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Os pais e não o governo devem oferecer aos seus filhos uma reta sexualidade, afirma perito

Jokin da Irala

GUAYAQUIL, 11 Nov. 13 / 12:11 pm (ACI).- Jokin da Irala, Pesquisador Principal do Projeto de Pesquisa Educação da Afetividade e Sexualidade Humana, do Instituto de Cultura e Sociedade da Universidade de Navarra (Espanha), assegurou que é responsabilidade dos pais e não dos governos preparar os filhos para uma reta sexualidade, chegando a serem adultos “capazes de amar”.

Em declarações ao Grupo ACI, o também catedrático de Medicina Preventiva e Saúde Pública, que participou do VI Congresso Internacional Pró-vidaEquador 2013, que reuniu mais de 1300 participantes da América e Europa de 8 a 10 de novembro em Guayaquil, advertiu que “muitos governos o que fazem é: ‘vamos converter os pais em um bed and breakfast’, quer dizer: ‘você faz filhos, você lhes da uma cama, um café da manhã e o resto nós o fazemos’”.

“Não senhor, os pais têm a grande responsabilidade de preparar os nossos filhos para que possam ser adultos capazes de amar, e isso quem melhor pode fazer somos nós”.

De Irala indicou que “costumo dizer às vezes que em alguns países os governos estão se metendo nas camas dos casais, em vez ter duas pessoas há três. O governo está fazendo algo que os pais deveriam fazer”.

O perito assinalou que embora “seja verdade que há muitos pais que não sabem como fazê-lo, que não se sentem preparados, isso não significa que terei que substitui-los”.

O catedrático da Universidade de Navarra disse que a polêmica sobre a educação sexual se origina porque “há governos que basicamente estão dizendo que a educação sexual é necessária e que, portanto, eles são os que têm que dar”.

O problema com a educação sexual, explicou, é “que não é como as matemáticas, que é decidir aplicar, ensiná-lo e que todo mundo vai ensinar igual. O problema é que há diferentes enfoques de educação sexual”.

“Há uma educação sexual que é eminentemente biológica, que eu costumo chamar de educação sexual veterinária, zoológica, que se centra apenas no como da sexualidade, e que basicamente a mensagem destes programas é que os jovens se deixem levar pelos seus desejos, que façam o que queiram, quando o quiserem, com tal de que o façam com preservativos“.

De Irala assinalou que “evidentemente, isto é o que defendem as grandes organizações internacionais, e estão inclusive tentando praticamente obrigar a que diferentes países adotem este enfoque da educação sexual”.

Entretanto, disse, “há outro enfoque da educação sexual”, o qual “chamamos educação afetivo-sexual, que concebe a sexualidade como uma boa notícia, mas que concebe que o lugar apropriado para a sexualidade é um lugar onde haja uma garantia total de amor maduro e que é mais uma preparação para amar”.

O enfoque de educação sexual que considera “veterinária”, “está empapado da ideologia de gênero, dos lobbies de gays e lésbicas, dos lobbies pró-abortistas”.

Além disso, denunciou, “há interesses econômicos, não é apenas uma ideologia, sabe-se que um jovem que não desenvolveu bem seu caráter vai ser um jovem consumista, um jovem sem disciplina, vai ser um grande consumidor”.

“E não cabe dúvida que também há boa fé, no sentido de que tem pessoas que realmente acreditam que a solução é o outro enfoque”.

Ante os casos de pais que não estão preparados para dar uma reta educação sexual a seus filhos, assinalou o perito, “o papel do governo então seria facilitar as associações civis que se dedicam a preparar pais e mães para fazer melhor seu trabalho, não substituir os pais”.

O pesquisador da Universidade de Navarra preveniu contra a denominada “educação sexual integral”, pois apresenta o problema de que o que a caracteriza “é que dá o mesmo valor a todas as opções, dá o mesmo valor a ter relações sexuais ou a não tê-las, como se fossem duas opções igualmente sadias para o jovem e isto está fora do que estão dizendo os estudos científicos”.

“O que melhor podemos recomendar a um jovem é que não tenha relações sexuais, é o que lhe permite evitar problemas tanto físicos como psicológicos”, assegurou.

De Irala assinalou que os promotores desta educação sexual “zoológica” utilizam diversos eufemismos, como ao falar “de ‘óvulo fecundado’. Isto é como chamar a televisão de ‘caixa com componentes eletrônicos’. A televisão se chama televisão, o que eles chamam ‘óvulo fecundado’ seria um embrião, quer dizer um ser humano em sua etapa inicial de desenvolvimento”.

“Há muitos eufemismos assim que deseducam invés de educar”, criticou.

Outro termo que utilizam, advertiu é o de “sexo seguro“, que “em alguns países não se utiliza, porque se poderia catalogar de publicidade enganosa e poderia levar ao julgamento de quem utiliza esse termo”.

“Isto não é nem sequer uma questão de moral, é simplesmente e rotundamente falso do ponto de vista científico”.

Jokin de Irala lamentou que atualmente “há jovens que pensam que se usarem preservativos não terão riscos de infecção, por exemplo, ou de gravidez”.

“Estes jovens estão sendo desinformados. Como estão desinformados, não são livres na hora de escolher ter ou não relações sexuais”.

De Irala assinalou que a mensagem “de sexo seguro o que acaba dando é a ideia de que não há nenhum problema em ter relações sexuais, e estes jovens acabam encontrando-se com a surpresa às vezes, por exemplo, acabam com herpes para o resto de sua vida”.

O perito destacou, ademais, o “grande paradoxo” de que na Espanha uma menor de 18 anos pode “ir a uma farmácia para comprar a pílula do dia seguinte. Ninguém pergunta nada, não se registram seus dados”.

“O que quer dizer isto, que talvez seja a quinta vez no mês que está pedindo isso. Nenhum controle, e isto pode ser um problema sério”.

