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Bento XVI: A oração de Jesus na Última Ceia, “ato fundador da Igreja”

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 1º de abril de 2010 (ZENIT.org). – A oração de Jesus Cristo durante a Última Ceia constitui o “ato fundador da Igreja”, afirmou Bento XVI nesta tarde de quinta-feira na homilia da Missa na Ceia do Senhor.

O Pontífice presidiu a celebração na Catedral do Papa, a Basílica de São João de Latrão, lembrando o pedido de Cristo de rezar “pelos discípulos daquele tempo e de todos os tempos futuros”.

“Não peço somente por eles – a comunidade dos discípulos reunida no Cenáculo – mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra, para que eles sejam todos um”, diz Jesus, que então “olha em frente para a história futura em toda a sua amplitude”, “vê os perigos dela e recomenda esta comunidade ao coração do Pai”.

Neste trecho do Evangelho de João, sublinhou o Bispo de Roma, a Igreja “aparece com as suas características essenciais: como a comunidade dos discípulos que, através da palavra apostólica, acreditam em Jesus Cristo e assim se tornam um só”.

“Jesus suplica a Igreja como una e apostólica. Assim esta oração revela-se, propriamente, um ato fundador da Igreja”. Cristo pede que “o anúncio dos discípulos continue ao longo dos tempos”, e que os que crêem “vivam na comunhão interior com Deus e com Jesus Cristo”.

Do mesmo modo, pede que “a partir deste estar interiormente na comunhão com Deus, se crie a unidade visível”, “uma unidade que ultrapasse tanto aquilo que habitualmente é possível entre os homens, que se torne um sinal para o mundo e afiance a missão de Jesus Cristo”.

Exame de consciência

A oração de Jesus, explicou Bento XVI, é uma “garantia de que o anúncio dos Apóstolos não poderá jamais cessar na história”, mas “esta oração também é sempre um exame de consciência para nós”.

“Nesta hora, o Senhor interpela-nos: vives tu, através da fé, em comunhão comigo e, deste modo, em comunhão com Deus? Ou não estarás porventura a viver mais para ti mesmo, afastando-te assim da fé? E, por isto, não serás talvez culpado da divisão que obscurece a minha missão no mundo, que fecha aos homens o acesso ao amor de Deus?”.

“Quando meditarmos na Paixão do Senhor, devemos também sentir a dor de Jesus pela facto de nos encontrarmos em contraste com a sua oração, de fazermos resistência ao seu amor; de nos opormos à unidade, que deve ser para o mundo testemunho da sua missão”.

Importância da relação

O Pontífice abordou em seguida o tema da “vida eterna” de que nos fala Jesus, explicando que com estas palavras refere-se ao “modo autêntico da vida – uma vida que é vida em plenitude e, consequentemente, livre da morte, mas que pode realmente começar já neste mundo; antes, deve ter início aqui: somente se aprendermos já agora a viver de modo autêntico, se aprendermos aquela vida que a morte não pode tirar, é que a promessa da eternidade tem sentido”.

A vida, nos lembra Cristo, é conhecer Deus e seu enviado. “Isto significa antes de mais nada: vida é relação” – comentou o Papa. “Ninguém recebe a vida de si mesmo e só para si mesmo”.

“Somente a relação com Aquele que em Si próprio é a Vida, pode sustentar a minha vida mesmo para além das águas da morte, pode conduzir-me vivo através delas”, destacou Bento XVI.

“Tornemo-nos amigos de Jesus, procuremos conhecê-Lo cada vez mais! Vivamos em diálogo com Ele! Aprendamos d’Ele a vida recta, tornemo-nos suas testemunhas!”, exortou.

A presença de Deus em meio ao seu povo, de fato, “realiza-se na incarnação do Filho”, em quem “completa-se realmente o que tivera início junto da sarça ardente: Deus enquanto Homem pode ser chamado por nós e está perto de nós. Ele é um de nós, sem deixar de ser o Deus eterno e infinito”.

“O mistério eucarístico, a presença do Senhor sob as espécies do pão e do vinho é a máxima e mais alta condensação deste novo estar-conosco de Deus”.

