Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte (Brasil)

BELO HORIZONTE, domingo, 16 de julho de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos artigo de Dom Walmor Oliveira Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (Minas Gerais), difundido essa semana pelo site da Arquidiocese de Belo Horizonte.

“Jesus chamou os doze”

(Mc 6,7)

‘Jesus chamou os doze’. Este gesto sela o mais profundo vínculo do discípulo com o seu Mestre e Senhor. Só Deus pode chamar. Chamar é ato próprio do amor de Deus. Um ato de amor que se constitui em fonte sustentadora de toda a vida. O amor de Deus se revela, pois, no chamamento. A iniciativa nasce do coração de Deus e se derrama no coração de todo aquele que é chamado. Na verdade, o gesto amoroso de Deus ao chamar configura o núcleo mais profundo da consciência do discípulo. O discípulo não é por si. O que ele é nasce e se sustenta neste gesto amoroso de chamamento. Esta luz é que mantém acesa a consciência do discípulo em relação àquele que o chama. Só na medida em que esta consciência de chamado preside o dia a dia do discípulo é que ele consegue força e sabedoria para construir sua conduta e vivê-la com fidelidade. A consciência de ser chamado é a consciência de ser amado e de amar. A quem se ama, de verdade, o amor experimentado não permite esquecimento em momento algum. É uma força de presença que alimenta o vínculo e todo gesto, e cada momento se reporta àquele que se ama. Compreende-se assim que o gesto amoroso de Deus chamando é a base da consciência do discípulo. Uma consciência que se desdobra na compreensão da missão que ele recebe d’Aquele que o chama e o envia. E a vida se torna, em tudo e em cada circunstância, um ser e um fazer que expressa esta intimidade profunda com força de gerar a novidade da vida e o poder de transformação das suas condições. A força vem d’Aquele que chama. Aquele que é chamado ganha d’Ele a força de sua ação.