Entretanto, apontou, “nessa mesma farmácia não poderia comprar um Nolotil, para tirar a dor de cabeça que te ocasionou essa pílula sem receita. Isto é um paradoxo”.

Da mesma forma na Espanha, um jovem “não pode dirigir um carro até que faça 18 anos, que é algo que tem muito menos consequências”.

“Há umas contradições que são absurdas”, criticou, e assegurou que estas entram no marco “de tirar a potestade dos pais, tirar dos pais alguns dos nossos deveres, algumas das nossas responsabilidades”.

A solução para este problema, indicou, “passa pelas associações de pais e mães, que temos que nos mobilizar e exigir que não nos tirem estas questões que nos correspondem”.

Adoção gay: Não se deve outorgar por lei o que a natureza lhes negou, assegura perito

REDAÇÃO CENTRAL, 04 Jul. 13 / 02:18 pm (ACI/EWTN Noticias).-  Em meio da polêmica suscitada em todo mundo pelo caso do casal de homossexuais norte-americanos que adotaram uma criança russa para depois abusar sexualmente dela e utilizá-la na produção de vídeos pornográficos, o presidente do Conselho Mexicano da Família (ConFamilia), Juan Dabdoub Giacoman, assinalou que “pelo bem superior da criança, as adoções pretendidas por homens ou mulheres solteiras e casais gays ou lésbicas devem estar proibidas”.

Em declarações ao Grupo ACI em 3 de julho, Dabdoub Giacoman explicou que “não existe direito humano algum à adoção, à paternidade ou à maternidade, para homossexuais, nem heterossexuais” mas a adoção “é o direito dascrianças a contarem com um pai e uma mãe que lhes proporcionem as condições necessárias para seu ótimo desenvolvimento”.

O presidente da ConFamilia qualificou de “desnaturalizados” os atos cometidos por Mark J. Newton, de 42 anos, e Peter Truong, de 36, e assinalou que embora “felizmente”, os casos “de abuso infantil como este sejam estranhos entre os homossexuais”, sim se produzem “em maior medida que entre os heterossexuais”.

O perito em temas de família assinalou que este caso deve levar a sociedade a “revisar o ‘direito’ à adoção que outorgou a gays e lésbicas em alguns países”.

Dabdoub indicou que “se para procriar se requerem duas pessoas de diferente sexo, para criar se requer do mesmo; já que o homem e a mulher se complementam entre si e complementam a educação dos filhos”.

“É por isso que, pelo bem superior da criança, as adoções pretendidas por homens ou mulheres solteiras e casais gays ou lésbicas devem estar proibidas”, pois “não se deve outorgar por lei, o que a natureza lhes negou”.

O presidente do Conselho Mexicano da Família criticou aos que “pretendem comparar a situação das famílias monoparentais de mães ou pais viúvos ou divorciados, com a situação dos casais gays e lésbicas”, pois “há uma diferença abismal entre um pai ou uma mãe que se veem forçados a cobrir os dois papéis”, nos que a criança alcança a compreender a situação, “e uma criança que tem que conviver com um impostor como mãe ou como pai”.

“Em casos como o de Ricky Martin ou Elton John, eles poderão sentir-se mulheres, mas nunca poderão comportar-se como mães”, sublinhou.

Dabdoub Giacoman assinalou que sua postura está sustentada cientificamente, com “o estudo publicado no ano passado (2012) pela Universidade do Texas e financiado pelo Instituto Witherspoon de Princeton, Nueva Jersey, titulado ‘Estudo de Novas Estruturas Familiares'”.

Este estudo esteve dirigido pelo Dr. Mark Regnerus, do Centro de Investigação do Departamento de População e Sociologia da Universidade do Texas.

“Até hoje, nenhum cientista foi capaz de refutar este estudo no que participaram 3.000 adultos que foram criados dentro de estruturas familiares diferentes”, assinalou o presidente da ConFamilia.

Na investigação científica, apontou Dabdoub, revela-se que “as crianças que cresceram em famílias biologicamente intactas são em geral melhor educados, têm melhor saúde mental e física, usam menos drogas, participam menos em atividades criminais e afirmam ser mais frequentemente felizes que os outros”.

“Por outro lado, os resultados mais negativos se referem a crianças procedentes de famílias monoparentais lésbicas”, indicou.

A investigação do Dr. Regnerus, “desacredita um estudo (de 2005) da American Psychological Association (APA), segundo o qual ‘nenhum estudo concluiu que as crianças de pais gay ou lésbicas tenham qualquer desvantagem em relação às crianças de casais heterossexuais'”.

Outro importante relatório que desmente a APA, assinalou o presidente da ConFamilia, é o realizado em 2005 pelo professor Loren Marks, da Escola de Ecologia Humana da Louisiana State University, em 2005.

Dabdoub Giacoman assinalou que Marks, no seu estudo sobre o documento da APA, encontrou que nenhum dos estudos aos que fazia referência a organização norte-americana nesse ano, “compara uma amostra grande, ao azar e representativa de pais gays ou lésbicas e seus filhos, contra uma amostra grande, ao azar e representativa de pais casados e seus filhos”.

Em efeito, Loren Marks concluiu em seu estudo que as afirmações realizadas pela American Psychological Association, favoráveis à adoção homossexual, “não se justificam empiricamente”.

Envergonhar-se dos pecados com humildade para acolher o perdão de Deus, pede o Papa

VATICANO, 29 Abr. 13 / 03:39 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco assinalou em sua homilia da Missa desta manhã na Santa Marta que o cristão deve ser capaz de envergonhar-se dos seus próprios pecados para acolher com humildade o perdão de Deus.

Na Eucaristia que presidiu em presença de alguns empregados vaticanos do Apsa, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e de um grupo de religiosas, o Santo Padre comentou a primeira Carta de São João, em que se diz que “Deus é luz e Nele não há trevas”.