“Nesta hora, deve invadir-nos a alegria e a gratidão por Ele Se ter manifestado; por Ele, o Infinito e o Inacessível para a nossa razão, ser o Deus próximo que ama, o Deus que podemos conhecer e amar”.

Após a homilia, o Santo Padre lavou os pés de doze presbíteros, repetindo o gesto de Jesus.

No momento do ofertório, os fiéis foram convidados a expressar sua solidariedade para com o seminário da diocese de Porto-Príncipe, no Haiti. As ofertas, neste Ano Sacerdotal dedicado aos presbíteros e seminaristas, ajudarão a reconstruir o seminário, destruído pelo terremoto.

Ao fim da Missa, foi realizada uma breve procissão, com a reposição do Santíssimo Sacramento ao altar da capela de São Francisco.

Igreja é última realização da vontade divina

«Pecados da Igreja nunca anularão a fidelidade de Jesus Cristo», diz cardeal

LISBOA, segunda-feira, 15 de março de 2010 (ZENIT.org).- O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, afirmou nesse domingo que a Igreja “é a última realização” da vontade divina antes do final dos tempos e que ela é também, para Deus, “a última esperança” de ter um povo que lhe seja fiel.

Na quarta catequese quaresmal deste ano, proferida na Sé Patriarcal – segundo informa Agência Ecclesia – Dom José Policarpo sublinhou que todos os membros da Igreja são chamados de “povo sacerdotal” porque “a santidade da sua vida é o verdadeiro culto que Deus espera”.

Deus quer que a Igreja seja mediadora entre Ele e toda a humanidade, favorecendo a “realização última” do desígnio divino, isto é, o desejo “de reunir, no fim, todos os homens num só Povo, que o louvem, contemplem a sua glória e experimentem a alegria do amor”.

Para Dom José Policarpo, a revelação da vontade divina para a humanidade é uma “manifestação da persistência de Deus”, que “não desiste de vir um dia a ter esse povo que Ele deseja, que O louve com toda a sua vida”.

“Os pecados da Igreja nunca anularão a fidelidade de Jesus Cristo”, acrescentou o purpurado.

“Não há perigo de mais uma desilusão para Deus, porque a Igreja é Cristo, identifica-se com Cristo, a sua fidelidade é a de Cristo, a força que a move é o próprio Espírito de Cristo.”

Como resposta à ação divina, Deus espera da Igreja uma “atitude sacerdotal”, que contribua para que os seus membros possam “sentir já na história a alegria da intimidade com Ele”.

Exercícios espirituais do Papa: mistério do chamado de Deus

A vocação ao sacerdócio no centro das reflexões

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- Amanhã terminarão, com a celebração das Laudes e uma última meditação, os exercícios espirituais pregados ao Papa e à Cúria Romana pelo salesiano Enrico Dal Covolo, que neste ano se centraram no tema da vocação sacerdotal.

“Mais uma vez, o pontífice dá exemplo aos fiéis sobre a atitude que se deve ter neste tempo particular de oração, de reflexão e de conversão”, sublinha o Pe. David Gutiérrez, diretor da programação em espanhol da Rádio Vaticano e encarregado de comentar os exercícios espirituais deste ano.

Gutiérrez sublinha a profunda vivência destes exercícios por parte do Papa, durante toda a semana.

Como o próprio Dal Covolo explicou em uma entrevista com Zenit, cada um dos dias da semana constituiu um marco específico a partir do qual consideraram esta vocação ao sacerdócio, em harmonia com o Ano Sacerdotal convocado por Bento XVI.

Assim, a segunda-feira foi um dia de “escuta”, centrado na Lectio divina de uma passagem bíblica muito conhecida como paradigma do chamado vocacional, o de Deus ao profeta Samuel (1 Re, 19, 1-21).

O pregador propôs várias figuras bíblicas e dos Padres da Igreja sobre esta atitude de escuta do chamado divino, especialmente o modelo de Santo Agostinho, um santo muito querido pelo Papa Bento XVI.

A terça-feira foi dedicada a refletir sobre a resposta do homem ao chamado divino. Segundo comenta Gutiérrez, nesse dia, “Enrico Dal Covolo centrou suas reflexões na resposta que o homem dá a esse chamado de Deus, revisando algumas histórias bíblicas, especialmente a referida no Evangelho de São Mateus, em que Jesus fala sobre construir sobre a areia dos nossos interesses ou construir sobre a rocha de Deus”.

