Tag: adequada Page 3 of 4

Sacerdotes devem entregar-se à oração e viver com radicalidade, diz autoridade do Vaticano

Roma, 18 Abr. 08 / 07:00 pm (ACI).- A missiva, publicada no fim de semana pelo L’Osservatore Romano, foi escrita em ocasião da Jornada Mundial pela Santificação dos sacerdotes, que se celebra em 30 de maio, Solenidade do Sagrado Coração do Jesus.

Depois de destacar a “prioridade da oração em relação à ação, enquanto que da primeira depende a incessante atividade”, o Cardeal Hummes explica que “da relação pessoal de cada um com o Senhor Jesus depende enormemente a missão da Igreja“.

“A missão, então, deve ser nutrida pela oração. ‘Chegou o momento de reafirmar a importância da oração frente ao activismo e ao secularismo‘ (Bento XVI, Deus caritas est, n° 37). Não nos estanquemos de procurar a sua misericórdia, de deixá-lo olhar e curar as feridas dolorosas de nosso pecado e assombremo-nos frente ao milagre, sempre novo, de nossa humanidade redimida”, prossegue o Cardeal.

Logo de encorajar que os sacerdotes sejam “peritos da misericórdia de Deus em nós, para que assim sejamos instrumentos no abraço, de modo sempre renovado, da humanidade ferida”, o Cardeal sublinhou que “somos, enfim, presbíteros graças ao ato mais alto da misericórdia de Deus e à contemplação de sua predileção: o sacramento da Ordem”.

Seguidamente, assinalou que “a dimensão mais autêntica de nosso sacerdócio é a mendicidade, a oração simples e contínua, que se aprende na oração silenciosa que sempre caracterizou a vida dos santos e é solicitada insistentemente”.

O Prefeito da Congregação para o Clero remarcou que “a única medida adequada, frente a nossa Santa vocação, é a radicalidade. Esta total dedicação, na consciência de nossa infidelidade, pode aparecer somente como uma renovada decisão em oração que, logo, Cristo realiza dia a dia”.

Depois de reconhecer que “o mesmo dom do celibato sacerdotal surge do acolher e viver nesta dimensão de radicalidade e plena configuração a Cristo”, o Cardeal Hummes advertiu energicamente que “qualquer outra posição, em relação à realidade da relação com Ele, corre o risco de converter-se em ideologia”.

“Sejamos fiéis, queridíssimos irmãos, à celebração cotidiana da Santíssima Eucaristia, não para cumprir um esforço pastoral ou um ensino da comunidade confiada a nós, mas sim pela absoluta necessidade pessoal que advertimos em nós, como a respiração, como a luz para nossa vida, como a única razão adequada para uma existência sacerdotal adequada”, alentou.

Ao colocar de relevo a necessidade dos sacerdotes da adoração eucarística cotidiana, o Prefeito assegurou que “como o fato de ser missionária é intrínseco à natureza mesma da Igreja, do mesmo modo a nossa missão está inscrita na identidade sacerdotal, e assim a urgência missionária é uma questão de consciência de nós mesmos”.

“Fundamente imprescindível da inteira vida sacerdotal é a Santa Mãe de Deus. A relação com ela não pode se resolver em uma piedosa prática devocional, mas sim está nutrida pelo contínua entrega, entre os braços da sempre Virgem, de toda a nossa vida, de nosso ministério em sua totalidade”, disse.

“Confiamo-nos à intercessão da Virgem Santa Reina dos Apóstolos, Mãe muito doce, olhamos com ela a Cristo, na contínua tensão de ser totalmente, radicalmente seus. Esta é nossa identidade!”, continuou.

“O Senhor nos guie e proteja a todos e cada um, de maneira especial aos doentes e o que sofrem, na constante oferenda de nossa vida por amor”, finalizou o Cardeal.

