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Bento XVI: João Paulo II “consumiu-se” por Cristo e por todo o mundo por amor

VATICANO, 30 Mar. 10 / 06:32 am (ACI).- Ao presidir na tarde de ontem na Basílica de São Pedro, a Eucaristia ao celebrar o 5° aniversário da morte do Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI ressaltou a profunda fé, a grande esperança e a total caridade que marcou a vida de Karol Wojtyla e como “consumiu-se por Cristo, a Igreja” e o mundo inteiro por amor.

Em sua homilia da Missa de ontem ao celebrar o 5º aniversário da morte de João Paulo II ocorrida em 2 de abril de 2005, o Papa Bento XVI explicou que um “servo de Deus” é aquele que atua com firmeza inquebrável, com uma energia que não diminui até que ele tenha realizado a tarefa que lhe foi atribuída, e que, não obstante de carecer dos meios humanos que parecem necessários para alcançar o objetivo, entretanto se apresenta com a força da convicção, sendo o Espírito que Deus pôs nele, que lhe dará a capacidade de atuar com humildade e força, assegurando-lhe o êxito final.

Conforme indica a Rádio Vaticano, o Santo Padre assinalou que “aquilo que o profeta inspirado diz do Servo, podemos aplicar ao amado João Paulo II: o Senhor o chamou a seu serviço e, ao confiar-lhe tarefas de maior responsabilidade, acompanhou-o com sua graça e com sua contínua assistência. Durante seu pontificado, ele se prodigalizou em proclamar o direito com firmeza, sem debilidades nem hesitações, sobre tudo quando tinha que medir-se com resistências, hostilidades e rechaços. Sabia ter sido tomado pela mão do Senhor, e isto lhe possibilitou exercitar um ministério fecundo, pelo qual, uma vez mais, damos férvidas graças a Deus”.

Bento XVI depois se referiu ao evangelho da Segunda-feira Santa, onde São João apresenta o encontro do Jesus com Lázaro, Maria e Marta, destacando que o relato apresenta os “pressentimentos da morte iminente” de Jesus: seis dias antes da páscoa, a sugestão da traição de Judas, a resposta de Jesus que faz alusão aos atos de piedade antes de sua sepultura que fez Maria ao derramar o perfume sobre ele.

O Papa destacou a atitude de Maria como uma expressão de fé e de amor grande para o Senhor, um amor que não calcula, não mede, não se detém em gastos, não põe barreiras, mas que se dá com alegria e busca o bem do outro, que vence as mesquinharias, os ressentimentos, as teimosias que o homem leva às vezes em seu coração. O amor, como o expressou Maria neste gesto, é a regra que Jesus põe para a sua comunidade, um amor que sabe servir até doar a vida.

“O significado do gesto de Maria, que é resposta ao Amor infinito de Deus, difunde-se entre todos os convidados; cada gesto de caridade e de devoção autêntica para Cristo, não permanece como um ato pessoal, não está só relacionado entre o indivíduo e o Senhor, mas relacionado com todo o corpo da Igreja, é contagioso: infunde amor, alegria, luz”, disse o Santo Padre

O Papa Bento XVI depois fez alusão à atitude de Judas, que com o pretexto de oferecer ajuda aos pobres, esconde o egoísmo e a falsidade do homem fechado em si mesmo, encadeado à avidez da posse de bens, que não deixa brotar o bom perfume do amor divino. Um amor que tinha intuído Maria como amor de Deus, um Amor que encontrará sua máxima expressão no madeiro da Cruz. Um amor que durante se expressou durante toda a vida do João Paulo II.

“Toda a vida do venerável João Paulo II se desenvolveu no signo desta caridade, da capacidade de doar-se de maneira generosa, sem reservas, sem medidas, sem cálculo. Aquilo que o movia era o amor para Cristo, a quem tinha consagrado a vida, um amor superabundante e incondicionado. E precisamente porque se aproximou sempre mais a Deus no amor, ele pôde fazer-se companheiro de viagem para o homem de hoje, derramando no mundo o perfume do Amor de Deus”.

