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Meu corpo, minhas regras. Será? Ponderações de um Bispo da Igreja Católica sobre essa mentira.

“Meu corpo, minhas regras”. Ponderações sobre uma mentira

Deu e está dando o que falar o vídeo com atores da Rede Globo fazendo apologia do abortamento.
O vídeo é inteligente… e diabólico.

Funda-se basicamente numa mentira: que o embrião é parte do corpo da mulher. O embrião é humano, é um ser humano a caminho, com tudo de humano já ali potencialmente presente. Ou é humano e em processo de humanização, ou não o será nunca!
Somos todos humanos, estamos todos em processo de humanização!

Se não é a concepção que nos determina como humanos, o que determina? As nossas regras? As regras da mãe?

A mulher grávida é mesmo senhora da vida e da morte da vida que leva em si? Podem-se matar os dementes, os inválidos, os que se encontram em coma duradouro, os “inúteis” à sociedade do útil e do descartável?
Uma pessoa de bom senso, uma pessoa realmente humana pode concordar com uma aberração dessas?

Além da mentira fundamental, há outras mentiras – nocivas, como toda mentira:

No rastro de um feminismo machista, que avalia a feminilidade e a maternidade como realidades que diminuem a mulher, o vídeo retrata seja o ser mulher como ser mãe como algo que parece necessário negar em si mesmo para ser mulher emancipada!

Esta é a última alienação da mulher: o feminismo machista, que nega o feminino para afirmar a mulher! Nessa ótica, a mulher é emancipada quando se masculiniza. Ternura, doçura, maternidade, feminilidade, capacidade de acolher e gerar vida são sinais de fraqueza e exaltar tais realidades é ideologia alienante e coisa de opressores, de machistas disfarçados…

Não é à toa que o vídeo é feio, grotesco… As pessoas são feias, tornadas feias…

Lamentável a referência vulgar e desrespeitosa à Virgem Maria. De ignorância estúpida, a referência à virgindade da Mãe do Senhor como sendo erro de tradução da Tanakh (Bíblia hebraica) para a Setenta (tradução da Bíblia em grego). Nenhum estudioso sério atribui o ensinamento neotestamentário da concepção virginal de Maria à alteração de tradução! É uma referência errônea, maldosa, leviana, desnecessária e desrespeitosa, essa, do vídeo! O objetivo é chocar e agredir a fé dos cristãos! Somente revela a raiz ateia e anticristã dessa concepção abortista que, certamente, tem na sua pauta a destruição da ideia de Deus e do cristianismo. Basta pensar na visão cristã (“O corpo é para o Senhor e o Senhor é para o corpo”) e nesta prepotência pagã e ateia (“Meu corpo, minhas regras!”)

Ainda é de se pensar no escândalo, para esse tipo de pessoas, de uma vida sem sexo, sem prazer sexual… É um escândalo! “Sem sexo? Sem sexo? Sem sexo?”

Sim, sem sexo, porque o ser humano é mais que sexo, porque o sexo foi feito para o homem e não o homem para o sexo;
sem sexo, porque o sexo faz parte da vida, mas a vida não é sexo;
sem sexo, porque o sexo somente humaniza e realiza quando integrado no todo da vida, exprimindo valores sublimes como amor, compromisso, entrega, comunhão…

Algumas lições de tudo isto:

1. Nossa sociedade vai se descristianizando rapidamente. Vão aparecendo cada vez mais comportamentos que não somente são não-cristãos, mas também anti-cristãos, como no caso do presente vídeo. Para essa gente, não basta destruir os valores que alicerçaram e geraram a nossa cultura e a nossa sociedade. É necessário desmoralizar e destruir a matriz geradora, que é a fé cristã – e de modo especial, a Igreja católica.

2. Aparece claro que o “mundo” entregue a si mesmo está marcado pelo pecado que embota o entendimento, despreza Deus e pensa o homem como senhor de si mesmo: EU, MEU… MEU corpo, MINHAS regras… Eis: o bicho que vem do pó e volta ao pó pensando que é Deus, dono do bem e do mal!

