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Antífonas Maiores: Ó Raiz de Jessé

jesse

Fonte: Portal A12

Padre Evaldo César de Souza, CSSR

O Radix Jesse

qui stas in signum populorum,

super quem continebunt reges suum,

quem gentes deprecabuntur:

Veni ad liberandum nos; jam noli tardare

Ó Raiz de Jessé

erguida como estandarte dos povos,

em cuja presença os reis se calarão

e a quem as nações invocarão,

Vinde libertar-nos; não tardeis jamais.

Referências Bíblicas : Is 11,10; Rm 15,12; Is 52,13; Is 53,2ab; Is 52,14a-15ab; Hab 2,3

Isaías é o profeta que apresenta o servo sofredor como Messias, sinal de salvação para os povos. O ramo que brota da raiz de Jessé é Maria e o rebento desse ramo o Salvador, Jesus Cristo. Este rebento nasce da vontade exclusiva de Deus, floresceu em Maria pela graça do Espírito Santo e jamais conhecerá a corrupção. Esta antífona recorda muito a cantiga popular: “De Jessé nasceu a vara, da vara nasceu a flor e da flor brotou Maria e de Maria o Salvador”. Concluindo, o “Vinde” proclama a soberania do Rei dos reis.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=KAlz5IA4gTo[/youtube]

Bento XVI: junto a Jesus, todos os desafios são possíveis

Papa Bento XVI VATICANO, 07 Mai. 12 / 11:45 am (ACI/EWTN Noticias)

Nesta manhã, em suas palavras prévias à oração do Regina Caeli, o Papa Bento XVI recordou que unidos a Jesus, todos os desafios são possíveis, porque quem lhe segue e cultiva sua fé, colhe grandes frutos espirituais na vinha do Senhor.

Ante os milhares de fiéis reunidos, apesar da chuva na Praça de São Pedro, Bento XVI explicou que “É indispensável permanecer sempre unidos a Jesus, depender Dele, porque sem Ele não podemos fazer nada”.

Neste sentido, o Santo Padre recordou uma carta escrita a João o Profeta, que viveu no deserto de Gaza durante o século V. “Um fiel faz a seguinte pergunta: Como é possível ter, ao mesmo tempo, a liberdade do homem e o não poder fazer nada sem Deus? E o monaco respondeu: Se o homem inclina seu coração para o bem e pede ajuda a Deus, recebe a força necessária para cumprir a própria obra. Por isso, a liberdade do homem e a potência de Deus caminham juntas”.

“Isso é possível porque o bem vem do Senhor, mas ele é cumprido graças aos seus fiéis”, assinalou o Papa.

“Queridos amigos, cada um de nós é como um ramo, que vive somente se cresce cada dia, na oração, na participação dos Sacramentos e na caridade”.

Ao explicar o Evangelho de hoje, Bento XVI recordou um dos ensinamentos de Jesus a seus discípulos, “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor”.

“Muitas vezes, na Bíblia, Israel é comparada com a fecunda vinha quando é fiel a Deus; mas, afasta-se Dele, torna-se estéril, incapaz de produzir aquele ‘vinho que alegra o coração do homem’”, indicou.

Bento XVI sublinhou que “quem ama Jesus, videira verdadeira, produz frutos de fé para uma colheita espiritual abundante. Suplicamos a Mãe de Deus para que permaneçamos firmemente implantados em Jesus e cada ação nossa tenha Nele o seu início e Nele o seu cumprimento”.

“Senhor Jesus… sem Ti não podemos fazer nada. Tu, de fato, és o verdadeiro jardineiro, criador, cultivador e guardião de seu jardim, que planta com Tua palavra, irriga com Teu espírito, faz crescer com Tua potência”, disse o Santo Padre, recordando as palavras do Beato cisterciense Guerrico de Igny.

O Papa assinalou que “A verdadeira vinha de Deus, a videira verdadeira, é Jesus, que com Seu sacrifício de amor nos doa a salvação, nos abre o caminho para ser parte desta vinha. E como Cristo permanece no amor de Deus Pai, assim, os discípulos, cuidadosamente podados pela palavra do Mestre são unidos de modo profundo a Ele, tornando-se ramos fecundos, que produzem abundante colheita”.

Bento XVI recordou que São Francisco de Sales escreveu que “O ramo unido e em conjunto com o tronco porta fruto não por virtude própria, mas em virtude da estirpe: agora, fomos unidos pela caridade ao nosso Redentor”.

Através do Batismo, indicou o Papa, “a Igreja nos envolve como ramos no mistério pascal de Jesus, em sua própria pessoa. Desta raiz recebemos a seiva preciosa para participar na vida divina”.

