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Conhecendo a Deus a partir das 5 vias de São Tomás de Aquino: um guia para compreender a existência divina

Desde tempos imemoriais, a humanidade tem buscado compreender a existência de Deus e o propósito da vida. Para muitos, a fé é um caminho para encontrar respostas, mas para outros, a razão é a ferramenta para entender o universo. São Tomás de Aquino, um dos maiores filósofos e teólogos da história, uniu essas duas vertentes ao criar as famosas “5 vias” para comprovar a existência de Deus. Neste artigo, você conhecerá essas vias e entenderá como elas podem auxiliar na sua jornada espiritual.

Conhecendo as 5 vias de São Tomás de Aquino

Via da causalidade:

A primeira via de São Tomás de Aquino é a via da causalidade, que afirma que todas as coisas existentes precisam de uma causa para existir. Isso significa que, se algo existe, é porque algo o causou. A partir disso, São Tomás argumenta que existe uma causa primordial, que é Deus, que é a fonte de todas as coisas.

Via da participação:

A segunda via é a via da participação, que afirma que as coisas criadas participam da natureza divina. De acordo com São Tomás, as coisas criadas possuem propriedades e qualidades que só são possíveis porque participam da natureza divina. Portanto, essa participação é uma prova da existência de Deus.

Via da possibilidade e necessidade:

A terceira via é a via da possibilidade e necessidade, que argumenta que existem coisas que são possíveis e coisas que são necessárias. São Tomás afirma que, se algo é necessário, isso significa que é necessário para a existência de todas as coisas. Portanto, existe algo que é necessário para a existência de todas as coisas, e esse algo é Deus.

Via da gradação:

A quarta via é a via da gradação, que argumenta que existe uma escala de perfeição nas coisas criadas. De acordo com São Tomás, as coisas criadas possuem uma gradação de perfeição, o que significa que algumas coisas são mais perfeitas do que outras. Essa gradação de perfeição, no entanto, não é infinita, pois há uma fonte de perfeição suprema, que é Deus.

Via da finalidade:

A quinta e última via é a via da finalidade, que argumenta que existem coisas que possuem um propósito ou finalidade. De acordo com São Tomás, essas coisas não possuem um propósito por acaso, mas sim porque foram criadas por alguém que as queria para um determinado fim. Essa pessoa é Deus.

Perguntas Frequentes:

Quem foi São Tomás de Aquino?
São Tomás de Aquino foi um filósofo e teólogo italiano, considerado um dos maiores pensadores da história. Ele nasceu em 1225 e viveu na Itália, onde estudou teologia e filosofia. Sua obra mais famosa é o “Summa Theologica”, que aborda a teologia cristã e é considerada uma das maiores obras da teologia.

O que são as 5 vias de São Tomás de Aquino?
As 5 vias de São Tomás de Aquino são cinco argumentos que comprovam a existência de Deus. Esses argumentos foram desenvolvidos por São Tomás de Aquino como uma forma de unir a fé e a razão, e são baseados em conceitos filosóficos e teológicos.

Qual é a importância das 5 vias de São Tomás de Aquino?
As 5 vias de São Tomás de Aquino são importantes porque ajudam a compreender a existência de Deus e o significado da fé. Esses argumentos fornecem uma base lógica e racional para a fé, e ajudam a responder perguntas sobre a existência divina. Além disso, as 5 vias são uma ferramenta valiosa para a jornada espiritual e para a compreensão da natureza divina.

Conclusão:

As 5 vias de São Tomás de Aquino são uma contribuição valiosa para a compreensão da existência de Deus e do propósito da vida. Esses argumentos unem a fé e a razão, e oferecem uma base sólida para a compreensão da natureza divina. Se você está buscando compreender a existência de Deus a partir das 5 vias de São Tomás de Aquino, é importante estudar suas ideias e aplicá-las em sua própria jornada espiritual. Conhecendo a Deus a partir das 5 vias de São Tomás de Aquino é uma forma de explorar as verdades profundas da fé e encontrar sentido e propósito em nossa vida.

As 5 vias não são uma prova definitiva da existência de Deus, mas servem como um guia para nossa jornada de autoconhecimento e busca da verdade. É importante lembrar que a fé é uma jornada pessoal, e que cada um deve encontrar sua própria compreensão da divindade. No entanto, as 5 vias de São Tomás de Aquino oferecem uma base sólida para quem busca entender a existência de Deus e o significado da vida.

Em resumo, Conhecendo a Deus a partir das 5 vias de São Tomás de Aquino é uma jornada fascinante e transformadora. É uma oportunidade para mergulharmos no conhecimento profundo e na sabedoria da fé, e para encontrarmos significado e propósito em nossa vida. Não importa qual seja sua crença ou religião, essas vias são uma fonte de inspiração para todos que buscam compreender a existência divina e o propósito da vida.

“Tarde Te amei!” De Santo Agostinho, uma das mais arrebatadoras orações de todos os tempos

“Et ecce intus eras et ego foris et ibi te quaerebam, et in ista formosa quae fecisti deformis irruebam…”

1. Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus. Mas, durante esse tempo, algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob a Tua Guia e consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio.