3. É impressionante e culpável a passividade e indiferença dos cristãos, que parecem já não acreditar no que creem! É o que mais dói!
Não se trata de guerra santa, de ser rabugento, de ver mal e pecaminosidade em tudo, mas de contrapor-se com a verdade ao intento maldoso de destruir o que é autenticamente humano e cristão.

E tantos que se dizem crentes e cristãos continuarão a aplaudir esses atores que defendem um assassinato e aviltam a Vigem Mãe do Senhor!

Agora é esperá-los, sorridentes e faceiros, no Criança Esperança, em defesa daqueles que escaparam do abortamento que eles defenderam!

Hipócritas eles; omissos nós!

Dom Henrique Soares, Bispo de Palmares-PE.

Posso comungar com minhas próprias mãos o Corpo e Sangue do Senhor?

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=g-RT7lZxODc[/youtube]

Versão áudio

Para responder a esse questionamento é preciso, antes de mais nada, esclarecer o que significa a hóstia consagrada. O Catecismo da Igreja Católica, em seu número 1374, diz que:

No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo. Esta presença chama-se real não por exclusão, como se as outras não fossem reais, mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se torna presente completo.”

E o Catecismo dedica ainda os próximos números a explicar, por meio das palavras dos grandes santos da Igreja a importância e majestade da Eucaristia. Diante disso, a resposta para a pergunta parece óbvia: não é permitido comungar com as próprias mãos o Corpo e o Sangue de Cristo. Entretanto, na prática, as ações não são assim, tão claras. A Igreja, por isso, teve sempre um cuidado extremo para com as espécies consagradas e várias instruções foram publicadas nesse sentido. A Instrução Geral do Missal Romano no número 160 é bem clara quanto ao modo de se comungar:

“O sacerdote pega depois na patena ou na píxide e aproxima-se dos comungantes, que habitualmente se aproximam em procissão. Não é permitido que os próprios fiéis tomem, por si mesmos, o pão consagrado nem o cálice sagrado, e menos ainda que o passem entre si, de mão em mão. (…) “

Não existe margem para erro diante dessa instrução, porém, em muitas paróquias o erro acontece e o que se vê são fiéis tomando a hóstia consagrada com as mãos, molhando-a no preciosíssimo Sangue de Cristo, na chamada “comunhão self-service”. No caso da comunhão por intinção só existe uma forma de recebê-la: na boca, diretamente das mãos do sacerdote. É o que diz a instrução Redemptionis Sacramentum, no número 104: “Não se permita ao comungante molhar por si mesmo a hóstia no cálice, nem receber na mão a hóstia molhada”. O Concílio de Trento também é bastante claro ao dizer que:

“Na recepção sacramental foi sempre costume na Igreja de Deus que os leigos recebessem a comunhão dos sacerdotes e que os sacerdotes celebrantes comungassem por si mesmos, um costume que, provindo de tradição apostólica, se deve com razão e direito conservar.” (DH 1648)

O argumento definitivo, porém, é dado pelo próprio Jesus, na última ceia, quando Ele “…tomou um pão e, tendo-o abençoado, partiu-o em distribuindo-o aos discípulos”, instituiu, assim, a Eucaristia. Dessa forma, é claro que o ato do sacerdote distribuir a comunhão aos fiéis faz parte dos verbos, dos gestos concretos, das ações de Cristo, não sendo aceitável inovações ou modos de fazer diferentes dessas ampla e claramente convencionadas.

Assim, ao fiel é dado escolher entre tomar a comunhão na mão ou diretamente na boca (RS 92), uma vez que “a comunhão somente sob a espécie do pão permite receber todo o fruto da graça da Eucaristia” (CIC 1389). No caso, porém, de comunhão por intinção, é lícito somente recebê-la na boca e diretamente das mãos do sacerdote.

“Com devoção te adoro, latente divindade. Que, sob essas figuras, te escondes na verdade; meu coração de pleno sujeito a ti, obedece, pois que, em te contemplando, todo ele desfalece. A vista, o tato, o gosto, certo, jamais te alcança; pela audição somente te creem em segurança; creio em tudo o que disse de Deus Filho o Cordeiro, nada é mais da verdade que tal voz, verdadeiro.”

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