“Com a ajuda dos Pastores da Igreja, crescemos na vinha do Senhor ligado pelo Seu amor. Se o fruto que devemos produzir é amor, uma condição prévia é precisamente este ‘permanecer’, que tem que ver profundamente com a fé que não se afasta do Senhor”.

Em sua saudação aos peregrinos de língua espanhola, o Santo Padre ressaltou a formosa imagem da vinha e os ramos do Evangelho, “com a qual se manifesta como a união com Cristo é a fonte de vida e nos leva a dar muito fruto”.

As incoerências religiosas

Fonte: Encontro com o Bispo

Na parábola dos dois filhos, escutada na proclamação do Evangelho de hoje, somos confrontados com posições muito reais que devemos encarar de frente, pois podemos descobrir nesta parábola nossas próprias incoerências.

Descobrimos três pessoas: um pai e dois filhos. Naturalmente identificamos o pai com Deus; o primeiro filho com Israel, o povo eleito; o segundo com os gentios, os não pertencentes ao povo israelita, mas que se converteram e foram os primeiros a labutar na «vinha».

Na parábola, o pai indica aos filhos que se dediquem ao trabalho da vinha. O primeiro diz que irá trabalhar,mas não vai. O segundo diz que não irá trabalhar, mas depois, vai. E jesus termina perguntando qual dos dois cumpriu a vontade do pai…

A parábola inicialmente pode parecer-nos perturbadora. Todavia, Jesus vem avaliar a nossa franqueza e a nossa lealdade. Ainda hoje Deus continua a ter dois filhos: na Igreja, nas nossas comunidades cristãs, no mundo… subsistem sempre os dois filhos. Uns solicitam o Batismo, dizem «sim», mas, logo, na vida real, o seu «sim» é mudado em muitos «nãos». Porém, existem muitas pessoas que nunca aceitaram claramente a Deus, mas na sua experiência diária amam o irmão, dedicam-se aos outros, praticam desprendidamente a caridade, tem até mesmo em suas vidas u sentido de Deus.

Sob uma fictícia teimosia, pode existir um verdadeiro amor que no instante próprio se exterioriza francamente. No oposto, certas formas de obediência podem constituir apenas desinteresse, por falta de amor autêntico. É o fato das pessoas que pronunciam sempre «sim», porque não são capazes de dizer «não»: verdadeiramente nunca passam das palavras às obras, não sentem necessidade de conversão.

Jesus, como desfecho da parábola, pôs em confrontação a disposição dos filhos do Povo Eleito com a dos pagãos. De igual modo, o profeta Ezequiel – como escutamos na primeira leitura – comparou o modo de julgar do povo israelita com a maneira como Deus procede. Pelo brado do profeta, Deus pretende repreender os esquemas simplistas com que, às vezes, classificamos sem recurso as pessoas, ou as fazemos joguetes das desgraças. Para Deus todo o homem, mesmo grande pecador, tem capacidade de se converter, como também aquele que se acha bom e justo, pode cair. O Senhor conhece-nos bem e espera que empreguemos conscientemente a nossa autonomia.

As palavras do profeta, confirmadas pelas sentenças de Jesus no final da parábola, são palavras fortes, que encerram uma denúncia sempre atual. Devemos pensar séria e autenticamente sobre elas, para ver qual é a nossa forma de agir: se copiamos os que se pensam bons e não fazem nenhuma tentativa por se converterem, ou se respeitosamente nos identificamos pecadores e com mansidão nos convertemos ao Senhor, consoante o apelo de S. Paulo.

A segunda leitura vem fortalecer as duas leituras antecedentes. A comunidade de Filipos era admirável e São Paulo vangloriava-se dela. Mas lá, como também acontece nas nossas melhores comunidades, havia a dificuldade da inveja entre cristãos. Existia quem desejasse distinguir-se, pretendendo ter o encargo de alguma função a seus olhos relevante (a proclamação da Palavra durante as celebrações litúrgicas, a administração dos bens da comunidade, a organização da vida comunitária, a responsabilidade pelos cânticos…). É verdade que aspiravam a tais incumbências para ajudar os irmãos, mas também para afirmação própria, para mandar, para se exibirem. Ou seja, havia algo de podre por baixo da intenção de servir.

São Paulo, que sempre guardara muito afeto pelos Filipenses, pede-lhes que lhe dêem a imensa alegria de conviverem sem interesse, sem espírito de preponderância, mas unidos em efetiva caridade, não pretendendo o próprio proveito, mas o dos outros. O Apóstolo não se apraz em aconselhar: indica o modelo, Jesus Cristo, e pede que nas relações recíprocas procurem retratar a sensibilidade e as maneiras de agir de Jesus.

