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A Nova Estratégia Mundial do Aborto

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Padre Paulo Ricardo apresentou, no dia 28 de agosto, em primeira mão, o documento intitulado “A Nova Estratégia Mundial do Aborto”.

Este documento informa, de forma sistemática, todos as ações dos governos da América Latina, combinados com as grandes fundações internacionais para implantar a Cultura da Morte. Nesta aula, Padre Paulo apresenta o documento e fala sobre estas ações. O documento está disponível no site para estudo e divulgação.

Ajude-nos a divulgar esta aula. Convide seus amigos, utilize suas redes sociais. Precisamos nos mobilizar para impedir que essa catástrofe se abata sobre o nosso continente.

Clique aqui para baixar o documento “A nova estratégia mundial do aborto”.
Documento de autoria da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul-1 da CNBB

Sínodo da Palavra, resposta às seitas

A interpretação fundamentalista da Bíblia ganha adeptos

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 8 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- O Sínodo dedicado à Palavra quer converter-se em uma resposta aos fiéis católicos que deixam a Igreja para se unirem a seitas que oferecem uma pregação fundamentalista da Bíblia.

As seitas, de fato, são um dos argumentos sobre os quais mais se falou nas discussões que tomaram conta da congregação geral entre terça e quarta-feira.

O número 56 no Instrumentum Laboris (documento de trabalho) que os participantes na assembléia do Sínodo tomam por referência em suas intervenções considera que “especial atenção merecem as numerosas seitas, que atuam em diversos continentes e que se servem da Bíblia para fins impróprios e com métodos estranhos à Igreja”.

O arcebispo de Kinshasa, Laurent Monsengwo Pasinya, presidente da Conferência Episcopal da República Democrática do Congo, constatou que na verdade o fenômeno das seitas não é novo.

“Em sua primeira carta (escrita no ano 95 d.C.), João já mencionava alguns dissidentes que deixaram de crer em ‘Jesus Cristo vindo em carne mortal’ (1 Jo 4, 2-3), que saíram da comunidade e ficaram excluídos da fé apostólica (1 Jo 2, 19-24).”

“Contudo, longe de apaziguar, a proliferação cancerosa de seitas de todo tipo e com as motivações mais diversas é motivo de inquietude para os pastores da Igreja, dado que sua doutrina se baseia em uma interpretação fundamentalista das Sagradas Escrituras”.

“E, ainda, numerosos textos bíblicos dissuadem esta interpretação e incitam mais a recorrer a critérios estabelecidos”.

“Ou seja, existem normas de interpretação das Escrituras, das quais Pedro e os apóstolos são garantidores (cf. 2 Pe 1,16-19). O próprio Pedro afirma que ‘nenhuma profecia da Escritura pode ser interpretada por conta própria’, porque ‘os homens, movidos pelo Espírito Santo, falaram da parte de Deus (2 Pe 1, 20-21).”

E Pedro condena os “falsos doutores” e suas “heresias perniciosas”, acrescentou o arcebispo, considerado um dos maiores biblistas na África.

“É preciso dizer que muitas das seitas atuais respondem ao perfil descrito aqui pelo Príncipe dos Apóstolos: libertinagem, difamação contra a verdade, cobiça, palavras artificiosas, tráfico de influências (2 Pe 2, 2-3), do que se deduz que o melhor caminho de diálogo com as seitas é uma saudável interpretação das Sagradas Escrituras”, garantiu.

A África se converteu, neste sentido, no terreno de crescimento para as seitas, como reconheceu Dom John Olorunfemi Onaiyekan, arcebispo de Abuja (Nigéria), quem denunciou a proliferação de grupos que, além de “fundamentalistas, são anticatólicos declarados”.

“A África, infelizmente, é a lixeira de outros continentes, que jogam nela todo tipo de idéias disparatadas, tais como que a nossa Igreja não respeita a Bíblia e que, portanto, não pode ser considerada verdadeiramente católica.”

“Muitos membros nossos se sentem freqüentemente em dificuldade pelos ataques e pelos abusos destes grupos, sobretudo quando não estão adequadamente preparados para defender a própria posição católica”, confessou o prelado.