2. Tu estavas dentro de mim e eu fora… “Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior”. Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora! Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…

3. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu a minha surdez… “Fizeste-me entrar em mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu tinha me escondido. Mas Tu me arrancaste do meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo, a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo eu estava”. Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha… Uma voz que dizia: “Pega e lê. Pega e lê!”.

4. Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste a minha cegueira. Então corri à Bíblia, abri-a e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Pertencia à carta de São Paulo aos Romanos e dizia assim: “Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,13s). Aquelas Palavras ressoaram dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida.

5. Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti! Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver. Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é possuir. Foi assim que descobri a Deus e me dei conta de que, no fundo, era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente o meu coração.

6. Provei-Te, e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. “Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo”. Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!

7. E agora, Senhor, só amo a Ti! Só sigo a Ti! Só busco a Ti! Só ardo por Ti!…

8. Tarde te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que estavas dentro, e eu, fora – e fora Te buscava, e me lançava, disforme e nada belo, perante a beleza de tudo e de todos que criaste. Estavas comigo, e eu não estava Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora ardo em desejos por Tua Paz!

Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29

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Fragmentos em vídeo:

https://www.facebook.com/Aleteiapt/videos/1229615283737139/

Três formas de viver – Fulton Sheen

Parte da doutrina cristã é a ideia de que o cristão deve ser uma imitação de Cristo, tomar sua cruz e seguir o caminho que foi tomado pelo Senhor.

Isso não ocorre por acaso. Indo a algum lugar, podemos não seguir nenhum caminho específico, seguir um caminho específico apenas porque é o caminho, e podemos ainda seguir um caminho porque desejamos verdadeiramente seguir aquele caminho. Da mesma forma o Venerável Fulton Sheen fala sobre Cristo: é o último caminho, o caminho com amor.

Tradução: Andrey Costa

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Quando Deus fala através dos animais

Se você sente dificuldade para rezar, precisa ler isso

O que os cachorros têm a ver com a adoração à Eucaristia? O bispo Fulton Sheen encontrou uma bela relação entre eles num dia em que se sentia desanimado e lhe custava rezar. Já fazia algum tempo que ele estava passando por um período de aridez espiritual. Sua impressão era de que seus tempos dedicados à oração não eram agradáveis a Deus.

Como outros dias, o arcebispo estadunidense (atualmente em processo de beatificação) foi a uma capela e se sentou. Mas não conseguia dizer sequer uma palavra a Jesus.

Então se lembrou de uma coisa: seu cachorro tampouco podia falar, mas quando o bispo se sentava em sua poltrona para ler o jornal, o animal se sentava no chão ao seu lado. E ele se sentia acompanhado.

Só estando aí, ao seu lado, o cachorro era para o bispo um grande consolo e o fazia muito feliz. Enquanto o bispo pensava nisso, recebeu uma inspiração de Deus: Sheen era um grande consolo e muito agradável ao Senhor, inclusive quando só conseguia ficar lá, aos pés do Santíssimo Sacramento, como seu cachorro, sem dizer nada a Jesus, apenas permanecendo junto dele.

Dom Josefino Rodríguez, que narra esta história, confessa: “Eu também tenho um cachorrinho. E, como para mim ele é um grande consolo, eu o chamo de amigo”.

E explica algo parecido que aconteceu com um sacerdote amigo seu: “Ele estava fazendo sua hora santa em nossa capela de adoração perpétua. Era um dia terrivelmente quente e ele se sentia tão cansado e esgotado pelo calor, que não conseguia rezar”.

“Só permanecer na capela em sua hora representava um grande esforço – relata. Ele se perguntava se aquela hora teria algum valor e, enquanto pensava nisso, um gatinho branco entrou na capela.” Fazia tanto calor naquele dia, que alguém deixou a porta aberta.

“No começo, meu amigo recordou o quanto odiava gatos. Depois observou como o gatinho passeava por cada um dos bancos, até chegar à parte de trás de onde meu amigo estava sentado. O gatinho parou, olhou para ele, colocou a cabeça sobre o seu sapato, como se fosse sua almofada, e deitou para dormir.”

Isso pode parecer bobagem, mas ele se emocionou, porque aquele gatinho havia escolhido seu pé para descansar.

“Mais tarde, meu amigo sentiu uma inspiração forte: se ele, que odiava gatos, estava tão contente por ter um que escolheu estar com ele, quanto mais Jesus estaria encantado conosco, a quem ama infinitamente, quando escolhemos estar com Ele.”

E finaliza: “Meu amigo, assim como o bispo Sheen, nunca mais se desanimou ao sentir que não conseguia rezar. O simples fato de estar ali é uma oração de fé, significa crer realmente que Jesus está presente. É uma oração de amor, porque a pessoa escolhe estar com quem ela ama”.

de Patricia Navas González, pt.aleteia.org

Oração de quebra de maldição

Maldição é toda e qualquer palavra que é mal dita, mal empregada, lançada contra nós ou contra qualquer pessoa.