Tomara que com a reflexão destes textos, escritos há mais de dois mil anos, mas atuais, consigamos corrigir alguma postura menos correta que em nós ainda persista, a fim de sermos verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, presente através de cada um de nós, no mundo de hoje.

Exaltação da Santa Cruz

D . EUSÉBIO OSCAR SCHEID
Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro

No dia 14 deste mês, a liturgia da nossa Igreja celebrava a festa da Exaltação da Cruz. O fiel é convidado a penetrar as profundezas de um “amor que chegou aos extremos” (Jo 13,1), louvando, agradecendo, exaltando. Não podemos restringir a nossa contemplação ao aspecto doloroso e trágico dessa “bendita e louvada” Cruz, da qual pendeu a salvação do mundo. Ficamos chocados e até, revoltados diante dessa ignominiosa crueldade de condenar um Inocente através do suplício degradante e debochante, que era reservado aos escravos mais vis e revoltados, os bandidos e salteadores.

Queremos engrandecer o heroísmo máximo de quem morreu pelas mais nobres causas, escancarando o acesso à salvação para todos. Sempre olhamos para o Crucificado com certa tristeza… Além de ter diante dos olhos a imagem mais cruel do Homem das Dores, vem-nos à lembrança a causa de tanto sofrimento: os pecados todos desde Adão até o final dos tempos estão retratados ali, naquela imagem de um transfigurado pela dor, ingratidão, pela paixão e pelo sofrimento da humanidade toda. O profeta Isaías, nos Cânticos do Servo de Javé, havia profetizado: “O mais belo dos homens perdeu toda a sua beleza. Não mais parece nem mesmo gente. Aparece como “golpeado, humilhado, desonrado e triturado” (Is 53,5).

Contudo, os Santos viam nEle a suma beleza, o maior objeto de esperança, a figura santa e verdadeira do homem novo. Desta forma, a Cruz será o grande contraste, o desafio por definição. Por um lado demonstra a maldade do ser humano e, por outro, a grandiosidade do amor do Pai “que não poupou a seu próprio Filho” (Rm 8,32) e de Cristo, que demonstra ali o maior amor pelos amigos, “morrendo por eles” (Jo 15,13).

O Crucificado é, efetivamente, o centro da História humana. É naquela hora – a HORA entre as demais horas – que se realiza “a plenitude dos tempos” (Ef 1,10 e Gl 4,4) Jesus havia confidenciado, que naquela hora iria atrair tudo para si. De fato tudo se agrupa ao redor da Cruz; os povos que andam nas trevas e os que avançam ao clarão da luz eterna; a história de cada pessoa e do universo todo adquire pleno sentido à sombra dessa Cruz. É por isso, que São Paulo nos fala do mistério da Cruz como o mistério central, o centro de toda a ciência e sabedoria. O Crucificado, no mistério de sua Paixão e Morte nos assegura o aprendizado dos seus inesgotáveis tesouros de sabedoria e ciência. Achegando-nos ao Crucificado, contemplando-o com profunda compenetração, tornamo-nos seus alunos e, se formos dóceis aos seus ensinamentos, tornamo-nos seguidores dos seus passos todos… até mesmo dos ensagüentados.

“A Cruz está de pé, enquanto o mundo gira”, cantava-se em séculos passados, aparecendo, assim, a Cruz como a rocha firme, o baluarte que não treme diante das coisas que passam. Ela é estável e firme! Ela está firme enquanto os acontecimentos humanos se desenrolam a seus pés, transformados pelo sangue redentor, pelo benefício de um amor eterno.

A Cruz é também o grande sinal da esperança última: “Verão aparecer sobre as nuvens o sinal do Filho do Homem” (Mt 24,30). Os cemitérios, as lápides sepulcrais quase todas estão assinaladas pela Cruz. É a certeza de que aqueles que “morreram em Cristo, também ressuscitarão com Ele” (Rm 6,4).

A Cruz atravessa as sombras da morte, os muros do desconhecido mundo do Além, e abre novas esperanças, a visão preanunciada de uma vida nova de felicidade eterna: agregação conjunta de todos os bens e alegrias, amizade transformante com Deus, imersão na sua glória.

A Cruz, dizíamos, se nos apresenta como um grande contraste, um verdadeiro choque. Ali se defrontam o ódio máximo e o amor maior; o aparente fracasso e a vitória final, já iniciada; a justiça e a misericórdia; as luzes e as trevas; a tristeza da morte e o borbulhar das “fontes da alegria de salvação” (Is, 12,3). A Cruz nos estimula ao sacrifício, ao heroísmo e ao martírio. Nela os missionários de todos os tempos encontravam inspiração e impulso evangelizador. Todos os inumeráveis mártires de ontem e de hoje encontravam nela o ideal e a força para o sofrimento e para o enfrentamento da própria morte, qualquer que fosse.

