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Bispo americano pede ao Congresso ajudar o Oriente Médio

WASHINGTON, quarta-feira, 26 de julho de 2006 (ZENIT.org).- O presidente da Comissão de Política Internacional da Conferência Episcopal dos Estados Unidos enviou uma carta a senadores e congressistas, fazendo um apelo para que ajudem a acabar com a escalada de violência no Oriente Médio.

«O terrível ciclo de violência no Oriente Médio está destruindo a vida de gente inocente em todas as partes do conflito – escreve o bispo Thomas Wenski, de Orlando –. Está também destruindo as esperanças de negociações e soluções que poderiam levar a uma justa paz que ofereça uma autêntica segurança aos israelitas, um estado viável aos palestinos e independência real ao povo libanês».

«A comunidade católica está profunda e urgentemente preocupada pelo custo humano, as implicações morais e as futuras conseqüências deste desenrolar dos acontecimentos».

O bispo Wenski, de 55 anos, escreve também: «Esperamos e rezamos para que os senhores tenham a vontade de fazer o que podem para acabar com este terrível ciclo de violência e protejam as vidas e a dignidade dos israelitas, palestinos e libaneses».

«Estamos dispostos a trabalhar com aqueles que trabalham por uma paz justa e duradoura na Terra à qual três religiões chamam santa», conclui.

Reflexão de Bento XVI sobre a paz

No ato de oração pelo Oriente Médio, presidido por ele no domingo

RHÊMES-SAINT GEORGES, terça-feira, 25 de julho de 2006 ( ZENIT.org).- Publicamos as palavras que Bento dirigiu, sem papéis, na tarde deste domingo, no ato de oração pela paz no Oriente Médio que ele presidiu na igreja paroquial de Rhêmes Saint-Georges, no Vale de Aosta.

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Eu gostaria somente de oferecer umas breves palavras de meditação sobre a leitura que acabamos de escutar. Com o fundo da dramática situação do Oriente Médio, impressiona-nos a beleza da visão ilustrada pelo apóstolo Paulo (cf. Efésios 2, 13-18): Cristo é a nossa paz. Ele reconciliou uns e outros, judeus e pagãos, unindo-os em seu Corpo. Ele superou a inimizade com o seu Corpo, na Cruz. Com sua morte, superou a inimizade e uniu todos em sua paz.

No entanto, mais que a beleza dessa visão, o que nos impressiona é o contraste com a realidade que vivemos e vemos. E, em um primeiro momento, não podemos fazer outra coisa senão perguntar ao Senhor: «Mas, Senhor, o que é que teu apóstolo está nos dizendo: “Foram reconciliados”?» Na verdade, nós vemos que não estão reconciliados… Ainda há guerras entre cristãos, muçulmanos, judeus; e outros fomentam a guerra, e tudo continua repleto de inimizade, de violência. Onde está a eficácia do teu sacrifício? Onde está, na história, esta paz da qual o teu apóstolo nos fala?

Nós, os homens, não podemos resolver o mistério da história, o mistério da liberdade humana que diz «não» à paz de Deus. Não podemos resolver todo o mistério da relação entre Deus e o homem, de sua ação e de nossa resposta. Temos de aceitar o mistério. No entanto, há elementos de resposta que o Senhor nos oferece.

Mensagem dos bispos maronitas frente à tragédia vivida no Líbano

BEIRUTE, domingo, 23 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos o texto integral da mensagem publicada nesta sexta-feira pela Assembléia Especial dos bispos maronitas, reunida sob a presidência do Cardeal Nasrallah Sfeir, para analisar a trágica situação que o Líbano vive.

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1. São totalmente injustificáveis e ilógicos os dolorosos acontecimentos que vivemos no Líbano desde há alguns dias, acontecimentos que paralisaram o país, desde o bombardeio de suas pistas de aterrissagem, da maioria das pontes de suas estradas, de algumas centrais elétricas e de seus serviços e centros de comunicação.

O seqüestro dos soldados não justifica o desmembramento de um país inteiro, a morte de centenas de pessoas, e que se faça grande parte da população passar fome.

