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Por que o Brasil é católico?

Não sei se você sabia, mas quando o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, em 1500, estavam com ele 17 sacerdotes; e logo no dia da Páscoa celebraram a primeira Missa no Brasil, e Pedro Álvares deu-nos o nome de Terra de Vera (Verdadeira) Cruz; depois chamou de Terra de Santa Cruz e, infelizmente, posteriormente, trocaram por Brasil, o nome de uma madeira abundante.

As caravelas do Rei Dom Manuel, o Venturoso, sempre iam para as Índias da África, com sacerdotes franciscanos, jesuítas, diocesanos e outros. Os índios assistiram a Primeira Missa, celebrada por Frei Henrique de Coimbra. Sem entenderem bem, os índios se olhavam, apontavam para a grande Cruz, e apontavam para o céu. Algo divino.

Estive em Santarém, onde Cabral foi sepultado, para agradecer a Deus por tudo que já narrei. E fiquei muito feliz pelo que vi em seu túmulo:

Uma enorme estátua dele, com as roupas de Capitão da Marinha portuguesa, segurando um belo Crucifixo levantado para o céu; não consegui estancar as lágrimas diante de meu amigo português que não entendeu…. Obrigado Senhor ! Obrigado pelo Rei católico, obrigado pelo Capitão católico, obrigado pelos 17 padres!

Numa igreja ao lado do cemitério, pude ver a relíquia do milagre eucarístico de Santarém. Emocionante narrativa. Meus olhos umedeceram de novo… Quantas graças em tão pouco tempo.
Um professor de História da Universidade de Coimbra ofereceu- me um jantar e contou-me algo emocionante:

Em 1642,um grande rei católico, Dom João IV, coroou Nossa Senhora Imaculada como Rainha e Padroeira de Portugal, e deu-lhe a sua Coroa. E a Rainha fez o mesmo. Daí para frente os reis e Rainhas de Portugal não colocaram mais uma coroa na cabeça.

Fiquei com uma santa inveja de Portugal, e no meu coração agradeci a Deus por ser descendente deles. Naquela noite eu entendi porque Nossa Senhora havia escolhido Portugal para aparecer em 1917 e salvar a Europa da Primeira Guerra e do comunismo ateu que matou cem milhões de pessoas. Entendi porque no dia Dela ( 13/05/1981) ela salvou o Papa João Paulo da morte. Entendi tudo. Os reis de Portugal, tal qual o rei Davi, consagraram seu reino, seu país e seu povo a Deus. Que bom se nossos Presidentes fizessem o mesmo!

O Brasil se formou católico porque Portugal católico nunca permitiu, com a proteção de Nossa Senhora, que países com outras religiões nos dominassem.

Por isso o Brasil, Terra de Santa Cruz, é católico. E Nossa Senhora aqui apareceu, em Aparecida, para confirmar tudo isso. Aleluia!

Papa assina e publica Carta Circular que instrui o “fim do abraço da paz” na Missa

Missa Gaucha com o rito da paz nada adequado às normas da Igreja (Imagem Google)

Papa Francisco assinou no início do mês a Carta Circular, preparada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que orienta sobre o significado do Ritual da Paz na Missa. No documento, a Congregação afirma que a Igreja através desta carta, quer alertar os católicos de que momento da paz não é a hora do recreio na missa, onde é permitida a baguncinha, onde todo mundo pode romper o silêncio, distribuir abraços, beijos, e até mesmo colocar o papo em dia. A carta atesta ainda que não é a hora de cantar músicas animadas, que estimulem palmas ou danças.  Também exorta ao sacerdote que não deve abandonar o Altar para cumprimentar os fiéis.

As medidas se devem a simples observação, o momento da paz está inserido no Rito Eucarístico, um momento profundo onde o silêncio e a oração se fazem presentes, mas principalmente o próprio Cristo está sobre altar. Portanto o momento da paz é simples: de maneira discreta e profunda, deseje a PAZ DE CRISTO a pessoa que está do lado esquerdo e direito. Feito isso, segue o rito. Não fiquemos acenando para a aquele seu amigo que está do outro lado da igreja.

c) De todos os modos, será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como:
– A introdução de um “canto para a paz”, inexistente no Rito romano [9].
– Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz.
– Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis.
– Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões religiosas ou as Exequias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes[10].