“Por isso, muitos fiéis nossos viram a necessidade de aprofundar nas Escrituras, justamente para poder combater os ataques dirigidos a eles mesmos e à Igreja. Em geral, igualmente, acho que o contato com nossos irmãos protestantes vai se desenvolvendo gradativamente na direção apropriada”, constatou.

Por sua parte, Dom Norbert Klemens Strotmann Hoppe, M.S.C., bispo de Chosica (Peru), explicou que “nos últimos 40 anos, a Igreja na América Latina perdeu cerca de 15% dos seus fiéis a favor de movimentos não-católicos que se baseiam em estratégias que impulsionam a Bíblia”.

“A América Latina representa hoje 43% do catolicismo mundial que, por sua vez, diminuiu nos últimos 30 anos 14% com relação ao crescimento da população mundial. A deserção de 2,3% dos católicos na América Latina representa hoje para o catolicismo mundial uma perda de 1%.”

O bispo pediu ao Sínodo “uma contra-estratégia pastoral que afine a ação bíblica a aqueles que possuem uma estratégia pastoral bíblica que torna difícil nossa ação pastoral”.

“É urgente uma clara identidade no que concerne à função fundadora da Palavra de Deus para a Igreja. Mas seria preciso avaliá-la sem descuidar a perspectiva exterior no difícil mar atual da Igreja.”

“Não há mais tempo – alertou: não o há, sobretudo, para as comparações com o atual clima geral da situação econômico-política.”

Concluiu dizendo que “não deveríamos ficar somente no interior da barca, ocupando-nos das questões relativas à construção para melhorar a estabilidade da rota. Como os apóstolos, depois de ter recebido o Espírito em pentecostes, deveríamos perguntar: como fazemos para sair desta Sala, já que a Palavra de Deus e o Espírito de Deus querem chegar às pessoas, e fazê-lo através de nós”.

O cardeal Péter Erdö, presidente do Conselho das Conferências Episcopais Européias, constatou neste sentido que as publicações “mais sensacionalistas que científicas podem criar uma confusão notável também no pensamento dos fiéis e às vezes até no dos próprios sacerdotes”.

“O maior risco não é que alguém não saiba que crédito pode dar a um escrito apócrifo, como, por exemplo, o Evangelho de Judas, mas que muitos não têm a mais remota idéia sobre como distinguir as fontes críveis das não confiáveis da história de Jesus Cristo.”

Dom Desiderius Rwoma, bispo de Singida (Tanzânia), considerou que, em parte, o progresso das seitas se deve “à falta de uma boa e adequada pregação por parte dos ministros”.

O relator geral, cardeal Marc Ouellet, arcebispo de Québec, denunciou em sua intervenção de abertura “a insatisfação de numerosos fiéis com relação ao ministério da pregação”.

“Esta insatisfação explica em parte a saída de muitos católicos a outros grupos religiosos”, disse.

Lutero e a Bíblia

Por Lluís Pifarré
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: http://www.apologeticacatolica.org/

É opinião bastante corrente que a obra mais significativa de Lutero foi a tradução que fez das Sagradas Escrituras para a língua alemã, fato que permitiu que muitas pessoas de qualquer condição pudessem tomar conhecimento direto da Palavra de Deus. É também uma opinião, ou melhor, uma acusação bastante divulgada – e o próprio Lutero foi um dos que a propagou de maneira mais repetitiva – que a Igreja Católica, movida por um excesso de zêlo, não facilitava a leitura da Bíblia aos seus fiéis, para evitar que deformassem sua mensagem em razão da livre interpretação pessoal.

No entanto, consideramos ser esta uma acusação injusta e injustificável quando afirmada de forma impensada. Em primeiro lugar, porque é o próprio Lutero quem nos informa que ao ingressar no Convento dos Agostinianos da cidade alemã de Erfurt, movido por seu desejo de tornar-se frade, o mestre dos noviços deste Convento, fr. Johan Greffenstein, depositou em suas mãos “uma Bíblia de capa vermelha”; e que este novo noviço ficou tão entusiasmado com a sua leitura que quase a memorizou. Devemos recordar que o estudo e o conhecimento das Sagradas Escrituras era uma regra obrigatória nas comunidades religiosas e constituía a fonte fundamental de inspiração para os frades de vida ascética e contemplativa. Ao mesmo tempo, nas diversas bibliotecas das escolas, universidades e mosteiros da Idade Média, existiam Bíblias de várias edições, já que era a base do ensino teológico e elemento essencial da pregação e da liturgia. São testemunhos desta atividade bíblica os mais de 8.000 manuscritos antigos que se conservam da Vulgata latina, além do que, entre os anos de 1450 e 1522, foram impressas mais de 160 vezes a denominada “Biblia Pauperum”, tida como que o catecismo das pessoas mais simples.