1 – ORAÇÃO DE RESISTÊNCIA
Em nome do pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.
Satanás, levantamos nosso escudo da fé contra ti e te resistimos com a espada do Espírito Santo, a palavra de Deus, que proclama o teu julgamento como falso deus, acusador e afligidor dos filhos do Altíssimo.

Anunciamos que estão destruídas as tuas obras em nossas vidas e na vida de nossos familiares, companheiros de equipe e servos dos ministérios…
Pelo poder do Sangue de Jesus Cristo (Sinal da Cruz), rejeitamos e quebramos todas as pragas malignas, maldições, encantamentos, rituais, poderes psíquicos, obras de feitiçaria enviadas para derrotar ou destruir nossas vidas e ministérios.

Resistimos a todos os poderes demoníacos enviados contra nós por quem quer que seja.

Ordenamos a todos os poderes do mal que voltem imediatamente para o lugar de onde vieram.

No nome de Jesus, abençoamos os que nos amaldiçoaram. Enviamos o Espírito Santo a eles, para que os convença de seus pecados e os leve para Sua Luz e os envolva na misericórdia do Deus Vivo. Assim seja, em nome do Senhor nosso Deus, Jesus Cristo, Amém.

2 – ORAÇÃO PARA CORTAR OS LAÇOS DO PASSADO
(Repetir 3 vezes)

Em nome de minha família, eu (falar seu nome completo), rejeito toda influência má que me foi transferida por minha família.
Eu quebro todos os pactos, alianças de sangue, todos os acordos com o demônio, em nome de Jesus Cristo (Sinal da Cruz).

(Repetir 3 vezes)
Eu coloco o Sangue de Jesus e a Cruz de Jesus entre cada geração minha. E em nome de Jesus (Sinal da Cruz).
eu amarro todos os espíritos de hereditariedade má de nossas gerações e ordeno que saiam em nome de Jesus Cristo (Sinal da Cruz).

Pai, em nome de minha família, eu vos peço perdão por todos os pecados do espírito, por todos os pecados da mente, e por todos os pecados do corpo. Eu peço perdão para todos os meus ancestrais. Eu peço o vosso perdão, por todos aqueles que eles magoaram de alguma forma, e aceito o perdão em nome de meus ancestrais, daqueles que os magoaram. Pai Celestial, pelo Sangue de Jesus, hoje peço que leveis todos os meus parentes mortos , à luz do céu. Eu agradeço, Pai celestial, por todos os meus parentes e ancestrais que vos amaram e vos adoraram, e transmitiram a fé aos seus descendentes.

Obrigado Pai! Obrigado Jesus! Obrigado Espírito Santo! Amém.

10 Atributos Divinos de Jesus Cristo

Por Brian Chilton | Mark Lowry escreveu uma bela música chamada Mary, Did You Know. A música apresenta perguntas que Mark pediria a Mary se ele tivesse a chance. Uma das perguntas pergunta: “Mary, você sabia? … que quando você beijou seu bebêzinho, você beijou o rosto de Deus?“.

Ao longo dos milênios, os cristãos reconheceram que Jesus é oFilho Incarnado de Deus. No entanto, pode ter procurado contestar o pedido, sustentando que Jesus era meramente um bom homem, mas não Deus. Grupos como Testemunhas de Jeová traduzem suas próprias versões da Escritura, tentando escrever as reivindicações divinas feitas sobre Cristo. No entanto, é impossível não ver os múltiplos atributos divinos de Jesus em todas as páginas da Escritura.

Um exame completo das Escrituras indica que Jesus possui múltiplos atributos divinos normalmente atribuídos a Deus. Pelo menos dez atributos divinos messiânicos são encontrados na Escritura.

1. O Messias possui o atributo divino da  vida  (Jo 1,4; Jo 14,6)

O atributo divino da vida descreve a capacidade de proporcionar vida, até a vida eterna. Esse tipo de vida só pode ser dado por alguém que é eterno.

  • “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1,4).
  • “Jesus disse a ele:” Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai exceto por mim.  Se você me conhece, você também conhecerá meu Pai. De agora em diante você o conhece e o viu “(Jo 14,6).

2. O Messias possui o atributo divino da  existência própria  (Jo 5,26; Hb 7,16)

Isso significa que Cristo é incriado e existe por si só, um atributo que só Deus poderia manter.

  • “Pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também ele concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (Jo 5,26).
  • “. . . que não se tornou um sacerdote baseado em uma regulamentação legal sobre descendência física, mas baseada no poder de uma vida indestrutível “(Hb 7,16).

3. O Messias possui o atributo divino da  imutabilidade  (Hb 13,8)

A imutabilidade significa que ele é imutável. Enquanto os seres finitos podem e mudam, um ser infinito não.

  • “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hb 13,8).

4. O Messias possui o atributo divino da  verdade  (Jo 14,6; Apocalipse 3,7)

Tito 1,2 observa que Deus não pode mentir. Não é que Deus escolhe não mentir, mas sim que ele não pode, porque isso vai contra sua natureza. Afirmar que Deus é verdade significa que a essência de Deus é pura verdade e não possui falsidade. A Escritura observa que Jesus possui esse atributo.