2. A situação dramática vivida pelos libaneses, em particular pelos que foram obrigados a abandonar seus lares e povoados, exige que todos esqueçam suas divergências políticas e que formem uma frente comum. Não é hora do acerto de contas políticas, senão a hora da solidariedade, do entendimento e da valentia para enfrentar a situação.

3. O bombardeio deliberado e intensivo das estradas provocou o isolamento da maioria das cidades e povoados, em particular no sul e em Bekaa. Impediu o envio de ajudas alimentícias e farmacêuticas a essas regiões. Por este motivo, os padres [participantes da Assembléia Episcopal, ndt.] exortam as organizações humanitárias, em particular o Comitê Internacional da Cruz vermelha (CICR) e a Cruz Vermelha libanesa, para que trabalhem para que essas populações possam receber alimentação, remédios e outros bens de necessidade primária.

4. A Assembléia exorta todos os libaneses a acolher, com amor e solidariedade, seus irmãos obrigados pela guerra a abandonarem seus lares e povoados, sem levar em conta a comunidade à qual eles pertencem. A tragédia deve unir-nos, não separar-nos. Tem que nos colocar frente às nossas responsabilidades e frente às conseqüências dos nossos atos, sem levar-nos a intercambiar acusações.

Romper o ciclo da violência
5. A Assembléia exorta os membros do Conselho de Segurança da ONU a acabar de uma vez por todas com o ciclo de violência no Líbano, adotando sem dilação uma resolução que exija um cessar-fogo imediato, considerando os civis inocentes, e resolvendo a crise de forma radical, de maneira que se faça plenamente justiça a todas as partes envolvidas.

6. A Assembléia apóia os esforços do governo e do primeiro-ministro por acabar com a tragédia libanesa e por sentar as bases de um Estado justo e forte, que estenda sua autoridade sobre o conjunto do território, que recolha todos os filhos e preserve os componentes da sociedade libanesa.

7. Os padres instam os fiéis a responderem ao chamado lançado pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI, a uma jornada de oração e penitência, no domingo, para implorar a paz. Convidam também a todos os fiéis, sem distinção da religião à qual pertençam, a elevarem seus corações a Deus, único Senhor da história e Juiz dos atos humanos, bons e maus. Pedimos a Ele que abrevie estes dias de provação e que expanda a paz nos corações e nos povos.

8. Os padres agradecem aos chefes das Igrejas irmãs, aos conselhos episcopais, aos bispos do mundo, que se solidarizaram com o Líbano nesta prova. Expressam seus sinceros pêsames às famílias das vítimas, desejam um rápido restabelecimento aos feridos, e pedem a Deus que acabe com esta terrível dor.

[Traduzido por Zenit]

SOS dos cristãos na Galiléia

Apelo em meio à violência

KÖNIGSTEIN, sexta-feira, 21 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Esta sexta-feira, em meio ao conflito entre os movimentos de resistência libaneses e as autoridades israelitas, o arcebispo melquita católico Elias Chacour de Akka, Haifa, Nazaré e toda Galiléia lançou um dramático grito de ajuda.

«Toda a região da Galiléia ficou praticamente paralisada: não há trabalho, não há circulação e as pessoas permanecem em suas casas à espera de serem liberadas. Ao contrário, alguns recebem um tiro», afirma o bispo em uma mensagem distribuída através de Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

«Este é o caso dos povoados de Jish, Buqei’a, Fasuta, Tharsheeha, Miilya e também Haifa e Shefar’am, onde a população é, direta ou indiretamente, vítima de tiros; alguns estão hospitalizados», afirma.

«A maioria dos irmão judeus têm refúgios anti-bombas dos quais carecem os povos árabes, e os demais fugiram para Tel Aviv, algo que nós, árabes, não podemos fazer», acrescenta.

O arcebispo pede ajuda para os diretamente atingidos, concretamente, para 30 famílias.

Estes cristãos árabes não recebem nenhuma compensação do Estado de Israel. «Nunca imaginei que chegaria o dia em que teria que lançar uma espécie de SOS para os cristãos da Galiléia. Nós queremos enxugar as lágrimas de crianças e pais nestes tempos difíceis».

