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Papa anula excomunhão de bispos ordenados por D. Lefebvre

DECRETO DA CONGREGAÇÃO PELOS BISPOS

Por meio da carta do dia 15 de dezembro de 2008, dirigida à Sua Eminência, Cardeal Dario Castrillón Hoyos, o presidente da Comissão Pontifical Ecclesia Dei, Dom Bernard Fellay em nome próprio e em nome dos outros três bispos sagrados no dia 30 de junho de 1988, solicitava novamente o levantamento da excomunhão latae sententiae formalmente declarada pelo Decreto do Prefeito desta mesma Congregação para os Bispos na data de 1 de julho de 1988.

Na carta anteriormente mencionada, Dom Fellay afirmava, entre outras coisas:

“Nós estamos também aferrados à vontade de permanecer católicos e de pôr todas as nossas forças a serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica Apostólica Romana. Nós aceitamos seus ensinamentos filialmente. Nós cremos firmemente no Primado de Pedro e nas suas prerrogativas e é por isso que a situação atual nos faz sofrer tanto”.

Sua Santidade Bento XVI – paternalmente sensível ao mal estar espiritual manifestado pelos interessados por causa da sanção de excomunhão e confiando no compromisso expressado por eles na carta citada de não poupar nenhum esforço para aprofundar nas necessárias conversações com as Autoridades da Santa Sé sobre as questões ainda abertas, e de poder deste modo chegar rapidamente à uma plena e satisfatória solução do problema posto na origem – decidiu reconsiderar a situação canônica dos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta relativa à sua sagração episcopal.

Este ato expressa o desejo de consolidar as relações recíprocas de confiança, de intensificar e de tornar estáveis as relações da Fraternidade São Pio X com a Sé Apostólica. Este dom de paz, no fim das celebrações do Natal, quer ser também um sinal para promover a unidade na caridade da Igreja Universal e, deste modo, retirar o escândalo da divisão.

Desejando que este passo seja seguido sem demora da pela comunhão com a Igreja de toda a Fraternidade São Pio X, em testemunho de uma verdadeira fidelidade e de um verdadeiro reconhecimento do Magistério e da autoridade do Papa pela prova de uma unidade visível.

Conforme as faculdades que me foram expressamente concedidas pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, em virtude do presente Decreto, eu levanto aos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação no dia 1 de julho de 1988, do mesmo modo que declaro sem efeitos jurídicos, a partir de hoje, o Decreto publicado naquela época.

Roma, da Congregação para os Bispos, dia 21 de janeiro de 2009
Card. Giovanni Battista Re
Prefeito da Congregação pelos Bispos

Texto original: Italiano, traduçao DICI http://www.dici.org
Fonte: site do Vaticano em http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/23251.php?index=23251&lang=it ]

Palavra de Deus é inspiração para vida

Segundo bispo português, questão foi recorrente nas intervenções

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- O bispo auxiliar do Porto, D. António Bessa Taipa, afirmou que um dos temas recorrentes no Sínodo é a Palavra de Deus como fonte de inspiração para a vida dos fiéis.

«Aquilo que vai preocupando mais é o fazermos todos da Palavra de Deus a inspiração da nossa vida, para que, de fato, inspire toda essa teia de relações com os outros, o próprio Deus, o cosmos», afirmou à Agência Ecclesia.

De acordo com o bispo, é essencial «aproximar a Bíblia de nós próprios, fazer que a nossa vida seja toda inspirada na Palavra de Deus».

D. António Taipa afirmou que os diferentes testemunhos que chegam da Igreja pelo mundo impressionam.

Segundo o bispo, muitos católicos no mundo não têm a Sagrada Escritura porque em vários países não há dinheiro para editá-la.

«Muitos não têm Bíblias porque não têm dinheiro para elas e usam outros meios», disse.

O prelado afirmou também que o tema da qualidade das homilias tem sido recorrente nas intervenções dos membros da assembleia sinodal.

D. António Taipa enfatizou que «a homilia é um dos momentos principais para o anúncio e a divulgação da Palavra».

«Uma homilia de 7, 8 ou 10 minutos em que se diga alguma coisa é algo muito exigente, pede uma preparação muito forte.»

Um outra questão muito apontada tem sido a «interação entre teólogos, exegetas e pastores» quanto à leitura da Bíblia.