  • “Jesus disse a ele:” Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai exceto por mim.  Se você me conhece, você também conhecerá meu Pai. De agora em diante você o conhece e o viu “( Jo 14,6 ).
  • “Escreva ao anjo da igreja na Filadélfia: Assim diz o Santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre e ninguém se fechará, e que se fecha e ninguém abre” ( Apocalipse 3,7 ).

5. O Messias possui o atributo divino do  amor  (1 Jo. 3,16)

Deus é entendido como omnipresente; isto é, todo amoroso. Em Deus, não há ódio se ele puder ser dito ser amor absoluto. Os teólogos entendem que a ira de Deus está enraizada no amor de Deus e na sua santidade. As Escrituras observam que Jesus possui o atributo divino do amor.

  • “É assim que conhecemos o amor: Ele deu a vida por nós. Devemos também estabelecer nossas vidas para nossos irmãos e irmãs “( 1 Jo 3,16 ). Veja também João 3,16 .

6. O Messias possui o atributo divino da  santidade  (Lc 1,35, Jo 6,69; Hb 7,26)

Deus é absolutamente sagrado. A santidade absoluta é uma pureza abrangente, na qual nenhum mal é possuído. Em outras palavras, Deus é o bem absoluto. As Escrituras afirmam que Jesus possui esse atributo divino de santidade que é necessário se ele é redimir a humanidade de seus pecados.

  • “O anjo respondeu-lhe:” O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo irá ofuscar você. Portanto, o santo a nascer será chamado o Filho de Deus “( Lc 1,35 ).
  • “Acabamos de acreditar e sabemos que você é o Santo de Deus” ( Jo 6,69 ).
  • “Porque este é o tipo de sumo sacerdote que precisamos: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus” ( Hb 7,26 ).

7. O Messias possui o atributo divino da  eternidade  visto nesta passagem e em Jo 1,1

Deus é entendido como eterno. Ele não tem começo nem fim. Diz-se que o Messias possui o mesmo atributo eterno.

  • “Belém Ephrathah, você é pequeno entre os clãs de Judá; virá de você ser governante sobre Israel para mim. Sua origem é da antiguidade, dos tempos antigos “(Mic 5,2).
  • “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus” (Jo 1,1).

8. O Messias possui o atributo divino da  onipresença  (Mt 28,20; Efésios 1,23)

A omnipresença é a capacidade divina de Deus de estar em todos os lugares em todos os momentos. Enquanto Jesus se tornou monopresente durante seu tempo na terra, ele diz ter o atributo divino da onipresença em seu estado eterno.

  • “E lembre-se, eu estou com você sempre, até o fim dos tempos” ( Mt 28,20 ).
  • “E  submeteu tudo sob seus pés  e designou-o como a cabeça sobre tudo para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que preenche todas as coisas de todos os modos” ( Efésios 1,22-23 ).

9. O Messias possui o atributo divino da  onisciência  (Mt 9,4; Jo 2,24-25; Atos 1,24; 1 Cor 4,5; Col 2,3)

A onisciência é o atributo divino de Deus para conhecer todas as coisas. Este é um conceito extremamente profundo, pois Deus conhece todas as coisas que podem ser por seu conhecimento natural, todas as coisas que serão por seu conhecimento livre e todas as coisas que seriam por seu conhecimento médio. Jesus é onisciente.

  • “Percebendo seus pensamentos, Jesus disse:” Por que você está pensando nas coisas más em seus corações? “( Mt 9,4-5 ).
  • “Jesus, no entanto, não se confia a eles, já que ele conhecia todos  e porque não precisava de ninguém para testemunhar sobre o homem; pois ele próprio sabia o que havia no homem “( Jo 2,24-25 ).
  •  Então eles oraram: “Você, Senhor, conhece os corações de todos; mostre qual destes dois você escolheu  tomar o lugar neste ministério apostólico que Judas deixou para ir onde ele pertence “( Atos 1,24-25 ).
  •  Portanto, não julgue nada antes, antes que o Senhor venha, quem vai trazer à luz o que está escondido na escuridão e revelar as intenções dos corações. E então o louvor virá a cada um de Deus “( 1 Cor 4,5 ).
  • “Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” ( Colossenses 2,3 ).

10. O Messias possui o atributo divino da  onipotência  (Mt 28,18; Apocalipse 1,8)

A onipotência é o atributo divino de Deus que indica o poder total de Deus. Deus tem autoridade completa e força máxima. Jesus possui o mesmo atributo.

  • “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28, 18).
  • “Eu sou o Alfa e o ômega”, diz o Senhor Deus, “aquele que é, quem era e quem virá, o Todo-Poderoso” ( Apocalipse 1,8 ).

Como aprendi de vários professores da Universidade da Liberdade, a teologia bíblica deve moldar nossa teologia sistemática. Da Escritura, pode-se ver claramente que Jesus é Deus encarnado. É inquestionável. É por isso que considero que é preciso aceitar o aspecto divino de Jesus para realmente ser parte da fé cristã ortodoxa.