A respeito da publicação de Bíblias na língua alemã, devemos ressaltar que muito antes de ser publicada a Bíblia de Lutero, já tinham sido catalogadas nada menos que 18 traduções, sendo 14 em alto alemão e 4 em baixo alemão. Delas é possível destacar a tradução completa da Bíblia, promovida no século XIV na Baviera, cuja publicação teve tão boa acolhida que o impressor Johan Mentelin a editou em outras 13 oportunidades, convertendo-a numa espécie de “Vulgata alemã”. Poderíamos acrescentar a este balanço as numerosas edições parciais dos Saltérios, Epistolários e Evangeliários, muitos deles traduzidos em diversas línguas vernáculas. Um dos inúmeros poemas populares existentes na Alemanha do século XV, intitulado “A Barca dos Loucos”, fazia referência a este dinamismo bíblico em um de seus versos: “Todos os países estão atualmente inundados das Sagradas Escrituras e daquelas coisas que afetam a saúde das almas”.

Se este conjunto de dados desmente a acusação genericamente feita contra a Igreja Católica, sobre o seu suposto desinteresse para dar a conhecer a Bíblia, será o historiador Francesc Falk quem esclarecerá melhor a falta de base destas acusações, através do seu livro “Die Babel am Ausgange del Mittelalters” (=As Bíblias Produzidas na Idade Média), publicado na Mogúncia em 1905. Nesta obra, afirma que na linha cronológica existente entre a invenção da imprensa (cerca do ano 1450) até o ano de 1520, foram traduzidas mais de 156 edições de Bíblias católicas, número que para aquela época não era nada mal. Devemos recordar também da tradução da Bíblia organizada pelo Card. Jiménez de Cisneros, publicada em 6 volumes em julho de 1517, sob a denominação “Bíblia Poliglota Complutense”, em cuja confecção interveio uma prestigiosa equipe de humanistas, filólogos e orientalistas que, entre outras coisas, tiveram o acerto de transcrever de forma paralela os textos originais do grego, hebraico e aramaico ao lado da correspondente tradução latina.

Retomando a questão de Lutero e sua tradução da Bíblia, é conveniente enquadrá-la no contexto da situação social e tecnológica do século XV na Europa, visto que graças a invenção da imprensa foi possível multiplicar as traduções da Bíblia em línguas vernáculas. Tal evento facilitou a possibilidade de pôr em contato com a Bíblia o povo simples e pouco culto, incrementando a tendência biblicista e anti-escolástica que se manifestava em muitos mosteiros e universidades alemãs do século XVI. Um dos mais importantes impulsores deste ambiente foi o famoso filólogo holandês Erasmo [de Roterdan], que em 1515 escrevia em sua “Epiclesis”: “Discordo daqueles que se opõem a que os ignorantes venham a ler as divinas letras traduzidas em língua vulgar. Desejaria que todas as moças lessem o Evangelho e as Epístolas Paulinas. E oxalá que o agricultor, com a mão no arado, fosse cantando alguma passagem da Bíblia; e fizesse o mesmo o tecelão em seu tear; e o caminhante aliviasse a fastidiosa viagem com essas histórias! Disso deveriam tratar as conversas de todos os cristãos”[1].

No mosteiro de Vintemberg, Lutero tinha lido e assimilado esta exortação de Erasmo e, querendo tornar-se braço executor do humanista holandês, proporá levar a cabo a tradução da Bíblia para dá-la a conhecer a todos os alemães. Iniciou esta tarefa traduzindo o Novo Testamento para a língua alemã, aproveitando os últimos meses que lhe restavam de sua estadia no bem equipado castelo de Wartburg, situado na comarca da Turíngia, lugar em que se escondeu ao fugir da sentença condenatória do Edito de Worms. Nesta tarefa exigente, manifestou sua capacidade de trabalho, pois em um período de três meses (de dezembro de 1521 até princípios de março de 1522, data em que saiu do esconderijo para acorrer novamente a Vintemberg), praticamente terminou a tradução do Novo Testamento.