«Nós não podemos prescindir de uma exegese séria, do fato de o Verbo de Deus ter habitado num determinado tempo e espaço, de procurar entender o que as coisas quiseram dizer no seu tempo», considera, de modo a evitar «subjetivismos perigosos».

Por outro lado, o bispo destacou que é necessária uma leitura orante, a lectio divina, «sob o risco de ficarmos de ficarmos com a exegese como um estudo arqueológico que não tem interesse».

Ex-Protestante responde: O que significa o termo Católico?

Por Steve Ray
Tradução: Renata Espíndola
Fonte: Catholic Convert

A história do termo Católico

Como um protestante, fui para uma igreja evangélica que modificou um importante e histórico termo no Credo dos Apóstolos. Ao invés da “Santa, Católica Igreja”, éramos a “Santa, Cristã Igreja”. Nada refleti sobre este fato naquele momento. Certamente não havia nenhuma intenção maligna, apenas uma repugnância com a Igreja Católica e o distinto desejo de nos distanciarmos desta heresia e tradição feitas pelas mãos dos homens.

Para mim, os católicos se desviaram logo no início da “Cristandade Bíblica”, então eles simplesmente inventaram um novo termo para descrever sua sociedade. Desde que nós, os evangélicos, supostamente éramos os leais e verdadeiros crentes da Bíblia, não possuíamos nenhum interesse no termo católico, desde que este não foi encontrado em nenhum lugar entre as capas da Bíblia, ou seja no corpo textual não era citado. Era apenas um termo cujo viés era carregado por uma bagagem negativa, então nós o removemos do Credo.

Eu deveria ter questionado “De onde vem o termo católico e o que significa”. Estaria eu correto em assumir que os Católicos Romanos inventaram o termo para destacá-los da “Cristandade Bíblica”?

Como doutrinas e palavras se desenvolvem

O desenvolvimento da doutrina não é apenas um fenômeno católico. É também um fato entre protestantes e em todas as religiões ou tradições teológicas. Ao longo dos anos, termos teológicos são desenvolvidos para auxiliar na explicação do conhecimento mais profundo da fé. Como os cristãos ponderam, a Revelação foi transmitida pelos apóstolos e depositada na Igreja d’Ele – a Igreja pondera apoiada na Palavra de Deus – refletindo cada vez mais profundamente.

Não é muito diferente de se descascar uma cebola em camadas, o se penetrar profundamente no coração. O desenvolvimento da doutrina define, molda e interpreta o depósito da fé. A Bíblia não é um manual técnico de instruções teológicas ou de detalhamento de uma igreja, como seria um catecismo ou um guia de estudos. O significado da Bíblia não é sempre claro, como nos contou São Pedro (2Ped 3,15-16). Trinta e três mil denominações protestantes – competindo entre si também tornam este fato aparente, uma vez que falham em concordar no que a Bíblia diz. Faz-se necessária a autoridade de uma igreja universal e dos sucessores dos apóstolos para formular as doutrinas da fé. Como um evangélico, eu era ingênuo ao pensar que poderia recriar a roda teológica para mim mesmo.

Para ilustrar o desenvolvimento doutrinário, observemos o termo Trindade. Este termo nunca aparece na Bíblia, nem a mesma dá a fórmula explícita para a natureza da Trindade como comumente é utilizada hoje, como sendo “Um Deus Único em Três Pessoas Distintas” ou “Três Pessoas, Uma Natureza“. Todavia, o termo Trindade, como desenvolvido internamente na Igreja Católica, é uma crença essencial para quase toda denominação protestante. O primeiro registro do uso do termo Trindade – trias – foi nos escritos de Teófilo de Antioquia, em torno do ano 180 A.D.. Apesar de não ter sido encontrada na Bíblia, a Igreja Primitiva desenvolveu termos como Trindade, os quais são utilizados para definir e explicar doutrinas cristãs essenciais e básicas.

De modo interessante, enquanto vários protestantes objetam a idéia do desenvolvimento da doutrina segundo a Igreja Católica, os mesmos não têm problema com o desenvolvimento em seus próprios campos, inclusive quanto a inovações e invenções. Tome por exemplo, o Arrebatamento, outro termo não encontrado na Bíblia e não utilizado em qualquer círculo teológico até meados do século XIX. Após uma “profética articulação” vinda de duas mulheres numa reunião escocesa de renovação, a nova doutrina do “Arrebatamento” espalhou como um incêndio selvagem por toda Nova Inglaterra e América.

