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Tesouros de Roma (I) – Basílica de São Pedro no Vaticano

Autor: Anônimo
Fonte: http://www.primeroscristianos.com/
Tradução: Carlos Martins Nabeto

O MARTÍRIO DE SÃO PEDRO

San Pedro

São Pedro foi martirizado durante a perseguição contra os cristãos decretada por Nero após o incêndio de Roma, no ano 64. O Príncipe dos Apóstolos havia chegado à Urbe alguns anos antes, seguindo a ordem do Senhor expressa no Evangelho de Marcos: “Ide pelo mundo todo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado, se salvará; quem não crer, se condenará”.

Ele foi o primeiro a confessar a divindade do Senhor, tinha acompanhado o Senhor durante os três anos de Sua vida pública e havia recebido do Mestre as chaves do Reino dos Céus: era a cabeça da Igreja e sua presença na capital do Império transformava esta cidade no centro e coração da nascente expansão cristã.

Após uma vida ao serviço da Igreja, quando começou a perseguição, Pedro compreendeu que havia chegado o momento de seguir a Cristo até identificar-se totalmente com Ele. Não tardou para ser preso e justiçado em uma cruz, de cabeça para baixo, pois em sua humildade julgou não ser digno de morrer da mesma forma que Nosso Senhor.

É muito provável que o lugar de seu martírio foram os “hortinerones”, umas terras que o imperador possuía nos arredores da antiga Roma, junto à colina Vaticana. Ali Calígula havia começado a erguer um circo particular, cuja construção foi prosseguida por Cláudio e finalmente concluída nos tempos de Nero. Talvez a execução de Pedro tenha ocorrido durante um dos espetáculos que eram celebrados nesse lugar.

Circo Vaticano según un grabado de Carlo Fontana, 1694

Circo de Nero (reprodução)

Às vezes, Nero abria as portas do seu estádio aos cidadãos de Roma e ele mesmo corria em seu carro vestido de auriga diante do povo que o aclamava. Da dinâmica daquelas festas durante a perseguição aos cristãos o historiador pagão Tácito deixou-nos um bom testemunho: “Os que morriam eram tratados com escárnio. Cobertos de peles de animais, eram degolados por cães; ou suspensos em cruzes; ou, inclusive, quando o sol se punha, eram queimados vivos para iluminar a escuridão da noite”.

Plantas del Circo Vaticano y de la actual Basílica.

Circo de Nero x Lugares Santos(plantas)

Os cristãos recolheram o corpo sem vida de Pedro e o enterraram junto à ladeira da colina Vaticana, bem próxima ao estádio de Nero, ainda que se tratasse de propriedade do imperador. A tumba era de humilde terra, porém, desde o primeiro momento, converteu-se em destino frequente de visitas por parte dos cristãos romanos.

Antigas tradições afirmam que o primeiro Papa habitava no Esquilino, na casa do senador Pudente, que foi uma das primeiras “domus ecclesiae” na Urbe e sobre a qual posteriormente foi edificada a basílica de Santa Pudenciana. Também deve ter sido frequente a presença de Pedro na casa de Áquila e Priscila (o casal que colaborava com São Paulo, de quem o Apóstolo dos Gentios fala diversas vezes em suas cartas), que ficava no Aventino, onde hoje se alça a pequena igreja de Santa Prisca.

Muitos pedidos faziam os primeiros cristãos diante da tumba de São Pedro. Restava natural que esta veneração se traduzisse também materialmente, em um progressivo enriquecimento da tumba de Pedro. É seguro que pelo menos desde o século II já se havia edificado um modesto monumento funerário sobre a primitiva tumba de terra.

Por outro lado, os cristãos não esqueciam as palavras que o Senhor dirigiu a Simão, conferindo-lhe um novo nome enquanto lhe apontava a nova missão que deveria concretizar: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Segundo a Tradição, o altar da basílica constantiniana foi construído, no século IV, sobre o antigo monumento funerário de Pedro; e exatamente encima, englobando e protegendo os anteriores, foram erguidos os sucessivos altares de Gregório Magno e de Calixto II, nos séculos VI e XII, respectivamente. Por fim, quando Clemente VIII mandou construir, em 1594, o atual altar da Confissão, foi levantado, novamente, cobrindo os anteriores.