Leia o texto na íntegra: O SIGNIFICADO RITUAL DO DOM DA PAZ NA MISSA

Fonte: O Anunciador

A grandeza na Liturgia aponta para a Beleza de Deus

Os sinais externos da sagrada Liturgia não são um insulto à pobreza material dos filhos da Igreja, mas um incentivo à piedade dos fiéis

O venerável Papa Pio XII, em sua encíclica sobre a sagrada Liturgia, explicava que “todo o conjunto do culto que a Igreja rende a Deus deve ser interno e externo”. Esta realidade decorre da própria constituição humana, ao mesmo tempo física e espiritual, e da vontade do Senhor, que “dispõe que pelo conhecimento das coisas visíveis sejamos atraídos ao amor das invisíveis”.

Este ensinamento explica porque os atos litúrgicos da Igreja sempre foram realizados em templos majestosos, com materiais tão nobres e paramentos trabalhados com inúmeros detalhes. Assim é, não porque a Igreja esteja apegada aos bens materiais ou preocupada em entesourar riquezas, mas porque ao Senhor deve ser oferecido sempre o melhor e o mais belo.

Assim pensava São Francisco, o poverello de Assis. Ele passou toda a sua vida como um pobre entre os pobres, mas, quando falava de Jesus eucarístico, condenava o desprezo e o pouco caso com que muitos celebravam os santos mistérios. Em uma carta aos sacerdotes, Francisco pedia a eles que considerassem dentro de si “como são vis os cálices, os corporais e panos em que é sacrificado” muitas vezes nosso Senhor. E insistia: “Onde quer que o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo for conservado de modo inconveniente ou simplesmente deixado em alguma parte, que o tirem dali para colocá-lo e encerrá-lo num lugar ricamente ordenado” 01.

Na França do século XIX, os lojistas comentavam entre si: “No campo há um pároco magro e mal arranjado, com ares de não ter um centavo no bolso, mas que compra para sua igreja tudo o que há de melhor”. Era São João Maria Vianney, que vivia em pobreza extrema, mas não hesitava em ornar a casa de Deus com o mais nobre e o mais digno. Em 1820, escreveu ao prefeito de Ars: “Desejaria que a entrada da igreja fosse mais atraente. Isso é absolutamente necessário. Se os palácios dos reis são embelezados pela magnificência das entradas, com maior razão as das igrejas devem ser suntuosas”02.

Toda esta preocupação do Cura d’Ars mostrava um verdadeiro amor a Deus e às almas. Ele encheu a igreja de sua cidade com belíssimas imagens e pinturas, porque, dizia ele, “não raro as imagens nos abalam tão fortemente como as próprias coisas que representam”. O santo francês compreendia mais do que ninguém como não só era possível, mas também salutar, que o material e o terreno apontassem para as realidades celestes.

No entender do cardeal Giovanni Bona, um monge cisterciense do século XVII citado por Pio XII, “Se bem que, com efeito, as cerimônias, em si mesmas, não contenham nenhuma perfeição e santidade, são todavia atos externos de religião que, como sinais, estimulam a alma à veneração das coisas sagradas, elevam a mente à realidade sobrenatural, nutrem a piedade, fomentam a caridade, aumentam a fé, robustecem a devoção, instruem os simples, ornam o culto de Deus, conservam a religião e distinguem os verdadeiros dos falsos cristãos e dos heterodoxos.”03

Percebe-se, deste modo, como pondera mal quem diz que a beleza das igrejas do Vaticano e o esplendor dos vasos e ornamentos sagrados deveriam ser renunciados, como se, com isto, a Igreja estivesse se exibindo indevidamente ou ofendendo os mais pobres.