A Cruz, ainda hoje, nos irmana na solidariedade com os que sofrem: doentes, encarcerados, injustiçados, excluídos… Para todos eles (e para nós também) o Crucificado é a resposta: “Não temais eu venci o mundo” (Jo 16,33).

Ao nos persignarmos com o sinal do cristão – como aprendemos desde o Catecismo – professamos a nossa fé que brota da Cruz e nela se consuma como vitória final. Não percamos o lindo costume de enriquecermos as salas de estar, salas de aula, de decisões maiores, estabelecimentos públicos – com a figura nobre e, ao mesmo tempo, triste do Crucificado. É perene apelo à justiça e honestidade. É garantia de acerto.

Ao contemplarmos um pouco mais de perto o Crucificado, entenderemos melhor os segredos de Jesus e teremos mais coragem para enfrentar os contratempos do dia-a-dia e nossos olhos penetrarão nos abismos do Amor… A Cruz é uma das grandes maravilhas de um amor sem limites e sem explicações, de um amor humano-divino de total  doação.

Fonte: Amai-vos
10/2003

Elias e a experiência de Deus

Por Dom Murilo S.R. Krieger

SALVADOR, segunda-feira, 12 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – A Bíblia, nos capítulos dezoito e dezenove do Primeiro Livro dos Reis, nos apresenta uma extraordinária experiência de Deus, tendo como protagonista o profeta Elias. O fato ali narrado ocorreu cerca de nove séculos antes da era cristã.

Elias não se conformava com o comportamento do povo escolhido, que havia abandonado o culto ao Deus verdadeiro para seguir as idéias dos profetas dos povos vizinhos, adoradores do deus Baal. Tendo percebido que, sem algum gesto dramático, não conseguiria levar seu próprio povo à conversão, propôs um desafio aos profetas de Baal: eles escolheriam um novilho, o preparariam para o sacrifício e o colocariam sobre a lenha, mas sem pôr fogo. Ele, por sua vez, faria o mesmo. Em seguida, cada um invocaria o nome de sua divindade: ela é que deveria acender o fogo, para que a oferta fosse queimada. Conforme a resposta obtida, saberiam do lado de quem estava o Deus verdadeiro.

Aceito o desafio, os seguidores de Baal dispuseram tudo de acordo com o que fora combinado e iniciaram as súplicas. Multiplicaram as orações e nada conseguiram. Vendo-os e escutando-os, Elias fez um comentário irônico: “Gritai mais alto, pois sendo deus, Baal pode estar ocupado. Quem sabe ausentou-se ou está de viagem; ou talvez esteja dormindo e seja preciso acordá-lo”. Os profetas de Baal passaram das súplicas aos gritos; em seguida, se autoferiram até o sangue escorrer. Nada conseguiram.

Ao chegar sua vez, Elias mandou que derramassem água tanto sobre a lenha como sobre a oferenda que preparara. Pediu, então, que Deus se manifestasse: “Ouve-me, Senhor, ouve-me, para que este povo reconheça que tu, Senhor, és Deus, e que és tu que convertes os seus corações”. A resposta foi imediata: veio fogo sobre o altar, consumindo a oferta, a lenha e as próprias pedras do altar. Tirando proveito de seu sucesso e querendo exterminar o mal pela raiz, Elias mandou que fossem degolados todos os profetas de Baal. Depois disso, foi ameaçado de morte e perseguido. Para piorar a situação, teve o desgosto de ver que, mesmo depois disso tudo, seu povo não se converteu ao Deus verdadeiro. Desanimado e com vontade de morrer, foi socorrido por um anjo e partiu em direção ao Monte Horeb. Ali fez a experiência de Deus a que me referi no início.

Sabendo que o Senhor passaria em seu caminho, o profeta o esperou, de pé. Viu então, sucessivamente, o desenrolar de vários fenômenos grandiosos. Ficou atento, pois Deus poderia se manifestar através deles. Mas Deus não estava nem no furacão violento, nem no terremoto, nem no fogo. Finalmente, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave. O Senhor estava nela.

Também hoje, em nossa vida, Deus se manifesta muitas vezes e de maneiras diferentes. Por vezes serve-se de acontecimentos extraordinários, como são os desequilíbrios da natureza, as grandes decepções, uma doença grave ou a morte de uma pessoa que nos é querida. Normalmente, porém, manifesta-se em nossa vida por meio de brisas suaves – isto é, de acontecimentos tão simples que não valorizamos; tão rotineiros que nem percebemos; tão frequentes que nem lhes damos valor. Contudo, cada passagem sua é especial, irrepetível e única.