Sección de la Basílica y de la necrópolis.
Em laranja: Basílica de São Pedro; em preto: necrópole

A TUMBA DE SÃO PEDRO

Durante muitos séculos, movidos pela fé e por sua confiança nesta Tradição, os peregrinos que chegavam a Roma, vindos de todas as partes, veneraram a memória do Príncipe dos Apóstolos em sua Basílica, convencidos de que ali se encontrava a sua tumba. Atualmente, graças às escavações arqueológicas realizadas em meados do século XX por desejo de Pio XII, é possível rezar diante da própria sepultura de São Pedro.

Essas escavações nada mais fizeram senão confirmar, ponto por ponto, os dados que tinham sido transmitidos pela Tradição: foi descoberto o circo de Nero, uma necrópole com sepultaras pagãs e cristãs em bom estado de conservação e, sobretudo, foi encontrado o humilde monumento da tumba de Pedro, que correspondia às antiquíssimas descrições literárias desse edículo e que, com efeito, se encontra justamente embaixo dos sucessivos altares da Basílica.Também ficou comprovado que, em volta dessa tumba, havia muitas outras escavadas apressadamente, para que estivessem o mais próximo possível da central; e foi extremamente revelador o estudo dos “grafitti” – ou inscrições – nas paredes, pois indicam de modo evidente que aquele era um lugar de culto cristão e continham numerosas aclamações a Pedro.

El muro de los grafitti
O muro dos “grafitti”

Uma dessas inscrições havia sido gravada junto a um pequeno lóculo ou abertura no muro. Esse nicho continha os restos de um homem idoso, de constituição robusta e que em algum momento haviam sido envoltos em um tecido de cor púrpura e ouro. A inscrição sobre o lóculo dizia, em grego: PETROS ENI, isto é, “Pedro está aqui”.

Interior del lóculo

O interior do lóculo

Fragmento de muro en el que se aprecia la inscripción PETROS ENI.
Fragmento de muro en el que se aprecia la inscripción PETROS ENI.

Fragmento de muro em que aparece a inscrição “Petros eni”: “Pedro está aqui”

A Igreja de Cristo é romana porque a Providência divina dispôs que em Roma estivesse a Sé de Pedro, fonte de unidade e garantia da transmissão do Depósito da Fé revelada. Para um cristão que goza da luz da fé, Roma não é apenas uma cidade de grande interesse artístico ou histórico, mas muito mais: é a sua Casa, um retorno às suas origens, o cenário de uma maravilhosa história: a do Amor infinito de Deus que quer chegar à humanidade inteira, que será sempre atual e que nos interpela especialmente no início do Terceiro Milênio, quando todos os filhos da Igreja têm diante de si o caminho da Nova Evangelização.

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Papa explica que quem está em Cristo «não tem medo de nada nem de ninguém»

O senhorio de Cristo sobre o cosmos é a «chave» para uma relação correta com o Criador

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O cristão «não tem medo de nada nem de ninguém», pois Cristo, cabeça da Igreja, é o Senhor do cosmos, assegurou Bento XVI nesta quarta-feira, durante a audiência geral realizada na Sala Paulo VI.

Continuando com o ciclo sobre São Paulo, no bimilênio de seu nascimento, o Papa explicou um aspecto da doutrina paulina contido nas cartas aos Colossenses e aos Efésios – duas cartas «quase gêmeas», explicou – que é a consideração de Cristo como «cabeça» da Igreja e de todo o cosmos, e as implicações que isso tem para a vida dos cristãos.

Este «senhorio de Cristo» sobre «as potências celestes e o cosmos inteiro» constitui «uma mensagem altamente positiva e fecunda» para o homem pagão de ontem e de hoje, explicou aos mais de quatro mil peregrinos que participaram do encontro.

«Para o mundo pagão, que acreditava em um mundo cheio de espíritos, em grande parte perigosos e contra os quais era preciso defender-se, aparecia como uma verdadeira libertação o anúncio de que Cristo era o único vencedor e de que quem estava com Cristo não tinha que temer ninguém.»

O Papa acrescentou que «o mesmo vale para o paganismo de hoje, porque também os atuais seguidores destas ideologias veem o mundo cheio de poderes perigosos. A estes é necessário anunciar que Cristo é vencedor, de modo que quem está com Cristo, quem permanece unido a Ele, não deve temer nada nem ninguém».

Iswo é importante também para os cristãos, acrescentou: «devemos aprender a enfrentar todos os medos, porque Ele está acima de toda dominação, é o verdadeiro Senhor do mundo».