5 Vias de São Tomás de Aquino

EXISTÊNCIA DE DEUS

Iª Via – Prova do movimento

IIª Via – Prova da causalidade eficiente

IIIª Via – Prova da contingência

IVª Via – Dos graus de perfeição dos entes

Vª Via – Prova da existência de Deus pelo governo do mundo

“Ninguém afirma: “Deus não existe’ sem antes ter desejado que Ele não exista”.

Esta frase, de um filósofo muito suspeito, por ser esotérico – Joseph de Maistre – tem muito de verdade.

Com efeito, o devedor insolvente gostaria que seu credor não existisse. O pecador que não quer deixar o pecado, passa a negar a existência de Deus.

Por isso, quando se dá as provas da existência de Deus para alguém, não se deve esquecer que a maior força a vencer não é a dos argumentos dos ateus, e sim o desejo deles de que Deus não exista. Não adiantará dar provas a quem não quer aceitar sua conclusão. Em todo caso, as provas de Aristóteles e de São Tomás a respeito da existência de Deus têm tal brilho e tal força que convencem a qualquer um que tenha um mínimo de boa vontade e de retidão intelectual.

É para essas pessoas que fazemos este pequeno resumo dos argumentos de São Tomás sobre a existência de Deus, tendo por base o que ele diz na Suma Teológica I, q.2, a.a 1, 2, 3 e 4.

Inicialmente, pergunta São Tomás se a existência de Deus é verdade de evidência imediata. Ele explica que uma proposição pode ser evidente de dois modos:

1) em si mesma, mas não em relação a nós;

2) em si mesma e para nós.

Uma proposição é evidente quando o predicado está incluído no sujeito. Por exemplo, a proposição o homem é animal é evidente, já que o predicado animal está incluso no conceito de homem.

Quando alguns não conhecem a natureza do sujeito e do predicado, a proposição – embora evidente em si mesma – não será evidente para eles. Ela será evidente apenas para os que conhecem o que significam o sujeito e o predicado. Por exemplo, a frase: “O que é incorpóreo não ocupa lugar no espaço”, é evidente em si mesma e é evidente somente aqueles que sabem o que é incorpóreo.

Tendo em vista tudo isso, São Tomás diz que:

a) A proposição “Deus existe” é evidente em si mesma porque nela o predicado se identifica com o sujeito, já que Deus é o próprio ente.

b) Mas, com relação a nós, que desconhecemos a natureza divina, ela não é evidente, mas precisa ser demonstrada. E o que se demonstra não é evidente. O que é evidente para nós não cabe ser demonstrado.

Portanto, a existência de Deus pode ser demonstrada. Contra isso, São Tomás dá uma objeção, dizendo que a existência de Deus é um artigo de fé. Ora, o que é de fé não pode ser demonstrado. Logo, concluir-se-ia que não se pode demonstrar que Deus existe. São Tomás ensina que há dois tipos de demonstração:

1) Demonstração propter quid (devido a que)

É a que se baseia na causa. Ela parte do que é anterior (a causa) discorrendo para o que é posterior (o efeito).

2) Demonstração quia (porque)

É a que parte do efeito para conhecer a causa.

Quando vemos um efeito mais claramente que sua causa, pelo efeito acabamos por conhecer a causa. Pois o efeito depende da causa, e é, de algum modo, sempre semelhante a ela. Então, embora a existência de

Deus não seja evidente apenas para nós, ela é demonstrável pelos efeitos que dela conhecemos.

A existência de Deus e outras verdades semelhantes a respeito dele que podem ser conhecidos pela razão, como diz São Paulo Rom. I, 19), não são artigos de fé. Deste modo, a fé pressupõe o conhecimento natural, assim como a graça pressupõe a natureza e a perfeição pressupõe o que é perfectível.

Entretanto, alguém que não conheça ou não entenda a demonstração filosófica da existência de Deus, por aceitar a existência dele por fé.

É no artigo 3 dessa questão 2 da 1ª parte da Suma Teológica que São Tomás expõe as provas da existência de Deus. São as famosas 5 vias tomistas.

Iª Via – Prova do movimento

É a prova mais clara.

É inegável que há coisas que mudam. Nossos sentidos nos mostram que a planta cresce, que o céu fica nublado, que a folha passa a ser escrita, que nós envelhecemos, que mudamos de lugar, etc.

Há mudanças substanciais. Ex.: madeira que vira carvão. Há mudanças acidentais. Ex: parede branca que é pintada de verde. Há mudanças quantitativas. Ex: a água de um pires diminuindo por evaporação. Há mudanças locais. Ex: Pedro vai ao Rio

Nas coisas que mudam, podemos distinguir:

a) As qualidades ou perfeições já existentes nelas.

b) as qualidades ou perfeições que podem vir a existir, que podem ser recebidas por um sujeito.

As perfeições existentes são ditas existentes em Ato.

As perfeições que podem vir a existir num sujeito são existentes em Potência passiva. Assim, uma parede branca tem brancura em Ato, mas tem cor vermelha em Potência.

Mudança ou movimento é pois a passagem de potência de uma perfeição qualquer (x) para a posse daquela perfeição em Ato.

M = PX —->> AX

Nada pode passar, sozinho, de potência para uma perfeição, para o Ato daquela mesma perfeição. Para mudar, ele precisa da ajuda de outro ser que tenha aquela qualidade em Ato.

