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Papa Francisco: Satanás odeia o homem

Em homilia hoje, dia dos arcanjos, o Papa Francisco falou sobre a luta entre Deus e o diabo

Satanás apresenta as coisas como boas, mas quer destruir a humanidade. Esta foi a principal mensagem do Papa Francisco em Santa Marta nesta segunda-feira em que a Igreja celebra os Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

As leituras do dia apresentam-nos imagens muito fortes: o arcanjo Miguel e os seus anjos lutando contra “o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo” e “engana toda a terra habitada”, mas é derrotado, como indicado no Livro do Apocalipse; e no Evangelho do dia descobrimos Jesus que diz a Natanael: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.” O Papa Francisco falou sobre a “luta entre Deus e o diabo”.

“Mas esta luta acontece depois de Satanás procurar destruir a mulher que está prestes a dar à luz o filho. Satanás sempre tenta destruir o homem: o homem que Daniel via ali, em glória, e que Jesus dizia a Natanael que viria em glória. Desde o início que a Bíblia fala sobre isto: desta sedução para destruir, de Satanás. Talvez por inveja. Nós lemos no Salmo 8: “Tu fizeste o homem superior aos anjos”, e aquela inteligência tão grande do anjo não podia levar aos seus ombros essa humilhação, que uma criatura inferior fosse feita superior e tentava destruí-lo.”

“Tantos projetos, exceto para os próprios pecados, mas tantos, tantos projetos de desumanização do homem, são obra dele, simplesmente porque odeia o Homem. É astuto: di-lo a primeira página do Genesis; é astuto. Apresenta as coisas como se fossem boas. Mas a sua intenção é a destruição. E os anjos defendem-nos. Defendem o homem e defendem o Deus-Homem, o Homem Superior, Jesus Cristo que é a perfeição da humanidade, o mais perfeito. Por isso, a Igreja honra os Anjos, porque são aqueles que estarão na glória de Deus – estão na glória de Deus – porque defendem o grande mistério oculto de Deus, ou seja, que o Verbo veio em carne.”

O Santo Padre no final da sua homilia convida-nos a rezar aos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael e a “recitar aquela oração antiga e bela, ao arcanjo Miguel, para que continue a lutar para defender o mistério maior da humanidade: o Verbo fez-se Homem, morreu e ressuscitou. Este é o nosso tesouro. Que ele continue a lutar para o conservar”.

Fonte: Aleteia

Pecou e deu “replay”

Uma criança perguntou ao Papa Bento XVI:

– Santo Padre (…), devo confessar-me (…) mesmo quando cometo os mesmos pecados? Porque eu sei que são sempre os mesmos.

– É verdade, geralmente os nossos pecados são sempre os mesmos – concordou o Papa –, mas fazemos a limpeza das nossas habitações e dos nossos quartos pelo menos uma vez por semana, embora a sujeira seja sempre a mesma. Para viver na limpeza, para recomeçar; se não, talvez a sujeira não possa ser vista, mas se acumula.

(Encontro de Bento XVI com as crianças da 1ª Comunhão. 15/10/2005)

Alguém aí se identificou com essa criança? Pecou, se arrependeu de verdade, desejou não mais pecar, confessou e… deu “replay” no mesmo pecado. #Quemnunca?

Você vai à igreja se confessar, e quem você vê lá? Justamente o padre com o qual já confessou em outra ocasião aquele mesmo pecado! Aí, começa aquele esquema maroto… Você procura desesperadamente alguma moita para se esconder…

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O problema é que na igreja não há moitas! Então você disfarça e dá meia volta, retornando para se confessar somente no horário em que outro padre estiver disponível para ouvir suas faltas (para esse outro padre, é claro, a audição daquele pecado da sua parte será inédita, e você se livrará do vexame de confessar pela décima vez o mesmo pecado ao mesmo confessor).

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Até aí, você ainda caminha na graça de Deus. Segue tropeçando, talvez caminhe meio lerdo, mas certamente está caminhando com Jesus. A vitória do mal começa quando, ao se verem incapazes se superar certos vícios, muitos católicos simplesmente desistem de trilhar o caminho da santidade, jogam a toalha e se conformam em viver no pecado.