Seis meses depois, mais concretamente em setembro de 1522, saiu impressa esta tradução do Novo Testamento, sob o título “Das Newe Testament Eutzsch, Wittemberg”, em que não aparecia nem o ano nem o nome do impressor, nem tampouco o nome de seu autor, talvez para obter uma maior difusão do livro. Nesta primeira edição foram impressos 3.000 exemplares que logo se esgotaram, pois em finais do ano seguinte já era publicada uma segunda edição. Segundo cálculos de um dos biógrafos de Lutero, Hartman Grisar, até o ano de 1527 foram feitas 16 edições em Vintemberg, sem contar as mais de 50 edições em outras cidades alemãs. Lutero efetuou a tradução alemã do Novo Testamento recorrendo aos procedimentos usados naquele tempo, que consistiam em partir da Vulgata latina, do original grego da Septuaginta [LXX] – apesar de Lutero não ser especialista na língua helênica – e também das anteriores traduções alemãs da Bíblia[2].

Levado por seu ardor evangelista, que era alimentado por suas vivências subjetivas interiores, Lutero considerava que as anteriores traduções da Bíblia não refletiam o sentido teológico que desejava dar-lhes; e considerando mais o sentido que a letra dos textos, utilizou uma linguagem tão viva, natural e popular que qualquer leitor o poderia entender sem maiores dificuldades. Com a tradução do Novo Testamento, Lutero pretendia corroborar suas próprias doutrinas e aproveitou a ocasião para acusar a Igreja de não ter entendido o autêntico Evangelho (e, de passagem, para desacreditar e injuriar o papado e a Sé Romana, especialmente através das polêmicas ilustrações que acompanhavam algumas páginas da edição, realizadas pelo famoso desenhista Lucas Cranach “o Velho”).

Quanto à tradução do Antigo Testamento, sua edição foi retardada por algum tempo, em parte devido ao insuficiente conhecimento que Lutero tinha da língua hebraica. Isto o obrigou a pedir a colaboração de uma equipe formada por ilustres auxiliares reformistas e por alguns reconhecidos lingüistas[3]. Tal como já tinha feito com o Novo Testamento, voltou a se servir da tradução grega da Septuaginta [LXX], da Vulgata latina e das antigas traduções alemãs. A tradução completa da Bíblia só foi concluída e impressa no ano de 1534 e estava dividida em 6 partes. Esta primeira edição era acompanhada de prefácios e notas marginais, juntamente com diversas gravuras (muitas delas realizadas por artistas desconhecidos) altamente ofensivas aos católicos. Esta edição teve uma boa acolhida em todas as comarcas da Alemanha, obrigando a se realizar uma nova edição no ano seguinte. Calcula-se que entre o período de 1534 e 1584 cerca de 100.000 exemplares foram vendidos, uma cifra considerável para aquela época.

Com a intenção de melhorar estas traduções, Lutero continuou revisando a sua Bíblia nos anos seguintes, auxiliado por seus clássicos colaboradores. De fato, a correção linguística da sua Bíblia supera a de muitas edições das antigas Bíblias alemãs, já que estas refletiam um alemão bastante tosco e rudimentar, que dependia dos dialetos existentes. Além disso, estas antigas traduções copiavam quase que literalmente a Vulgata [latina], reproduzindo uma série de latinismos e hebraísmos de difícil compreensão, que já não se adaptavam suficientemente à língua popular da Germânia do século XVI.

É indubitável que Lutero colocou em tensão todas as forças de seu espírito e também de seu corpo na tradução da Bíblia para o alemão, com o objetivo de não perder nenhuma de suas típicas matizes e de sua estrutura sintática. Isto lhe exigiu traduzir de forma literal e dar a muitas das frases originais das Sagradas Escrituras alguns sentidos diferentes dos tradicionais, obrigando-o a introduzir termos que não tinham correspondência com os textos originais, mudando seu significado conceitual, de modo que a Palavra de Deus passava a adquirir um sentido suspeitamente subjetivista. Lutero nos descreve o método simples e direto em que se inspirou para sua peculiar tradução: “Não se deve perguntar às sílabas da língua latina como se deve falar em alemão; deve-se na verdade perguntar à mãe de família em sua casa, às crianças da rua, ao homem comum na praça e observar-lhes a boca para comprovar como falam e, segundo tudo isto, traduzir”[4].