O episódio envolvendo Elias nos ensina que é o Senhor que escolhe a maneira de se manifestar a nós. Mesmo assim, muitos preferem ir atrás de experiências exóticas ou envolvidas pelo misticismo superficial, já que elas não exigem qualquer mudança de vida. São preferidas as experiências que mais agradam aos sentidos e as que acalmam a consciência com pensamentos vagos e que, por isso mesmo, não geram nenhum compromisso ou responsabilidade. Sem perceber, imitam-se, hoje, os antigos pagãos, que costumavam criar deuses à sua própria imagem e semelhança – isto é, com as limitações e os defeitos humanos.

Enquanto isso, o Deus vivo e verdadeiro passa em nossos caminhos como uma brisa suave e amena, para possibilitar-nos experiências marcadas pelo amor, pela alegria e pela paz. Só O perceberemos se formos capazes de valorizar o sorriso de uma criança, a beleza de uma flor à beira do caminho ou a onda do mar que se desmancha na areia da praia.

Dom Murilo S.R. Krieger, scj, é arcebispo de São Salvador da Bahia

Falsas Profecias, Justificações e Trapalhadas Doutrinais das Testemunhas de Jeová

Fonte: Observatório Watchtower

Índice

  • 1. Branqueamento da responsabilidade por falsas profecias
    • 1.1 Exemplo 1: A falsa profecia de 1914
    • 1.2 Exemplo 2: A falsa interpretação das “autoridades superiores”
    • 1.3 Exemplo 3: Um tempo de “provas e purificação”
    • 1.4 Exemplo 4: A falsa profecia de 1925
    • 1.5 Exemplo 5: A falsa profecia de 1975: ‘A culpa foi vossa’
    • 1.6 Exemplo 6: O uso da terceira pessoa
    • 1.7 Exemplo 7: A “libertação de Babilônia” em 1919 e as “impurezas”:
      • 1.7.1 Autoridades superiores
      • 1.7.2 Desenvolvimento do caráter
      • 1.7.3 Feriados pagãos
      • 1.7.4 Cruz
      • 1.7.5 Uso do nome Jeová
      • 1.7.6 Democracia
  • 2. Publicações antigas e “verdades estabelecidas” que deixaram de o ser
    • 2.1 Estudos das Escrituras
    • 2.2 O Mistério Consumado
      • 2.2.1 Falsas previsões
      • 2.2.2 Interpretações pitorescas
      • 2.2.3 Beemote = máquina a vapor
      • 2.2.4 Leviatã = locomotiva a vapor
      • 2.2.5 Miguel e anjos = Papa e Bispos
      • 2.2.6 O profeta Naum e o comboio
    • 2.3 Outras “verdades” que caducaram
    • 2.4 O acesso às publicações antigas
    • 2.5 ‘Os cristãos primitivos também cometiam erros’
  • 3. Apenas a “organização” sobreviverá à ‘grande tribulação’
  • 4. Ideias e atitudes “independentes”
  • 5. Bibliografia

Adaptado de uma mensagem enviada por Odracir para a mailing list testemunhas em 1999-12-02. Nas citações que aparecem nesta página, parte do texto foi colocado em letra maiúscula para ênfase. Algumas edições de A Sentinela citadas aqui, especialmente as mais antigas, foram publicadas inicialmente em lingua inglesa, podendo não haver a exata correspondência com a data da edição em português. Sobre o tema piramidologia, abordado neste artigo, recomendamos a leitura de A Sentinela de 1/1/2000, onde a Sociedade VIU-SE OBRIGADA a fazer um reconhecimento mais explícito e pormenorizado do assunto, após o mesmo vir a conhecimento público.

1. Branqueamento da responsabilidade por falsas profecias

1.1 Exemplo 1: A falsa profecia de 1914

No ano de 1889, no livro “The Time Is At Hand”, páginas 98 e 99, Charles Taze Russell declara:

“Na verdade, é esperar grandes coisas AFIRMAR, COMO O FAZEMOS, que dentro dos próximos 26 anos [1914/1915], TODOS os atuais governos serão DERRUBADOS e dissolvidos; porém, estamos vivendo em um tempo especial e peculiar, o “Dia de Jeová”, no qual os assuntos chegarão a uma conclusão RÁPIDA…. Em vista da forte evidência bíblica concernente aos Tempos dos Gentios, consideramos uma VERDADE ESTABELECIDA que o FINAL DEFINITIVO dos reinos deste mundo e o pleno estabelecimento do Reino de Deus se realize pelo fim de 1914 A.D.” (o maiúsculo é meu)

