Razões da visita do Papa devem ser buscadas num horizonte que vai além do Brasil

Afirma o secretário-geral da Conferência episcopal brasileira

SÃO PAULO, segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org).- Segundo Dom Odilo Scherer, secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), a visita do país a esse país transcende fronteiras, já que o pontífice lançará sua mensagem a todos os povos do continente e também do mundo inteiro.

«As razões da visita do Papa devem ser buscadas num horizonte que vai além do nosso país», explica o bispo, em mensagem difundida aos fiéis esta segunda-feira por meio da CNBB.

Dom Odilo recorda que esta primeira viagem do pontífice fora da Europa circunscreve-se «num evento latino-americano da maior importância», a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe (Aparecida, 13 a 31 de maio).

«Vindo ao Brasil para dar início aos trabalhos da Conferência de Aparecida, o Papa destaca a importância dessa reunião eclesial», afirma o bispo.

É que neste evento «quase 300 bispos e outros representantes da Igreja, vindos de todos os países americanos e também alguns convidados da Europa, Ásia e África, estarão reunidos no Santuário Nacional para fazer um diagnóstico das situações vividas pelos povos da América Latina e do Caribe e, evidentemente, da situação da Igreja», explica.

Os bispos delegados «lançarão um olhar de discípulos e missionários de Jesus Cristo sobre os novos desafios postos à missão evangelizadora da Igreja, para “ouvir a voz de Deus na voz dos tempos”. De Aparecida devem sair diretrizes para a ação da Igreja nos próximos anos em nosso Continente», acrescenta Dom Odilo.

O secretário-geral da CNBB recorda que a Conferência não tem a finalidade de discutir questões dogmáticas, mas terá um caráter eminentemente missionário e pastoral.

«Mais que um privilégio para nosso País, a visita do Papa e a realização, aqui, da V Conferência Geral, representam uma tarefa e uma responsabilidade especial para o Brasil», afirma.

Dom Odilo destaca que ao Brasil, sendo o maior país da América Latina, e com o maior número de católicos, também lhe cabe contribuir de maneira significativa para a missão da Igreja no continente e no mundo.

«Depois de termos recebido muito, é hora de partilhar largamente com os outros o rico patrimônio da fé e da experiência de vida eclesial que nos foi legado. Talvez um dos motivos da visita do Papa ao Brasil seja, justamente, recordar-nos isso», refere o bispo.

Bispo mexicano pede a deputados que não aprovem uniões homossexuais

MEXICO D.F., 03 Fev. 07 (ACI) .- O Bispo de Veracruz, Dom. Luis Felipe Gallardo Martín del Campo, exortou aos deputados locais para não aprovarem uma Lei de Convivência para o estado de Veracruz, porque no fundo fazer isso é legalizar as uniões homossexuais e as equiparar ao matrimônio.

Recentemente o grupo Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros anunciou a elaboração de uma iniciativa de Lei de Convivência que se apóia nas aprovadas no Distrito Federal e na Coahuila, para que seja apresentada e aprovada pelo Parlamento local, o que contaria com o apoio do deputado Miguel Rodríguez Cruz (PRI).

Em declarações à imprensa, Dom Galhardo recordou que a Igreja defende a condição e natureza humana e o valor da família fundamentada no matrimônio entre um homem e uma mulher.

“O grande problema é querer igualar com a condição familiar de matrimônio tudo isto que pudesse ser simplesmente convênios, contratos de reciprocidade e apoio mútuo sem a necessidade de chamá-lo família, matrimônio, bodas e, por conseguinte querer dar os mesmos direitos que tem o matrimônio heterossexual”, explicou.

Nesse sentido, assinalou que “todo mundo pode associar-se para fins honestos, é um direito constitucional. O reprovável do ponto de vista, não só católico, mas também antropológico, básico e fundamental, é estar acima da natureza humana que todos compartilhamos”.

Relatório destampa pressões internacionais para estender aborto na América Latina

MADRI, 03 Fev. 07 (ACI) .- A Equipe de Documentação e Análise da organização Faça-te Ouvir (FO) reeditou um revelador relatório que documenta as pressões das Nações Unidas e outros órgãos internacionais para estenderem o aborto legal na América Latina.

FO publicou uma versão atualizada no final de 2006 do relatório “Perseguição e demolição à vida. Alucinante aposta da ONU pelo Aborto na América Latina”, publicado pela primeira vez em maio passado.

Segundo FO, o relatório “analisa a estratégia protagonizada por diversos grupos internacionais para impulsionar o aborto no continente americano” e tem como objetivo que “a opinião pública conheça a realidade que se esconde atrás desta estratégia conjunta de organizações internacionais planejadas há mais uma década”.

O relatório recorda que a “América Latina é a única moderada onde todos os países, exceto Cuba, reconhecem que matar uma criança não nascida é um crime. Em meio a isso se gera o plano de extensão do aborto livre na América Latina, que se iniciou em Nova Iorque em dezembro de 1996, embora antes já se acossava a esses países para que legalizassem o aborto”.