O Papa Francisco sublinhou que “todos nós temos momentos de escuridão navida, momentos onde tudo, também na própria consciência, é escuro, mas isto não significa caminhar nas trevas”.

“Caminhar nas trevas significa estar satisfeito de si mesmo; estar convencido de que não precisa de salvação. Essas são as trevas!?Quando entramos neste caminho das trevas, não é fácil voltar atrás”.

“Por isso João continua, porque talvez este modo de pensar o tenha feito refletir: ‘Se dissermos estar sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós’. Olhem seus pecados, os nossos pecados: todos somos pecadores, todos. Este é o ponto de partida”.

“Mas se confessamos nossos pecados, Ele é fiel, é justo a ponto de nos perdoar os pecados e nos purificar de toda iniquidade. E nos apresenta àquele Senhor tão bom, tão fiel, tão justo que nos perdoa”.

O Santo Padre disse também que “quando o Senhor nos perdoa faz justiça, sobretudo a si mesmo, porque Ele veio para salvar-nos e perdoar-nos”, acolhendo-nos com a ternura de um pai para com seus filhos: “o Senhor é terno para com aqueles que o temem, para aqueles que vão para Ele” e com ternura “compreende-nos sempre”, quer doar-nos “aquela paz que somente Ele dá”.

“Isto –afirmou– é o que acontece no Sacramento da Reconciliação” embora “tantas vezes pensemos que ir confessar-nos é como ir à lavanderia para limpar a sujeira da nossa roupa”.

“Mas o confessionário não é uma lavanderia, é um encontro com Jesus que nos espera como somos. Temos vergonha de dizer a verdade, ‘fiz isso, pensei aquilo’, mas a vergonha é uma virtude verdadeiramente cristã e também humana… a capacidade de vergonhar-se é uma virtude do humilde”.

“Não sei se em italiano se diz assim, mas na nossa terra àqueles que não se envergonham os chamamos de ‘sem vergonha’, porque não têm a capacidade de envergonhar-se e envergonhar-se é uma virtude do humilde, daquele homem e daquela mulher que é humilde”.

Francisco disse também que é necessário ter confiança porque quando pecamos temos um defensor ante o Pai: “Jesus Cristo, o justo”. E Ele nos defende frente a nossas debilidades. Mas é necessário ficar frente ao Senhor “com nossa verdade de pecadores”, “com confiança, também com alegria, sem nos maquiar”.

“Não devemos jamais nos maquiar diante de Deus!”. E a vergonha é uma virtude: “bendita vergonha”. “Esta é a virtude que Jesus nos pede: a humildade e a docilidade”:

“Humildade e docilidade são como o marco de uma vida cristã. Um cristão vai sempre assim, na humildade e na docilidade. E Jesus nos espera para nos perdoar. Podemos fazer uma pergunta: então ir confessar não é como ir a uma sessão de tortura? Não! É louvar a Deus, porque eu pecador fui salvo por Ele”.

“E Ele me espera para me repreender? Não, com ternura para me perdoar. E se amanhã fizer o mesmo? Confesse-se outra vez, e outra e outra e outra… Ele te espera sempre. Esta ternura do Senhor, esta humildade, esta docilidade”.

Depois de assinalar que esta confiança “nos da um respiro”. O Papa fez votos para que “o Senhor nos dê esta graça, esta coragem de procurá-lo sempre com a verdade, porque a verdade é sua luz, e não com as trevas das meias verdades ou das mentiras diante de Deus. Que nos dê esta graça! Assim seja”.

“O maligno semeia guerra; Deus cria paz”

As palavras de Bento XVI durante o Angelus em Castel Gandolfo

Castel Gandolfo, domingo, 22 de julho de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras do Papa Bento XVI que precederam a tradicional oração do Angelus, dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos no pátio interno de sua Residência Apostólica de verão em Castel Gandolfo.

Queridos irmãos e irmãs!

A palavra de Deus deste domingo nos propõe novamente um tema fundamental e sempre fascinante da Bíblia: recorda-nos que Deus é o Pastor da humanidade. Isto significa que Deus quer para nós a vida, quer guiar-nos para bons prados, onde poderemos nos alimentar e repousar; não quer que nos percamos e morramos, mas que cheguemos à meta de nosso caminho, que é exatamente a plenitude da vida. É isto que deseja todo pai e mãe para os próprios filhos: o bem, a felicidade, a realização. No Evangelho de hoje Jesus se apresenta como Pastor das ovelhas perdidas da casa de Israel. O seu olhar para as pessoas é um olhar como se fosse ‘pastoral’. Por exemplo, o Evangelho deste domingo, diz que ‘Ele desembarcou, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por eles, pois estavam como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas’(Mc 6,34). Jesus encarna Deus Pastor em seu modo de pregar e com as suas obras, cuidando dos doentes e dos pecadores, daqueles que estão ‘perdidos’ (cfr Lc 19, 10), para reconduzi-los em segurança, na misericórdia do Pai.

Entre as ‘ovelhas perdidas’ que Jesus trouxe em seguro, está uma mulher de nome Maria, originária do vilarejo de Magdala, no Mar da Galileia, e por isso Madalena. Hoje é sua memória litúrgica no calendário da Igreja. Diz o Evangelista Lucas que dela Jesus fez sair sete demônios (cfr Lc8,2), ou seja, a salvou de uma total escravatura do mal. Em que consiste esta cura profunda que Deus realiza através de Jesus? Consiste em uma paz verdadeira, completa, fruto da reconciliação da pessoa consigo mesma e em todas as suas relações: com Deus, com os outros, com o mundo. De fato, o maligno procura sempre destruir a obra de Deus, semeando divisão no coração do homem, entre o corpo e a alma, entre o homem e Deus, nas relações interpessoais, sociais, internacionais, e também entre o homem e a criação. O maligno semeia guerra; Deus cria paz. Com efeito, como afirma São Paulo, Cristo ‘é a nossa paz: de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro de separação e suprimido em sua carne a inimizade’( Ef 2, 14). Para realizar esta obra de reconciliação radical Jesus, o Bom Pastor precisou tornar-se Cordeiro, ‘o Cordeiro de Deus… que tira o pecado do mundo’(Jo1, 29). Somente assim pode realizar a maravilhosa promessa do Salmo: ‘Sim, felicidade e amor me seguirão todos os dias da minha vida;minha morada é a casa de Iahweh por dias sem fim’ (22/23, 6).