“Uma ênfase especial foi dada ao sentido que a vocação e a resposta representam para a missão. Este segundo dia terminou com uma reflexão sobre o exemplo sacerdotal do Santo Cura de Ars.”

A quarta-feira foi dedicada à penitência e, segundo explica o comentarista da Rádio Vaticano, o propósito foi refletir, depois de fazê-lo acerca do chamado divino e sobre a resposta do homem, sobre “os aspectos humanos que estão envolvidos nesse processo, especialmente os referidos ao que podemos chamar de ‘resistências’ que o ser humano apresenta diante da vontade de Deus, que o chama”.

“As tentações, as dúvidas, as resistências fazem parte da nossa história, o que gera a consciência de que sempre somos pecadores, mas também convidam a uma abertura à graça do Deus que sempre nos perdoa. É a atitude permanente de conversão que a Igreja pede aos seus fiéis neste tempo da Quaresma e que o Papa, com seus exercícios espirituais, está vivendo de maneira profunda”, explica.

A quinta-feira, seguindo a tradição da Igreja de consagrar este dia ao culto eucarístico e à veneração do sacerdócio ministerial, foi um dia “cristológico”, isto é, dedicado à reflexão sobre a pessoa de Jesus Cristo, aprofundando no chamado aos primeiros discípulos.

“Tanto a Lectio divina quanto as meditações da manhã seguiram este texto para compreender o papel de Jesus na vida de cada chamado, de cada sacerdote”, explica o responsável pela programação espanhola da Rádio Vaticano.

A figura sacerdotal apresentada neste dia por Dal Covolo foi a do salesiano italiano Giuseppe Quadri, cuja vida sacerdotal foi um exemplo pela sua humildade e simplicidade.

“Seu lema era ‘buscarei ser santo’. Este lema é a mensagem que o pregador dos exercícios do Papa deixou: que todos busquem ser santos no exercício do seu ministério sacerdotal”, sublinha Gutiérrez.

Hoje, sexta-feira, a meditação se centrou na Virgem Maria, modelo de resposta ao chamado divino. Como explica o Pe. Gutiérrez, “o Santo Padre e seus colaboradores meditaram, seguindo os textos do Magnificat e da Anunciação, ambos tomados do Evangelho segundo São Lucas, sobre a figura da nossa Mãe celestial, vendo n’Ela o exemplo da confirmação de Deus quando faz um convite a algum dos seus filhos”.

“O pregador apresentou hoje para a reflexão a figura do Papa João Paulo II, uma pessoa que viveu seu ministério sacerdotal, episcopal e petrino sempre confiando em Nossa Senhora”, explica.

Grupo de anglicanos australianos anuncia sua adesão ao catolicismo

Primeiro caso depois da publicação da “Anglicanorum coetibus”

Por Carmen Elena Villa

SYDNEY, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- A comunidade de anglicanos Foward in Faith, que tem sua sede principal na Austrália, poderia ser o primeiro caso de adesão coletiva à plena comunhão com a Igreja Católica depois da publicação da constituição Anglicanorum Coetibus, no último dia 4 de novembro.

Assim deu a conhecer o bispo anglicano David Robarts OAM, em declarações ao jornal australiano The Daily Telegraph, publicadas na terça-feira.

“Amo minha herança anglicana, mas não a perderei ao dar este passo”, assegurou o bispo.

Respeitar a tradição

A comunidade Foward in Faith, presente também na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, buscou permanecer fiel à tradição anglicana e rejeitou algumas modificações, entre elas o exercício do ministério sacerdotal e episcopal por parte das mulheres e a aprovação de alguns sacerdotes, bispos e líderes anglicanos abertamente homossexuais.

E, neste caminho – afirma o bispo –, “procuramos, durante 25 anos, ter algum tipo de supervisão episcopal, mas não conseguimos (…). Já não somos realmente queridos, nossa consciência não foi respeitada”.

Por isso, Robarts afirmou que ele e seus fiéis “vamos seguir este caminho, porque as portas nos foram fechadas na igreja anglicana da Austrália durante um longo tempo”.