Foi a Igreja Católica quem definiu a Trindade Sagrada, a divindade e humanidade de Cristo – a união hipoestática destas duas naturezas na pessoa única e divina de Jesus -, salvação, batismo, a Sagrada Eucaristia e todos os outros ensinamentos que pavimentam a Fé Cristã. Foi também a Igreja Católica que trouxe à tona o Novo Testamento – coletando, canonizando, preservando, distribuindo e interpretando o mesmo. Como um protestante, eu estava bastante inclinado para a aceitação inconsciente dos ensinamentos da Igreja Católica sobre a Trindade, sobre a deidade de Cristo, o cânon ortodoxo do Novo Testamento e etc., mas rejeitava, voluntariosamente, o ensinamento “integral” da Igreja Católica. Hoje, compreendo que é na Igreja Católica que encontramos a abundância da fé e o visível e universal corpo de Cristo.

A definição do termo Católico

Entretanto, nós ainda não definimos o termo católico. Ele vem do termo grego “katholikós“, o qual é a combinação de duas palavras: “kata” – concernente – e “holos” – totalidade; por conseqüência, “concernente à totalidade” ou “integral, abrangente”. De acordo com o Dicionário Oxford de Etimologia Inglesa, o termo católico surge de uma palavra grega cujo significado é “relativo à totalidade” ou mais simplesmente, “geral ou universal”.

Universal é originado de duas palavras gregas: “uni” – um – e “vetere” – giro; por conseqüência, “girando ao redor de um” ou “transformado em um[1]. A palavra igreja deriva do grego “ecclesia“, a qual significa “aqueles chamados para socorrer“, como se convocados a serem sublimados e libertos do mundo para formar uma sociedade distinta. Então, a Igreja Católica é feita destes que foram convocados e reunidos numa visível e universal sociedade fundada por Cristo.

Em seus primeiros anos a Igreja era pequena, tanto geograficamente, quanto numericamente. Aproximadamente pela primeira década, a Igreja na área de Jerusalém foi constituída exclusivamente de judeus; o termo católico dificilmente poderia ser aplicado. Entretanto, conforme a Igreja crescia e se espalhava pelo Império Romano, foi incorporando judeus e gentios, ricos e pobres, romanos, homens libertos e até mesmo escravos; ou seja, homens e mulheres de cada tribo e idioma. Porém, por volta do terceiro século, era católica uma em cada dez pessoas no Império Romano. Do mesmo modo que o termo Trindade foi apropriado para descrever a natureza de Deus, assim foi com o termo católico para descrever a natureza do Corpo de Cristo – a Igreja -, mas voltemos à história do termo católico.

O registro inicial de seu uso foi encontrado nos primeiros anos da literatura cristã. Encontramos o primeiro indício nos escritos de São Inácio de Antioquia, o qual era um homem jovem durante o tempo de vida dos apóstolos e foi o segundo Bispo de Antióquia, sucessor de Pedro. São Inácio esteve imerso na tradição viva da igreja local em Antióquia, onde os seguidores de Cristo foram inicialmente denominados cristãos (At 11,26). Ele esteve presente o suficiente não só para conhecer os apóstolos, mas para ser ensinado e ordenado diretamente pelos mesmos. Dos apóstolos, Santo Inácio aprendeu o que era a Igreja, como deveria funcionar, crescer e ser governada. A História nos informa que São Pedro era o Bispo de Antióquia na época, e de fato, os Pais da Igreja proclamam que São Inácio foi ordenado pelo próprio São Pedro[2]. São Inácio certamente prestou adoração com Pedro, Paulo e João, vivendo com ou próximo a eles e esteve sob as orientações destes apóstolos especiais. São Inácio de Antióquia é conhecido e reverenciado como uma testemunha autêntica da tradição e costumes dos apóstolos.

Nos documentos existentes que resistiram até nossa época, São Inácio foi o primeiro a utilizar o termo católico em referência à Igreja. Em sua jornada a Roma, sob escolta militar para o Coliseu, onde seria devorado por leões devido a sua fé, escreveu que “Vocês todos devem seguir o Bispo assim como Jesus Cristo segue ao Pai, e ao presbitério como vocês seguiriam aos apóstolos. Aonde quer que o Bispo surja, permita que as pessoas ali estejam, assim como onde quer que Jesus Cristo esteja, ali se encontra a Igreja Católica” (Epístola aos Esmirniotas).