Pessoas nessa situação, em geral, se justificam dizendo que são fracas demais para conseguirem se libertar da prática de determinado pecado. Mas o problema maior, no fundo, não é a fraqueza, não é a incapacidade de resistir ao pecado: o problema é que elas creem que a situação de pecado lhes dá mais vantagens e felicidade do que viver em estado de graça. E este é um problema de CONHECIMENTO e de FÉ.

É um PROBLEMA DE CONHECIMENTO, pois a pessoa que não conhece a si mesmo se ilude mais facilmente sobre as coisas que podem nos trazer felicidade (e com certeza, mais cedo ou mais tarde, vai quebrar a cara).

E é um problema de FÉ, porque ao desistir de lutar contra o pecado, assumindo-o como um modo de vida, a pessoa mostra que desconfia de Jesus, pensando que, se fizer a Sua vontade, vai acabar frustrada.

É o que nos explica Bento XVI, falando sobre o Gênesis:

“Qual é o quadro que nesta página nos é apresentado? O homem não confia em Deus. Ele tentado pelas palavras da serpente, alimenta a suspeita de que Deus, em última análise, tira algo da sua vida, que Deus é um concorrente que limita a nossa liberdade e que nós só seremos plenamente seres humanos, quando O tivermos posto de lado; (…)

“Estimados irmãos e irmãs! Se refletirmos sinceramente sobre nós mesmos e sobre a nossa história, devemos dizer que com esta narração se descreve não só a história do princípio, mas a história de todos os tempos, e que todos trazemos dentro de nós próprios uma gota do veneno daquele modo de pensar explicado nas imagens do Livro da Gênesis. A esta gota de veneno, chamamos pecado original (…). Pensamos que pactuar com o mal, reservando para nós mesmos um pouco de liberdade contra Deus, em última análise, seja um bem, talvez até necessário.”

– Bento XVI. Homilia em 8/12/2005

Porém, o cristão autêntico é aquele que, mesmo sabendo que gastou toda a sua herança na vida de baixaria, odeia a sua imundície e renega a vida de pecado uma, duas, dez, vinte e cinco vezes, volta para casa e pede perdão ao Pai. Já o filho do demo é aquele que jamais volta, pois se convence de que a vida é melhor e mais livre longe de Deus.

“Contudo, quando olhamos para o mundo à nossa volta, podemos ver que não é assim, ou seja, que o mal envenena sempre, que não eleva o homem, mas o rebaixa e humilha, que não o enobrece, não o torna mais puro nem mais rico, mas o prejudica e faz com que se torne menor.”

– Bento XVI. Homilia em 8/12/2005

Somos mesmo uns vacilões. Por mais que tenhamos boas intenções, não somos capazes de nos santificar a nós mesmos, e nos vemos na mesma situação de São Paulo: “…porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero” (Rom 7, 18-19).

E assim, dizemos tantas vezes a Jesus: “Senhor, eu não consigo ser como me pedes!”. E Ele nos responde: “Credes que eu posso fazer isso?” (Mt 9,28). Nós não podemos nos santificar com nossas forças, mas a Deus nada é impossível. Cremos que Jesus pode fazer essa obra em nós? Temos fé?

T.S. Eliot, um dos maiores poetas dos últimos séculos, manda pra nós a real…

Coros de “A Rocha”
E adveio então, num instante predeterminado,
um momento no tempo e do tempo,
Um momento não fora do tempo, mas no tempo,
naquilo que chamamos historia: seccionando, dividindo
a esfera do tempo, um momento no tempo, mas não
como um momento do tempo,
Um momento no tempo, mas o tempo foi feito
através desse momento, pois sem significado não há
tempo, e aquele momento do tempo lhe deu o sentido.
Pareceu então que os homens deviam seguir
de luz em luz, na luz do Verbo,
Através do sacrifício e da paixão salvos e despeito
da negatividade que o ser de cada qual continha;
Bestiais como sempre, carnais, egoístas,
interesseiros e obtusos como sempre haviam sido
E ainda assim lutando, sempre reafirmando
e recomeçando a marcha num caminho que fora iluminado pela luz;
Tantas vezes parando, perdendo tempo, desviando-se,
atrasando-se e voltando, mas jamais seguindo outro caminho.

– T.S. Eliot

Fonte: O Catequista

Como conseguir que meu pároco dê boas homilias?