As “Nações Unidas é somente um instrumento financiado por todos os países que formam a Organização. Detrás está uma rede de organizações internacionais, coordenadas pelo Centro de Direitos Reprodutivos de Nova Iorque e financiadas pelas fundações Rockefeller, McArthur, Packard, Ford, Merck entre outras, que perseguem meticulosamente seu objetivo abortista, mediante a manipulação consciente das Nações Unidas por meio de seu Comitê de Direitos humanos”, sustenta.

Cardeal explica como será visita do Papa ao Brasil

Pontífice chega ao país dia 9 de maio e retorna a Roma no dia 13

BRASÍLIA, terça-feira, 30 de janeiro de 2007 (ZENIT.org).- O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) explicou em mensagem enviada a Zenit essa segunda-feira como será a visita de Bento XVI ao Brasil, em maio próximo.

O cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador, recorda que a visita do Papa se dará no contexto da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, que se celebrará de 13 a 31 de maio no Santuário de Aparecida (sudeste do Brasil).

Segundo o cardeal, Bento XVI chegará a São Paulo na tarde do dia 9 de maio. No dia seguinte, quinta feira, dia 10, à tarde, terá o encontro com os jovens no Estádio do Pacaembu.

Na sexta feira, pela manhã, presidirá a Santa Missa com os Bispos do Brasil, no Campo de Marte; à tarde, encontro com os Bispos na Catedral de São Paulo e, após, o Papa viajará para Aparecida.

No sábado, dia 12, pela manhã, visitará a Fazenda da Esperança em Guaratinguetá. Às 18 horas, recitará o Rosário com o povo na Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

No domingo, dia 13, às 10 horas, presidirá a solene Santa Missa e, às 16 horas, a Sessão Inaugural dos trabalhos da 5ª Conferência.

À noite, no Aeroporto de São Paulo, em Guarulhos, o pontífice parte de retorno a Roma.

Dom Geraldo Agnelo informa que esteve em Roma, de 15 a 21 de janeiro, reunido com os outros dois presidentes da 5ª Conferência, o cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina e o cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo de Santiago de Chile e presidente do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano). Em seguida, participou da reunião plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Chamado à Evangelização
Dom Geraldo Agnelo explica que a 5ª Conferência, em sintonia com as quatro grandes reuniões eclesiais anteriores, propõe um renovado impulso à Evangelização.

«É necessário proclamar integralmente a mensagem de salvação que é o Evangelho, para que impregne as raízes da cultura e se encarne no momento histórico latino-americano atual, para responder melhor às suas necessidades e aspirações legítimas», escreve, citando palavras do Papa no discurso à Plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina.

«O verdadeiro discípulo cresce e amadurece na família, na comunidade paroquial e diocesana; converte-se em missionário quando anuncia a pessoa de Cristo e o seu Evangelho a todos os ambientes: a escola, a economia, a cultura, a política e os meios de comunicação social», dizia o Papa.

«Os freqüentes fenômenos de exploração e injustiça, de corrupção e violência, são apelo urgente a que os cristãos vivam a sua fé com coerência, e por receber sólida formação doutrinal e espiritual, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais justa, mais humana e cristã», afirmava Bento XVI.

Santa Sé estuda publicar documento sobre bioética

Revelações do arcebispo Amato, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 30 de janeiro de 2007 (ZENIT.org).- A Santa Sé considera a possibilidade de publicar um documento sobre questões de bioética propostas pelas novas fronteiras da biotecnologia, revelou o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé.

O arcebispo Angelo Amato, salesiano, explicou que esse documento buscaria atualizar a instrução «Donum Vitae», «Sobre o respeito da vida humana nascente e a dignidade da procriação», assinada pelo cardeal Joseph Ratzinger, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em 22 de fevereiro de 1987.

«Essa ‘Donum Vitae 2’, por assim dizer, não está concebida para abolir a precedente, mas para enfrentar as diferentes questões bioéticas e biotecnológicas que se propõem hoje e que naquele momento ainda eram impensáveis», explicou Dom Amato ao jornalista Gianni Cardinale, na edição de 28 de janeiro do diário «Avvenire».

«A ‘Donum Vitae’ conserva todo seu valor e, em certo sentido, é profética — acrescenta o arcebispo. O problema é que, apesar de ter vinte anos, ainda é pouco conhecida.»

«A questão, portanto, não é, por exemplo, a revisão da doutrina moral sobre a licitude do preservativo, que não parece estar na ordem do dia, mas os novos desafios que por diferentes razões são mais graves e desagregadores para a identidade da pessoa humana, como a do concebido, que é considerado como um produto biológico e não como um ser humano.»

«Como afirma a ‘Donum Vitae’, ‘o ser humano deve ser respeitado — como pessoa — desde o primeiro instante de sua existência’. E esta consideração devida ao embrião humano é um princípio antropológico que não se pode ser negociado.»

O arcebispo reconhece que «não posso ter previsões» sobre a data de publicação desse novo documento vaticano sobre bioética.

«O estudo de argumentos tão delicados é competência de nossa Congregação, que depois submete seus trabalhos ao Papa», declara.