Queridos amigos, estas palavras faz vibrar o coração, porque exprimem nosso desejo mais profundo, dizem para o que fomos feitos: a vida, a vida eterna! São palavras daqueles que, como Maria Madalena, experimentaram Deus na própria vida e conhecem a sua paz. Palavras mais verdadeiras do que nunca na boca da Virgem Maria, que já vive para sempre nos prados do céu, onde a conduziu o Cordeiro Pastor. Maria, Mãe de Cristo nossa paz, rogai por nós!

(Após o Angelus)

Queridos irmãos e irmãs!

Entre alguns dias terá início, em Londres, a XXX edição dos Jogos Olímpicos. As Olimpíadas são o maior evento esportivo mundial, do qual participam atletas de muitas nações e, como tal se reveste de um forte valor simbólico. Por isso a Igreja Católica o vê com particular simpatia e atenção. Rezemos para que, segundo a vontade de Deus, os Jogos de Londres sejam uma verdadeira experiência de fraternidade entre os povos da Terra.

Em seguida concedeu a todos a sua Benção Apostólica.

Deus proibiu a fabricação de imagens?

Fonte: Apologistas Católicos

Uma das “grandes armas” que o protestantismo pensa ter para atacar a Igreja Católica são as imagens. Em qualquer conversa com protestantes a respeito de religião, seja qual assunto for, ele sempre tende que pender para as imagens da Igreja Católica. Quando isso acontece os protestantes sempre aparecem com a famosa passagem da suposta proibição de imagens do livro de Êxodo, ela é:

Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.(Ex 20, 4)

Bem, essa parece ser uma proibição absoluta tanto da fabricação quanto da adoração de imagens. Qualquer um que ler a primeira vista vai tirar esta conclusão. Porém a bíblia não deve ser interpretada em versículos isolados nem em traduções tendenciosas, nem tudo que parece ser, é realmente.

Se virarmos algumas páginas depois de Êxodo 20, em Êxodo 25, veremos Deus ordenando Moisés fabricar imagens:

Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório.” (Ex 25,18)

Ora, Deus está se contradizendo? Em um lugar ele proibiu a fabricação de imagens e 5 capítulos após, ele mesmo manda fazer imagens? Pode Deus se contradizer? Claro que não!

Deus nunca proibiu a fabricação de imagens, o que Ele proibiu foi a fabricação de ídolos. Uma análise bem feita do texto e uma verificação do texto original provarão isso.

Se olhar os versículos que antecedem e sucedem a passagem veremos que: 

Não terás outros deuses diante de mim.

Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta..” (Êxodo 20, 3-5)

Pelo próprio contexto vemos que a passagem não se refere a “imagens” e sim a “deuses”, ou seja era a proibição das imagens desses deuses. Acontece que o povo judeu estava saindo Egito e embebido da idolatria pagã egípcia. Os deuses egípcios eram todos representados em imagens e pinturas, daí vem a proibição para que os judeus não mais fizessem as representações destes deuses.

Analisando o texto no hebraico encontraremos a palavra “פֶסֶל֙ ” (fessel ou pecel), essa palavra não significa “imagens de escultura” e sim “ídolos”.

A Exaustiva concordância Strong (dicionário das linguas bíblicas, e protestante) traduz essa palavra como:

06459 pecel

procedente de 6458; DITAT – 1788a; n. m.

1) ídolo, imagem

Como vemos a palavra não diz respeito a qualquer imagem, e sim a ídolos esculpidos, ou seja imagens de ídolos. De fato pode ser traduzida como imagem, mas não diz respeito a qualquer imagem e sim especificamente ídolos esculpidos.

Dessa forma vemos que a passagem é uma clara referência aos deuses do Egito, como constataremos a baixo:


Não farás para ti ídolos ou coisas alguma que tenha a forma de algo que se encontre no alto do céu…”. (êxodo 20, 4):

O que estava no céu, eram os deuses dos ares do Egito:

RÁ (ou Rê), o criador dos deuses e da ordem divina egípcia. Foi retratado pela arte egípcia sob muitas formas e denominações e era também representado por um falcão, por um homem com cabeça de falcão ou ainda, mais raramente, por um homem. Quando representado por uma cabeça de falcão estabelecia-se uma identidade com Hórus, outro deus solar adorado em várias partes do país desde tempos remotos.

Í BIS, uma ave pernalta de bico longo e recurvado. Existe uma espécie negra e outra de plumagem castanha com reflexos dourados, mas era o íbis branco, ou íbis sagrado,que era considerado pelos egípcios como encarnação do deus Thoth. Um homem com cabeça de íbis, era outra das representações daquele deus.

HÓRUS, filho de Isis e Osíris. Ele é representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão, sempre usando as duas coroas do Alto e Baixo Egito. Na qualidade de deus do céu, Hórus é o falcão cujos olhos são o sol e a lua.

TOTH, era o deus-escriba e o deus letrado por excelência. Representado como um íbis ou um homem com cabeça de íbis, ou ainda um babuíno.