Tais afirmações referiam-se às previsões sobre os anos de 1874, 1878 e 1914, iniciando-se a ‘parousia’ de Cristo na primeira data (sua ‘posse’ como Rei na segunda data). É importante frisar que tais cálculos cabalísticos começaram com o inglês John Acquila Brown, no ano de 1823 — 29 anos antes do nascimento de Russell, 47 anos antes da formação do grupo dele e mais de meio século (54 anos) antes da publicação do livro que ele financiou, “Os Tres Mundos”. Diversas outras obras da organização reafirmaram tais cálculos como algo além de simples opinião, chamando-os de “datas de Deus” e, em alguns casos, questionando a fé ou a vigilância de quem deles duvidava — “Thy Kingdom Come” (1891), “Watchtower” de 15/1/1892, de 1/7/1894 e de 1/10/1907.

Em 1916, dois anos após o fracasso daquelas previsões e do desapontamento — desnecessário, diga-se de passagem — de Russell e de seus seguidores, os quais ficaram expostos ao escárnio público, o que afirmou ele sobre seu erro, agora impossível de ser negado? Deixemos que o próprio Russell fale:

“Este foi um erro natural no qual se pode cair, mas O SENHOR O INVALIDOU para a bênção de Seu povo. O pensamento de que a igreja seria ajuntada em glória antes de Outubro de 1914, TEVE CERTAMENTE UM EFEITO MUITO ESTIMULANTE E SANTIFICADOR sobre milhares, todos os quais podem consequentemente louvar o Senhor — ATÉ PELO ERRO.” (Prefácio de “The Time is At Hand”, 1916, página iv)

Note o leitor que, após envolver até o próprio Deus em seus erros, “invalidando-os” — na verdade, minimizando-os — encontrou o pastor Russell uma alternativa bastante conveniente a ter que encarar o fato de que suas predições nada tinham de “datas de Deus”. Chegou ele ao cúmulo de elogiar o erro, sim, de promover o erro como meio válido pelo qual Jeová guia seu povo. Isto deu margem, mais tarde, a novas predições, hábito este bastante comum entre os líderes das TJ até os nossos dias, bastante “fiéis” às suas origens, diga-se. Parece isto simples “explicação”, como quer o nosso companheiro H., ou clara JUSTIFICAÇÃO? Precisa Deus dos nossos erros?

Este caso não constitui exceção no “currículo” da Watchtower ou tampouco expressa a simples opinião de um membro da sociedade, à parte do que os outros pensavam e dissonante da postura histórica desta entidade no que se refere aos seus falhanços doutrinais. O próximo exemplo ilustra outra situação em que ela GLORIFICA, como organização, seus erros ao invés de se desculpar por eles — na verdade, subentende que eles foram SUPERIORES à verdade, em razão dos seus efeitos “protetores”. Vamos a ele:

1.2 Exemplo 2: A falsa interpretação das “autoridades superiores”

Até 1929, a Watchtower ensinava que as “autoridades superiores” mencionadas no capítulo 13 de Romanos correspondiam às autoridades governamentais seculares. A partir daquele ano, mudou seu “entendimento” do texto e passou a ensinar que o texto referia-se apenas a Deus e Jesus Cristo. Esta doutrina perdurou por mais de 30 anos, até que, em 1962, uma “nova luz” remeteu a sociedade DE VOLTA ao entendimento anteriormente abandonado — o que, por si só, desfere um golpe mortal na tese da “luz progressiva”. Este assunto é considerado em “A Sentinela” de 1/5/1996. Sobre a mudança doutrinária, o artigo, na pág. 14, diz:

“Olhando para trás, precisa-se dizer que esta maneira de encarar as coisas, que enaltecia a supremacia de Jeová e de seu Cristo, AJUDOU o povo de Deus a manter uma intransigente posição neutra durante este período difícil (isto é, desde a 2ª Guerra Mundial até a ‘guerra fria’)”. (o maiúsculo é meu)

Sobre isto, Ray Franz, com muita propriedade, diz:

“Quer dizer que, para todos os efeitos, ter tido o entendimento CORRETO, o entendimento que o apóstolo Paulo tinha em mente quando escreveu seu conselho, NÃO TERIA SIDO NEM TÃO SUFICIENTE PARA ORIENTAR, NEM TÃO EFICAZ PARA PROTEGER contra a ação não-cristã, quanto o conceito ERRÔNEO ensinado pela organização Torre de Vigia. Não há nada que mostre que Deus guie seu povo por meio do erro. Ele o fortalece com a verdade, NÃO COM O ERRO, em época de crise.” 1 João 1:5 (o maiúsculo é meu) — “Crise de Consciência”, pág. 497.