E foi assim como, durante uma reunião realizada no último final de semana, cerca de 200 membros votaram unanimemente por voltar à plena e visível comunhão com a Igreja Católica.

Voltar a Roma

Com a publicação da Anglicanorum Coetibus, o Papa Bento XVI introduziu uma nova estrutura canônica que permite aos fiéis ex-anglicanos que entrem em plena comunhão com a Igreja Católica, conservando ao mesmo tempo elementos do patrimônio espiritual e litúrgico anglicano.

A figura dos ordinariatos pessoais, figura canônica de governo não restrita a um território, recorda a figura da prelazia pessoal (a única que existe é o Opus Dei), ou os vicariatos castrenses (diocese sem território na qual um bispo representa a autoridade eclesiástica para os militares ou forças da ordem católicas e suas famílias, independentemente de onde se encontrem).

Segundo o bispo Robarts, os membros desta comunidade, com a supervisão de Dom Peter Elliot, bispo auxiliar de Melbourne, e com a direção da Santa Sé, já começaram com os grupos de trabalho para estabelecer o primeiro ordinariato anglicano que poderia servir de protótipo para os que surgirão posteriormente em outros lugares do mundo.

O bispo David Robarts esclareceu, na entrevista com o The Daily Telegraph, que o passo que a comunidade Foward in Faith pretende dar não é como “quem troca de móveis”.

“Simplesmente estamos dizendo que fomos fiéis ao que os anglicanos acreditaram sempre e que não queremos mudar nada disso, mas nos marginalizaram devido àqueles que querem introduzir algumas ‘inovações’.”

“Precisamos ter bispos que acreditem naquilo que nós acreditamos”, concluiu Robarts.

Ex-arcebispo africano Emmanuel Milingo foi reduzido ao estado laical

VATICANO, 17 Dez. 09 / 12:45 pm (ACI).- O Escritório de Imprensa da Santa Sé informou que logo depois de vários anos de sofrimento pelos “lamentáveis comportamentos do arcebispo emérito de Lusaka, Emmanuel Milingo” e seus novos delitos, o Vaticano decretou sua redução ao estado laical.

O comunicado explica que “há vários anos, a Igreja segue com especial sofrimento a evolução dos fatos relacionados com os lamentáveis comportamentos do arcebispo emérito de Lusaka, Emmanuel Milingo. Houve muitos intentos para que o senhor Milingo voltasse para a comunhão com a Igreja católica, procurando também formas adequadas para consentir que ele exerça o ministério episcopal, com uma intervenção direta dos Supremos Pontífices João Paulo II e Bento XVI, que pessoalmente e com espírito de solicitude paterna seguiam o senhor Milingo”.

O texto recorda que “ao longo deste triste caso, já em 2001 o senhor Milingo se encontrou em situação irregular depois de atentar matrimônio com a senhora Maria Sung, incorrendo na pena medicinal de suspensão (cânones 1044 1, n.3; 1394, parágrafo 1 do C.I.C.). Sucessivamente encabeçou algumas correntes para a abolição do celibato sacerdotal e concedeu numerosas entrevistas aos meios de comunicação social, em aberta rebelião com as repetidas intervenções da Santa Sé e criando grave desconcerto e escândalo nos fiéis. Em particular, em 24 de setembro de 2006, o senhor Milingo ordenou quatro bispos em Washington sem o mandato pontifício”.

“O senhor Milingo incorreu portanto na pena da excomunhão latae sententiae (cânon 1382 do C.I.C.), declarada pela Santa Sé em 26 de setembro de 2006 e que segue em vigor. Por desgraça, o senhor Milingo não deu provas do esperado arrependimento em vista ao retorno à plena comunhão com o Supremo Pontífice e com os membros do colégio episcopal, mas seguiu exercendo ilegitimamente o episcopado, cometendo novos delitos contra a unidade da Santa Igreja. Em particular, nos meses passados procedeu em novas ordenações episcopais”, acrescenta.

Do mesmo modo, explica que “estes graves delitos, recentemente verificados, que são sinal da persistente contumácia do senhor Milingo obrigaram a Sé Apostólica a impor-lhe a ulterior pena da demissão do estado clerical”.