“…embaixo na terra…”. (Êxodo 20, 4):

O que estava na terra eram os deuses e animais terrestres do Egito:

ANÚBIS, filho de Seth e Néftis, é o mestre dos cemitérios e o patrono dos embalsamares. É na realidade o primeiro entre eles, a quem se deve o protótipo das múmias, a de Osíris. Todo egípcio esperava beneficiar-se em sua morte do mesmo tratamento e do mesmo renascimento desta primeira múmia. Anúbis também introduz os mortos no além e protege seus túmulos com a forma de um cão, vigilante.

ÁPIS, o boi sagrado que os antigos egípcios consideravam como a expressão mais completa da divindade sob a forma animal e que encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptah. O culto do boi Ápis, em Mênfis, existia desde a I dinastia pelo menos. Também em Heliópolis e Hermópolis este animal era venerado desde tempos remotos. Essa antiga divindade agrária, simbolizava a força vital da natureza e sua força geradora.

KHEPRA, (escaravelho, em egípcio) ou um homem com um escaravelho no lugar da cabeça também representavam o deus-Sol. Nesse caso o besouro simbolizava o deus Khepra e sua função era nada menos que a de mover o Sol, como movia a bolazinha de excremento que empurrava pelos caminhos. Associados à idéia mitológica de ressurreição, os escaravelhos eram motivo freqüente das peças de ourivesaria encontradas nos túmulos egípcios.

BABUINO ou cinocéfalo é um grande macaco africano, cuja cabeça oferece alguma semelhança com os cães. No antigo Egito este animal estava associado ao deus Thoth, considerado o deus da escrita, do cálculo e das atividades intelectuais. Era o deus local em Hermópolis, principal cidade do Médio Egito. Deuses particularmente numerosos parecem ter se fundido no deus Thoth: deuses-serpentes, deuses-rãs, um deus-íbis, um deus-lua e este deus-macaco.

APÓFIS, a serpente que habitava o além-túmulo, representava as tempestades e as trevas. As serpentes estavam entre os adversários mais perigosos e o demônio líder de todos eles era Apófis a grande serpente.

BASTET, uma gata ou uma mulher com cabeça de gata simbolizava a deusa Bastet e representava os poderes benéficos do Sol. Seu centro de culto era Bubástis, cujo nome em egípcio ( Per Bast ) significa a casa de Bastet. Em seu templo naquela cidade a deusa-gata era adorada desde o Antigo Império e suas efígies eram bastante numerosas, existindo, hoje, muitos exemplares delas pelo mundo.

GEB, o deus da Terra é irmão e marido de Nut. É o suporte físico do mundo material, sempre deitado sob a curva do corpo de Nut. Ele é o responsável pela fertilidade e pelo sucesso nas colheitas. Ele estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo após a morte. Geb umedece o corpo humano na terra e o sela para a eternidade. Nas pinturas é sempre representado com um ganso sobre a cabeça.

“…ou nas águas debaixo da terra.”. (Êxodo 20, 4):

Por fim o que estava nas águas eram justamente os deuses animais que ficavam nas águas e que eram adorados no Egito:

SEBEK, um crocodilo ou um homem com cabeça de crocodilo representavam essa divindade aliada do implacável deus Seth. O deus-crocodilo, era venerado em cidades que dependiam da água, como Crocodilópolis.

TUÉRIS, (Taueret ) era a deusa-hipopótamo que protegia as mulheres grávidas e os nascimentos. Ela assegurava fertilidade e partos sem perigo. Adorada em Tebas, é representada em inúmeras estátuas e estatuetas sob os traços de um hipopótamo fêmea erguido, com patas de leão, de mamas pendentes e costas terminadas por uma espécie de cauda de crocodilo.

Será que é mera coincidência, Deus ter proibído as “imagens” justamente quando os judeus saíram do Egito? E por que esta proibição se assemelha tanto aos deuses do Egito? É apenas uma coincidência?

Para que não haja mesmo qualquer dúvida ou questionamento de que Deus se referia aos falsos deuses do Egito, ao pedir que o povo não praticasse idolatria, nem fizesse “imagens”, leremos agora um trecho do livro de Josué, que foi quem substitui Moises:

Agora, pois, temei o Senhor e o servi-o com inteligência e fidelidade. Afastai os deuses aos quais vossos pais serviram do outro lado do rio e no Egito, e servi ao Senhor”. (Josué 24, 14).

E para termos ainda mais certeza de que Deus falava claramente dos falsos deuses do Egito, leiamos o que fala também, Ezequiel 8, 8-10:

Filho do homem, disse-me ele, fura a muralha, quando a furei, divisei uma porta. Aproxima-te, diz ele, e contempla as horríveis abominações a que se entregam aqui. Fui até ali para olhar: enxerguei aí toda espécie de imagens de répteis e animais imundos e, pinturas em volta da parede, todos os ídolos da casa de Israel”.

O que podemos perceber com essa passagem bíblica? Obviamente que os sacerdotes estavam adorando os falsos deuses em forma de répteis e animais, que Deus havia proibido que fossem adorados.

O próprio Josué que condenou as imagens dos ídolos, se prostrou diante das imagens da Arca da Aliança e isso não foi caracterizado como idolatria:

Josué rasgou suas vestes e prostrou-se com a face por terra até a tarde diante da arca do Senhor, tanto ele como os anciãos de Israel, e cobriram de pó as suas cabeças(Josué 7, 6)

Deus nunca iria se contradizer, proibindo e ao mesmo tempo mandando que se fabricassem imagens e permitindo de seus servos se prostrassem diante delas, como podemos ver em diversos versículos.

A serpente de Bronze:

“E disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo.” (Nm 21,8-9)

A própria serpente de bronze foi uma prefiguração de Cristo e ele próprio confirma isto, ou seja a crucificação de Cristo foi representada com uma imagem de cobra:

Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem,” (João 3, 17)

Estaria Moisés cometendo idolatria?

