meu sangue, como para receber o segundo batismo tendo aceitado a morte por Cristo, eu me afastaria seguro deste mundo… Mas são felizes os que merecem essas coisas» (Hom. Iud. 7, 12). Estas expressões revelam toda a nostalgia de Orígenes pelo batismo de sangue. E finalmente este irresistível anseio foi, ao menos em parte, comprazido. Em 250, durante a perseguição de Décio, Orígenes foi preso e torturado cruelmente. Debilitado pelos sofrimentos padecidos, morreu algum tempo depois. Não tinha ainda setenta anos.

Aludimos a esse «giro irreversível» que Orígenes imprimiu à história da teologia e do pensamento cristão. Mas em que consiste este marco histórico, esta novidade tão cheia de conseqüências? Corresponde em substância à fundação da teologia na explicação das Escrituras. Fazer teologia era para ele essencialmente explicar, compreender a Escritura; ou poderíamos inclusive dizer que sua teologia é a perfeita simbiose entre teologia e exegese. Na verdade, a marca própria da doutrina de Orígenes parece residir precisamente no incessante convite a passar da letra ao espírito das Escrituras, para progredir no conhecimento de Deus. E este chamado «alegorismo», escreveu von Baltasar, coincide precisamente «com o desenvolvimento do dogma cristão desenvolvido pelo ensinamento dos doutores da Igreja», os quais, de uma forma ou de outra — acolheram a «lição» de Orígenes. Assim, a tradição e o magistério, fundamento e garantia da investigação teológica, chegam a configurar-se como «Escritura em ato» (cfr. «Origene: il mondo, Cristo e la Chiesa», tr. It., Milano 1972, p. 43). Podemos afirmar por isso que o núcleo central da imensa obra literária de Orígenes consiste em sua «tripla leitura» da Bíblia. Mas antes de ilustrar esta «leitura» convém dar uma olhada geral à produção literária do alexandrino. São Jerônimo, em sua Epístola 33, cita os títulos de 320 livros e de 310 homilias de Orígenes. Lamentavelmente, a maior parte dessa obra se perdeu, mas inclusive o pouco que resta delao lhe converte no autor mais prolífico dos primeiros três séculos cristãos. Seu raio de interesse se estende da exegese ao dogma, à filosofia, à apologética, à ascética e à mística. É uma visão fundamental e global da vida cristã.

O núcleo inspirador desta obra é, como mencionamos, a «tripla leitura» das Escrituras desenvolvida por Orígenes no arco de sua vida. Com esta expressão tentamos aludir às três modalidades mais importantes — entre si não sucessivas, porém mais freqüentemente sobrepostas — com as que Orígenes se dedicou ao estudo das Escrituras. Antes de tudo, ele leu a Bíblia com a intenção de assegurar o melhor texto e de oferecer dela a edição mais fiável. Este, por exemplo, é o primeiro passo: conhecer realmente o que está escrito e conhecer o que esta escritura queria intencional e inicialmente dizer. Realizou um grande estudo com este fim e redigiu uma edição da Bíblia com seis colunas paralelas, de esquerda a direita, com o texto hebreu em caracteres hebreus — ele teve também contatos com os rabinos para compreender bem o texto original hebraico da Bíblia –, depois o texto hebraico transliterado em caracteres gregos e a seguir quatro traduções diferentes em língua grega, que lhe permitiam comparar as diversas possibilidades de tradução. Daí o título de «Hexapla» («seis colunas») atribuído a esta enorme sinopse. Este é o primeiro ponto: conhecer exatamente o que está escrito, o texto como tal. Em segundo lugar, Orígenes leu sistematicamente a Bíblia com seus célebres Comentários. Estes reproduzem fielmente as explicações que o mestre oferecia na escola, em Alexandria e em Cesaréia. Orígenes avança quase versículo a versículo, de forma minuciosa, amplia e aprofunda, com notas de caráter filológico e doutrinal. Ele trabalha com grande exatidão para conhecer bem o que os sagrados autores queriam dizer.