O envolvimento dos fiéis na pregação é mais importante do que podemos imaginar

Você costuma acordar aos domingos com vontade de ouvir a homilia do seu pároco? Fica ansioso para ir à Missa e até anotar as ideias da homilia, de tão boas que são? Tem vontade de pedir uma cópia do texto da homilia, para refletir, orar e compartilhar com seus amigos?

Quantas vezes você já teve essas vontades? Já posso imaginar a resposta mais provável para esta pergunta…

Agora, uma pergunta mais importante: você gostaria que seus domingos começassem dessa maneira? E outra pergunta mais importante ainda: o que você estaria disposto a fazer para que seus domingos começassem assim? Acho que você pode estar mais disposto a ouvir homilias melhores se seguir 2 simples passos.

Primeiro passo: peça homilias melhores. Comece pedindo a Deus melhores homilias em sua paróquia. Deixe-me esclarecer: não se trata de dar conselhos a Deus: “Senhor, por favor, faça que esse homem diga algo digno de ser recordado nesta Missa”. Não, não faça isso.

Por amor à Palavra de Deus e por amor ao padre ordenado que prega essa Palavra, ore pelos nossos bispos, sacerdotes e diáconos. Eu prego desde 1996 e sei que o ministério da pregação litúrgica é uma bênção e um peso.

Peça a Deus que abençoe nossos pregadores. Peça a ajuda dos grandes santos famosos como pregadores: Agostinho, João Crisóstomo etc. Eu me sinto muito motivado por muitos fiéis que oram por mim quando me aproximo do púlpito.

A seguinte pessoa a quem você pode pedir homilias melhores é ao próprio pregador. Mas não vá até o padre e grite: “Dê um sermão melhor!”. Isso não o ajudará e provavelmente o prejudicará.

Ao invés disso, faça pro ele o que as pessoas fazem por mim. Em 18 anos de pregação, sempre tive pessoas generosas e piedosas que se ofereceram para revisar os rascunhos das minhas homilias enquanto as preparava. E sempre tive gente que se sentou comigo após a Missa para revisar a homilia que acabei de dar. Eu pergunto duas coisas sobre a minha homilia: “Do que você gostou?” e “O que você me sugere?”.

Segundo passo: vá à Missa preparado. Inclusive a pregação do meu herói, o bispo Fulton Sheen, não daria frutos se os congregados fossem solo infértil diante da proclamação da Palavra de Deus.

Os pregadores de homilias sabem que a maioria da sua comunidade vai à Missa sem estar preparada para escutar frutiferamente a Palavra de Deus. As pessoas chegam tarde e distraídas, sem saber quais são as leituras do dia, nem quais foram as dos dias anteriores ou seguintes à Missa, nem como estão relacionadas. Inclusive os melhores pregadores sentem limitações frustrantes quando a maioria das pessoas vai à Missa sem estar preparada.

Mas, então, como você pode se preparar? Santo Inácio de Loyola falou de “preparação remota” e “preparação próxima” para a oração. Como aplicamos isso à preparação para escutar melhor a homilia da Missa?

Comecemos com a preparação remota para a Missa do domingo. Antes de entrar para a vida religiosa, eu me encontrava semanalmente com amigos para discutir as Escrituras para a próxima Missa do domingo. Íamos à Missa juntos. Depois da Missa, tomávamos café e conversávamos sobre a Bíblia, a homilia e a Missa. Juntos, dávamos um sentido apropriado para o descanso dominical.

Esta prática nos ajudou a aproximar-nos da Missa com mais preparação e diligência, permitindo-nos escutar melhor as homilias. E nos ajudou a ver, com toda a Igreja, que caminhávamos juntos ao longo do ano litúrgico. Meus sete anos com este grupo me formaram como pregador de homilias.

Os que leem este artigo provavelmente não fazem parte de um grupo assim. Não seria melhor se você pudesse ser parte de uma comunidade que visse a Missa do domingo como algo a ser preparado conjuntamente? Não seria melhor ir à Missa esperando saborear a Palavra de Deus com seus amigos no Senhor?

Não valeria a pena o esforço de formar e manter um compromisso grupal com a Missa do domingo? Você não estaria mais disposto a escutar todo o bem que se pode encontrar em uma homilia, se estivesse preparado dessa maneira?