O templo de Salomão:

E no oráculo fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um da altura de dez côvados.” (I Reis 6, 23)

E revestiu de ouro os querubins. E todas as paredes da casa, em redor, lavrou de esculturas e entalhes de querubins, e de palmas, e de flores abertas, por dentro e por fora.” (I Reis, 6, 28-29)

“E sobre as cintas que estavam entre as molduras havia leões, bois, e querubins, e sobre as molduras uma base por cima; e debaixo dos leões e dos bois junturas de obra estendida.” (I Reis 7, 29).

Para o interior do Santo dos Santos, mandou esculpir dois querubins e os revestiu de ouro.” (II Crônicas 3,10)

Era neste mesmo templo que os apóstolos e Jesus iam para orar:

Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão.” (João 10,23)

Enquanto isso, realizavam-se entre o povo pelas mãos dos apóstolos muitos milagres e prodígios. Reuniam-se eles todos unânimes no pórtico de Salomão.”(Atos 5, 12)

Estariam Jesus e os apóstolos sendo idólatras ao frequentar um templo repletos de imagens de escultura?

Fica provado, portanto, que Deus nunca proibiu a fabricação de imagens e sim de ídolos para a adoração, colocando-os no lugar do próprio Deus. Desmascaramos assim mais uma falsa interpretação protestante.

Referencias


LIMA, Alessandro. Deus proibe a Fabricação de Imagens? Disponível em: <http://www.veritatis.com.br/apologetica/123-imagens-santos/554-deus-proibe-confeccao-imagens>. Acesso: 06/06/2012

MAGIA DO ORIENTE. Deuses egípicios. Dsiponível em: <http://magiadooriente.vilabol.uol.com.br/mitologia.htm>. Acesso em: 06/06/2012.

Para citar:


RODRIGUES, Rafael. Deus proiniu a fabricação de Imagens. Apologistas Católicos. Disponível em: <http://apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/imagens/524-deus-proibiu-a-fabricacao-de-imagens>. Desde 06/06/2012.

A Igreja é Santa? Como se explica o fato de existir tantos cristãos pecadores?

Autor: Pe. Miguel Ángel Fuentes
Fonte: http://www.teologoresponde.com.ar
Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Prezado Padre: ouvimos dizer muitas vezes que a Igreja é “santa”, porém, para dizer a verdade, o que eu vejo é que muitos [cristãos] são pecadores (e, entre estes, há sacerdotes, religiosas e leigos). Inclusive, como se diz às vezes, alguns dos que vão à Missa são piores do que muitos que não vão. Como entender isto? Não é hipocrisia afirmar que a Igreja é “santa”?

Quantos cristãos se escandalizam da Igreja! Apontam, talvez com maior ou menor exatidão, os pecados de muitos fiéis, sacerdotes, consagrados e, inclusive, bispos; pecados e escândalos que fariam ruborecer de vergonha a qualquer homem de bem. E isto os “escandaliza”, isto é, lhes torna pedra de tropeço em sua fé na Igreja, em sua confiança e em seu amor por ela.

Tais pessoas têm razão? Não! Enxergam bem, mas raciocinam mal, inferindo erroneamente.

A Igreja é Santa! É Santa e santificadora! Apesar dos pecados de seus filhos!

Mas como entender o paradoxo desta santidade?

1. A IGREJA É SANTA

A Igreja é santa! As palavra de São Paulo não nos permitem duvidar: “Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo, em virtude da palavra, para apresentá-la a Si mesmo toda gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e imaculada” (Efésios 5,25-27). Se dizemos que a palavra de Jesus Cristo é eficaz e efetiva em tudo o que diz (e, por isso, se Ele diz: “Isto é o meu Corpo”, esse pão já não é pão mas o seu Corpo), quanto mais efetivos não serão os seus atos e o seu sacrifício! Ele se entregou por ela (=a Igreja) para santificá-la! Portanto, ela é santa porque o sacrifício de Cristo é eficaz.

“A Igreja é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, a quem com o Pai e o Espírito Santo é proclamado ‘o único Santo’ amou à Igreja como sua esposa, entregando-se a Si mesmo por ela para santificá-la (cf. Ef. 5,25-26), a uniu a Si como seu próprio Corpo e a enriqueceu com o dom do Espírito Santo para a glória de Deus”[1].

A Igreja é duplamente santa:

a) É santa, em primeiro lugar, porque ela é o próprio Deus santificando os homens em Cristo por seu Espírito Santo. Dizia Pio XII: “Esta piedosa mãe brilha sem mancha alguma em seus sacramentos, com que alimenta seus filhos; na fé, que sempre conserva incontaminada; nas santíssimas leis, com que obriga a todos; nos conselhos evangélicos com que adverte; e, finalmente, nos dons celestiais e carismas, com os quais, inesgotável em sua fecundidade, dá à luz a incontáveis exércitos de mártires, virgens e confessores”[2].

Esta é santidade “objetiva” da Igreja. Ela é um canal inesgotável de santidade porque nela Deus coloca à disposição dos homens os grandes meios de santidade:

  • Seus tesouros espirituais – os Sacramentos – entre os quais o principal é o próprio Cristo sacramentado, fonte de toda santidade.
  • Sua doutrina santa e imaculada, que finca suas raízes no Evangelho.
  • Suas leis e conselhos, que são prescrições e convites à santidade.
  • O Sangue de Cristo tornado bebida cotidiana do cristão.
  • A misericórdia do perdão oferecido sacramentalmente aos pecadores.

b) Em segundo lugar, a Igreja é santa porque ela é a humanidade em vias de santificação por Deus. Este é o aspecto complementar do item anterior, ou seja, a santidade “subjetiva” da Igreja.

Os canais de santidade são derramados sobre os filhos da Igreja e, se não sobre todos, pelo menos sobre muitos produz verdadeiros frutos de santidade. Ela é o seio que incessantemente gera frutos de santidade.