Ajuda à Igreja que Sofre (http://www.kirche-in-not.org) prometeu enviar 15.000 euros para os mais necessitados.

Bento XVI apóia posição do G-8 diante da violência no Oriente Médio

E pede a oração dos fiéis pela paz

INTROD, quarta-feira, 19 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Bento XVI apoiou o comunicado emitido pelo Grupo dos Oito países mais industrializados (G8) para acabar com o turbilhão de violência no Oriente Médio e pediu a todos os crentes que rezem pela paz.

Ao regressar, nesta terça-feira, de uma visita ao Mosteiro que se encontra no monte Gran San Bernardo, nos Alpes, o Papa respondeu a uma pergunta dos jornalistas que o esperavam perto do chalé no qual reside.

Um dos repórteres lhe perguntou: «O que a comunidade internacional deve fazer nesta situação cada vez mais dramática?».

O Papa respondeu: «Estou totalmente de acordo com o comunicado do G-8. Parece-me que indica o caminho».

«Não tenho nada a acrescentar, senão a importância da oração para que Deus nos ajude e nos outorgue a paz», disse o Papa, segundo refere um dos presentes, Salvatore Mazza, enviado especial do diário italiano «Avvenire».

A declaração aprovada em 16 de julho pelos líderes do G8, reunidos em São Petersburgo (Rússia), pede a Israel, aos palestinos e à milícia Hizbullah que suspendam suas operações armadas e que liberem os sacerdotes capturados e os ministros e parlamentares palestinos detidos (http://en.g8russia.ru/docs/21.html).

Ao rezar neste domingo o Ângelus, na localidade na qual passa estes dias de descanso, Les Combes (em Introd, Vale de Aosta), o Santo Padre considerou que «na origem destas oposições impiedosas há, lamentavelmente, situações objetivas de violação do direito e da justiça».

«Mas nem os atos terroristas nem as represálias, sobretudo quando existem trágicas conseqüências para a população civil, podem justificar-se», assegurou.

«Por caminhos assim — como a amarga experiência demonstra — não se chega a resultados positivos», recordou Bento XVI.

«Onde estava Deus?» – Dom Murilo S.R. Krieger, scj

Arcebispo de Florianópolis (Brasil)

FLORIANÓPOLIS, sexta-feira, 23 de junho de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos artigo de Dom Murilo S.R. Krieger, scj, arcebispo de Florianópolis (SC), enviado a Zenit pelo arcebispo essa quinta-feira.

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Onde estava Deus?

Algumas semanas atrás, o Papa Bento XVI visitou o campo de concentração de Auschwitz ? símbolo do que de pior produziu o regime nazista. Ali, tendo diante de si inúmeras cruzes, que lembram mortos de várias nacionalidades, fez algumas perguntas que correram o mundo: ?Onde estava Deus naqueles dias? Por que ele silenciava? Como pôde tolerar este excesso de destruição, este triunfo do mal?? As reações foram imediatas, e em vários tons: alguns o ridicularizaram, não entendendo tais perguntas na boca de um papa; outros o condenaram com palavras ácidas; e há os que foram mais objetivos: procuraram ler todo o seu discurso. Descobriram, então, que tratava-se de perguntas que se costuma chamar de ?retóricas?: o orador as lança para despertar o interesse do ouvinte. A partir delas, expõe suas idéias sobre o tema. Os salmistas, no Antigo Testamento, usavam muito esse recurso ? por exemplo: ?Desperta, Senhor, por que dormes? Desperta e não nos rejeiteis para sempre. Por que escondes a tua face e te esqueces de nossa miséria e tribulação?? (Sl 44,24-25)

Em seu discurso, Bento XVI lembrou que nosso grito a Deus deve ser ao mesmo tempo um grito que penetra nosso próprio coração, para que aquele poder que ele ali colocou não seja coberto e sufocado em nós pela lama do egoísmo, do medo, da indiferença e do oportunismo. Devemos gritar a Deus, sim, para que impulsione os homens a arrepender-se, para que reconheçam que a violência não cria a paz, mas suscita apenas outra violência ? uma espiral de destruição, na qual todos no fim de contas só têm a perder. ?Nós rezamos a Deus e gritamos aos homens… para que a razão do amor e do reconhecimento da força da reconciliação e da paz prevaleça sobre as ameaças circunstantes da irracionalidade ou de uma falsa razão, separada de Deus.?