«E portanto — conclui — , as opiniões sobre esses temas que procedem de outras instituições ou personalidades eclesiásticas, por mais respeitáveis que sejam, não podem ter essa autoridade que os meios de comunicação em certas ocasiões parecem atribuir-lhes.»

Lei natural não reconhece matrimônio entre pessoas do mesmo sexo

Explica o arcebispo Amato, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 30 de janeiro de 2007 (ZENIT.org).- Um católico não pode apoiar uma lei que introduz o matrimônio entre duas pessoas do mesmo sexo, explica o arcebispo Angelo Amato.

O secretário da Congregação para a Doutrina da Fé declara que se trata de uma questão que não só faz parte do ensinamento da Bíblia, mas também da lei natural.

«Um católico não pode dar seu apoio a uma legislação que, por exemplo, introduz o matrimônio entre duas pessoas do mesmo sexo, porque vai contra a Revelação bíblica e contra a própria lei natural», declarou em 28 de janeiro a «Avvenire».

Dada a importância da lei natural, o prelado revela que sua Congregação está preparando algum tipo de declaração e que «com esse objetivo já consultou todas as universidades católicas do mundo», revela.

«As respostas são muito alentadoras desde todas as partes do mundo, inclusive por parte das universidades que são consideradas como mais ‘difíceis’… A lei natural é importantíssima também porque, entre outros motivos, pode ser o único fundamento para um fecundo diálogo inter-religioso.»

«Muitos políticos católicos pedem declarações sobre esse tipo de tema; o fato de que depois queiram ou consigam atuar coerentemente, é outra questão», afirma.

«Os políticos católicos, de qualquer forma, deverão recordar sempre que não deverão jamais consentir com a introdução de leis que vão contra os princípios morais. No caso de que as leis desse tipo já estejam em vigor, então podem ‘limitar-se’ a tentar atenuar seu alcance», conclui.

Os últimos momentos de Karol Wojtyla, segundo seu secretário

Testemunho do cardeal Dziwisz em seu livro recém-publicado na Polônia

CIDADE DO VATICANO, domingo, 28 de janeiro de 2007 (ZENIT.org).- O secretário pessoal de João Paulo II, cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia, colaborador seu durante 40 anos, acaba de publicar um livro de suas memórias, a partir de uma série de entrevistas ao jornalista Gian Franco Svidercoschi, que se intitula «Uma vida com Karol». Adiantamos uma passagem do capítulo 35 sobre os últimos momentos do pontífice na terra.

* * *

Eram 21h37. Havíamos percebido que o Santo Padre deixara de respirar, mas só naquele momento vimos no monitor que seu grande coração, depois de haver batido por uns instantes, detivera-se. O doutor Buzzonetti inclinou-se sobre ele e, lançando apenas um olhar, murmurou: «Passou à casa do Senhor». Alguém deteve os ponteiros do relógio àquela hora.

Nós, como se houvéssemos decidido todos de uma vez, começamos a cantar o Te Deum. Não o Réquiem, porque não era um luto, mas o Te Deum, como agradecimento ao Senhor pelo dom que nos havia dado, o dom da pessoa do Santo Padre Karol Wojtyla.

Chorávamos. Como se podia não chorar! Eram, por sua vez, lágrimas de dor e de alegria. Foi então que se acenderam todas as luzes da casa. Depois, não recordo mais. Era como se, de repente, tivessem caído as trevas. As trevas sobre mim, dentro de mim. Sabia que aquilo havia acontecido, mas era como se, depois, negasse-me a aceitar, ou negasse a entender. Colocava-me nas mãos do Senhor, mas enquanto acreditava ter o coração sereno, retornava a escuridão. Até que chegou o momento da despedida. Estava toda aquela gente. Todas as pessoas importantes que tinham vindo de longe. Na Praça de São Pedro havia uma grande luz; e agora voltou também dentro de mim.

Concluída a homilia, o cardeal Ratzinger fez aquela alusão na janela, e disse que ele estava seguramente ali, vendo-nos, abençoando-nos. Também eu me voltei, não pude menos que volver-me, mas não elevei meu olhar para ali. Ao final, quando chegamos às portas da Basílica, os que levavam o féretro o giraram lentamente, como para permitir-lhe um último olhar para sua Praça. A despedida definitiva dos homens, do mundo. Também sua despedida de mim? Não, de mim não. Naquele momento, não pensava em mim. Vivi esse momento junto a muitos outros, e todos estávamos abalados, turbados, mas para mim foi algo que nunca poderei esquecer. O cortejo estava entrando na Basílica; deviam levar o féretro à tumba. Então, justamente então, me veio pensar: acompanhei-o durante quase quarenta anos, primeiro em Cracóvia, depois vinte e sete anos em Roma. Sempre estive com ele, ao seu lado. Agora, no momento da morte, ele caminhava sozinho. E este fato, o não ter podido acompanhá-lo, doeu-me muito. Sim, tudo isso é verdade, mas ele não nos deixou. Sentimos sua presença, e também tantas graças obtidas através dele.

[Passagem publicada com permissão de Rizzoli. Traduzido por Zenit]

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