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Irlanda rechaça projeto de lei sobre aborto

DUBLIN, 30 Nov. 12 / 11:05 am (ACI/EWTN Noticias).- A Câmara dos Representantes do Parlamento da Irlanda rechaçou hoje um projeto de lei a favor do aborto apresentado pelo Partido Socialista, que pretendia legalizar esta prática anti-vida em caso de risco para a saúde da mãe.

Conforme assinala a agência Efe, a decisão foi tomada após dois dias de debate depois do qual se votou por impedir a norma.

Antes da votação, a autora do projeto, a deputada socialista Clare Daly, insistiu aos legisladores a “não esperar outros seis meses” para tratar este tema porque este atraso, disse, poderia “ter trágicas consequências” para algumas mulheres como “aconteceu com Savita Halappanavar”.

O caso de Savita Halappanavar foi manipulado pelos promotores do aborto que dizem que sua morte, ocorrida no dia 28 de outubro deste ano, aconteceu porque no Hospital Universitário de Galway não quiseram fazer-lhe o aborto.

Ela ingressou no Hospital Universitário de Galway em 20 de outubro, afligida por fortes dores nas costas. Ao pouco tempo os médicos indicaram-lhe que estava sofrendo um aborto espontâneo.

A mulher pediu que lhe fizessem um aborto, mas os médicos indicaram-lhe que não realizariam esse procedimento até que o coração do bebê deixasse de bater. Em 24 de outubro, a criança morreu e seu corpo foi retirado. Quatro dias depois, a mãe faleceu vítima de septicemia.

O Life Institute divulgou a manobra orquestrada pelos abortistas na Irlanda, ao planejar a difusão nos meios e a pressão política do trágico final da jovem.

A porta-voz do Life Institute, Niamh Uí Bhriain, revelou que tem em seu poder uma cópia de um correio eletrônico, na qual se evidencia que os abortistas conheciam o caso antes que este chegasse aos meios de comunicação, e “de forma muito desagradável (o) descreveram como uma ‘notícia importante para os meios’”.

O correio, com data de 11 de novembro e remetido pela organização abortista Irish Choice Network (ICN), assegura que “uma notícia importante com relação ao aborto aparecerá nos meios de comunicação no início desta semana”.

Por sua parte, MaterCare International assinalou que “com exceção do caso de Savita Halappanavar que foi trágico e fora do comum, a prática da medicina materna na Irlanda foi impecável nas décadas recentes. Irlanda, junto com outros países onde o aborto não está permitido por lei, tem uma das taxas de mortalidade materna mais baixas do mundo”.

Irlanda, indicaram, é “um dos lugares mais seguros no mundo para que as mulheres deem à luz a seus filhos. Alterar dramaticamente estas bem-sucedidas práticas médicas para atender aos buliçosos e ignorantes lobistas seria um erro”.

Os médicos católicos afirmaram que as críticas feitas pelo lobby abortista contra a Igreja “junto com um esforço organizado pelos grupos de pressão tratam de tirar proveito desta perda com o fim de mudar a Constituição da Irlanda para que permita o aborto livre”.

A morte de Savita Halappanavar sublinharam, “é uma trágica perda”, entretanto “não deve ser aproveitado pelos defensores do aborto a fim de promover sua própria ideologia e agenda política”.

Os médicos católicos asseguraram que “se realmente desejamos salvar as vidas das mulheres que morrem durante o parto, devemos respeitar seus direitos como mães e brindar-lhes um cuidado compassivo e especializado”.

Blogueiro neo-ateu mente compulsivamente para atacar Ives Gandra e propagar fraudes em que (como sempre) mente sobre o conceito de estado laico

Fonte: Blog Luciano Ayan

O blogueiro neo-ateu Paulopes sempre me diverte pela quantidade absurda de mentiras que consegue propagar. Em um texto entitulado “Direita religiosa ataca de novo o defensor do Estado laico”, ele conseguiu a proeza de lançar duas mentiras já no título. É realmente um prodígio da mitomania!