Assim, a panela pode ser aquecida. Mas não se aquece sozinha. Para aquecer-se, ela precisa receber o calor de outro ser – o fogo – que tenha calor em Ato.

Outro exemplo: A parede branca em Ato, vermelha em potência, só ficará vermelha em Ato caso receba o vermelho de outro ser – a tinta – que seja vermelho em Ato.

Noutras palavras, tudo o que muda é movido por outro. É movido aquilo que estava em potência para uma perfeição. Em troca, para mover, para ser motor, é preciso ter a qualidade em ato. O fogo (quente em ato) move, muda a panela (quente em potência) para quente em ato.

Ora, é impossível que uma coisa esteja, ao mesmo tempo, em potência e em ato para a mesma qualidade.

Ex.: Se a panela está fria em ato, ela tem potência para ser aquecida. Se a panela está quente em ato ela não tem potência para ser aquecida.

É portanto impossível que uma coisa seja motor e móvel, ao mesmo tempo, para a mesma perfeição. É impossível, pois, que uma coisa mude a si mesma.

Tudo o que muda é mudado por outro.

Tudo o que se move é movido por outro. Se o ente 1 passou de Potência de x para Ato x, é porque o ente 1 recebeu a perfeição x de outro ente 2 que tinha a qualidade x em Ato.

Entretanto, o ente 2 só pode ter a qualidade x em Ato se antes possuía a capacidade – a potência de ter a perfeição x.

Logo, o ente 2 passou, ele também, de potência de x para Ato x. Se o ente 2 só passou de PX para AX, é porque ele também foi movido por um outro ente, anterior a ele, que possuía a perfeição x em Ato.

Por sua vez, também o ente 3 só pode ter a qualidade x em Ato, porque antes teve Potência de x e só passou de PX para AX pela ajuda de outro ente 4 que tinha a qualidade x em Ato. E assim por diante.

PX —> AX PX (5) —> AX PX (4) —> AX PX (3) —> AX PX (2) —> AX (1)

Esta sequência de mudanças ou é definida ou indefinida. Se a sequência fosse indefinida, não teria havido um primeiro ser que deu início às mudanças.

Noutras palavras, em qualquer sequência de movimentos, em cada ser, a potência precede o ato. Mas, para que se produza o movimento nesse ser, é preciso que haja outro com qualidade em ato.

Se a sequência de movimentos fosse infinita, sempre a potência precederia o ato, e jamais haveria um ato anterior à potência. É necessário que o movimento parta de um ser em ato.

Se este ser tivesse potência, não se daria movimento algum. O movimento tem que partir de um ser que seja apenas ato.

Portanto, a sequência não pode ser infinita.

Ademais, está se falando de uma série de movimentos nas coisas que existem no universo.

Ora, esses movimentos se dão no espaço e no tempo. Tempo-espaço são mensuráveis. Portanto, não são movimentos que se dão no infinito.

A sequência de movimentos em tempo e espaço finitos tem que ser finita.

E que o universo seja finito se compreende, por ser ele material. Sendo a matéria mensurável, o universo tem que ser finito.

Que o universo é finito no tempo se comprova pela teoria do Big Bang e pela lei da entropia. O universo principiou e terá fim. Ele não é infinito no tempo.

Logo, a sequência de movimentos não pode ser infinita, pois se dá num universo finito.

Ao estudarmos as cinco provas de S. Tomás sobre a existência de Deus, devemos ter sempre em mente que ele examina o que se dá nas “coisas criadas”, para, através delas, compreender que existe um Deus que as criou e que lhes deu as qualidades visíveis, reflexos de suas qualidades invisíveis e em grau infinito.

Este primeiro motor não pode ser movido, porque não há nada antes do primeiro. Portanto, esse 1º ente não podia ter potência passiva nenhuma, porque se tivesse alguma ele seria movido por um anterior. Logo, o 1º motor só tem ATO. Ele é apenas ATO, isto é, tem todas as perfeições.

Este ser é Deus.

Deus então é ATO puro, isto é, ATO sem nenhuma potência passiva. Este ser que é ato puro não pode usar o verbo ser no futuro ou no passado. Deus não pode dizer “eu serei bondoso”, porque isto implicaria que não seria atualmente bom, que Ele teria potência de vir a ser bondoso.

Deus também não pode dizer “eu fui”, porque isto implicaria que Ele teria mudado, isto é, passado de potência para Ato. Deus só pode usar o verbo ser no presente. Por isso, quando Moisés perguntou a Deus qual era o seu nome, Deus lhe respondeu “Eu sou aquele que é” (aquele que não muda, que é ato puro).

Também Jesus Cristo ao discutir com os fariseus lhes disse: “Antes que Abraão fosse, eu sou” (Jo. VIII, 58).

E os judeus pegaram pedras para matá-lo porque dizendo eu sou Ele se dizia Deus.

Na ocasião em que foi preso, Cristo perguntou: “a quem buscais ?”, e, ao dizerem “a Jesus de Nazaré”, ele lhes respondeu:

“Eu sou”. E a essas palavras os esbirros caíram no chão, porque era Deus se definindo.