Matemático judeu criticado por defender Papa

Entrevista com Giorgio Israel, professo da universidade «La Sapienza»

Por Paolo Centofanti

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 22 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Defender Bento XVI dos ataques dos que se opuseram a sua visita à universidade «La Sapienza», em Roma, implica pagar um preço, confessa Giorgio Israel, professor de Matemática neste centro universitário.

O docente de origem judaica interveio com um artigo em «L’Osservatore Romano» e com declarações públicas para explicar que Joseph Ratzinger defendeu Galileu na conferência pronunciada em 1990, pela qual foi acusado erroneamente por 67 professores (dos 4.500) de «La Sapienza».

Zenit entrevistou o matemático, convencido promotor do diálogo entre fé e religião.

Considera que a imagem e a credibilidade de sua universidade em âmbito nacional e internacional sofreram após a oposição de um grupo de professores e alunos à visita do pontífice?

–Professor Israel: Creio que o dano é muito sério. Recebi cartas por parte de professores norte-americanos que estavam desconcertados; nos Estados Unidos se podem encontram todas as posições possíveis e imagináveis, mas não se dá esta forma violenta de rechaço do diálogo com o Papa, e ademais apenas com o Papa, pois «La Sapienza» tem convidado todos. É algo desconcertante e, portanto, desde meu ponto de vista, o dano para a imagem é muito elevado.

Considerando seu ponto vista pessoal e seus contatos como professor, acredita haver motivações veladas por trás dos pretextos?

–Professor Israel: Não creio. Sei que alguns têm dito que tudo isso se deve, em parte, às rivalidades entre grupos acadêmicos para a reeleição do reitor. Mas francamente não creio. É mais que provável que alguém se aproveite disso, mas meu juízo é que o mundo universitário, que sempre esteve ligado à extrema esquerda, em particular ao partido comunista, com o final da ideologia marxista ficou «órfão» desta ideologia. E, em certo sentido, construíram como uma teologia substituta, como disse George Steiner: o cientificismo e o laicismo mais obstinados. Na universidade encontramos uma concentração sumamente elevada de pessoas que têm uma visão deste tipo, muito mais que no resto da sociedade civil.

Crê que a intervenção do Papa poderia desarticular este tipo de ideologias?

–Professor Israel: Não, pois é um processo sumamente lento. De um ponto de vista, dada a oposição, e as dificuldades circunstanciais, creio que a decisão de não forçar a situação foi muito adequada. Creio que há que distinguir três elementos. Entre os estudantes, o grupo que se opôs é uma pequena minoria, e esta é a maldição de «La Sapienza»: sempre há um grupo de revoltosos que consegue impor sua vontade à imensa maioria dos estudantes. Acredito que entre os estudantes esta posição não está muito estendida. Entre os professores, é diferente. Só assinaram a carta 67, mas creio que são muito mais numerosos os que têm uma posição deste tipo. Digo isso por conhecimento de causa. Logo há muitos que pensam de uma maneira totalmente diferente. É difícil fazer porcentagens. Mas talvez se trata de uma divisão meio a meio. Mas não se trata apenas de 67, são muito mais.

Perante esta situação, penso que foi certo não ir à universidade e dar uma lição de aula, enviando um discurso que em certo sentido desmantela todos os pretextos do rechaço, da oposição à visita do Papa. Do meu ponto de vista, a mudança desta mentalidade apenas pode vir com um processo muito lento, de discussão, no qual se mostre progressivamente que estas posições de caráter cientificista, laicista, radical, são posições equivocadas. Mas, repito, estes processo requerem muito tempo; não é algo que se consegue em poucos dias, nem sequer em meses ou um ano. Precisa de tempo.

Além de tirar de contexto a citação de Ratzinger sobre a frase de Feyerabend na que falava do «caso» Galileu, houve erros de comunicação?

–Professor Israel: Não sei. Penso que tudo isso reflete uma degradação cultural, porque quem faz algo assim e não se envergonha, ou inclusive não se dá conta, como constato em alguns casos, é uma pessoa que culturalmente desceu muito baixo.