Primeiramente, Ives Gandra (foto) não é a “direita religiosa”, mas sim um religioso, talvez de direita. Segundo, que o promotor não é um “defensor do estado laico”, mas um ofensor ao mesmo, pois, como já mostrei, ao propor apenas a retirada de “Deus seja louvado”, mas nada fazer contra a imagem de Marianne (que é um símbolo da Revolução Francesa, que tem uma posição anti-religiosa), está sendo dado um benefício aos humanistas em detrimento dos cristãos, o que é exatamente a violação do estado laico.

Mas há mais fraudes:

O jurista Ives Gandra (foto), 79, publicou hoje (26) artigo na Folha de S.Paulo criticando a ação do procurador Jefferson Aparecido Dias, do Ministério Público Federal em São Paulo, pela supressão da frase “Deus seja louvado” das cédulas do real, em obediência à laicidade do Estado brasileiro expressa na Constituição.

Paulopes tenta ganhar por repetição, sempre com o truque de dizer que retirar “Deus seja louvado” é um ato “em obediência à laicidade do Estado brasileiro”. Mas não há uma base lógica (a não ser um conjunto de fraudes intelectuais) determinando que “Deus seja louvado” não obedece aos princípios do Estado Laico. Na verdade, um país que tolera tanto uma frase como “Deus seja louvado” como uma imagem anti-religiosa na mesma cédula é um exemplo de estado laico.

Ele não se limitou a contestar a proposta em si, empenhando-se também em atacar Dias ao afirmar que o procurador “deveria ter mais o que fazer”.

Neste ponto, o argumento de Gandra é apenas ruim, pois não há nada mais importante para a religião humanista do que tirar “Deus seja louvado” das cédulas hoje. Mas onde será que Paulopes viu ataque? Aqui é o truque da sensibilidade artificial histérica.

Gandra é um ilustre integrante da direita religiosa. Ele é filiado à Opus Dei, que representa a ala mais retrógrada da Igreja Católica brasileira. Colaborador frequente da página de opinião da Folha, ele já comentou ali, por exemplo, o que entende ser “o fundamentalismo ateu”.

Agora é a falácia ad hominem. O argumento de Gandra seria errado por que ele é “filiado à Opus Dei”, e portanto representa a “direita religiosa”. Por isso, o comentário dele sobre “fundamentalismo ateu” está errado. Não é possível Paulopes descer mais baixo que isso. Hm, pensando bem, acho que me precipitei. Um neo-ateu de tão baixo nível sempre consegue descer cada vez mais:

Ao atacar a pessoa de Dias, ele repetiu o que já tinha dito outros próceres da direita religiosa e política, como o pastor Silas Malafaia e o senador José Sarney, o introdutor de Deus no real, na época em que foi presidente do Brasil.

Mas de onde ele tirou essa idéia ridícula de que José Sarney é da “direita”? Aliás, Sarney é aliado do governo de ultra-esquerda do PT. Silas Malafaia talvez seja um “mezzo” direitista, mas já andou flertando com a esquerda. Ou seja, na tentativa de achar uma “direita religiosa” no Brasil, o sujeito não tem vergonha de inventar rótulos para seus oponentes.

No dia 19, em uma entrevista ao portal Terral, Dias rebateu a crítica de que deveria procurar algo mais útil para fazer. Ele informou que o MPF tem feito muita coisa, como um acordo com o INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social) que beneficiou 3 milhões de pessoas.

Outro truque. Quando alguém faz uma acusação a uma pessoa (Jefferson Dias), este se defende falando de uma ação do MPF. Mas quem disse que ele é o MPF? O argumento é tão ridículo quanto alguém ser acusado de não fazer nada, e depois citar a empresa de onde faz parte, e dizer o que a empresa já fez. Pura palhaçada.

O procurador informou que recorreu à Justiça em defesa do Estado laico em resposta a uma representação de um cidadão ateu que se sente incomodado com a alusão a Deus no dinheiro. “Se chegar uma representação pra mim, independentemente de qual for a temática, sou obrigado a investigá-la”, afirmou. “É minha obrigação legal.”

Opa, opa… eu já tratei disso em outros posts (que já incluí nos links no início deste post). Mas temos uma confissão. A ação da retirada de “Deus seja louvado” foi para beneficiar um neo-ateu (como era um membro da ATEA, não podemos catalogá-lo como ateu tradicional).

Em seu artigo, Gandra afirmou que se tem “confundido Estado laico com Estado ateu”.