Do mesmo modo, quando Caifás esconjurou que Cristo dissesse se era o Filho de Deus, Ele lhe respondeu:

“Eu sou”. E Caifás entendeu bem que Ele se disse Deus, porque imediatamente rasgou as vestes dizendo que Cristo blasfemara afirmando-se Deus.

Deus é, portanto, ATO puro. É o ser que não muda. Ele é aquele que é. Por isso, a verdade não muda. O dogma não muda. A moral não evolui. O bem é sempre o mesmo.A beleza não muda.

Quando os modernistas afirmam que a verdade, o dogma, a moral, a beleza evoluem, eles estão dizendo que Deus evolui, que Ele não é ATO puro. Eles afirmam que Deus é fluxo, é ação, é processo e não um ente substancial e imutável.

É o que afirma hereticamente a Teologia da Libertação. Diz Frei Boff:

“Assim, o Deus cristão é um processo de efusão, de encontro, de comunhão entre distintos enlaçados pela vida, pelo amor.” (Frei Boff, A Trindade e a Sociedade, p. 169)

Ou então:

“Assim, Mary Daly sugere compreendermos Deus menos como substância e mais como processo, Deus como verbo ativo (ação) e menos como um substantivo. Deus significaria o viver, o eterno tornar-se, incluindo o viver da criação inteira, criação que, ao invés de estar submetida ao ser supremo, participaria do viver divino.” (Frei Boff, A Trindade e a Sociedade, pp. 154-155)

É natural pois que Boff tenha declarado em uma conferência em Teófilo Otono:

Como teólogo digo: sou dez vezes mais ateu que você desse deus velho, barbudo lá em cima. Até que seria bom a gente se livrar dele.” (Frei Boff, Pelos pobres, contra a pobreza, p. 54)

IIª Via – Prova da causalidade eficiente

Toda causa é anterior a seu efeito. Para uma coisa ser causa de si mesma teria de ser anterior a si mesma.

Por isso neste mundo sensível, não há coisa alguma que seja causa de si mesma. Além disso, vemos que há no mundo uma ordem determinada de causas eficientes.

Assim, numa série definida de causas e efeitos, o resfriado é causado pela chuva, que é causada pela evaporação, que é causada pelo calor, que é causado pelo Sol. No mundo sensível, as causas eficientes se concatenam às outras, formando uma série em que umas se subordinam às outras: A primeira, causa as intermediárias e estas causam a última. Desse modo, se for supressa uma causa, fica supresso o seu efeito. Supressa a primeira, não haverá as intermediárias e tampouco haverá então a última.

Se a série de causas concatenadas fosse indefinida, não existiria causa eficiente primeira, nem causas intermediárias, efeitos dela, e nada existiria. ora, isto é evidentemente falso, pois as coisas existem. Por conseguinte, a série de causas eficientes tem que ser definida. Existe então uma causa primeira que tudo causou e que não foi causada.

Deus é a causa das causas não causada. Esta prova foi descoberta por Sócrates que morreu dizendo:

“Causa das causas, tem pena de mim”. A negação da Causa primeira leva à ciência materialista a contradizer a si mesma, pois ela concede que tudo tem causa, mas nega que haja uma causa do universo.

O famoso físico inglês Stephen Hawkins em sua obra “Breve História do Tempo” reconheceu que a teoria do

Big-Bang (grande explosão que deu origem ao universo, ordenando-o e não causando desordem, como toda explosão faz devido a Lei da entropia) exige um ser criador. Hawkins admitiu ainda que o universo é feito como uma mensagem enviada para o homem. Ora, isto supõe um remetente da mensagem. Ele, porém, confessa que a ciência não pode admitir um criador e parte então para uma teoria gnóstica para explicar o mundo.

O mesmo faz o materialismo marxista. Negando que haja Deus criador do universo, o marxismo se vê obrigado a transferir para a matéria as qualidades da Causa primeira e afirmar, contra toda a razão e experiência, que a matéria é eterna, infinita e onipotente. Para Marx, a matéria é a Causa das causas não causada.

IIIª Via – Prova da contingência

Na natureza, há coisas que podem existir ou não existir. Há seres que se produzem e seres que se destroem. Estes seres, portanto, começam a existir ou deixam de existir. Os entes que têm possibilidade de existir ou de não existir são chamados de entes contingentes. Neles, a existência é distinta da sua existência, assim o ato é distinto da potência. Ora, entes que têm a possibilidade de não existir, de não ser, houve tempo em que não existiam, pois é impossível que tenham sempre existido.

Se todos os entes que vemos na natureza têm a possibilidade de não ser, houve tempo em que nenhum desses entes existia. Porém, se nada existia, nada existiria hoje, porque aquilo que não existe não pode passar a existir por si mesmo. O que existe só pode começar a existir em virtude de um outro ente já existente. Se nada existia, nada existiria também agora. O que é evidentemente falso, visto que as coisas contingentes agora existem.

Por conseguinte, é falso que nada existia. Alguma coisa devia necessariamente existir para dar, depois, existência aos entes contingentes. Este ser necessário ou tem em si mesmo a razão de sua existência ou a tem de outro.