Inúmeros documentos da Igreja falam da Eucaristia como “fonte e cume” da nossa fé. É mais provável que experimentemos a Eucaristia dessa forma se dermos à “fonte e cume” da nossa fé o tempo e a atenção que ela merece.

E como pode ser feita a preparação próxima para escutar melhores homilias? Sugiro o que algumas pessoas me disseram ser provavelmente impossível: chegar mais cedo na Missa.

Reserve 10 ou 15 minutos para a oração pessoal na igreja. Peça ao Espírito Santo que prepare seus sentidos, sua mente e seu coração para esta Missa. A maioria das pessoas chega cedo ao seu trabalho todos os dias. Não podemos conseguir chegar 15 minutos antes da “fonte e cume” da nossa fé?

Em resumo, melhorar a pregação litúrgica é responsabilidade de todos.

(Artigo do pe. Robert McTeigue, SJ)

Íntegra da homilia do Papa Francisco na canonização de São João Paulo II e São João XXIII

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VATICANO, 27 Abr. 14 / 09:00 am (ACI/EWTN Noticias).- Em uma cerimônia sem precedentes na história da Igreja, o Papa Francisco declarou santos a São João Paulo II e São João XXIII durante uma missa concelebrada por mais de mil pastores entre cardeaisbispos e sacerdotes, incluindo o Pontífice Emérito Bento XVI.

Esta é a íntegra da homilia que pronunciou o Papa Francisco:

No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que João Paulo II quis dedicar à Divina Misericórdia, encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado.

Já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, aquele homem habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28).

Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé, são também a verificação da fé. Por isso, no corpo de Cristo ressuscitado, as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade. Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: ‘pelas suas chagas, fostes curados’ (1 Ped 2, 24; cf. Is 53, 5).

São João XXIII e São João Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado transpassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.

Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.

Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.

Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que nos falam os Atos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47). É uma comunidade onde se vive o essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.

E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si. João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e atualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio, João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado. Este foi o seu grande serviço à Igreja; foi o Papa da docilidade ao Espírito.

Neste serviço ao Povo de Deus, João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu.

Que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama”.

O Papa na Evangelii Gaudium: A homilia não pode ser um espetáculo de divertimento

Papa Francisco

VATICANO, 27 Nov. 13 / 11:17 am (ACI).- Na primeira exortação apostólica do seu pontificado intitulada “Evangelii Gaudium”, o Papa Francisco ressaltou que “a homilia não pode ser um espetáculo de divertimento, não corresponde à lógica dos recursos mediáticos, mas deve dar fervor e significado à celebração”.

Pela importância do tema, o Santo Padre dedica uma seção deste documento a explicar como deve ser a homilia: “é um gênero peculiar, já que se trata de uma pregação no quadro duma celebração litúrgica; por conseguinte, deve ser breve e evitar que se pareça com uma conferência ou uma lição”.

No numeral 138, o Papa afirma que “o pregador pode até ser capaz de manter vivo o interesse das pessoas por uma hora, mas assim a sua palavra torna-se mais importante que a celebração da fé. Se a homilia se prolonga demasiado, lesa duas características da celebração litúrgica: a harmonia entre as suas partes e o seu ritmo.”.

“Quando a pregação se realiza no contexto da Liturgia, incorpora-se como parte da oferenda que se entrega ao Pai e como mediação da graça que Cristo derrama na celebração. Este mesmo contexto exige que a pregação oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia, que transforme a vida. Isto requer que a palavra do pregador não ocupe um lugar excessivo, para que o Senhor brilhe mais que o ministro”.

O Papa Francisco assegura também que “a homilia é o ponto de comparação para avaliar a proximidade e a capacidade de encontro de um Pastor com o seu povo. De fato, sabemos que os fiéis lhe dão muita importância; e, muitas vezes, tanto eles como os próprios ministros ordenados sofrem: uns a ouvir e os outros a pregar. É triste que assim seja. A homilia pode ser, realmente, uma experiência intensa e feliz do Espírito, um consolador encontro com a Palavra, uma fonte constante de renovação e crescimento”.