“Quem teve a alegria –continuou o Papa– de conhecê-lo e freqüentá-lo, pôde tocar com a mão como estava viva nele a certeza de contemplar a bondade do Senhor na terra dos viventes, como escutamos no salmo responsorial; certeza que o acompanhou no curso de sua existência e que, de maneira particular, manifestou-se durante o último período de sua peregrinação nesta terra: a progressiva debilitação física, em efeito, não derrubou sua forte fé, sua luminosa esperança e sua fervente caridade”.

“Deixou-se consumir por Cristo, pela Igreja, pelo mundo inteiro: o seu, foi um sofrimento vivido até o final por amor e com amor”, concluiu Bento XVI.

Só Cristo é autêntica esperança que dá sentido à vida, diz o Papa Bento XVI

VATICANO, 29 Nov. 09 / 11:55 am (ACI).- Ao presidir as primeiras vésperas do tempo de Advento, o Papa Bento XVI explicou seu significado de autêntica espera, ao mesmo tempo ativa, em que se busca cristo, porque com Ele toda vida humana cobra verdadeiro sentido “mesmo quando outros já não podem nos assegurar nenhum apoio, ainda quando o presente se torna fatigante”.

Ao iniciar sua homilia de ontem pela tarde na Basílica de São Pedro, o Santo Padre explicou que Advento provém da palavra latina adventus, que “pode traduzir-se como ‘presença’, ‘chegada’, ‘vinda’”. “Com a palavra adventus queria dizer substancialmente: Deus está aqui, que não se retirou do mundo, não nos deixou sós. Embora não o possamos ver nem tocar, como acontece com as realidades sensíveis, Ele está aqui e vem nos visitar de múltiplas formas”, disse o Pontífice.

Então, prosseguiu o Papa, “o significado da expressão ‘advento’ compreende, portanto, também o de ‘visitatio’, que quer dizer simples e propriamente ‘visita’. Neste caso, trata-se de uma visita de Deus: Ele entra em minha vida e quer dirigir-se a mim. Todos experimentamos, na existência cotidiana, ter pouco tempo para o Senhor e pouco tempo também para nós. Acaba-se sendo absorvidos pelo ‘afazer”.

Seguidamente o Papa alertou sobre como “às vezes as coisas nos ‘atropelam’. O Advento, este tempo litúrgico forte que estamos começando, nos convida a determo-nos em silencio para perceber uma presença. É um convite a compreender que cada uma das vivencias do dia são sinais que Deus nos dirige, sinais da atenção que tem para com cada um de nós. Quão freqüentemente Deus nos faz perceber algo de seu amor!”

Bento XVI ressaltou logo que outro elemento fundamental do Advento é a espera que é ao mesmo tempo esperança.

“O homem, em sua vida, está em espera constante: quando é menino quer crescer; sendo adulto tende à realização e ao êxito e, avançando na idade, deseja o merecido descanso. Mas chega o tempo em que descobre que esperou muito pouco se, além de sua profissão ou de sua posição social, não fica nada mais por esperar. A esperança marca o caminho da humanidade, mas para os cristãos está animada por uma certeza: o Senhor está presente no transcurso de nossa vida, nos acompanha e um dia enxugará também nossas lágrimas. Um dia, não longínquo, tudo encontrará seu cumprimento no Reino de Deus, Reino de justiça e de paz”.

“Mas há formas muito distintas de esperar. Se o tempo não for repleto com um presente que tenha sentido, a espera corre o risco de tornar-se insuportável; sim esperamos algo, mas neste momento não há nada –quer dizer se o presente ficar vazio– cada instante que passa parece exageradamente longo, e a espera se transforma em um peso muito grave, porque o futuro fica totalmente na incerteza. Entretanto, quando o tempo está dotado de sentido, e em cada instante percebemos algo específico e válido, então a alegria da espera faz que o presente seja mais precioso”.