Finalmente, também antes de sua ordenação presbiteral, Orígenes se dedicou muitíssimo à pregação da Bíblia, adaptando-se a um público de composição variada. Adverte-se também em suas Homilias o mestre, totalmente dedicado à interpretação sistemática da perícope em exame, pouco a pouco fracionada nos sucessivos versículos. Também nas Homilias Orígenes aproveita todas as ocasiões para recordar as diversas dimensões do sentido da Sagrada Escritura, que ajudam ou expressam um caminho no crescimento da fé: existe o sentido «literal», mas este oculta profundidades que não aparecem em um primeiro momento; a segunda dimensão é o sentido «moral»: o que devemos fazer vivendo a palavra; e finalmente o sentido «espiritual», ou seja, a unidade da Escritura, que em todo seu desenvolvimento fala de Cristo. É o Espírito Santo que nos faz entender o conteúdo cristológico e, assim, a unidade da Escritura em sua diversidade. Seria interessante mostrar isso. Tentei um pouco, em meu livro «Jesus de Nazaré», assinalar na situação atual estas múltiplas dimensões da Palavra, da Sagrada Escritura, que antes deve ser respeitada justamente no sentido histórico. Mas este sentido nos transcende para Cristo, na luz do Espírito Santo, e nos mostra o caminho, como viver. Encontra-se alusão a isso, por exemplo, na nona Homilia sobre os Números, na qual Orígenes compara a Escritura com as nozes: «Assim é a doutrina da Lei e dos Profetas na escola de Cristo», afirma a homilia; «amarga é a letra, que é como a casca; em segundo lugar atravessas a casca, que é a doutrina moral; em terceiro lugar encontrarás o sentido dos mistérios, do que se nutrem as almas dos santos na vida presente e na futura» (Hom. Num. 9, 7).

Sobretudo por esta via Orígenes chega a promover eficazmente a «leitura cristã» do Antigo Testemunho, replicando brilhantemente o desafio daqueles hereges — sobretudo gnósticos e marcionitas — que opunham entre si os dois Testamentos até rejeitar o Antigo. A respeito disso, na própria Homilia sobre os Números, o alexandrino afirma: «Eu não chamo a Lei de um ‘Antigo Testamento’, se a compreendo no Espírito. A lei se converte em um ‘Antigo Testamento’ só para os que querem compreendê-la carnalmente», isto é, fixando-se na letra do texto. Mas «para nós, que a compreendemos e a aplicamos no Espírito e no sentido do Evangelho, a Lei é sempre nova, e os dois Testamentos são para nós um novo Testamento, não por causa da data temporal, mas da novidade do sentido… Ao contrário, para o pecador e para os que não respeitam a condição da caridade, também os Evangelhos envelhecem» (Hom. Num. 9, 4).

Eu vos convido — e assim concluo — a acolher em vosso coração o ensinamento desse grande mestre na fé. Ele nos recorda com íntimo entusiasmo que, na leitura orante da Escritura e no coerente compromisso da vida, a Igreja sempre se renova e rejuvenesce. A Palavra de Deus, que não envelhece jamais, nem se esgota nunca, é meio privilegiado para tal fim. É, com efeito, a Palavra de Deus que, por obra do Espírito Santo, nos guia sempre de novo à verdade completa (cf. Bento XVI, «Ai partecipanti al Congresso Internazionale per il XL anniversario della Costituzione dogmática ‘Dei Verbum’», in: «Insegnamenti», vol. I, 2005, pp. 552-553). E peçamos ao Senhor que nos dê hoje pensadores, teólogos, exegetas que encontrem esta multidimensionalidade, esta atualidade permanente da Sagrada Escritura, para alimentar-nos realmente do verdadeiro pão da vida, de sua Palavra.

[Tradução realizada por Zenit. Ao final da audiência o Santo Padre saudou os peregrinos em língua portuguesa:]

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os portugueses da Paróquia de Santo António do Estoril, e um grupo de visitantes brasileiros. Possam a vossas obras e orações elevarem-se diariamente ao Pai pela santificação e unidade da grande família humana em Jesus Cristo. Sirva-vos de apelo e encorajamento a Bênção que de bom grão vos concedo, extensiva aos vossos familiares e conterrâneos.

[© Copyright 2007 – Libreria Editrice Vaticana]

Mensagem central do pontificado de Bento XVI: «Deus é amor»

Segundo o padre Ladaria, secretário da Comissão Teológica Internacional

ROMA, terça-feira, 17 de abril de 2007 (ZENIT.org).- É o amor o conceito chave do pontificado de Bento XVI. Assim considera o padre Luis Ladaria, SI, secretário geral da Comissão Teológica Internacional.

O professor da Universidade Pontifícia Gregoriana abordou esta segunda-feira o tema da teologia deste Papa seguindo o fio condutor de sua primeira encíclica, no primeiro ato do ciclo de conferências em homenagem a Bento XVI convocado pela embaixada da Espanha na Santa Sé.

No ato também interveio o cardeal Antonio Maria Rouco Varela, arcebispo de Madri, e o professor da Pontifícia Universidade Salesiana José Luis Moral de la Parte.

O padre Ladaria explicou que «o cristianismo põe em seu centro o amor de que Deus nos cumula e que devemos comunicar porque agora o amor ao próximo não é só um mandamento, mas a resposta ao amor».

«Recorda-nos o Papa — explicou — que o Novo Testamento, entre os termos gregos usados para falar do amor, privilegiou o de “ágape” sem esquecer a “filia”. E daí vem a questão de se foi destruído ou envenenado o “eros”, que seria o maior e o mais belo da existência humana».