Tem sofrido críticas ou ataques por ter tomado posição estes dias?

–Professo Israel: Não vi muitas pessoas estes dias, mas é a situação de sempre. Quer dizer, quem toma posições como as que tomo paga um preço. Há pessoas que deixam de falar com você, porque – repito – é um clima sumamente ideologizado.

Bento XVI promove colaboração entre Santa Sé e ONGs católicas

Cada um segundo sua própria identidade

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 3 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI deu um impulso decisivo à colaboração entre a Santa Sé e as Organizações Não-Governamentais (ONGs) no cenário internacional.

Foi a mensagem que deixou aos participantes no primeiro Fórum de ONGs de orientação católica convocado pela Secretaria de Estado da Santa Sé, de 30 de novembro a 2 de dezembro.

Ao reunir-se com os participantes, 85 instituições católicas de ajuda de todo o mundo, no sábado passado, o bispo de Roma reconheceu que o que as une é «a mesma paixão pela dignidade do ser humano, essa mesma paixão que inspira constantemente a ação da Santa Sé nas diferentes instâncias internacionais».

O Papa constatou que esse encontro tinha dois objetivos: expressar «gratidão e apreço pelo que já fazeis, colaborando ativamente com os representantes pontifícios nas organizações internacionais» e «tornar ainda mais estreita e, portanto, mais eficaz esta ação comum ao serviço do bem integral da pessoa humana e da humanidade».

E «esta unidade de objetivo é possível de ser realizada através de papéis e de formas diferentes».

«De fato, enquanto a diplomacia multilateral da Santa Sé tem de afirmar sobretudo os grandes princípios fundamentais da vida internacional», «a tarefa imediata de trabalhar por uma ordem justa na sociedade corresponde aos fiéis leigos», ou seja, «no caso da vida internacional, aos diplomatas cristãos e membros das ONGs».

Entre os desafios que as ONGs católicas devem enfrentar, o Papa constatou que com freqüência «o debate internacional parece caracterizar-se por uma lógica relativista, que parece considerar como única garantia de uma convivência pacífica entre os povos a negação do direito de cidadania à verdade sobre o homem e sobre sua dignidade, assim como a possibilidade de um atuar ético fundamentalmente sobre o reconhecimento da lei moral natural».

«Deste modo se impõe uma concepção do direito e da política na qual o consenso entre os Estados, alcançado em certas ocasiões em função de interesses particulares e manipulado por pressões ideológicas, acabaria sendo a única e última fonte das normas internacionais», denunciou.

«Os amargos frutos desta lógica relativista na vida internacional são infelizmente evidentes – lamentou: basta pensar, por exemplo, na tentativa de considerar como direitos do homem as conseqüências de certos estilos egoístas de vida, ou o desinteresse pelas necessidades econômicas e sociais dos povos mais fracos, ou o desprezo do direito humanitário ou uma defesa seletiva dos direitos humanos.»

O Papa pediu às ONGs católicas que «encontrem maneiras eficazes e concretas para que os ensinamentos da doutrina social da Igreja sejam percebidos no âmbito internacional».

Neste contexto, alentou-as a «opor ao relativismo a grande criatividade da verdade sobre a dignidade inata do homem e sobre os princípios que dela se derivam».

«Uma criatividade assim permitirá dar uma resposta mais adequada aos múltiplos desafios presentes no debate internacional atual e sobretudo permitirá promover iniciativas concretas, que devem ser vividas com espírito de comunhão e liberdade», concluiu.