Outro registro inicial do termo católico é associado a São Policarpo, Bispo de Esmirna, o qual o utilizou por diversas vezes. São Policarpo foi discípulo do apóstolo João, assim como este o foi de Jesus Cristo. Como São Inácio, São Policarpo morreu martirizado num coliseu em 155A.D.. No Martiriológo de São Policarpo, escrito no período de sua morte, lemos “Da Igreja de Deus localizada em Esmirna para a Igreja de Deus localizada em Filomélia, e para todas as dioceses da santa e católica Igreja localizadas em qualquer parte” (Epístola da Igreja em Esmirna, Prefácio). Posteriormente, é citado no mesmo livro que “quando Policarpo terminou sua oração, na qual relembrou todos os que conheceu… e toda a Igreja Católica dispersa pelo mundo…“. Após a oração, os romanos o entregaram às feras selvagens, ao fogo e à espada. A epístola conclui ainda que “agora com os Apóstolos e todos os justos, se encontra glorificando ao Deus e Pai Todo Poderoso, louvando ao Nosso Senhor Jesus Cristo, o Salvador de nossas almas e Pastor da Igreja Católica por todo o mundo“. (8)

Então podemos claramente entender que logo no início do segundo século, os cristãos usaram regularmente o termo católico como uma definição do estabelecimento da Igreja. A partir do segundo século em diante, vemos que o termo é regularmente aplicado por teólogos e escritores.Alguém poderia facilmente concluir que “católica” era uma descrição inicial da Igreja, provavelmente utilizada pelos próprios apóstolos.

No quarto século, Santo Agostinho ao retransmitir a tradição da Igreja Primitiva, não economizou palavras para referendar a importância e disseminação a longa distância do uso do termo católico. Ele escreveu que “devemos ser leais à religião cristã e à comunicação em Sua Igreja que é católica, e que não é denominada católica apenas por seus próprios membros, mas também por todos seus inimigos” (A Verdadeira Religião 7,12). E novamente, “a única e verdadeira denominação Católica, a qual não sem razão, pertence somente a esta Igreja, defronte tantos hereges, e embora todos os hereges desejem ser denominados católicos, quando um estranho lhes pergunta a localização da Igreja Católica, nenhum destes hereges ousa apontar para sua própria basílica ou casa” (Contra a Carta de Mani entitulada “A Fundação” 4,5).

A inicial aplicação e a importância do termo também poderão ser compreendidas através de seu uso tanto no Credo dos Apóstolos, quanto no de Nicene. Se você fosse um cristão no primeiro milênio, você seria um católico; e se você era um católico, você recitou estes credos afirmando “Uma Santa, Católica e Apostólica Igreja“. Infelizmente, hoje algumas pessoas buscam realizar uma distinção entre “Católica” com “C” maiúsculo e “católica” com “c” minúsculo, mas tal distinção é um desenvolvimento recente e jamais escutado na Igreja Primitiva.

O entendimento bíblico do termo Católico

Jesus enviou seus apóstolos como missionários levando as seguintes palavras “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28, 19-20). Como nos recorda Frank Sheed, “Preste atenção primeiramente na repetição tripla da idéia de “totalidade” – todas as nações, todas as coisas, todos os dias. Católico, dizemos, significa universal. Examinando o termo universal, vemos que este contém duas idéias, a idéia do todo, a idéia do um. Mas tudo o que? Todas as nações, todo os ensinamentos, todo o tempo, assim diz Nosso Senhor. Não é uma descrição exagerada da Igreja Católica. Nem sob o mais insano exagero, esta poderia evoluir como uma descrição de qualquer outra [igreja]” (Teologia e Santidade [San Francisco, CA: Ignatius Press, 1993], 284).