«O Papa nega que isto seja verdade», apontou o padre Ladaria: «Assinala simplesmente que este “eros” necessita de purificação e de ascese para ser verdadeiramente humano».

«O amor é êxtase, mas não no sentido de arrebato momentâneo, mas caminho de um sair de si mesmo para a libertação e a entrega de si e precisamente deste modo ao descobrimento de Deus», recordou a propósito da «Deus Caritas Est».

Este teólogo ressaltou como «à imagem do Deus monoteísta corresponde o matrimônio monogâmico. O matrimônio fundado em um amor exclusivo e definitivo se converte em ícone da relação de Deus com seu povo».

O padre Ladaria sublinhou que «a verdade do amor se contempla na cruz, no lado aberto de Cristo, a partir daí se define o que é o amor».

Este amor tem logicamente uma relação com a Eucaristia, explicou: «O ato de entrega foi perpetuado na eucaristia, que nos adentra no ato oblativo de Jesus e nos implica na dinâmica de sua entrega».

«Uma eucaristia que não comporte um exercício prático do amor é fragmentaria em si mesma — advertiu –. Vice-versa, o mandamento do amor é possível só porque não é uma mera exigência: o amor pode ser ‘mandado’ porque antes é dado».

Quanto à teologia e sua relação com o amor, o padre Ladaria recordou que «Bento XVI nos pode ajudar a interpretar sua teologia, movida pelo desejo de conhecer aquele a quem se ama e do desejo de que não seja a palavra humana, mas a palavra de Deus a que ressoa no mundo».

A Comissão Teológica Internacional, criada em 1969 pelo Papa Paulo VI, tem por função oferecer sua assistência à Santa Sé e especialmente à Congregação para a Doutrina da Fé.

Congresso Teológico em preparação da Conferência do episcopado latino-americano

BOGOTÁ, quarta-feira, 26 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Por ocasião da preparação da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, será realizado na cidade colombiana de Medellín, de 8 a 11 de agosto, o 3º Congresso Internacional de Teologia.

O congresso é organizado pela Faculdade de Filosofia e Teologia da Fundação Universitária Luis Amigo e pela Universidade Pontifícia Xaveriana e é dirigido a sacerdotes, religiosas e religiosos, comunidades paroquiais e diocesanas, e a todas as pessoas interessadas na reflexão teológica.

Os principais conferencistas são o secretario geral do Conselho Epicospal Latino-americano (CELAM), D. Andrés Stanovnik, bispo de Reconquista (Argentina); o secretario geral adjunto do CELAM, Padre Sydney Fones; o licenciado em filosofia pela Pontifícia Universidad Xaveriana de Bogotá, Padre Alberto Parra Mora, entre outros.

Para inscrições, escrever para [email protected], [email protected] ou [email protected]

Em suas férias, o Papa trabalha em um livro teológico e uma encíclica social

VATICANO, 18 Jul. 06 (ACI) .- Segundo diversos vaticanistas que acompanham a viagem do Papa Bento XVI à região de Les Combes, no norte alpino da Itália, o Pontífice estaria trabalhando em um livro sobre Cristo, assim como em uma futura encíclica sobre o trabalho humano.

No domingo passado, as imagens do Centro Televisivo Vaticano permitiram ver as atividades do Papa nestes dias, incluindo um momento de trabalho em seu escritório na residência dos salesianos em Les Combes.

Segundo Salvatore Mazza, enviado especial do jornal Avvenire, “parece que, entre outras coisas, voltou a tomar em suas mãos o livro que estava escrevendo antes de ser eleito sucessor de João Paulo II“, “um texto de teologia”.

O livro, segundo outras fontes próximas ao Vaticano, abordaria o tema de Cristo e sua relação com o gênero humano, assim como a relação entre o cristianismo e outras religiões no mundo.

Outro dos trabalhos que ocuparão os dias de verão do Pontífice, antes de sua viagem a sua terra natal em setembro, seria o de uma nova encíclica social centrada no valor do trabalho humano.

Como assinalaram outras fontes anteriormente, a encíclica levaria o nome de “Trabalho Domini”, “O Trabalho do Senhor”.

A encíclica falaria da visão cristã do trabalho humano, a importância do trabalho na sociedade e o trabalho como necessidade e dever do ser humano.

Segundo o Bispo de Aosta, Dom Giuseppe Anfossi, “a conversa com ele é extremamente singela, como é próprio de seu caráter. Além disso, quando fala está atento a todos”.

O Prelado compartilhou com a Rádio Vaticano uma anedota “de natureza muito pessoal”: “Assim que subiu ao carro para o traslado do aeroporto à casa, a primeira palavra que o Papa Bento XVI me dirigiu foi me pedir notícias da saúde de minha mãe. Francamente não esperava tanta delicadeza”, relatou Dom Anfossi.

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