Voltaire, apesar de seu ódio contra a Igreja, reconhecia: “Nenhum sábio teve a menor influência nos costumes na rua em que morava; porém, Jesus Cristo influi sobre todo o mundo”. Essa influência são os santos. Quanta diferença entre os frutos “naturais” do Paganismo e os do Cristianismo! Quando a Igreja gera filhos nas águas do batismo, os dá à luz com gérmens de graça e santidade, os quais, quando os homens não colocam obstáculos, crescem e dão ao mundo extraordinárias obras de caridade. Por isso, a Igreja, desde seu início na Jerusalém dos Apóstolos, começou a popular o mundo com:

  • Jovens virgens, testemunhas da pureza.
  • Mártires da fé.
  • Missionários e apóstolos
  • Ermitães e monges penitentes
  • Incansáveis operários da caridade, que consagraram suas vidas aos enfermos, aos pobres, aos famintos, aos abandonados…
  • Seus filhos inventaram os hospitais, leprosários, asilos…

Na Antiguidade se contava a história de Cornélia, a mãe dos Gracos, filha de Escipião Magno, a qual vendo uma de suas amigas fazendo ostentação de suas joias, com um gesto apontou para os seus filhos – futuros heróis de Roma – e disse-lhe: “Estes são os meus ornamentos e as minhas joias!”. Com quanta razão mais a Igreja pode dizer ao mundo, apontando para os santos de todos os tempos: “Estes são as minhas joias!”

E apenas isto já fala da santidade da Igreja, pois para fazer um só santo é necessário um poder divino, já que apenas a graça do Espírito Santo pode santificar um homem. E a Igreja não deixa de ter santos nem quando os horizontes são os mais sombrios!

Três sinais, entre muitos outros – dizia Journet – tornam visível esta santidade da Igreja:

1º) Ela é uma voz que não deixa de proclamar ao mundo as grandezas de Deus. Essa constância em proclamar e cantar as maravilhas de Deus é a sua razão de ser. Encontramos a Igreja ali onde escutamos sem cessar cantar as maravilhas de Deus, defender Sua honra dos erros do mundo, dar testemunho de Sua grandeza e Sua misericórdia para com os homens.

2º) Ela é uma “sede inextinguível” de unir-se a Deus. A Igreja está onde suspiram todos os que esperam a manifestação do Rosto de Deus, os que esperam a vinda de Cristo, os que não se apegam a este mundo e suspiram por uma pátria melhor, os que se sentem como os desterrados filhos de Eva.

3º) Ela é um zelo insaciável por dar Deus aos homens. A encontramos ali onde, com infatigável ardor, existe um verdadeiro cristão que trabalha pela conversão dos pecadores, por fazer que os ignorantes conheçam a Deus, por levar o Evangelho aos que ainda não o ouviram…

Porém…

2) NEM TUDO É SANTO NA IGREJA

A Igreja é santa e santificadora, porém, muitos dos seus filhos são pecadores e a Igreja, consciente disso, não os exclui de seu seio, salvo em casos extremos. Dizia Pio XII: “Que todos aborreçam o pecado. Porém, quem pecou e não se tornou indigno, por sua contumácia, da comunhão dos fiéis, seja acolhido com amor… Pois mais vale, como adverte o Bispo de Hipona, ‘ser curado permanecendo no corpo da Igreja, do que serem cortados dela como membros incuráveis. Porque não é desesperada a cura daquilo que ainda está unido ao corpo, enquanto que, tendo sido amputado, já não pode ser curado nem sanado'”[3].

Os pecadores são membros da Igreja, mas não o são no mesmo grau nem do mesmo modo que o justo; e assim é rigorosamente exato o que disse o Cardeal Journet: quanto mais se peca, menos se pertence à Igreja. Por isso, a maioria dos autores é categórica em afirmar que é inconcebível uma Igreja integrada exclusivamente por pecadores.

Se os pecadores são membros da Igreja, o são não em razão dos seus pecados, mas por causa dos valores espirituais que subsistem neles e em cuja virtude, todavia, permanece viva de alguma forma: valores espirituais pessoais (fé e esperança teologais informes, caráteres sacramentais, aceitação da hierarquia etc.), aos quais é preciso acrescentar os impulsos interiores do Espírito Santo e a influência da comunidade cristã que os envolve e arrasta em seu seio, tal como uma mão paralisada, que nada pode fazer por si, ainda assim participa de todos os deslocamentos e mudanças de toda a pessoa humana.

E podemos prosseguir dizendo que, apesar dos pecadores, a Igreja é santa e imaculada? Sim! A Igreja continua sendo a Igreja dos Santos, apesar do pecado e inclusive em seus membros pecadores. Como isto pode ser possível? Porque, assim como a santidade é uma realidade da Igreja e que, como tal, não está só na Igreja mas também procede da Igreja, o pecado não é uma realidade “da Igreja”; mesmo quando o pecado estiver na Igreja, não procede dela, precisamente por ser o ato com que alguém nega a influência da Igreja.

Mais ainda: à medida em que aceita permanecer na Igreja santificadora, mesmo que seja apenas por fé e sem caridade, esta (=a Igreja) o ajuda em sua luta contra o pecado. Por isso, Journet dizia: “A Igreja carrega, dentro de seu coração, Cristo lutando contra Belial”.

Por isso, o pecado não pode impedir que a Igreja seja santa, mas pode impedir que seja tão santa quanto deveria! Dizia Santo Ambrósio: “Não nela, mas em nós é ferida a Igreja. Vigiemos, pois, para que a nossa falta não constitua uma ferida para a Igreja”[4].