Os católicos, surpresos pela grande difusão da Bíblia de Lutero, tentaram contrapor a esta influência a publicação de diferentes edições da Bíblia. Talvez as mais conhecidas sejam as do dominicano Johan Dietenberger, publicada na Mogúncia em 1534 e que teve uma boa acolhida. Ainda que se ajustasse à Vulgata latina, devemos assinalar que também se beneficiava consideravelmente da tradução luterana. Outra edição da Bíblia foi a do prestigioso teólogo Johan Eck[5], “Bibel auf hochteusch verdolmetsch, Ingolstadt”, de 1537. Esta tradução era mais exata que a de Dietenberger, embora não tenha gozado de tanto sucesso, talvez por sua linguagem mais figurada, áspera e difícil. Alguns anos antes, Jeronimo Emser, falecido em 1527, havia publicado um Novo Testamento fazendo uso de uma linguagem clara e acessível, que em alguns aspectos se inspirou no estilo popular do Novo Testamento luterano.

Os adversários de Lutero o acusaram de falta de ortodoxia doutrinal e de torcer os textos sagrados para acomodá-los às sua opiniões teológicas particulares e subjetivas. O já citado Jeronimo Emser afirma que na tradução luterana do Novo Testamento havia encontrado mais de 1.400 erros e falsidades de todos os tipos. Diante destes ataques, Lutero respondia com grande arrogância: “Minha doutrina é a de Cristo e a de Cristo não é outra que a contida na Bíblia. Se me argumentam com um texto da Escritura, eu lhes responderei com Cristo, contra a letra da Escritura”[6]. A partir do ponto de vista teológico e doutrinário, são de maior gravidade as acusações que se referem à arbitrária seleção que fez do cânon dos livros bíblicos, de tal maneira que aqueles em que encontrava apoio suficiente para confirmar sua doutrina eram exaltados como verdadeiros, divinos e proféticos; ao contrário, aqueles que não expressavam esta concordância, mereciam sua rejeição. O Profeta de Vitemberg não faz cerimônias para sustentar que sua própria interpretação da Bíblia está acima, inclusive, da autoridade dos Apóstolos: “Aquele que não favorece o conhecimento de Cristo não é apostólico, ainda que o diga Pedro ou Paulo; ao contrário, aquele que prega a Cristo é apostólico, ainda que o diga Judas [Iscariotes], Anás, Pilatos e Herodes”[7].

Para Lutero, o Novo Testamento era constituído principalmente pelo Evangelho de São João e pelas Cartas de São Paulo e São Pedro; ao contrário, os três Evangelhos sinóticos não lhe mereciam muito apreço. No prólogo de uma de suas edições do Novo Testamento, escreve: “Deve-se distinguir entre livros e livros. Os melhores são o Evangelho de São João e as Epístolas de São Paulo, especialmente aquelas aos Romanos, aos Gálatas e aos Efésios, e a 1ª Epístola de São Pedro; estes são os livros que te manifestam a Cristo e te ensinam tudo o que precisas para a salvação, ainda que não conheças nenhum dos outros livros. A Epístola de São Tiago, diante destas, nada mais é que palha, pois não apresenta nenhuma marca evangélica”[8]. De outro lado, nega que a Epístola aos Hebreus pertença a São Paulo; e da Epístola de São Judas, diz que é um extrato da de São Pedro e, portanto, desnecessária. A respeito do Apocalipse, expressa sua rejeição, pois não concebe que Cristo aja como um juiz severo: “Não encontro neste livro nada que seja apostólico, nem profético”[9]. Quanto aos livros do Antigo Testamento, faz uso do mesmo procedimento arbitrariamente seletivo de aceitá-los ou rejeitá-los conforme coincidam ou não com as suas próprias interpretações teológicas[10]. Apesar disso, a Bíblia de Vitemberg seguiu seu incessável curso e continuou a ser aceita por um amplo setor do povo alemão e também dos países do norte da Europa.