Jesus utilizou a palavra igreja duas vezes nos evangelhos, e ambas em Mateus, Ele disse “…sobre esta pedra edificarei minha igreja…” (Mt 16,18). Ele não mencionou igrejas ainda que estabelecesse uma divisão, nem insinuou que esta seria uma igreja invisível maquiada em grupos competidores entre si. Ele estava estabelecendo uma visível e reconhecível igreja. E em Mateus 18,17, Jesus diz que “Caso não lhes der ouvido, dizei-o à Igreja“, quanto à correção fraterna de um irmão pelo outro. Repare o artigo “a” referindo-se a uma entidade distinta; não “igrejas”, mas uma visível, reconhecível igreja na qual se espera ter uma liderança reconhecível com universal autoridade.

Atualmente, qualquer um pode constatar o triste estado da “Cristandade” ao comparar as palavras de Jesus sobre “a Igreja” com a situação corrente. Se um Metodista ofende um Batista, ou um Presbiteriano ofende um Pentecostal, qual “igreja” eles buscarão para ajuizar a questão? Este fato sozinho demonstra o problema quando 33.000 denominações existem fora dos limites físicos da “Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja“. Jesus esperava que houvesse uma universal, plena em autoridade, visível e católica Igreja para representá-lo no mundo até o seu retorno.

Logo após sua crucificação, Jesus orou não apenas pela universalidade e catolicidade da Igreja, mas para sua unidade visível (Jo 17, 21-23):

“…a fim de que todos sejam um.
Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti,
que eles estejam em nós,
para que o mundo creia que tu me enviaste.
Eu lhes dei a glória que me deste
para que sejam um, como nós somos um:
Eu neles e tu em mim,
para que sejam perfeitos na unidade
e para que o mundo reconheça que me enviaste
e os amaste como amaste a mim”.

A Igreja Primitiva compreendeu as palavras de Jesus. Qual seria o bem de uma unidade invisível, teórica e impraticável? Para que o mundo veja uma unidade católica, a singularidade da Igreja deve ter uma realidade física, real e visível, tudo o que já é a Igreja Católica. Desde os primeiros séculos, os cristãos têm confessado que a Igreja é “uma, santa, católica e apostólica”.

Una, porque realmente só existe uma, visível, orgânica e unificada Igreja; Santa, porque é denominada pelo mundo como a Esposa de Cristo, justa e santificada; Católica, porque é universal, unificada, e abrange todo o mundo; Apostólica, porque fundada por Cristo (Mt 16,18) através de seus Apóstolos, e porque a autoridade de seus apóstolos é perpetuada através de seus Bispos. Através dos séculos, este credo tem sido o estatuto da Igreja.

Nestes últimos dias, os cristãos necessitam continuar confiantes e obedientes em seus corações à Igreja Católica. Ela tem sido nossa Mãe fiel e persistente em transmitir a ordem de Jesus Cristo por 2.000 anos. Como um evangélico protestante, pensei que poderia ignorar os credos e concílios de nossa Mãe, a Igreja. Eu estava desoladamente equivocado. Eu agora compreendo que Jesus requer de nós que escutemos Sua Igreja, a Igreja a qual ele deu autoridade para atar e desatar (Mt 16,19 e 18,17) – a Igreja Católica – a qual é o pilar e fundação da Verdade (1 Tim 3,15).

Steve Ray é o autor de Crossing the Tiber, Upon this Rock e St. John’s Gospel. Ele também é co-autor de Catholic Answers: Papacy Learning Guide. Você poderá entrar em contato com ele em sua página eletrônica: www.catholicconvert.com.

[1] ONIONS, C.T. The Oxford Dictionary of English Etymology. New York, NY: Oxford University Press, 1983.
[2] RAY, Stephen. Upon this Rock. San Francisco, CA: Ignatius Press, 1999. p.119.

Recente Motu Proprio abre caminho de regresso para lefebvristas

Declara o presidente da Pontifícia Comissão «Ecclesia Dei»
ROMA, quarta-feira, 11 de julho de 2007 (ZENIT.org).- Ainda que o recente Motu Proprio do Papa — sobre um uso mais aberto do Missal antigo — não se fez especificamente para os seguidores do arcebispo cismático Marcel Lefebvre (que fundou a Fraternidade Sacerdotal São Pio X), certamente o documento lhes «abre a porta de par em par um retorno à plena comunhão» com a Igreja Católica, reconhece o presidente da Pontifícia Comissão «Ecclesia Dei».