Esse é só um erro estratégico de Gandra. Na verdade não há “confusão”, mas sim desonestidade pura e simplesmente dos neo-ateus. Ao tentarem impor um estado humanista e anti-religioso, fingem lutar pelo “estado laico”, e o jogo vai continuar fácil para eles enquanto os cristãos não perceberem o truque.

“Estado laico é aquele em que as instituições religiosas e políticas estão separadas, mas não é um Estado em que só quem não tem religião tem o direito de se manifestar”, disse. “Não é um Estado em que qualquer manifestação religiosa deva ser combatida, para não ferir suscetibilidades de quem não acredita em Deus.” Para ele, tirar a referência a Deus nas cédulas seria uma “ditadura da minoria [ateus e agnósticos] contra a vontade da esmagadora maioria da população [os cristãos]”. Gandra exagerou porque, afinal, ninguém está confundindo Estado laico com Estado ateu, muito menos o procurador Dias, que é católico praticante.

Putz! A argumentação cai de nível ainda mais. A única parte de verdade do discurso de Paulopes é quando ele diz que “ninguém está confundindo Estado laico com Estado ateu”. É verdade, não há confusão, mas fraude. Tanto o procurador (que foi identificado como aliado a esquerdistas, e uma leitura ao blog deve pode tirar as dúvidas – aliás, ele também anda incomodado com o julgamento do Mensalão) como o neo-ateu sabem que estão fraudando o conceito de estado laico, e não é o fato de alguém simular que é “católico praticante” que isso mudará os fatos. A argumentação de Paulopes é tão chinfrim como dizer que qualquer americano que sirva como espião russo nos Estados Unidos deve ser validado em suas idéias e jamais ser punido… por ser americano. O fato de alguém ser católico, mas de esquerda, não implica que esta pessoa não posssa pertencer a uma campanha humanista (e, portanto, treinada para mentir psicoticamente contra os cristãos), como provarei a seguir:

E, ao que consta, não há nenhum movimento organizado para acabar com o direito à manifestação dos religiosos. Apenas se argumenta que o real não deve ser usado como mídia desse tipo de manifestação, em respeito à Constituição. O que, convenhamos, não é pedir muito.

Conforme já mostrado no link Uma piada sobre neo-ateus que é a mais pura verdade, Paulopes tem todo interesse para omitir os fatos. Como estamos no meio de uma guerra cultural, e uma das metas da esquerda é atacar a religião cristã, obviamente o neo-ateu faz o seu papel na simulação de ignorância dos fatos. O fato é que o real não deve servir como mídia da guerra de posição esquerdista, onde os humanistas querem urinar para “demarcar território”.

Aliás, a quantidade inacreditável de mentiras e falácias de Paulopes mostra que a questão da guerra de posição é de suma importância para ele. Mais um motivo para os cristãos entrarem com ação judicial contra o ato de discriminação sofrido com a solicitação da retirada de “Deus seja louvado”, ao mesmo tempo em que “Ordem e Progresso” é mantido na bandeira brasileira, e a imagem de Marianne fica na mesma cédula.

Cardeal Ravasi: Jesus expressou a fé usando praticamente a metade de um “tweet”

Cardeal Gianfranco Ravasi ROMA, 13 Nov. 12 / 05:22 pm (ACI).- Na sexta-feira, 9 de novembro, o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, exortou a difundir a mensagem da fé como Jesus, de maneira concisa e eloqüente pois Cristo “usava para expressar a fé, somente 78 caracteres gregos, quase a metade do que ocupa hoje em dia uma mensagem no Twitter”.

“É necessário propagar o anúncio com a mesma essencialidade que Cristo, quem em sua primeira intervenção pública, recorreu a uma espécie de ‘tweet’ essencial: ‘Cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo. Converte-vos e crede no Evangelho’. Uma frase que em grego tem um total de oito palavras, e que sem artigos e conjugações levaria a um total de 15 termos com 78 caracteres”, expressou.

O Cardeal referiu estas palavras ao receber o Doutorado “Honoris Causa” em Teologia por seu compromisso pastoral orientado à comunicação da fé, das mãos do Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, Dom Enrico Dal Covolo.

O Cardeal Ravasi ofereceu uma exposição chamada “Educação e comunicação. Como crescer na fé na Universidade”.