Depois de colocar como exemplo a pregação de São Paulo, o Papa assinala que “a proclamação litúrgica da Palavra de Deus, principalmente no contexto da assembleia eucarística, não é tanto um momento de meditação e de catequese, como sobretudo o diálogo de Deus com o seu povo, no qual se proclamam as maravilhas da salvação e se propõem continuamente as exigências da Aliança”.

“Reveste-se de um valor especial a homilia, derivado do seu contexto eucarístico, que supera toda a catequese por ser o momento mais alto do diálogo entre Deus e o seu povo, antes da comunhão sacramental. A homilia é um retomar este diálogo que já está estabelecido entre o Senhor e o seu povo”.

Aquele que prega, prossegue, “deve conhecer o coração da sua comunidade para identificar onde está vivo e ardente o desejo de Deus e também onde é que este diálogo de amor foi sufocado ou não pôde dar fruto”.

O Papa alerta logo que “a pregação puramente moralista ou doutrinadora e também a que se transforma numa lição de exegese reduzem esta comunicação entre os corações que se verifica na homilia e que deve ter um caráter quase sacramental: ‘A fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo’”.

“Na homilia, a verdade anda de mãos dadas com a beleza e o bem. Não se trata de verdades abstratas ou de silogismos frios, porque se comunica também a beleza das imagens que o Senhor utilizava para incentivar a prática do bem. A memória do povo fiel, como a de Maria, deve ficar transbordante das maravilhas de Deus. O seu coração, esperançado na prática alegre e possível do amor que lhe foi anunciado, sente que toda a palavra na Escritura, antes de ser exigência, é dom”.

Para o Santo Padre, “falar com o coração implica mantê-lo não só ardente, mas também iluminado pela integridade da Revelação e pelo caminho que essa Palavra percorreu no coração da Igreja e do nosso povo fiel ao longo da sua história”.

A identidade cristã, precisa, “que é aquele abraço batismal que o Pai nos deu em pequeninos, faz-nos anelar, como filhos pródigos – e prediletos em Maria –, pelo outro abraço, o do Pai misericordioso que nos espera na glória. Fazer com que o nosso povo se sinta, de certo modo, no meio destes dois abraços é a tarefa difícil, mas bela, de quem prega o Evangelho”.

O Papa: Para o cristão Jesus é tudo e o resto é “nada”

VATICANO, 17 Jun. 13 / 03:22 pm (ACI/EWTN Noticias).- Para o cristão, Jesus é “o seu tudo” e daqui deriva sua magnanimidade. Destacou o Papa Francisco na Missa desta segunda-feira na Casa Santa Marta. Ele recordou que a justiça que Jesus traz é superior àquela dos escribas, “olho por olho, dente por dente”.

“Se alguém bater na sua face, ofereça-lhe também a outra”. O Papa centrou sua homilia de hoje nas fortes palavras de Jesus dirigidas a seus discípulos. A história da bofetada, observou o Pontífice, “converteu-se em um argumento clássico para zombarem dos cristãos”. A lógica normal da vida nos ensina que “devemos lutar, devemos defender nossa posição” e se nos dão uma bofetada “nós daremos duas e assim nos defenderemos”.

Pelo resto, disse Francisco, quando aconselho os pais a repreender os próprios filhos digo sempre: “Jamais no rosto”, porque “o rosto representa a nossa dignidade”.

“A justiça que Ele traz –afirmou o Santo Padre– é uma justiça totalmente diferente do olho por olho, dente por dente. É outra justiça”. E isto, observou, podemos entender quando São Paulo fala dos cristãos como “quem nada possui, mas tendo tudo”.

Eis aqui então que a segurança cristã se encontra neste “tudo” que é Jesus. “O ‘tudo’ – adicionou é Jesus Cristo. O resto é ‘nada’ para o cristão”. Em troca, advertiu o Papa, “para o espírito do mundo o ‘tudo’ são as coisas: as riquezas, as vaidades”, “ter posições mais elevadas” e “o nada’ é Jesus”.