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Notas:

[1] Opera Omnia, VI, 3.
[2] O texto grego que lhe serviu de base foi o “Novum Testamentum Graece”, de Nicolas Gerbel, que por sua vez dependia do “Novum Testamentum”, de Erasmo [de Roterdan]. Também se serviu das Anotações de Lorenzo Valla e das Apostilas de Nicolas de Lira.
[3] Esta equipe, que era uma espécie de “Academia Luterana”, era formada pelo helenista Felipe Melancton, o professor de exegese bíblica Gaspar Cruciger, o professor de hebraico J. Jonas, o humanista e hebraísta de Leipzig Bernat Ziegler, o pregador J. Bugenhagen e o destacado discípulo de Reuchlin, Joan Foster, autor de um dicionário de hebraico. O diácono J. Rörer era o corretor e redator do protocolo.
[4] Senbrief, 637. As citações de Lutero correspondem às O. C. da edicão de Weimar.
[5] Jonan Eck, conhecido como “o teólogo de Ingolstadt”, debateu e venceu Lutero, na famosa disputa teológica que ocorreu em Leipzig no mês de julho de 1519, na grande sala do castelo de Pleissemburg, regido então pelo duque da Saxônia, Jorge o Barbudo.
[6] WA 39, 1.
[7] Prólogo às Epístolas de Tiago e Judas (Bibel VII, 384).
[8] Prólogo do Novo Testamento de 1546 (Bibel VI, 10).
[9] (Bibel VII, 404)
[10] Do Antigo Testamento, [Lutero] rejeitará – como “livros apócrifos” – Judite, Sabedoria de Salomão, Tobias, Eclesiástico, Baruc, 1 e 2Macabeus, além de algumas partes do livro de Ester e outros fragmentos [de Daniel].

Para citar este artigo:
PIFARRÉ, Lluís. Apostolado Veritatis Splendor: LUTERO E A BÍBLIA. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4894. Desde 7/23/2008.

Governo comunista anuncia introdução de aborto químico em Cuba

HAVANA, 13 Mai. 08 / 07:00 pm (ACI).- As autoridades sanitárias cubanas anunciaram a introdução do aborto químico na ilha, seguindo desta maneira os planos de organismos abortistas internacionais que fazem de Cuba um país cobáia na América Latina, ao ser a única nação onde o aborto é legal.

O presidente da Sociedade Cubana de Desenvolvimento da Família, Miguel Sosa, informou que se “começou, de forma limitada ainda, a introdução do aborto medicamentoso”, o qual “irá-se estendendo escaladamente aos 96 hospitais autorizados” para praticar abortos.

Em declarações ao jornal oficial Granma, Sosa indicou que o objetivo é que 80 por cento dos abortos se realizem com métodos químicos “sob rigoroso controle médico”. O médico cubano admitiu que na ilha o volume de abortos “é elevado”.

O aborto químico consiste em induzir o consumo de um fármaco que inicia o processo abortivo, para logo terminá-lo como atenção de um aborto incompleto.

A fins do ano passado, Gynuity, a ONG que dirige a estratégia mundial do aborto químico, publicou um documento que introduz a prática do aborto de maneira maciça e ensina a driblar as legislações nacionais que o proibem.

Diante disso, Janet Ramos Barrientos, do Comitê Legal de Aliança Latino-americana para a Família (ALAFA), explicou a ACI Prensa que Gynuity está a cargo de dirigir esta estratégia mundial desde 2003.

Indicou que o projeto desenhado então para introduzir este tipo de aborto no Brasil, Colômbia, México e Peru, foi desenvolvido a pedido da International Planned Parenthood Federation (IPPF), o maior promotor de abortos cirúrgicos do mundo.

O Papa lembra urgência de “evangelizar as culturas” na América Latina

.- Ao receber no Vaticano aos bispos da Conferência Episcopal da Guatemala ao final de sua visita “ad limina”, o Papa Bento XVI pediu reforçar a formação dos católicos perante o fenômeno das seitas e priorizar a “evangelização das culturas”.

“A evangelização das culturas é uma tarefa prioritária para que a Palavra de Deus se faça acessível a todos e, acolhida na mente e no coração, seja luz que as ilumine e água que as purifique com a mensagem do Evangelho que traz a salvação para todo o gênero humano”, indicou o Papa.