Dois usos do único rito romano para reforçar a reconciliação dentro da Igreja: foi o objetivo de Bento XVI com a promulgação, em 7 de julho, da Carta Apostólica em forma de «Motu proprio» «Summorum Pontificum» sobre o uso da liturgia romana anterior à reforma de 1970. O Papa acompanha o documento de uma carta aos bispos de todo o mundo.

A Pontifícia Comissão «Ecclesia Dei» — presidida pelo cardeal Darío Castrillón Hoyos –, erigida por João Paulo II em 1988, além das faculdades que já possui, exercitará a autoridade da Santa Sé vigiando sobre a observância e aplicação destas novas disposições.

Em uma entrevista concedida no domingo ao diário italiano «Il Giornale», o purpurado esclareceu equívocos sobre o novo documento. «A carta do Papa é clara. É uma decisão que brota do coração e da inteligência de um Papa que ama e conhece bem a liturgia» e que «quer que se conserve o patrimônio representado pela liturgia antiga, sem que isso signifique contraposição alguma com a nova Missa», sublinha.

«A Roma chegaram milhares de cartas de pessoas que pediam a liberdade de poder participar no antigo rito», explica o purpurado colombiano.

O Motu Proprio estabelece que o Missal Romano promulgado por Paulo VI (procedendo à reforma litúrgica, em 1970) — e reeditado duas vezes por João Paulo II — é e permanece como forma normal ou ordinária da Liturgia Eucarística da Igreja Católica de rito latino.

Por sua parte, o Missal Romano promulgado por São Pio V e editado novamente pelo beato João XXIII (em 1962, quando a Missa se celebrava em latim) poderá ser utilizado como forma extraordinária da celebração litúrgica.

Assim, no Motu Proprio «não existe nada que marque o mais mínimo desapego do Concílio» Vaticano II, o qual — insiste o cardeal Castrillón — «não proibiu a antiga Missa».

Com relação aos pontificados precedentes, a suspeita de ruptura é inexistente: «Não há contraposição. Paulo VI concedeu, imediatamente depois da entrada em vigor do novo missal, a possibilidade de celebrar com o antigo rito, e o Papa Wojtyla pretendia preparar um Motu Proprio similar ao agora promulgado», assinala.

Também «com este Motu Proprio se abre de par em par a porta para um retorno à plena comunhão da Fraternidade de São Pio X. Se depois este ato não acontece este retorno, verdadeiramente eu não entenderia», reconhece o purpurado no diário italiano.

«Mas desejaria precisar que o documento papal não foi feito para os lefebvristas, mas porque o Papa está convencido da necessidade de sublinhar que existe uma continuidade na tradição e que na Igreja não se procede de forma fragmentada. A antiga Missa nunca foi abolida nem proibida», conclui.

A Pontifícia Comissão «Ecclesia Dei» foi instituída por João Paulo II quando um grupo notável de sacerdotes, religiosos e fiéis que haviam manifestado seu descontentamento com a reforma litúrgica conciliar e se haviam congregado sob a liderança do arcebispo francês Lefebvre, se separaram deste porque não estiveram de acordo com a ação cismática da ordenação de bispos sem o devido mandato pontifício. Eles, então, preferiram manter a plena união com a Igreja.

O Santo Padre, mediante o Motu Proprio «Ecclesia Dei Adflicta», confiou a esta Comissão o cuidado pastoral destes fiéis tradicionalistas.

Atualmente, a atividade da Comissão não se limita ao serviço daqueles fiéis nem aos esforços encaminhados a acabar com a dolorosa situação cismática e a conseguir o regresso dos irmãos da fraternidade São Pio X à plena comunhão.

O dicastério estende seu serviço a satisfazer as justas aspirações de todos que, por uma sensibilidade particular, sem ter tido vínculos com os dois grupos citados, desejam manter viva a liturgia latina anterior na celebração da Eucaristia e dos demais sacramentos.

Presidente da Pontifícia Comissão desde o ano 2000, o trabalho do cardeal Castrillón foi decisivo para superar, em janeiro de 2002, o cisma da Fraternidade de São João Maria Vianney, um grupo tradicionalista brasileiro próximo das posições do arcebispo Lefebvre.

Em setembro passado, a atividade do purpurado favoreceu a criação, na França, do Instituto do Bom Pastor, do qual fazem parte sacerdotes e seminaristas que deixaram a Fraternidade de São Pio X e que quiseram voltar à comunhão plena com Roma.