Assim, então, concluía o Cardeal Journet: “A Igreja divide em nós o bem e o mal. Fica com o bem e deixa o mal… [A Igreja] não está livre de pecadores, mas está sem pecado. Por isso, não é pecadora nem pode pedir perdão por seus pecados. Pede, ao contrário, perdão para os pecados de seus filhos e por isso ‘a Igreja [é] santa e, por sua vez, necessitada da purificação’ em seus filhos”[5].

Monsenhor Tihamer Toth dizia: “A Igreja somos nós: eu, tu, nós, todos… e quanto mais bela é a nossa alma, mais [bela a Igreja]”.

E outro autor pôde escrever: “A Igreja é um mistério: tem sua cabeça oculta no céu, sua visibilidade não a manifesta mais do que de um modo sumamente inadequado; se procurais o que a representa sem traí-La, contemplai ao Papa e ao Episcopado, que nos ensinam nas coisas de fé e costumes; contemplai aos seus santos no céu e na terra; não vos fixeis em nós, pecadores. Ou melhor: vede como a Igreja cura as nossas chagas e nos conduz com dificuldades à vida eterna… A grande glória da Igreja é constituída pelo fato de ser santa com membros pecadores”[6].

—–
NOTAS:
[1] Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática
Lumen Gentium, nº 39.
[2] Encíclica
Mystici Corporis, nº 30.
[3] Idem, nº 10.
[4]
De Virginitate 8,48; PL 16,278-D.
[5] Constituição Dogmática
Lumen Gentium, nº 8.
[6] J. Maritain.
Religião e Cultura. Paris, 1930, p.60.

As incoerências religiosas

Fonte: Encontro com o Bispo

Na parábola dos dois filhos, escutada na proclamação do Evangelho de hoje, somos confrontados com posições muito reais que devemos encarar de frente, pois podemos descobrir nesta parábola nossas próprias incoerências.

Descobrimos três pessoas: um pai e dois filhos. Naturalmente identificamos o pai com Deus; o primeiro filho com Israel, o povo eleito; o segundo com os gentios, os não pertencentes ao povo israelita, mas que se converteram e foram os primeiros a labutar na «vinha».

Na parábola, o pai indica aos filhos que se dediquem ao trabalho da vinha. O primeiro diz que irá trabalhar,mas não vai. O segundo diz que não irá trabalhar, mas depois, vai. E jesus termina perguntando qual dos dois cumpriu a vontade do pai…

A parábola inicialmente pode parecer-nos perturbadora. Todavia, Jesus vem avaliar a nossa franqueza e a nossa lealdade. Ainda hoje Deus continua a ter dois filhos: na Igreja, nas nossas comunidades cristãs, no mundo… subsistem sempre os dois filhos. Uns solicitam o Batismo, dizem «sim», mas, logo, na vida real, o seu «sim» é mudado em muitos «nãos». Porém, existem muitas pessoas que nunca aceitaram claramente a Deus, mas na sua experiência diária amam o irmão, dedicam-se aos outros, praticam desprendidamente a caridade, tem até mesmo em suas vidas u sentido de Deus.

Sob uma fictícia teimosia, pode existir um verdadeiro amor que no instante próprio se exterioriza francamente. No oposto, certas formas de obediência podem constituir apenas desinteresse, por falta de amor autêntico. É o fato das pessoas que pronunciam sempre «sim», porque não são capazes de dizer «não»: verdadeiramente nunca passam das palavras às obras, não sentem necessidade de conversão.

Jesus, como desfecho da parábola, pôs em confrontação a disposição dos filhos do Povo Eleito com a dos pagãos. De igual modo, o profeta Ezequiel – como escutamos na primeira leitura – comparou o modo de julgar do povo israelita com a maneira como Deus procede. Pelo brado do profeta, Deus pretende repreender os esquemas simplistas com que, às vezes, classificamos sem recurso as pessoas, ou as fazemos joguetes das desgraças. Para Deus todo o homem, mesmo grande pecador, tem capacidade de se converter, como também aquele que se acha bom e justo, pode cair. O Senhor conhece-nos bem e espera que empreguemos conscientemente a nossa autonomia.

As palavras do profeta, confirmadas pelas sentenças de Jesus no final da parábola, são palavras fortes, que encerram uma denúncia sempre atual. Devemos pensar séria e autenticamente sobre elas, para ver qual é a nossa forma de agir: se copiamos os que se pensam bons e não fazem nenhuma tentativa por se converterem, ou se respeitosamente nos identificamos pecadores e com mansidão nos convertemos ao Senhor, consoante o apelo de S. Paulo.

A segunda leitura vem fortalecer as duas leituras antecedentes. A comunidade de Filipos era admirável e São Paulo vangloriava-se dela. Mas lá, como também acontece nas nossas melhores comunidades, havia a dificuldade da inveja entre cristãos. Existia quem desejasse distinguir-se, pretendendo ter o encargo de alguma função a seus olhos relevante (a proclamação da Palavra durante as celebrações litúrgicas, a administração dos bens da comunidade, a organização da vida comunitária, a responsabilidade pelos cânticos…). É verdade que aspiravam a tais incumbências para ajudar os irmãos, mas também para afirmação própria, para mandar, para se exibirem. Ou seja, havia algo de podre por baixo da intenção de servir.

São Paulo, que sempre guardara muito afeto pelos Filipenses, pede-lhes que lhe dêem a imensa alegria de conviverem sem interesse, sem espírito de preponderância, mas unidos em efetiva caridade, não pretendendo o próprio proveito, mas o dos outros. O Apóstolo não se apraz em aconselhar: indica o modelo, Jesus Cristo, e pede que nas relações recíprocas procurem retratar a sensibilidade e as maneiras de agir de Jesus.

Tomara que com a reflexão destes textos, escritos há mais de dois mil anos, mas atuais, consigamos corrigir alguma postura menos correta que em nós ainda persista, a fim de sermos verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, presente através de cada um de nós, no mundo de hoje.

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