Depois de reiterar que o Advento se converte então em “ocasião para voltar a despertar em nós o sentido verdadeiro da espera, voltando para o coração de nossa fé, que é o mistério de Cristo”, o Papa sublinhou que “também nós podemos dirigir-lhe a palavra, apresentar-lhe os sofrimentos que nos afligem, nossa impaciência, as perguntas que brotam de nosso coração”.

“Estejamos seguros de que nos escuta sempre! E se Jesus estiver presente, já não existe nenhum tempo sem sentido e vazio. Se Ele estiver presente, podemos seguir esperando, ainda quando outros já não podem nos assegurar nenhum apoio, ainda quando o presente se volta fatigante”.

“Queridos amigos, o Advento é o tempo da presença e da espera do eterno. Precisamente por esta razão é, em especial, o tempo da alegria, de uma alegria interiorizada, que nenhum sofrimento pode cancelar. A alegria pelo fato de que Deus se fez menino”.

“Esta alegria, invisivelmente presente em nós, nos alenta a caminhar confiantes”, concluiu o Papa pedindo à Virgem Maria que “nos obtenha a graça de viver este tempo litúrgico vigilantes e ativos na espera. Amém!”

Mensagem pascal do Papa: ressurreição de Jesus não é teoria

Pronunciada da janela da Basílica de São Pedro, diante de 200 mil peregrinos

CIDADE DO VATICANO, domingo, 12 de abril de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI dedicou a mensagem da Páscoa – pronunciada da janela da Basílica de São Pedro do Vaticano – a mostrar como a ressurreição de Jesus não é uma teoria ou um mito, mas o fato mais significativo da história.

Diante de 200 mil fiéis que enchiam a Praça de São Pedro e as ruas adjacentes, o Papa considerou, por este motivo, que o anúncio da Páscoa limpa as regiões escuras do materialismo e do niilismo, que parecem estender-se nas sociedades modernas.

Em uma manhã de céu coberto, o Santo padre recolheu «uma das questões que mais angustia a existência do homem é precisamente esta: o que há depois da morte?».

«A este enigma – respondeu –, a solenidade de hoje permite-nos responder que a morte não tem a última palavra, porque no fim quem triunfa é a Vida.»

A ressurreição de Jesus «não é uma teoria, mas uma realidade histórica revelada pelo Homem Jesus Cristo por meio da sua ‘páscoa’, da sua ‘passagem’, que abriu um ‘caminho novo’ entre a terra e o Céu».

«Não é um mito nem um sonho, não é uma visão nem uma utopia, não é uma fábula, mas um acontecimento único e irrepetível: Jesus de Nazaré, filho de Maria, que ao pôr do sol de Sexta-feira foi descido da cruz e sepultado, deixou vitorioso o túmulo», sublinhou.

O Bispo de Roma explicou que «o anúncio da ressurreição do Senhor ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos. Refiro-me de modo particular ao materialismo e ao niilismo, àquela visão do mundo que não sabe transcender o que é experimentalmente constatável e refugia-se desconsolada num sentimento de que o nada seria a meta definitiva da existência humana».

De fato, assegurou, «se Cristo não tivesse ressuscitado, o ‘vazio’ teria levado a melhor. Se abstraímos de Cristo e da sua ressurreição, não há escapatória para o homem, e toda a sua esperança permanece uma ilusão».

Com a ressurreição de Cristo, sublinhou, «já não é o nada que envolve tudo, mas a presença amorosa de Deus».

Porém, continuou dizendo, ainda que seja verdade que a morte já não tem poder sobre o homem e o mundo, no entanto, «restam ainda muitos, demasiados sinais do seu antigo domínio».

Por este motivo, o papa afirmou que Cristo «precisa de homens e mulheres que, em todo o tempo e lugar, O ajudem a consolidar a sua vitória com as mesmas armas d’Ele: as armas da justiça e da verdade, da misericórdia, do perdão e do amor».

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