Alguém da lista concordaria, como quer o nosso companheiro H., que, neste caso, o corpo governante APENAS EXPLICOU, SEM DEFENDER?

1.3 Exemplo 3: Um tempo de “provas e purificação”

No Anuário de 1983, pág. 120, quase 70 anos depois do fracasso de 1914, a Watchtower insiste em minimizar seus erros ou, pelo menos, dar-lhes uma conotação piedosa. Após o relato sobre a inocultável frustração que envolveu a expectativa criada por Russell sobre o arrebatamento da igreja e o fim do mundo em 1914 — com o tropeço na fé de muitos — ela dirige a atenção do leitor para o fato de que aquele período era um tempo de “provas e purificação” — por meio do ERRO, naturalmente — e, a seguir, desvia-a para um comentário de um dos desapontados seguidores de Russell, o qual teria dito: “Em vez da esperada coroa da glória, recebemos um resistente par de botas para realizar a obra de pregação”. O assunto é concluído por aí mesmo, sem qualquer assumimento direto da responsabilidade por falsas previsões e suas consequências ou por um cândido pedido de desculpas, como seria de se esperar de humildes cristãos tementes a Deus.

Isto até que soaria comovente, caso não fosse hilariante! Parece isto mais com “explicação”, como quer o nosso companheiro H., ou com “justificação”?

1.4 Exemplo 4: A falsa profecia de 1925

No livro “Testemunhas de Jeová — Proclamadores do Reino de Deus” (1993), pág. 78, faz-se uma tentativa de justificação da falsa profecia de 1925, advogada pelo sucessor de Russell, J. F. Rutherford, por afirmar o seguinte:

“O ano de 1925 chegou e passou. Alguns abandonaram sua esperança. Mas a vasta maioria dos Estudantes da Bíblia permaneceu fiel. ‘Nossa família’, explicou Herald Toutjian, cujos avós se tornaram Estudantes da Bíblia no início do século, “chegou a reconhecer que esperanças não realizadas não são exclusividade dos nossos dias. Os próprios apóstolos tiveram semelhantes expectativas indevidas… Jeová é digno de serviço leal e de louvor COM OU SEM a recompensa final.”

O que, na verdade, isto quer dizer é COM OU SEM FALSAS PREVISÕES. Aquele argumento não procede, visto que não é a existência de uma recompensa que está em jogo — pois a Bíblia assegura a recompensa final aos servos leais de Deus — mas são as FALSAS EXPECTATIVAS criadas por uma organização, em função de uma data específica. A Watchtower, aqui, mais uma vez, passa ao lado da questão central, a saber, seus fracassos doutrinários. Queira notar o leitor que, tanto neste como no caso anterior, ela deixa que terceiros — membros dela, naturalmente — falem por ela. Dos que tropeçaram em razão das falsas profecias dela — nem uma palavra. Mesmo sabendo que muitos largaram seus empregos, venderam seus bens, abandonaram carreiras e até fazendeiros deixaram de colher suas safras, a Watchtower não lamenta aquele triste episódio. Mesmo sabendo que ele minou a fé de muitos, não só na organização, mas NA PRÓPRIA BÍBLIA. Mais uma vez ela não faz qualquer reconhecimento direto de que profetizou em vão. E, além disso, deixa de esclarecer ao leitor que, quando os apóstolos tinham expectativas quanto ao cumprimento de profecias em seus dias, eles estavam INDAGANDO a Cristo e NÃO ENSINANDO a milhões de “outras ovelhas”, no papel de ÚNICO CANAL ENTRE DEUS E OS SERES HUMANOS. A propósito, quanto a isto, Jesus respondeu aos discípulos: “NÃO VOS CABE OBTER CONHECIMENTO DOS TEMPOS OU DAS ÉPOCAS QUE O PAI TEM COLOCADO SOB SUA PRÓPRIA JURISDIÇÃO.” (Atos 1:7) Quão a sério tem o “escravo fiel e discreto” levado estas palavras nos últimos cem anos? Tem sido a estrita adesão a estas palavras de Cristo que tem motivado o conselho supremo da Torre de Vigia a especular sobre datas específicas para “o fim” ou terá sido o interesse em intensificar o ritmo de atividades de proselitismo dos adeptos, “alavancando” assim os chamados “AUGES” organizacionais tão propalados em sua literatura? Devemos louvar a Deus ou louvar números?

Mais uma vez, pergunto: parece isto com simples “explicação”, como quer o nosso companheiro H., ou clara “justificação”?