Na conferência analisou a educação a partir do ponto de vista da comunicação e do conteúdo. O prelado considerou ainda que a comunicação deve ser um ambiente, e recordou que graças a ela, a mensagem de Jesus Cristo chegou até os nossos dias depois de dois mil anos.

O Cardeal Ravasi, que costuma escrever pequenas frases da Bíblia em seu perfil da rede de microblogging Twitter, afirmou que a propagação da fé deve ser eloqüente, clara e concisa, sem “abandonar nunca o aprofundamento”.

Além disso, o Cardeal fez um elogio especial ao conceito de “silêncio”, e recordou que a Bíblia nos chama ao silêncio e à meditação para perceber a chamada da fé, mediante as palavras “Shemá Israel”, “Escuta Israel”.

Bento XVI: Só Deus satisfaz o desejo mais profundo do coração humano

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Vaticano, 07 Nov. 12 / 01:27 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Bento XVI dedicou a catequese da Audiência Geral de hoje a refletir sobre o desejo de Deus inscrito no coração do homem e explicou que este desejo não desaparece nunca embora as pessoas tentem negá-lo ou apagá-lo e pediu aos fiéis que aprendam a “saborear as verdadeiras alegrias” para despertar este desejo de infinito.

Na Praça de São Pedro, diante de milhares de peregrinos de todo o mundo, o Santo Padre continuou com suas meditações sobre o Ano da Fé e refletiu sobre a consideração com a qual o Catecismo da Igreja Católica inicia: “O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso” (N. 27).

O Santo Padre considerou que esta declaração “que ainda hoje em muitos contextos culturais parece totalmente compartilhada, quase óbvia, poderia perceber-se mais ainda como um desafio na cultura secularizada ocidental”.

Muitos de nossos contemporâneos, de fato, poderiam argumentar que não têm nenhum desejo de Deus. Para amplos setores da sociedade, Ele já não é o esperado, o desejado, mas sim uma realidade que deixa indiferentes, sobre a qual nem sequer deve-se fazer o esforço de pronunciar-se”, indicou.

Mas “o que é o que realmente pode satisfazer o desejo humano?”, questionou o Pontífice.

O Papa explicou que tanto a experiência humana do amor “como a amizade, a experiência da beleza, o amor pelo conhecimento: todo bem experientado pela homem tende para o mistério que rodeia ao homem mesmo; e cada desejo que aparece ao coração humano se ecoa de um desejo fundamental que nunca se está totalmente satisfeito”.

“O homem, em definitiva, sabe bem o que não o sacia, mas não pode adivinhar nem definir o que aquela felicidade que leva no coração, a nostalgia, o levaria a experimentar”, recordou.

O Santo Padre pediu “promover uma espécie de pedagogia do desejo, tanto para o caminho daqueles que ainda não acreditam, como para aqueles que já receberam o dom da fé”.

O Santo Padre alentou a “a aprender o gosto das autênticas alegrias da vida. Não todas as satisfações produzem o mesmo efeito em nós: algumas deixam um rastro positivo, são capazes de pacificar o ânimo, fazem-nos mais ativos e generosos. Outras, em troca, depois da luz inicial, parecem decepcionar as expectativas que tinham despertado e deixam às vezes amargura, insatisfação ou uma sensação de vazio após experimentá-las”.

“Educar a saborear as alegrias verdadeiras desde cedo, em todos os âmbitos da vida – a família, a amizade, a solidariedade com os que sofrem, renunciar ao próprio eu para servir outros, o amor pelo conhecimento, pela arte, pela beleza da natureza -, tudo isto significa exercer o gosto interior e produzir anticorpos efetivos contra a banalização e o horizontalismo predominante hoje”.

“Os adultos também precisam redescobrir estas alegrias, desejar realidades autênticas, purificar-se da mediocridade em que podem encontrar-se envolvidos. Então será mais fácil deixar cair ou rechaçar tudo aquilo que, embora em princípio pareça atrativo, resulta na verdade insípido, e é fonte de vício e não de liberdade. E isto fará que emerja aquele desejo de Deus do qual estamos falando”, indicou.

O Santo Padre recordou que “somos peregrinos rumo à pátria celestial, àquele bem completo, eterno, que nada nos poderá mais arrebatar. Não se trata, portanto, de sufocar o desejo que está no coração do homem, mas sim de libertá-lo, para que possa alcançar sua verdadeira altura”.