“Segundo quanto dispõe o cânon 292 do Código de Direito Canônico a ulterior pena da demissão do estado clerical, que se acrescenta agora a grave pena da excomunhão, comporta as seguintes conseqüências: a perda dos direitos e deveres ligados ao estado clerical, exceto a obrigação do celibato; a proibição do exercício do ministério, salvo o disposto no cânon 976 do Código de Direito Canônico nos casos de perigo de morte; a privação de todos os ofícios, de todos os cargos e de qualquer potestade delegada, incluída a proibição de utilizar o hábito eclesiástico. Em conseqüência, é ilegítima a participação dos fiéis em eventuais novas celebrações promovidas pelo senhor Emmanuel Milingo”, adverte.

Também explica que “a demissão do estado clerical de um Bispo é um fato absolutamente excepcional ao qual a Santa Sé se viu obrigada pela gravidade das conseqüências que se derivam para a comunhão eclesiástica do prosseguimento de ordenações episcopais sem mandato pontifício; a Igreja conserva, não obstante, a esperança de que ele reconheça seus erros”.

“Por isso se refere às pessoas ordenadas recentemente pelo senhor Milingo, é bem conhecida a disciplina da Igreja relativa à pena de excomunhão latae sententiae para aqueles que recebem a consagração episcopal sem Mandato Pontifício (cânon. 1382 C.I.C.). A Igreja, que manifesta esperança em sua conversão, renova o que foi declarado em 26 de setembro de 2006, quer dizer que não reconhece e não reconhecerá no futuro nem essas ordenações nem todas as ordenações delas derivadas e, portanto, o estado canônico dos presuntos bispos segue sendo o mesmo em que se encontravam antes da ordenação conferida pelo chamado senhor Milingo”.

Finalmente, pede que “nesta hora, marcada pela dor profunda da Comunidade eclesiástica por causa dos graves gestos realizados pelo senhor Milingo, confia-se à força da oração o arrependimento do culpado e o daqueles -sacerdotes ou fiéis leigos- que de alguma forma colaboraram com ele na realização de atos contra a unidade da Igreja de Cristo”.

"Pela morte e ressurreição de Cristo se abre para nós a casa do Pai, Reino de vida e de paz", afirma Bento XVI

Vaticano, 01 Nov. 09 / 09:22 am (ACI).- Milhares de fiéis e originais chegados de todas as partes do mundo se reuniram este meio-dia na Praça de São Pedro para rezar o Ângelus dominical com o Papa Bento XVI, quem desde a janela do Palácio Apostólico recordou que só seguindo a Cristo nesta vida seremos acolhidos por Ele mesmo no céu.

O Santo Padre definiu a Solenidade de Todos os Santos como um convite “à Igreja peregrina na terra a pré-saborear a festa sem fim da Comunidade celeste e reavivar a esperança na vida eterna”.
“Neste Ano Sacerdotal eu gosto de recordar com especial veneração os Santos sacerdotes, tanto aqueles que a Igreja canonizou, propondo-os como exemplo de virtudes espirituais e pastorais; assim como aqueles –muito mais numerosos– que são conhecidos pelo Senhor. Cada um de nós conserva grata memória de algum deles, que nos ajudou a crescer na fé e nos fez sentir a bondade e a proximidade de Deus”, disse o Pontífice.

Da mesma forma o Papa fez referência à comemoração, no dia de amanhã, de todos os fiéis defuntos, convidando a “viver este dia segundo o autêntico espírito cristão, quer dizer à luz que provém do Mistério pascal. Cristo morreu e ressuscitou e abriu a passagem à casa do Pai, o Reino da vida e da paz”. “Quem segue a Cristo nesta vida é acolhido onde Ele nos precedeu. (…) Suas almas –de nossos seres queridos- já ‘estão nas mãos de Deus’. O modo mais eficaz e próprio de honrá-los é rezar por eles, oferecendo atos de fé, de esperança e de caridade. Em união ao Sacrifício eucarístico, podemos interceder por sua salvação eterna e experimentar a mais profunda comunhão à espera de nos re-encontrarmos juntos, gozando para sempre do Amor que nos criou e redimiu”, acrescentou Bento XVI.