Do mesmo modo, explicou que “a firmeza da fé e a participação nos sacramentos fazem fortes aos fiéis perante o risco das seitas ou de grupos supostamente carismáticos, que criam desorientação e chegam a colocar em perigo a comunhão eclesiástica”.

Do mesmo modo, reconheceu que os bispos estão preocupados com “o aumento da violência e a pobreza que afeta a grandes setores da população, provocando uma forte emigração a outros países, com graves seqüelas no âmbito pessoal e familiar. É uma situação que convida a renovar seus esforços para mostrar a todos o rosto misericordioso do Senhor, de que a Igreja está chamada a ser imagem, acompanhando e servindo com generosidade e entrega especialmente aos que sofrem e aos mais desamparados”.

O Papa também se referiu à família que é tradicionalmente vista como “o núcleo básico da existência e da transmissão da fé e dos valores”. Diante dos “sérios desafios pastorais e humanos” que se perfilam para a instituição familiar “a Igreja se dedica sempre a formar solidamente a quem se prepara para contrair matrimônio, infundindo constantemente fé e esperança nos lares e velando para que, com as ajudas necessárias, possam cumprir com suas responsabilidades”, indicou.

Bento XVI falou também da relação entre bispos e presbíteros, e recordou aos prelados que estes últimos “necessitam sempre alento para perseverar no caminho da autêntica santidade sacerdotal, sendo verdadeiros homens de oração e também colocando instrumentos adequados para ampliar sua formação humana e teológica”.

Finalmente, abordou as repercussões no âmbito da evangelização do II Congresso Missionário Americano celebrado na Guatemala em 2003 e da V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe (Aparecida, Brasil, 2007), e convidou aos bispos a “continuar com espírito renovado a missão evangelizadora da Igreja no contexto das mudanças culturais atuais e da globalização, dando novo vigor à pregação e à catequese, proclamando a Jesus Cristo, o Filho de Deus, como fundamento e razão de ser de todo cristão”.

Bento XVI e Bush falam sobre Iraque, África, Oriente Médio e América Latina

CIDADE DO VATICANO, domingo, 10 de junho de 2007 (ZENIT.org).- A situação dos cristãos no Iraque, a condição da África, em particular de Darfur, e a paz no Oriente Médio, foram os grandes temas da audiência que Bento XVI concedeu este sábado ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

O mandatário norte-americano manteve também um colóquio e aproximadamente quarenta minutos com o cardeal Secretário de Estado, Tarcísio Bertone.

Uma nota publicada posteriormente pela Santa Sé revela que «nos cordiais colóquios, tocou-se nos principais temas de política internacional, detendo-se particularmente no que se refere ao Oriente Médio sobre a questão israelense-palestina, sobre o Líbano, sobre a preocupante situação no Iraque e sobre as criticas condições em que vivem as comunidades cristãs».

A Santa Sé, informa o comunicado vaticano, «desejou, uma vez mais, uma solução “regional” e “negociada” dos conflitos e das crises que afetam a região».

«Nas conversações se dedicou atenção a África e a seu desenvolvimento, fazendo referencia também a Darfur, sem esquecer um intercâmbio de opiniões sobre a América Latina».

Por fim, «examinaram-se as questões morais e religiosas atuais, entre outras as relativas aos direitos humanos e à liberdade religiosa, a defesa e a promoção da vida, o matrimônio e a família, a educação das novas gerações, o desenvolvimento sustentável».

O encontro pessoal entre o Papa e Bush durou aproximadamente 35 minutos. Em uma coletiva de imprensa conjunta oferecida com o primeiro ministro italiano, Romano Prodi, Bush disse do Papa: «é um homem muito inteligente, um homem cheio de amor».

O Papa fez perguntas a Bush, sobre a reunião do Grupo dos Oito (G-8) e o presidente lhe respondeu que, apesar das divergências o encontro «foi um êxito».

Bush presenteou ao Papa um báculo pastoral realizado por uma pessoa que no passado não possuía casa («homeless») do Texas no qual estão talhados os dez mandamentos.

Foi a primeira audiência que Bento XVI ofereceu no Vaticano ao atual presidente norte-americano.

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