Se sua necessidade dependesse de outro, formar-se-ia uma série indefinida de necessidades, o que, como já vimos é impossível. Logo, este ser tem a razão de sua necessidade em si mesmo. Ele é o causador da existência dos demais entes. Esse único ser absolutamente necessário – que tem a existência necessariamente – tem que ter existido sempre. Nele, a existência se identifica com a essência. Ele é o ser necessário em virtude do qual os seres contingentes tem existência. Este ser necessário é Deus.

IVª Via – Dos graus de perfeição dos entes

Vemos que nos entes, uns são melhores, mais nobres, mais verdadeiros ou mais belos que outros.

Constatamos que os entes possuem qualidades em graus diversos. Assim, dizemos que o Rio de Janeiro é mais belo que Carapicuíba. Nessa proposição, há três termos: Rio de Janeiro, Carapicuíba e Beleza da qual o Rio de Janeiro participa mais ou está mais próximo. Porque só se pode dizer que alguma coisa é mais que outra, com relação a certa perfeição, conforme sua maior proximidade, participação ou semelhança com o máximo dessa perfeição.

Portanto, tem que existir a Verdade absoluta, a Beleza absoluta, o Bem absoluto, a Nobreza absoluta, etc.

Todas essas perfeições em grau máximo e absoluto coincidem em um único ser, porque, conforme diz Aristóteles, a Verdade máxima é a máxima entidade. O Bem máximo é também o ente máximo.

Ora, aquilo que é máximo em qualquer gênero é causa de tudo o que existe nesse gênero. Por exemplo, o fogo que tem o máximo calor, é causa de toda quentura, conforme diz Aristóteles. Há, portanto, algo que é para todas as coisas a causa de seu ser, de sua bondade, de sua verdade e de todas as suas perfeições. E a isto chamamos Deus.

Por esta prova se vê bem que a ordem hierárquica do universo é reveladora de Deus, permitindo conhecer sua existência, assim como conhecer suas perfeições. É o que diz São Paulo na Epístola aos Romanos (I,19). E também é por isso que Deus, ao criar cada coisa dizia que ela era boa, como se lê no Gêneses ( I ).

Mas quando a Escritura termina o relato da criação, diz que Deus, ao contemplar tudo quanto havia feito, viu que o conjunto da criação era “valde bona”, isto é, ótimo.

Pois bem, se cada parcela foi dita apenas boa por Deus como se pode dizer que o total é ótimo? O total deve ter a mesma natureza das parcelas, e portanto o total de parcelas boas devia ser dito simplesmente bom e não ótimo. São Tomás explica essa questão na Suma contra Gentiles. Diz ele que o total foi declarado ótimo porque, além da bondade das partes havia a sua ordenação hierárquica. É essa ordem do universo que o torna ótimo, pois a ordem revela a Sabedoria do Ordenador. Por aí se vê que o comunismo, ao defender a igualdade como um bem em si, odeia a ordem, imagem da Sabedoria de Deus. Odiando a imagem de Deus, o comunismo odeia o próprio Deus, porque quem odeia a imagem odeia o ser por ela representado. Nesse ódio está a raiz do ateísmo marxista e de sua tendência gnóstico.

Vª Via – Prova da existência de Deus pelo governo do mundo

Verificamos que os entes irracionais obram sempre com um fim. Comprova-se isto observando que sempre, ou quase sempre, agem da mesma maneira para conseguir o que mais lhes convém.

Daí se compreende que eles não buscam o seu fim agindo por acaso, mas sim intencionalmente. Aquilo que não possui conhecimento só tende a um fim se é dirigido por alguém que entende e conhece. Por exemplo, uma flecha não pode por si buscar o alvo. Ela tem que ser dirigida para o alvo pelo arqueiro. De si, a flecha é cega. Se vemos flechas se dirigirem para um alvo, compreendemos que há um ser inteligente dirigindo-as para lá. Assim se dá com o mundo. Logo, existe um ser inteligente que dirige todas as coisas naturais a seu fim próprio. A este ser chamamos Deus.

Uma variante dessa prova tomista aparece na obra “A Gnose de Princeton”. Apesar de gnóstico esta obra apresenta um argumento válido da existência de Deus.

Filmando-se em câmara lenta um jogador de bilhar dando uma tacada numa bola, para que ela bata noutra a fim de que esta corra e bata na borda, em certo ângulo, para ser encaçapada, e se depois o filme for projetado de trás para diante, ver-se-á a bola sair da caçapa e fazer o caminho inverso até bater no taco e lançar para trás o braço do jogador. Qualquer um compreende, mesmo que não conheça bilhar, que a segunda sequência não é a verdadeira, que é absurda. Isto porque à segunda sequência faltou a intenção, que transparece e explica a primeira sequência de movimentos. Daí concluir com razão, a obra citada, que o mundo cego caminha – como a flecha ou como a bola de bilhar – em direção a um alvo, a um fim. Isto supõe então que há uma inteligência que o dirige para o seu fim. Há pois uma inteligência que governa o mundo.

Este ser sapientíssimo é Deus.

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