Santa Sé esclarece autêntica doutrina sobre a Igreja contra possíveis separações e enganos

“Respostas a algumas perguntas a respeito de certos aspectos da doutrina sobre a Igreja”

VATICANO, 10 Jul. 07 / 12:00 am (ACI).- Com o fim de afirmar o significado autêntico de algumas expressões do Magistério sobre a doutrina da Igreja “que correm perigo de serem tergiversadas na discussão teológica”, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) publicou hoje um valioso documento onde responde a diversos aspectos como a unidade e unicidade da Igreja e o ecumenismo.

O documento “Respostas a algumas pergunta a respeito de certos aspectos da doutrina sobre a Igreja”, leva por data 29 de junho do ano em curso e está assinado pelo Prefeito da Congregação vaticana, Cardeal William Cardenal Levada, e por seu Secretário, Arcebispo Angelo Amato, S.D.B. O documento, cujo texto original está em língua latina, assinala que o Papa Bento XVIaprovou e confirmou estas Respostas, decididas na Sessão Ordinária desta Congregação, e ordenou que fossem publicadas”.

Na introdução, a Congregação reconhece a determinante contribuição do Concílio Vaticano II –especialmente a Constituição dogmática Lumen Pentium; os Decretos sobre o Ecumenismo (Unitatis redintegratio) e sobre as Igrejas orientais (Orientalium Ecclesiarum)– assim como a dos papas Paulo VI e João Paulo II na compreensão mais profunda da eclesiologia católica.

Do mesmo modo, reconhece o sucessivo empenho dos teólogos na temática que, entretanto, e em que pese a que foi muito fecundo, “também necessitou às vezes pontuar e destacar“.

“A vastidão do argumento e a novidade de muitos tema seguem provocando a reflexão teológica, a qual oferece novas contribuições nem sempre isentas de interpretações erradas que suscitam perplexidades e dúvidas”, afirma a CDF e declara sua intenção de “responder afirmando o significado autêntico de algumas expressões eclesiológicas magisteriais que correm perigo de serem tergiversadas na discussão teológica”.

Respostas às cinco perguntas

Em particular, o texto responde às perguntas: “O Concílio Ecumênico Vaticano II mudou a precedente doutrina sobre a Igreja?”; “Como se deve entender a afirmação segundo a qual a Igreja de Cristo subsiste na Igreja católica?”; “Por que se usa a expressão ‘subsiste nela’ e não simplesmente a forma verbal ‘é’?”; “Por que o Concílio Ecumênico Vaticano II atribui o nome de ‘Igrejas’ às Igrejas Orientais separadas da plena comunhão com a Igreja católica?”; e, por último, “Por que os textos do Concílio e do Magistério sucessivo não atribuem o título de ‘Igreja’ às Comunidades cristãs nascidas da Reforma do século XVI?”.

Em resposta ao primeiro questionamento, a CDF responde que “o Concílio Ecumênico Vaticano II nem quis mudar a doutrina sobre a Igreja nem de fato a mudou, mas sim a desenvolveu, aprofundado e expondo mais amplamente”.

Sobre a maneira adequada de entender a afirmação segundo a qual a Igreja de Cristo “subsiste” na Igreja católica, a Congregação esclarece que esta “subsistência” assinalada na constituição conciliar Lumen Gentium “é esta perene continuidade histórica e a permanência de todos os elementos instituídos por Cristo na Igreja católica, na qual, concretamente, encontra-se a Igreja de Cristo nesta terra”.

Apoiada no Magistério eclesiástico, a CDF assinala que “embora possa afirmar retamente, segundo a doutrina católica, que a Igreja de Cristo está presente e operante nas Igrejas e nas Comunidades eclesiásticas que ainda não estão em plena comunhão com a Igreja católica, graças aos elementos de santificação e verdade presentes nelas, o termo ‘subsiste’ é atribuído exclusivamente à Igreja católica, já que se refere precisamente à nota da unidade professada nos símbolos da fé (Creio na Igreja ‘una’); e esta Igreja ‘una’ subsiste na Igreja católica”.