Não por acaso, o Papa terminou suas palavras em Auschwitz rezando o salmo 23, como a dizer: Deus está em toda parte como Bom Pastor; se lhe permitirmos, nos conduzirá por caminhos retos e para verdes pastagens, mesmo que tenhamos que atravessar vales tenebrosos.

Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de Florianópolis

Cristãos são as vítimas de «O Código da Vinci»; não os agressores

Resposta do Opus Dei ao diretor do filme

ROMA, segunda-feira, 15 de maio de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos na íntegra o comunicado que enviou esta sexta-feira a Zenit a Sala de Informação do Opus Dei –Prelazia da Igreja Católica– em resposta a declarações do diretor do filme «O Código da Vinci», a poucos dias de sua estréia.

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A imprensa italiana publicou esta quinta-feira algumas entrevistas com Ron Howard, diretor do filme «O Código da Vinci». Nas frases que se atribuem, Howard afirma que ?negar o direito de assistir ao filme é um ato fascista?, e também que ?dizer a alguém que não vá ver o filme é um ato de militância e a militância gera ódio e violência?. Nessas entrevistas menciona-se várias vezes o Opus Dei. As frases parecem se referir às recentes declarações de algumas autoridades da Igreja.

Eu me atreveria a pedir a Ron Howard que mantenha a serenidade e se expresse com respeito.

Não convém perder de vista a realidade da situação: este filme é ofensivo para os cristãos, Howard representa o agressor, e os católicos são vítima de uma ofensa. Não se pode tirar do agressor inclusive o último direito, o de expressar seu ponto de vista. Não são as declarações de alguns eclesiásticos ou o pedido respeitoso do Opus Dei de incluir uma advertência ao início do filme de que se trata de um trabalho de ficção as que geram violência: são mais bem os retratos odiosos, falsos e injustos os que alimentam o ódio.

Em suas declarações, Howard repete também que é simplesmente um filme, uma história inventada, e que não há que tomá-la demasiado a sério. Mas não é possível negar a importância do cinema e da literatura. A ficção influi em nosso modo de ver o mundo, sobretudo entre os jovens. Não é sério não levar a sério. Certamente, a criatividade artística necessita de um clima de liberdade, mas a liberdade não se pode separar da responsabilidade.

Imagine você um filme que conte que a Sony está por detrás dos atentados das Torres Gêmeas, que os promoveu porque queria desestabilizar os Estados Unidos. Ou ainda uma novela que revele que a Sony pagou o pistoleiro que atirou no Papa na Praça de São Pedro, em 1981, porque queria opor-se à liderança moral do Santo Padre. São só histórias inventadas. Suponho que a Sony, uma empresa respeitável e séria, não estaria contente de se ver retratada deste modo nas telas, e que não ficaria satisfeita com uma resposta do tipo: ?não se preocupe, é só ficção, não há que tomá-la demasiado a sério, a liberdade de expressão é sagrada?.

Em todo caso, quem participou do projeto do filme não tem motivos para se preocupar. Os cristãos não reagirão com ódio nem violência, mas com respeito e caridade, sem insultos nem ameaças. Podem seguir calculando tranqüilos o dinheiro que o filme arrecadará. Porque a liberdade do lucro econômico parece a única liberdade sagrada de verdade, a única isenta de toda responsabilidade. É provável que arrecadem muito dinheiro, mas estão pagando um alto preço ao deteriorar seu prestígio e reputação.

Espero que a polêmica destes meses não seja estéril, que sirva para que se reflita sobre o caráter relativo do lucro econômico quando estão em jogo valores mais altos; sobre a importância da ficção; sobre a responsabilidade que acompanha e protege sempre a liberdade.?

O plano da comunicação da Sala de Informação ante este caso pode-se encontrar em www.opusdei.org. Ali se explica com detalhe a posição que manteve nestes meses.

Manuel Sánchez Hurtado
Encarregado de relações com a imprensa internacional
Sala de Informação do Opus Dei em Roma

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