Quem pensa desta forma ainda não compreendeu o que é verdadeiramente a Liturgia e qual é o seu verdadeiro tesouro. Não entendeu que até os sinais externos das ações litúrgicas, manifestados especialmente na Santa Missa, devem indicar Aquele que é a Beleza. E não pense que, persistindo nesta mentalidade, diverge em um ponto pouco importante da fé da Igreja. Nunca é tarde para recordar o anátema do Concílio de Trento: “Se alguém disser que as cerimônias, as vestimentas e os sinais externos de que a Igreja Católica usa na celebração da Missa são mais incentivos de impiedade do que sinais de piedade — seja excomungado”.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. Carta 2 aos clérigos
  2. São João Maria Vianney, Patrono dos párocos
  3. I. Card. Bona, De divina psalmodia, c 19, § 3,1. Apud Carta Encíclica Mediator Dei, sobre a Sagrada Liturgia, 20 de novembro de 1947, Papa Pio XII

Padre Francês revoluciona a forma de converter os fiéis e trazer os católicos à Igreja novamente

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É o que está a fazer depois de ter transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro com uma enorme presença de muçulmanos numa cidade em que menos de 1% da população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso

A chave para este sacerdote que antes foi músico de êxito em cabarés de Paris e Montecarlo é a “presença”, tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em par o dia inteiro e veste de batina porque “todos, cristãos ou não, têm direito a ver um sacerdote fora da igreja”.

Na Missa: de 50 a 700 assistentes

O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas. Segundo o que conta, a primeira coisa que fez foi abrir a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas. Converteu-se num fenômeno de massas não só em Marselha mas em toda a França, com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela quantidade de conversões.

Um novo “Cura de Ars” numa Marselha agnóstica

Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e condições sociais é a confissão. Antes da abertura do templo às 8h00 da manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselho a este sacerdote francês.

Os fregueses contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que precisa.

A igreja sempre aberta

Outra das suas originalidades mais características é a ter a igreja permanentemente aberta. Isto gerou críticas de outros padres da diocese mas ele assegura que a missão da paróquia é “permitir e facilitar o encontro do homem com Deus” e o padre não pode ser um obstáculo para que isso aconteça.

O templo deve favorecer a relação com Deus

Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que “se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou. No nosso caso em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem, praticamente nunca tivemos roubos, há gente que reza e garanto que a igreja se transforma em instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a alma e Deus”.

Foi a última oportunidade para salvar a paróquia

O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. “Há cinco portas sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus“. 90.000 carros e milhares de transeuntes passam e vêem a igreja aberta e com os padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no mundo secularizado.

A importância da liturgia e da limpeza

E aqui está outro ponto chave para este sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a resplandecente. Para ele este é outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: “Como é podemos querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não estiver impecável? É impossível.

Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. “É o pormenor que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que manifestamos às pessoas e às coisas”. De maneira taxativa assegura: ”Estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo impecável, é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus”.

A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia. “Esta é a beleza que conduz a Deus“, afirma.

As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos bem cantados… Tudo ao detalhe. “Tenho um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença”. “A vida espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria”, por isso introduziu a adoração e o terço diário, rezado por estudantes e jovens.

Os sermões são também muito aguardados e, inclusive, os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje “é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo”. Acima de tudo clareza na mensagem evangélica. Por isso previne quanto à frase tão gasta de que “vamos todos para o céu”. Para ele esta é uma “música que nos pode enganar”, pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.

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O padre da batina

Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre ser descoberto pelas pessoas. “Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que o ver-nos deve ser tangível e eficaz para permitir esse encontro”.

Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. “O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho do escritório de manhã tirasse a aliança?”.

Neste aspecto é muito insistente: “Quanto àqueles que dizem que o traje cria uma distância, é porque não conhecem o coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz”.

Por último, lembra um pormenor relevante. Os regimes comunistas a primeira coisa que faziam era eliminar o traje eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé. “Isto deve fazer pensar a Igreja de França”, acrescenta.

No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo. É uma personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o café da manhã nos cafés do bairro, aí conversa e com os fiéis e com pessoas que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vicente de Paula numa paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor em cabarés

A vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa, italiana e da Córsega. Aos 13 anos perdeu a mãe, o que lhe causou uma “fractura devastadora” que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.

Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977 depois de ter sido convidado a tocar no café Paris, de Montecarlo, mudou-se para a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés. No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permaneceu quatro anos.

Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de êxito, tendo publicado já seis livros, e ainda poeta.

Fonte: Fidespress

Jovens católicos franceses acham “demodés” bispos e políticos modernizados

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Uma nova geração de jovens católicos engajados na defesa da instituição familiar e na vigência da moral na sociedade vem causando consternação na Conferência Episcopal Francesa, segundo a revista “Figaro Magazine”.