Aprofundando na anterior, a terceira resposta assinala que ao utilizá-la afirmação “subsiste nela” e não simplesmente a forma verbal “é”, se “expressa mais claramente ao fato de que fora da Igreja se encontrammuitos elementos de santificação e de verdade’”.

Ao explicar a razão pela que o Concílio Vaticano II atribui o nome de “Igrejas” às Igrejas Orientais separadas da plena comunhão com a Igreja católica, a CDF reitera a doutrina conciliar que afirma que merecem o título de “Igrejas particulares ou locais” pois, em que pese a que estejam separadas, têm verdadeiros sacramentos, sobre tudo o sacerdócio e a Eucaristia em virtude da sucessão apostólica. Entretanto, também afirma, estas Comunidades cristãs sofrem uma carência objetiva em sua própria condição de Igreja particular ao não estarem em comunhão com o Sucessor de Pedro.

Finalmente, o texto explica que o Concílio e o Magistério sucessivo “não atribuem o título de ‘Igreja’ às Comunidades cristãs nascidas da Reforma do século XVI”, porque “não têm a sucessão apostólica mediante o sacramento da Ordem e, portanto, estão privadas de um elemento constitutivo essencial da Igreja”.

Bento XVI ante sarcófago reencontrado de São Paulo

Nas vésperas ecumênicas da Basílica romana dedicada ao apóstolo

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 26 de janeiro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI pôde contemplar e deter-se em meditação, na tarde desta quinta-feira, ante o reencontrado sarcófago atribuído ao apóstolo São Paulo, que há pouco tempo começou a ser exposto aos peregrinos.

Este momento esperado pelo pontífice, que havia sido pontualmente informado em meses passados sobre os descobrimentos, foi compartilhado com o cardeal Cordero Lanza di Montezemolo, arcipreste da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, nesse templo de Roma, ao concluir a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

O pontífice, que havia deixado os muros vaticanos para participar das vésperas ecumênicas junto aos representantes na Itália das demais confissões cristãs, deteve-se ao final do encontro de oração ante o altar maior para contemplar de perto esse sarcófago que já era visitado pelos cristãos dos primeiros séculos, segundo fontes arqueológicas.

Obras de restauração da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, acabadas em 22 de setembro de 2006, permitiram redescobri-lo, depois de ter sido fechado entre muros de cimento, junto a outros vestígios, nas obras de reconstrução da basílica, após o incêndio que aconteceu em julho de 1823.

Trata-se de um sarcófago de uma longitude de 2,55 metros, de uma largura de 1,25 metro e de uma altura de 0,97 metro. A cobertura é de 0,30 metro de altura.

Durante a homilia das vésperas ecumênicas, o Santo Padre confessou: «Alegro-me em sublinhar que o sepulcro do apóstolo dos povos, ante o qual nos encontramos, foi recentemente objeto de investigações e estudos, após os quais se quis expor aos peregrinos, com uma adequada obra sob o altar maior».

«Quero manifestar minha felicitação por esta importante iniciativa», afirmou.

«Confio à intercessão de São Paulo, incansável construtor da unidade da Igreja, os frutos da escuta e do testemunho comum que pudemos experimentar nos numerosos encontros fraternos e diálogos que aconteceram em 2006, tanto com as igrejas do Oriente como com as comunidades eclesiais no Ocidente», afirmou.

Em uma coletiva, de imprensa concedida em 11 de dezembro de 2006 o cardeal Cordero Lanza di Montezemolo afirmou: «Há vinte séculos se dá uma absoluta concordância no fato de que o túmulo de São Paulo se encontra ali. Ninguém o pôs em dúvida e ninguém o contradisse».

«Este sarcófago nunca se abriu nem estudou, pois se encontrava fechado em um bloco de cimento, construído nos anos 1838-1840», acrescentou o purpurado, de 81 anos, antigo núncio apostólico na Itália e delegado apostólico em Jerusalém.