Antes de iniciar a oração do Ângelus o Papa enfatizou que a comunhão dos Santos “é uma realidade que infunde uma dimensão diversa a toda nossa vida. Não estamos sozinhos. Somos parte de uma companhia espiritual em que reina uma profunda solidariedade: o bem de cada um é ajuda para todos, e vice-versa, a felicidade comum se irradia em cada um”. Seguidamente Sua Santidade rezou o Ângelus, repartiu sua Bênção Apostólica e saudou os presentes em diversos idiomas.

Sacerdote é “homem do futuro”, afirma Papa

Bento XVI se dirige de forma mais pessoal a cada sacerdote

Por Inma Álvarez

CASTEL GANDOLFO, terça-feira, 29 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- “O sacerdote é o homem do futuro”, porque “levou a sério a busca das coisas do alto”: assim afirma o Papa em uma carinhosa mensagem aos sacerdotes, que foi gravada e transmitida no Encontro Sacerdotal Internacional que está sendo realizado em Ars (França).

O Papa lamenta “não poder estar presente” com eles e espera, com essa mensagem, falar “a cada um de vós da maneira mais pessoal possível”.

O encontro, por ocasião do Ano Sacerdotal, convocado no 150º aniversário da morte de São João Maria Vianney, começou ontem e durará até o dia 4 de outubro, precisamente em Ars, presidido pelo cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena.

Em sua mensagem, Bento XVI fala sobre a figura do sacerdote e recorda, com palavras do Santo Cura de Ars, que “um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, este é o maior tesouro que Deus pode conceder a uma paróquia”.

Para o Papa, o maior desafio do sacerdote de hoje é “ser, mais que nunca, um homem de alegria e de esperança”.

“Aos homens que já não podem conceber que Deus seja Amor puro, ele afirmará sempre que a vida vale a pena ser vivida e que Cristo lhe confere todo o seu sentido porque Cristo ama os homens, todos os homens.”

“A religião do Cura de Ars é uma religião da alegria, não uma busca mórbida da mortificação, como às vezes se acreditou”, acrescentou o Papa, citando novamente o santo: “Nossa felicidade é grande demais; não, não, nunca poderemos compreendê-la”.

A Eucaristia é o futuro

O Papa quis centrar-se especialmente na importância da Eucaristia e ajudar os sacerdotes a “serem conscientes” da profundidade deste mistério.

“As frases simples, mas densas, do Santo Cura sobre a Eucaristia nos ajudam a perceber melhor a riqueza desse momento único do dia no qual vivemos um face a face vivificante para nós mesmos e para cada um dos fiéis: a felicidade que existe em celebrar a Missa só será compreendida no céu”, disse.

Assim, acrescentou que “o que for feito na terra está na ordem dos meios ordenados ao Fim último. A Missa é o único ponto de união entre os meios e o Fim, porque nos permite contemplar Aquele que adoraremos na eternidade”.

“Agradecendo-vos por serdes o que sois, repito-vos: nada substituirá jamais o ministério dos sacerdotes na vida da Igreja.”

Pensai nas inúmeras absolvições que destes e que dareis, permitindo a um pecador que seja perdoado. Vossas mãos, vossos lábios, convertem-se, no espaço de um instante, nas mãos e nos lábios de Deus”, afirmou o Papa.

Como dizia o Santo Cura: “Se a pessoa tivesse fé, veria Deus escondido no sacerdote como uma luz atrás de um vidro, como um vinho misturado com a água”.

Palavras de ânimo

Bento XVI quis, antes de mais nada, animar os sacerdotes e assegurar-lhes a proximidade da Igreja, assim como seu interesse pessoal por sua situação.

Em especial, quis mostrar seu afeto “a aqueles dentre vós que têm uma carga pastoral de várias igrejas e que se desgastam sem cessar mantendo a vida sacramental em suas diferentes comunidades”.

“O reconhecimento da Igreja é imenso com relação a vós! Não percais o valor, mas continuai rezando para que numerosos jovens aceitem responder ao chamado de Cristo”, exortou.

Afirmou também que o sacerdote “carrega a graça em um vaso de argila”, mas precisamente” a consciência desta fraqueza nos abre à intimidade de Deus, que nos dá força e alegria”.

“Quanto mais o sacerdote perseverar na amizade de Deus, mais continuará a obra do Redentor na terra”, concluiu.

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