O episcopado francês está com a consciência pesada – escreveu o vaticanista Jean-Marie Guénois, do grupo do “Figaro” – pois ele se engajou há décadas com o socialismo e o comunismo sob o pretexto de conquistar a classe operária.

Porém, após modernizar-se a ponto de quase não se identificar com seu passado, no fim do século XX percebeu que tinha perdido sua influência sobre a classe operária que tende para a extrema direita.

O novo problema é que o episcopado, que tentou dar à luz a uma “Igreja jovem” dessacralizada e igualitária, perdeu agora a adesão da juventude!

Porém, segundo Guénois, muitos e dos mais importantes bispos do país, que sempre procuram ler os “sinais dos tempos”, sequer deram a impressão de ter percebido a imensa transformação.

As famílias católicas jovens mobilizaram centenas de milhares de pessoas contra a lei socialista de “casamento” homossexual. E até alguns bispos apoiaram esse movimento em favor da moral familiar. Porém, a maioria deles resistiu a participar, e alguns até continuam cooperando com o poder socialista.

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O problema, diz o vaticanista, é que o desacordo de atitudes pastorais acabou rachando os bispos. Na reunião plenária anual de primavera, em Lourdes, eles desabafaram como nunca o fizeram antes.

A gota que fez transbordar o copo foi o convite da Conferência Episcopal a Fabienne Brugère – discípula de Judith Butler, uma espécie de “papisa americana da ideologia de gênero” – para falar numa jornada nacional de responsáveis diocesanos da pastoral familiar.

O terremoto entre os jovens católicos foi tal que o evento teve de ser cancelado em clima de catástrofe.

Essa nova geração não é um fenômeno surgido do nada, ou nas manifestações contra o “casamento” homossexual. Ela vem de bem mais longe.

Esta geração foi formada num ambiente familiar. E ela quer interioridade, oração e cultura. Por isso não entende a desordem que invadiu o clero e o culto de muitas paróquias católicas.

Ela não nasceu de movimentos eclesiais e não deseja saber das querelas do período pós-conciliar, mas quer se mostrar ufana de sua catolicidade.

Segundo duas sondagens mencionadas pelo “Figaro Magazine”, 90% deste movimento de jovens entre 16 e 30 anos são católicos praticantes.

Seis por cento deles vão à Missa todos os dias. Para 77%, a devoção eucarística ocupa um papel “essencial” ou “muito importante” na vida. E eles querem a Sagrada Eucaristia entendia no seu sentido genuinamente católico e não nas distorções modernistas.

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Dessa geração, 72% preferem o nome “católico” em vez de “cristão”, o inverso do que acontecia nos anos 70, e 58% se sentem à vontade com o ensinamento moral da Igreja, sobretudo no tocante à moral conjugal.

A nova geração que sem nenhum complexo se afirma católica perturba uma parte dos bispos, diz Guénois, pois age livremente em função de um clero que abandonou a dimensão histórica da Cristandade e da cultura católica.

Pelas mesmas causas, ela se desinteressa dos partidos políticos, que, entrementes, a procuram sem sucesso. Ela se apresenta na França como o sinal de um possível despertar de um catolicismo insubmisso ao clichês gastos da modernidade.

Ela não tem líderes, mas está se revelando uma pepineira de talentos que ainda não disseram sua última palavra, conclui o “Figaro Magazine”.

Devo ir à missa por pura obrigação?

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Versão áudio

Muitos se perguntam se devem ir à missa no domingo mesmo sem vontade, por pura obrigação. Para responder à essa pergunta é preciso antes entender como é o funcionamento da alma humana e de como se pode prestar culto a Deus.

O homem é constituído de corpo e de alma e é a alma que deve comandar o corpo, mesmo que os ‘sentimentos’ do corpo não estejam colaborando. É como um pai que leva o seu filho à missa: a alma é o pai e o corpo é o filho. Ora, o filho esperneia e diz que não quer ir, mas o pai é firme e exerce um ato de vontade sobre o filho.

A alma humana possui três áreas: a inteligência, a vontade e a afetividade (sentimentos). Elas devem obedecer a essa hierarquia, deste modo, quando a pessoa sente dificuldade em ir à missa é porque a afetividade está querendo sobrepor-se às demais, porém, a sua inteligência sabe o que é o certo e determina à vontade, ordena à afetividade que vá mesmo assim.

