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O Papa confronta o agnosticismo no tema do bem, do mal e da alma

Papa Francisco

ROMA, 02 Out. 13 / 11:02 am (ACI).- Em sua entrevista publicada ontem com o cofundador do jornal italiano La Reppublica, Eugenio Scalfari, o Papa Francisco se referiu ao agnosticismo e assegurou ao seu interlocutor, que não acredita na existência da alma, mesmo que ele não acredite, ele tem uma.

Francisco assegurou que “o proselitismo é uma solene tolice, não tem sentido. Nós temos que conhecer um ao outro, escutar um ao outro, e melhorar o nosso conhecimento do mundo que nos rodeia”.

“Às vezes, depois de um encontro, quero realizar outro porque nascem novas ideias e descubro novas necessidades. Isso é importante: conhecer as pessoas, ouvir, expandir nosso círculo de ideias”.

O Santo Padre assinalou que “o mundo está atravessado por caminhos que se aproximam e se separam, mas o importante é que eles nos levam para o Bem”.

“Cada um tem a sua própria ideia do Bem e do Mal e deve escolher seguir o Bem e combater o Mal, como o entende. Isso bastaria para melhorar o mundo”, assegurou.

O Papa indicou que “cada um de nós tem uma visão do Bem e do Mal. Nós devemos encorajar as pessoas a caminharem em direção ao que elas consideram ser o bem”.

A graça, disse, “não é parte da nossa consciência, é a quantidade de luz que temos na nossa alma, não de conhecimento ou de razão. Inclusive o senhor, sem o saber, poderia ser tocado pela graça”, pois “a graça diz respeito à alma”.

Depois de Scalfari assinalar que ele não acredita na alma, Francisco lhe disse “não acredita, mas você tem uma”.

O Santo Padre perguntou a seu entrevistador “você, leigo, que não acredita em Deus, em que você acredita? Você é um escritor e um homem de pensamento. Você acredita em alguma coisa, você deve ter um valor dominante. Não me responda com palavras como honestidade, busca, a visão do bem comum, todos princípios e valores importantes, não é isso que estou perguntando”.

“Estou perguntando o que você considera ser a essência do mundo, sem dúvida, do universo. Você deve se perguntar, é claro, como todo mundo, quem somos, de onde viemos, para onde vamos. Inclusive as crianças fazem essas perguntas a si mesmas. E você?”.

Scalfari agradeceu ao Papa por sua pergunta e lhe respondeu que ele acredita “no Ser, que está no tecido do qual surgem as formas e os corpos”.

“E eu acredito em Deus”, respondeu o Santo Padre, precisando que não se trata de “um Deus Católico, não há Deus Católico, há Deus e creio em Jesus Cristo, sua encarnação. Jesus é o meu mestre e meu pastor, mas Deus, o Pai, Abba, é a luz e o Criador. Esse é o meu Ser. Você acha que estamos muito distantes?”.

O Santo Padre pediu também ao diretor de La Reppublica que defina “o que você chama o Ser”.

Segundo Scalfari, “o Ser é uma fábrica de energia. Energia caótica, mas indestrutível e caos eterno. As formas emergem da energia quando ela atinge o ponto de explosão”.

Para o jornalista italiano, “as formas têm as suas próprias leis, os seus campos de magnetismo, os seus elementos químicos, que combinam aleatoriamente, evoluem e eventualmente são extintos, mas a sua energia não é destruída.”.

“O homem é provavelmente o único animal dotado de pensamento, ao menos, no nosso planeta e no sistema solar. Disse que ele é guiado por instintos e desejos, mas eu acrescentaria que ele também contém dentro de si uma ressonância, um eco, uma vocação de caos” disse Scalfari.

O Papa Francisco assinalou ao jornalista italiano que “do meu ponto de vista, Deus é a luz que ilumina a escuridão, mesmo se não a dissolve, e uma fagulha de luz divina está dentro de nós”.

“Na carta que lhe escrevi, você irá lembrar que disse que as nossas espécies terminarão, mas a luz de Deus não terminará e nesse ponto ela invadirá todas as almas e estará toda em todos”.

O Santo Padre lhe disse ao jornalista italiano que “demos um passo à frente no nosso diálogo”.

“Observamos que na sociedade e no mundo em que vivemos o egoísmo tem aumentado mais do que o amor pelos outros, e que os homens de boa vontade precisarão trabalhar, cada qual com os seus pontos fortes e experiência, para garantir que o amor aos outros aumente até que seja igual e possivelmente exceda o amor por si mesmo”, indicou.

Faleceu Bernard Nathanson, outrora chamado “o rei do aborto” que se converteu em líder pró-vida

NOVA IORQUE, 23 Fev. 11 / 10:55 am (ACI)

Bernard Nathanson, o célebre médico que se converteu em um incansável líder pró-vida após realizar 75 mil abortos, faleceu esta segunda-feira 21 de fevereiro em Nova Iorque vítima de câncer.

Nathanson, de 84 anos de idade, foi um dos mais ativos promotores da legalização do aborto nos Estados Unidos e um dos fundadores da Liga de Ação Nacional pelo Direito ao Aborto em 1969 e praticava tantos abortos por dia que seus colegas o batizaram como “o rei do aborto”.

No final da década de 70 graças ao uso da ultra-sonografia se convenceu de que o aborto era o assassinato de um ser humano e começou seu caminho de conversão.

Em 1984 obteve que um amigo médico gravasse o ultra-som de um aborto e a partir desse material realizou o hoje famoso documentário “O grito silencioso” que revela a verdade sobre esta prática anti-vida e assegura que não há justificação alguma para assassinar um não-nascido.

Nathanson, que admitiu ter feito o aborto de um filho seu, atravessou um longo e intenso caminho espiritual no qual deixou de considerar-se um “judeu ateu” para abraçar a fé católica.

Recebeu os sacramentos de iniciação cristã em dezembro de 1996 em uma cerimônia presidida pelo falecido Arcebispo de Nova Iorque, Cardeal John O’Connor.

“Durante dez anos, passei por um período de transição. Senti que o peso de meus abortos se fazia mais oneroso e persistente, pois despertava cada dia às quatro ou cinco da manhã, olhando à escuridão e esperando (mas sem rezar ainda) que se acendesse uma mensagem declarando-me inocente diante de um jurado invisível”, afirmou Nathanson em uma entrevista.

Sua amizade com o sacerdote católico, o Padre John C. McCloskey, permitiu-lhe descobrir que permanecer no agnosticismo, conduzia-o ao abismo e encontrou na fé católica o consolo que procurou por tanto tempo.

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