Bento XVI: João Paulo II “consumiu-se” por Cristo e por todo o mundo por amor

VATICANO, 30 Mar. 10 / 06:32 am (ACI).- Ao presidir na tarde de ontem na Basílica de São Pedro, a Eucaristia ao celebrar o 5° aniversário da morte do Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI ressaltou a profunda fé, a grande esperança e a total caridade que marcou a vida de Karol Wojtyla e como “consumiu-se por Cristo, a Igreja” e o mundo inteiro por amor.

Em sua homilia da Missa de ontem ao celebrar o 5º aniversário da morte de João Paulo II ocorrida em 2 de abril de 2005, o Papa Bento XVI explicou que um “servo de Deus” é aquele que atua com firmeza inquebrável, com uma energia que não diminui até que ele tenha realizado a tarefa que lhe foi atribuída, e que, não obstante de carecer dos meios humanos que parecem necessários para alcançar o objetivo, entretanto se apresenta com a força da convicção, sendo o Espírito que Deus pôs nele, que lhe dará a capacidade de atuar com humildade e força, assegurando-lhe o êxito final.

Conforme indica a Rádio Vaticano, o Santo Padre assinalou que “aquilo que o profeta inspirado diz do Servo, podemos aplicar ao amado João Paulo II: o Senhor o chamou a seu serviço e, ao confiar-lhe tarefas de maior responsabilidade, acompanhou-o com sua graça e com sua contínua assistência. Durante seu pontificado, ele se prodigalizou em proclamar o direito com firmeza, sem debilidades nem hesitações, sobre tudo quando tinha que medir-se com resistências, hostilidades e rechaços. Sabia ter sido tomado pela mão do Senhor, e isto lhe possibilitou exercitar um ministério fecundo, pelo qual, uma vez mais, damos férvidas graças a Deus”.

Bento XVI depois se referiu ao evangelho da Segunda-feira Santa, onde São João apresenta o encontro do Jesus com Lázaro, Maria e Marta, destacando que o relato apresenta os “pressentimentos da morte iminente” de Jesus: seis dias antes da páscoa, a sugestão da traição de Judas, a resposta de Jesus que faz alusão aos atos de piedade antes de sua sepultura que fez Maria ao derramar o perfume sobre ele.

O Papa destacou a atitude de Maria como uma expressão de fé e de amor grande para o Senhor, um amor que não calcula, não mede, não se detém em gastos, não põe barreiras, mas que se dá com alegria e busca o bem do outro, que vence as mesquinharias, os ressentimentos, as teimosias que o homem leva às vezes em seu coração. O amor, como o expressou Maria neste gesto, é a regra que Jesus põe para a sua comunidade, um amor que sabe servir até doar a vida.

“O significado do gesto de Maria, que é resposta ao Amor infinito de Deus, difunde-se entre todos os convidados; cada gesto de caridade e de devoção autêntica para Cristo, não permanece como um ato pessoal, não está só relacionado entre o indivíduo e o Senhor, mas relacionado com todo o corpo da Igreja, é contagioso: infunde amor, alegria, luz”, disse o Santo Padre

O Papa Bento XVI depois fez alusão à atitude de Judas, que com o pretexto de oferecer ajuda aos pobres, esconde o egoísmo e a falsidade do homem fechado em si mesmo, encadeado à avidez da posse de bens, que não deixa brotar o bom perfume do amor divino. Um amor que tinha intuído Maria como amor de Deus, um Amor que encontrará sua máxima expressão no madeiro da Cruz. Um amor que durante se expressou durante toda a vida do João Paulo II.

“Toda a vida do venerável João Paulo II se desenvolveu no signo desta caridade, da capacidade de doar-se de maneira generosa, sem reservas, sem medidas, sem cálculo. Aquilo que o movia era o amor para Cristo, a quem tinha consagrado a vida, um amor superabundante e incondicionado. E precisamente porque se aproximou sempre mais a Deus no amor, ele pôde fazer-se companheiro de viagem para o homem de hoje, derramando no mundo o perfume do Amor de Deus”.

“Quem teve a alegria –continuou o Papa– de conhecê-lo e freqüentá-lo, pôde tocar com a mão como estava viva nele a certeza de contemplar a bondade do Senhor na terra dos viventes, como escutamos no salmo responsorial; certeza que o acompanhou no curso de sua existência e que, de maneira particular, manifestou-se durante o último período de sua peregrinação nesta terra: a progressiva debilitação física, em efeito, não derrubou sua forte fé, sua luminosa esperança e sua fervente caridade”.

“Deixou-se consumir por Cristo, pela Igreja, pelo mundo inteiro: o seu, foi um sofrimento vivido até o final por amor e com amor”, concluiu Bento XVI.

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