“Nesta peregrinação, sintamo-nos irmãos de todos os homens, companheiros de viagem, inclusive daqueles que não acreditam, dos que estão em busca, dos que se deixam interrogar com sinceridade pelo dinamismo de seu próprio desejo de verdade e de bondade. Rezemos, neste Ano da fé, para que Deus mostre seu rosto a todos aqueles que o buscam com coração sincero”, concluiu.

Palestra do Dr. Ives Gandra: as minorias governando segundo suas próprias opiniões

Fonte: Deus lo Vult!

Foi realizada ontem à noite em São Paulo – e transmitida simultaneamente para o Círculo Católico de Pernambuco – uma palestra do Dr. Ives Gandra Martins sobre as recentes decisões polêmicas do Supremo Tribunal Federal e assuntos correlatos (PNDH-3, Reforma do Código Penal).

O renomado jurista iniciou a sua preleção fazendo uma retrospectiva dos quadros da Suprema Corte do Brasil. Explicou como este tribunal mudou radicalmente a sua postura, ao longo dos últimos anos, passando de guardião da Constituição para legislador positivo. Segundo o dr. Ives Gandra, as atitudes dos novos ministros nomeados (bem como o relativamente curto intervalo entre as nomeações) colaboraram bastante para esta mudança: antigamente, quando um novo ministro era nomeado, ele costumava passar algum tempo acompanhando as votações da Suprema Corte, até entrar em sintonia com o espírito tradicionalmente empregado pela Casa na examinação das matérias. Este mecanismo natural de manutenção da linha de entendimento do STF – que é, acrescento eu, o fundamento da segurança jurídica do país – foi destruído quando os novos ministros nomeados passaram a tomar a iniciativa de já chegar votando de acordo com suas concepções ideológicas particulares, muitas vezes em desacordo com os demais membros do Supremo.

E assim, de nomeação em nomeação, de repente todos os ministros do STF eram novos, sem que houvessem jamais se adaptado ao pensamento do Tribunal, e não havia mais uma corrente de entendimento característica da Casa: a partir de então, cada qual poderia e deveria apreciar as matérias como melhor lhe aprouvesse. Por conta disso, o Supremo modificou a sua linha interpretativa tradicional e se transformou – a expressão digo eu, e não o Dr. Ives – na Casa da Mãe Joana que hoje ameaça o nosso Brasil.

Depois de discorrer com eloqüência sobre julgamentos polêmicos como os da destruição de seres humanos em pesquisas com células-tronco embrionárias, da equiparação da mancebia gay à Família formada pela união entre o homem e a mulher e da autorização do aborto eugênico de crianças deficientes, o Dr. Ives Gandra dedicou uns minutos à leitura de alguns dos artigos da recente proposta de Reforma do Código Penal. Cômicos, se não fossem trágicos: um dos exemplos mais claros do escárnio à população brasileira em que consiste esta proposta (ontem mencionado pelo Dr. Ives) é que deixar de socorrer uma criança atropelada é punível com prisão de um a seis meses, ou multa, enquanto deixar de socorrer um cachorro igualmente atropelado gera pena de prisão de um a quatro anos (aliás, sobre o mesmo assunto, vale a pena ler o Carlos Ramalhete ou ouvir o Miguel Reale Júnior). Sem contar os diversos problemas com a legalização do aborto, a criminalização da homofobia, a liberação das drogas, a permissão do terrorismo (se “por propósitos sociais ou reivindicatórios” – Art. 239 §7), etc. Todos abordados pelo palestrante diante da perplexidade do auditório. Ora, a mera propositura de semelhantes disparates deveria ser mais do que suficiente – em qualquer lugar sério do mundo – para uma imediata exoneração desonrosa dos responsáveis pela palhaçada. No Brasil, no entanto, a gente precisa gastar tempo e energia discutindo este absurdo nos meios de comunicação e em eventos Brasil afora, enquanto o Congresso aprecia a matéria com ares de seriedade e os revolucionários que estão no poder chamam isso de maravilhas do processo democrático brasileiro!