Portanto, se um cristão pode caminhar 100 quilômetros quando lhe pedem percorrer 10, “é porque para ele isso é ‘nada’” e, tranquilamente, “pode dar o manto quando lhe pedem a túnica”. Eis aqui o “segredo da magnanimidade cristã, que sempre vai acompanhada pela docilidade”, e o “tudo”, é Jesus Cristo:

“O cristão é uma pessoa que alarga o seu coração, com a sua magnanimidade, porque tem o ‘tudo’, que é Jesus Cristo. As outras coisas são um nada’. São boas, servem, mas no momento do enfrentamento escolhe sempre o ‘tudo’, com aquela docilidade, aquela docilidade cristã que é o sinal dos discípulos de Jesus: docilidade e magnanimidade. E viver assim não é fácil…”.

“Mas, o cristão é dócil, o cristão é magnânimo: alarga seu coração. Mas quando encontramos estes cristãos com o coração reduzido, com o coração encolhido, que não funcionam… isto não é cristianismo: isto é egoísmo, mascarado de cristianismo”.

“O verdadeiro cristão”, disse o Papa Francisco, “sabe resolver esta oposição bipolar, esta tensão entre o ‘tudo’ e o nada’, como Jesus nos aconselhou: ‘Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.’”

“O Reino de Deus é o ‘tudo’, o resto é secundário, não é o principal. E todos os erros cristãos, todos os erros da Igreja, todos nossos erros nascem daqui, quando dizemos ao nada’ que é o ‘tudo’ e ao ‘tudo’ que, parece que não conta… Seguir Jesus não é fácil, não é fácil. Mas tampouco é difícil, porque no caminho do amor o Senhor faz as coisas de forma que nós possamos ir para frente; o mesmo Senhor nos alarga o coração”.

Peçamos ao Senhor “que alargue nosso coração, que nos faça humildes, dóceis e magnânimos, porque nele temos o ‘tudo’; e que nos proteja dos problemas cotidianos ao redor de um nada’”, concluiu.

Confessor do Papa: Francisco pede orações porque sabe que o tentador não dorme

Frei Berislao Ostojic e o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio

BUENOS AIRES, 06 Jun. 13 / 01:28 pm (ACI/EWTN Noticias).- O sacerdote franciscano Frei Berislao Ostojic, confessor na Argentina do então Cardeal Jorge Bergoglio, disse que o Papa Francisco é um homem que tem os pés no chão e que pede que rezem por ele porque sabe que “o tentador não dorme”.

O sacerdote disse isto na carta que enviou ao seu irmão Mario Marcos, que nasceu na Argentina, mas que atualmente mora na Croácia. A missiva foi difundida por um portal croata e nesta se oferece uma visão particular do papa Francisco.

No texto, Frei Ostojic se refere ao permanente pedido do Santo Padre “reze por mim”. Recentemente, recorda, o Papa pediu “rezem por mim, para que não me sinta melhor que ninguém”. Neste simples pedido, diz o Pe. Ostojic, “está o seu conceito de autoridade, que é serviço. E como tem os pés no chão e não vive de ilusões, sabe muito bem que o tentador não dorme e que os tesouros de graça se levam em vasos de barro. Isto é puro realismo humano e espiritual”.

Do mesmo modo, advertiu que mesmo que atualmente os meios de comunicação “exaltem ao novo Papa”, os fiéis devem “evitar entusiasmos ingênuos”, já que “a experiência nos ensina que, com frequência, quem hoje exalta, amanhã, por razões ideológicas, tranquilamente estarão na ‘calçada’ oposta”.

“Basta pensar o que acontecerá quando o Santo Padre reafirme o valor de toda vida humana e pronuncie um claro ‘não’ ao aborto, e o que se dirá quando ratificar o matrimônio entre um homem e uma mulher”, e muitas outras questões sensíveis. Então “muitos entusiastas superficiais mudarão de ‘calçada’, e farão com que o Papa sinta o peso da cruz que não se negocia em detrimento da verdade do Evangelho”, assinalou.

O frade também destacou a capacidade do Papa “de estar frente ao Sacrário e beber na intimidade com Cristo as riquezas com as que Jesus enche os corações que lhe abrem para que os ilumine e os fortaleça”.

Nesse sentido, recordou a homilia do então Cardeal Bergoglio quando ordenou Dom Salaberry, jesuíta, e abordou as dificuldades que se apresentariam ao novo bispo. O Arcebispo lhe disse que “quando tudo parecer escuro”, “aprenda a gastar os joelhos ante o Sacrário. Ele, Jesus, jamais defrauda”.

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