Cristo, explicou o Papa, «não tem que temer nenhum eventual competidor, porque é superior a qualquer forma de poder que tentar humilhar o homem. Só Ele ‘nos amou e entregou a si mesmo por nós’ (Ef 5, 2). Por isso, se estamos unidos a Cristo, não devemos temer nenhum inimigo e nenhuma adversidade; mas isso significa também que devemos permanecer bem unidos a Ele, sem soltar!».

Isso tem outra implicação, assinalou, e é que o cosmos «tem sentido»: «não existe, por uma parte, o grande mundo material e por outra esta pequena realidade da história da nossa terra, o mundo das pessoas: tudo é um em Cristo».

Esta visão não só é «racional», mas é inclusive «a mais universalista»: «a Igreja reconhece que Cristo é maior que ela, dado que seu senhorio se estende também além de suas fronteiras».

«Tudo isso significa que devemos positivamente considerar as realidades terrenas, porque Cristo as recapitula em si, e ao mesmo tempo, devemos viver em plenitude nossa identidade específica eclesial, que é a mais homogênea à identidade do próprio Cristo», acrescentou o Papa.

Desta consciência vem aos cristãos «a força de atuar de forma reta», tanto diante dos demais como com a criação, explicou.

«Estas duas cartas são uma grande catequese, da qual podemos aprender não só como ser bons cristãos, mas também como chegar a ser realmente homens. Se começamos a entender que o cosmos é a marca de Cristo, aprendemos nossa relação reta com o cosmos, com todos os problemas de sua conservação.»

Assim também «aprendemos a vê-los com a razão, mas com uma razão movida pelo amor, e com a humildade e o respeito que permitem atuar de forma correta», acrescentou.

Por outro lado, «se pensamos que a Igreja é o Corpo de Cristo, que Cristo se deu a si mesmo por ela, aprendemos como viver com Cristo o amor recíproco, o amor que nos une a Deus e que nos faz ver ao outro como imagem de Cristo, como Cristo mesmo».

Diante deste «mistério de Cristo», afirmou o Papa, «as meras categorias intelectuais são insuficientes».

«Reconhecendo que muitas coisas estão além de nossas capacidades racionais, devemos confiar na contemplação humilde e gozosa não só da mente, mas também do coração. Os pais da Igreja, por outro lado, nos dizem que o amor compreende muito mais que a razão apenas», concluiu.

A Eclesiologia Protestante

“Um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,5)

A palavra eclesiologia vem do grego eclesia (=igreja) e logia (=estudo), sendo assim eclesiologia o estudo da Igreja.

Em debate com um pastor protestante, ele me afirmara que “A Igreja Coluna da Verdade é composta por todos os salvos pelo sangue de Jesus, independente das divisões doutrinárias”.

O protestantismo prega uma Igreja invisível, que abriga várias doutrinas até mesmo contraditórias entre si; que o importante é “aceitar Jesus”. Mas será que há verdade na eclesiologia protestante?

O Santo Apóstolo Paulo nos ensina que Deus ressucitou Cristo dos Mortos “pondo-o à sua direita nos céus” (Ef 1,20) e “o constituiu como cabeça da Igreja. Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1,22-23).

E como uma Igreja invisível que abriga verdades até mesmo excludentes, pode ser “corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos”, o reflexo perfeito da verdade única (Jo 14,6) que é Cristo?

A Igreja ensinada pelos protestantes é falsa, formada de baixo para cima, formada por homens, e não por Cristo; invisível, sem governo e hirarquia.

E com é a Igreja verdadeira?

  1. É visível. Cristo fundou uma Igreja visível, “que não pode se esconder” e a compara a “uma cidade edificada sobre um monte” (Mt 5,14), portanto bem visível a todos. A visibilidade da Igreja não está em seus prédios, mas em seu governo, sua hierarquia.
  2. É única. A Igreja de Cristo confessa “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,5).
  3. É Católica. Católica quer dizer universal. Ela é universal pois está no mundo inteiro, em todas as nações, como ordenou nosso Senhor: “Portanto, ide, ensinai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
  4. É Apostólica. Pois guarda a tradição dos apóstolos (At 2,42) e a sucessão regular dos bispos, dos apóstolos até os bispos atuais.
  5. É Romana. Foi necessário para o desenvolvimento do Cristianismo a transferência da sede de Jerusalém para Roma. São Pedro escreve sua primeira epístola como Bispo de Roma; o pseudônimo para Roma é Babilônia (1Pd 5,13).

Autor: Prof. Alessandro Lima
Fonte: Veritatis Splendor

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