Ao final da noite, ficamos com a convicção – renovada em alguns e, quiçá, por outros percebida pela primeira vez – de que estamos vivendo tempos sombrios. E de que é preciso, talvez mais do que nunca, fazermos ouvir a nossa voz: a de milhões e milhões de brasileiros cujos valores estão sendo abertamente vilipendiados por uma minoria de (auto-intitulados) intelectuais empenhados na destruição do Brasil para que seja erigido um “mundo novo” no seu lugar. Só que este “mundo novo” – como o do romance de Huxley – não tem nada de admirável. Mais uma vez, os bárbaros estão à ronda das muralhas da Civilização, ansiosos por fazê-la sucumbir; importa que cada um tome a parte que lhe cabe na defesa do patrimônio civilizatório que a história da humanidade nos legou.

O fundamentalismo é sempre uma falsificação da religião, afirma Bento XVI em entrevista no avião Papal

O fundamentalismo é sempre uma falsificação da religião, afirma Bento XVI em entrevista no avião Papal Vaticano, 14 Set. 12 / 04:19 pm (ACI).- Na 24ª viagem apostólica fora da Itália desde sua eleição como Papa, durante o voo queo levou para o Líbano, o Santo Padre Bento XVI falou com os jornalistas a bordo para a tradicional coletiva de imprensa e enfatizou que o fundamentalismo é falsificação da verdadeira relgiosidade.

Segundo informou o boletim em português da Radio Vaticano, durante a coletiva o Papa tratou de temas fortes como o diálogo com o Islã, a primavera árabe, os temores pela situação dos cristãos na Síria e no Oriente Médio, e ainda sobre a ajuda que as Igrejas e que os católicos do Ocidente podem dar.

“Ninguém jamais me aconselhou a renunciar a esta viagem e jamais contemplei essa hipótese, porque sei que quando a situação se complica ainda mais, é aí então que se faz mais necessário um sinal de fraternidade, de encorajamento e de solidariedade”, afirmou o Papa aos jornalistas.

Com essas palavras – respondendo em francês e em italiano às perguntas–, Bento XVI resumiu os sentimentos com os quais faz essa viagem apostólica ao Líbano, cujo objetivo, acrescentou, num país que já representa uma mensagem de encontro inter-religioso, é, portanto, “convidar ao diálogo, à paz contra a violência, a caminhar juntos para encontrar a solução dos problemas”.

Respondendo a uma pergunta sobre o imperativo do diálogo com o Islã, hoje num momento de crescimento do extremismo, o Papa ressaltou que “o fundamentalismo é sempre uma falsificação da religião” que, ao invés, convida a difundir a paz de Deus.

“O empenho da Igreja e das religiões”, observou o Pontífice, “é realizar uma purificação dessas tentações, iluminar as consciências e fazer de modo que cada um tenha uma imagem clara de Deus”. Em seguida, fez um premente convite ao respeito recíproco, vez que cada um é “imagem de Deus”. Assim Bento XVI lançou um grande convite também à liberdade religiosa.

A propósito da primavera árabe e da questão da sobrevivência dos cristãos, minorias naquelas áreas, Bento XVI quis ressaltar que um desejo de maior democracia, de liberdade, de cooperação é por si positivo, é um “progresso”, mas que se pode crescer somente na partilha, no viver juntos com determinadas regras.

Devemos fazer tudo o que for possível para que “o conceito de liberdade, o desejo de liberdade caminhe na direção justa e não se esqueça a tolerância e a reconciliação, que são elementos fundamentais da própria liberdade”, afirmou o Papa nas declarações reunidas pela Radio Vaticano.

Em relação à situação na Síria, o Papa ressaltou que é necessário promover todos os gestos possíveis, inclusive materiais, para favorecer o fim da guerra e da violência. O perigo de os cristãos irem embora destas terras é “grande”, observou, embora fujam também muçulmanos. Nesse sentido, “o cessar da violência seria a ajuda essencial”, acrescentou.

O Papa afirmou reiteradas vezes que o papel da Igreja é a difusão da mensagem da paz, o empenho em evidenciar que a violência não resolve os problemas.

Em seguida, o Santo Padre fez um apelo: “ao invés de importar armas, que é um pecado grave, devemos importar as ideias, a paz, a criatividade, aceitar os outros nas adversidades, tornar visível o respeito recíproco das religiões, o respeito pelo homem como criatura de Deus, o amor pelo próximo como elemento fundamental para todas as religiões”.