Não se trata de hipocrisia. Quando uma parte do indivíduo não quer ir à missa é justamente nesse momento que se vislumbra a oportunidade de mostrar a Deus o quanto o ama, pois uma oração que é feita na luta é uma oração que tem mais valor porque é feita na consolação.

Nenhuma das três áreas da alma devem ser excluídas da vida espiritual, mas elas devem obedecer à hierarquia. A inteligência é a área usada para o ato principal da vida espiritual: a oração. A vontade também pertence à vida espiritual e quando é ela quem comanda, a isso se dá o nome de devoção. Finalmente, quando a afetividade (sentimentos) entram na vida espiritual ocorre a consolação.

Contudo, mesmo que o indivíduo não receba consolações na vida espiritual, ou seja, quando ele está passando por um período de aridez, de deserto, não deve desanimar, pois esta é a área que está mais em contato com o corpo e, portanto, não é tão sublime.

Neste momento, a vontade deve vir em socorro da afetividade e o indivíduo deve perpetrar atos de devoção em que, mesmo não sentindo grande consolação, os gestos concretos de vontade por ele realizados, ajudarão o intelecto, a razão, a parte superior de sua alma a prestar o culto a Deus. Aquele culto referido por São Paulo como logiké latréia, ou seja, uma adoração lógica, do Logos, um culto espiritual em que o indivíduo dobra sua inteligência diante da sabedoria infinita de Deus para pedir a Ele tudo aquilo que convém para a salvação da própria alma e das outras pessoas.

Porque não se deve bater palmas durante a celebração da Missa…

Razões pelas quais não se deve bater palmas para acompanhar cantos, etc.., na Missa

Razões pelas quais não se deve bater palmas para acompanhar cantos, etc.., na Missa

Porque não se adequa a teologia da Missa que conforme a Carta Apostólica Domenica Caena de João Paulo II do 24/02/1980, exige respeito a sacralidade e sacrificialidade do mistério eucarístico: “0 mistério eucarístico disjunto da própria natureza sacrifical e sacramental deixa simplesmente de ser tal”. Superando as visões secularistas que reduzem a eucaristia a uma ceia fraterna ou uma festa profana. Nossa Senhora e São João ao pé da cruz no Calvário, certamente não estavam batendo palmas.

Porque bater palmas é um gesto que dispersa e distrai das finalidades da missa gerando um clima emocional que faz passar a assembléia de povo sacerdotal orante a massa de torcedores, inviabilizando o recolhimento interior.

Porque o gesto de bater palmas olvida duas importantes observações do então Cardeal Joseph Ratzinger sobre os desvios da liturgia : “A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efêmero, mas o mistério do Sagrado. Muitos pensaram e disseram que a liturgia deve ser feita por toda comunidade para ser realmente sua. É um modo de ver que levou a avaliar o seu sucesso em termos de eficácia espetacular, de entretenimento. Desse modo, porém , terminou por dispersar o propium litúrgico que não deriva daquilo que nós fazemos, mas, do fato que acontece. Algo que nós todos juntos não podemos, de modo algum, fazer. Na liturgia age uma força, um poder que nem mesmo a Igreja inteira pode atribuir-se : o que nela se manifesta e o absolutamente Outro que, através da comunidade chega até nós. Isto é, surgiu a impressão de que só haveria uma participação ativa onde houvesse uma atividade externa verificável : discursos, palavras, cantos, homilias, leituras, apertos de mão… Mas ficou no esquecimento que o Concílio inclui na actuosa participatio também o silêncio, que permite uma participação realmente profunda, pessoal, possibilitando a escuta interior da Palavra do Senhor. Ora desse silêncio, em certos ritos, não sobrou nenhum vestígio”.

Finalmente porque sendo a liturgia um Bem de todos, temos o direito a encontrarmos a Deus nela, o direito a uma celebração harmoniosa, equilibrada e sóbria que nos revele a beleza eterna do Deus Santo, superando tentativas de reduzi-la à banalidade e à mediocridade de eventos de auditório.

+ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo Auxiliar de Niterói

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