Rádio católica na internet inicia emissões este domingo

LISBOA, sexta-feira, 26 de maio de 2006 (ZENIT.org).- Este domingo, o dia em que Igreja celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais, começam as emissões regulares da Net Rádio Católica (NRC), uma rádio temática, com emissão exclusiva na internet e que irá emitir música e conteúdos católicos, religiosos e de inspiração cristã; informa a agência do episcopado de Portugal, Ecclesia.

Este projeto, nascido na diocese de Setúbal (Portugal), tem o aval do prelado da diocese e da Associação Kerigma, e é fruto de «vários meses de dedicação com alguns avanços e recuos», referem os responsáveis em um comunicado.

Segundo um responsável do projeto, Carlos Marques, «a internet é um meio que pode potenciar muito o anúncio do Evangelho», e a idéia da criação de uma Web rádio surgiu –disse à agência portuguesa– «na altura da divulgação do Multifestival David, quando dois elementos da organização foram à Rádio para serem entrevistados num programa de atualidade religiosa, e nesse programa, entre as músicas transmitidas, não havia nenhuma música católica, nem religiosa».

Daí, o projeto foi pensado, começou a ser definido e recentemente tiveram início as emissões experimentais, dando agora início às emissões regulares para todo o mundo.

Quanto ao futuro, a Net Rádio Católica pretende, para além da «divulgação da música católica», ter uma «produção diversificada com conteúdos», salientou Carlos Marques.

A transmissão de conteúdos em formato áudio, pela internet, não é uma idéia nova e, em Portugal, também na Igreja, já existem outros projetos do gênero, aos que os responsáveis pela NRC fazem questão de agradecer pelo incentivo manifestado.

Até ao momento, existem em Portugal, a Global NetPress, da Paróquia de Bombarral, o noticiário áudio da Agência Ecclesia, o podcast do Paroquias.org e a XTOfm, dos Açores.

Estes foram, «sem dúvida –refere o comunicado– um alento para não desanimarmos e mais um estímulo à perseverança na fé», pelo fato «destas pessoas terem dado também o seu primeiro passo na aventura de evangelizar também através da Internet».

Link: http://www.netradiocatolica.com/

A verdade dos cristãos é a verdade de Jesus Cristo, diz patriarca de Lisboa

D. José Policarpo encerra suas catequeses quaresmais discutindo «verdade e amor»

LISBOA, segunda-feira, 10 de abril de 2006 (ZENIT.org).- Para os fiéis cristãos, a verdade «vem através da Palavra de Deus, é a verdade de Jesus Cristo, caminho para a vida», disse o cardeal-patriarca de Lisboa.

Em sua última catequese quaresmal, intitulada «A verdade é a base indispensável do Amor», D. José Policarpo lançou um alerta contra os perigos de uma visão subjetiva da realidade, segundo refere Agência Ecclesia.

«Que verdade ilumina as consciências no exercício da liberdade moral? Se por verdade se entender a busca da compreensão da realidade pela inteligência racional, cai-se facilmente numa visão subjetiva da verdade e numa autonomia individualista da consciência moral», disse.

«Por exemplo, a verdade científica não se compadece com subjetivismos de interpretação mas quando se trata de escolher caminhos de vida e discernir a objetividade do bem e do mal, o risco dessa subjetividade é maior, até porque a realidade do homem é complexa e não se capta facilmente apenas através da análise racional», prosseguiu o cardeal.

D. José Policarpo destacou que «os discípulos de Cristo não podem cair nesta tentação. Se para eles a verdade lhes vem através da Palavra de Deus, é a verdade de Jesus Cristo, caminho para a vida».

Já na homilia da Missa do Domingo de Ramos, o patriarca de Lisboa tinha referido que «uma das fragilidades da nossa cultura contemporânea é o conceito de felicidade fácil que gerou, contentando-se com alegrias momentâneas e efêmeras, que nem sequer são, tantas vezes, a semente da verdadeira e definitiva felicidade. Esquecemo-nos que a felicidade é um caminho longo, que supõe a purificação, a coragem de abraçar as exigências e o sofrimento».

«Nas relações de amor, na fidelidade à vocação escolhida, na prossecução de um ideal, desiste-se perante as dificuldades encontradas», lamentou.

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