O padre Georges Lemaître viu bem mais que a teoria do Big Bang

Georges Lemaitre

Até bem pouco tempo atrás, fora dos círculos especializados era difícil encontrar quem soubesse que o primeiro a propor a teoria do Big Bang foi um padre: o jesuíta belga Georges Lemaître (1894-1966) – ainda hoje, na verdade, esse não é um fato tão conhecido. Quando muito, ficamos sabendo que Lemaître foi o primeiro a propor, em 1927, o modelo teórico do Big Bang, que seria confirmado dois anos depois pelas observações do norte-americano Edwin Hubble (1889-1953); nas décadas seguintes, outros físicos, como George Gamow, aprofundariam o modelo do Big Bang.

A participação de Hubble na história do Big Bang consistiu em medir as distâncias e velocidades de galáxias; ele verificou que havia uma relação entre essas duas grandezas: quanto mais distante de nós a galáxia, mais rapidamente ela se afastava da Terra, o que levou Hubble a concluir que o universo está em expansão. Daí para comprovar a teoria de Lemaître era um pulo: se as galáxias estavam se afastando umas das outras, era porque um dia estiveram muito juntas. Mesmo assim, levou tempo para que essa se estabelecesse definitivamente como a melhor hipótese para o início do universo: o termo “Big Bang” foi criado 20 anos depois das observações de Hubble, e por um opositor da teoria, o britâico Fred Hoyle. Ele queria ridicularizar a teoria, mas o nome acabou colando.

Hubble é, hoje, bem mais famoso que Lemaître. Mas alguns autores vêm argumentando que o padre belga viu muito mais que apenas a noção do Big Bang: ele teria, dois anos antes de Hubble, os números e observações que comprovariam a expansão do universo, embora hoje o crédito seja todo dado ao norte-americano. O Alexandre Zabot me mostrou esse paper de David Block, de uma universidade sul-africana; Block se baseia em um livro de 2009 para mostrar que o artigo original de Lemaître, publicado em francês nos Anais da Sociedade Científica de Bruxelas, foi retalhado ao ser traduzido para o inglês – este outro paper dá mais alguns detalhes: a publicação em inglês ocorreu em 1931, nos Monthly Notices da Real Sociedade de Astronomia britânica. Segundo Block, a versão em inglês omitiu praticamente toda a parte que menciona as observações de 42 galáxias feitas por Lemaître, chegando ao ponto de recortar uma equação, a 24, na qual se encontraria a primeira “prévia” (digamos assim) do que hoje é conhecido como “constante de Hubble” (que determina a proporção entre a velocidade e a distância de uma galáxia; em outras palavras, o ritmo de expansão do universo): 625 (km/s)/Megaparsec. No seu texto de 1929, Hubble teria chegado a um valor um pouco menor, na casa dos 500 (km/s)/Mpc; nas décadas seguintes, medições mais precisas (e com melhor instrumentação) levaram a constante a valores na casa dos 70 (km/s)/Mpc.

Ou seja, será que a “lei de Hubble” e a “constante de Hubble” não deveriam levar o nome de Lemaître? Em seu paper, Block faz outros comentários sobre Hubble, e menciona um caso em que o norte-americano teria praticamente se apropriado do trabalho de um colega, o britânico John Reynolds, referente a uma classificação de galáxias (outro tema intimamente ligado ao nome de Hubble). No entanto, não é o propósito desse post discutir o caráter do norte-americano. Na melhor das hipóteses, o padre Lemaître e Hubble estariam trabalhando ao mesmo tempo em observações semelhantes (no melhor estilo Darwin e Wallace), e o belga publicou suas conclusões antes. Na pior das hipóteses, realmente houve caso de censura e plágio. Também não se sabe o que motivou o corte deliberado de vários trechos do paper de Lemaître na tradução para o inglês. Mas o que se pretende aqui é ressaltar a grandiosidade do trabalho desse padre-cientista. É uma questão de justiça – ainda mais em 2011, quando se completa o 80.º aniversário da publicação do texto em inglês de Lemaître, esse que foi cortado – mostrar que ele foi muito além daquilo que hoje lhe é atribuído na história da Astronomia.

Fonte: Tubo de ensaio

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