«Poderia prever-se um estudo de seu interior para satisfazer a curiosidade de quem se pergunta se dentro se encontram os restos do apóstolo. Mas são necessárias as autorizações correspondentes», concluiu o purpurado italiano na coletiva de imprensa. Em última instância, é uma decisão que corresponde ao Papa.

Pregador do Papa: é possível fazer que as crises não desgastem o matrimônio, mas que o melhorem

Comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap., sobre a liturgia do próximo domingo

ROMA, sexta-feira, 6 de outubro de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap. — pregador da Casa Pontifícia — sobre a liturgia do próximo domingo, XXVII do tempo comum.

* * *

E os dois serão uma só carne

XVII Domingo do tempo comum (B)
Gênesis 2, 18-24; Hebreus 2, 9-11; Marcos 10, 2-16

O tema deste XXVII Domingo é o matrimônio. A primeira leitura começa com as bem conhecidas palavras: «Disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma ajuda adequada». Em nossos dias, o mal do matrimônio é a separação e o divórcio, enquanto que nos tempos de Jesus o era o repúdio. Em certo sentido, este era um mal pior, porque implicava também uma injustiça com relação à mulher, que ainda persiste, lamentavelmente, em certas culturas. O homem, de fato, tinha o direito de repudiar a própria esposa, mas a mulher não tinha o direito de repudiar seu próprio marido.

Duas opiniões se contrapunham, com relação ao repúdio, no judaísmo. Segundo uma delas, era lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo, ao arbítrio, portanto, do marido; segundo a outra, ao contrário, se necessitava de motivo grave, contemplado pela Lei. Um dia submeteram esta questão a Jesus, esperando que adotasse uma postura a favor de uma ou outra tese. Mas receberam uma resposta que não esperavam: «Tendo em conta a dureza de vosso coração [Moisés] escreveu para vós este preceito. Mas desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem seu pai e a sua mãe, e os dois serão uma só carne. De maneira que já não são dois, mas uma só carne. Pois bem, o que Deus uniu, o homem não separe».

A oração do Senhor

A Igreja sempre considerou a Oração do Senhor (Pai Nosso) como a oração Cristã por excelência. Na antiga Igreja da África, por exemplo, os rudimentos da fé (em que cremos) foram transmitidos a partir dela; no seu catecumenato quando imersos no conhecimento da oração (o que oramos).Depois de terem uma explanação sobre o Credo (tradição) eles tinham que recitá-la publicamente de memória (redição); a passagem entre esta ‘tradição’ e ‘redição’ era a Oração do Senhor. Tertuliano não era o único a considerar a Oração do Senhor como sendo o compêndio e a síntese do Antigo e do Novo Testamento.

“Em suas poucas palavras, estão resumidas as falas dos profetas, os evangelhos, os Apóstolos; os discursos, as parábolas, os exemplos e dos ensinamentos do Senhor e, ao mesmo tempo, muitas de nossas necessidades são preenchidas. Na invocação do Pai, nos honramos a Deus; no Nome está o testemunho da fé; em Sua vontade está a oferta da obediência; no Reino está a recordação da esperança; no Pão coloca-se a questão da vida; no pedido de perdão está a confissão dos pecados; no pedido de proteção está o medo da tentação. Por que medo? Somente Deus poderia ensinar-nos como Ele queria que orássemos” (De Oratione 9,1-3).

Apesar de Lucas 11,2-4, eu examinarei apenas o texto de Mateus 6,9-13. Ele aparece inserido justamente após a segunda de três virtudes ? caridade (6,1-3), oração (6,4-15) e jejum (6,16-18) ? todas como formas superiores à justiça dos Judeus.

Mateus 6,9-13 esta estruturado em três partes. Começa com uma invocação, continua com três pedidos com referência a Deus, e encerra com três pedidos relativo ao povo messiânico. A oração tinha uma clara orientação escatológica e presume uma sinergia Deus-homem.

Page 3 of 4

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén