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Papa Bento XVI proclama João Paulo II beato e juntos fazem história

Vaticano, 01 Mai. 11 / 01:46 pm (ACI)

Esta manhã (hora local) o Papa Bento XVI proclamou como beato o seu predecessor, o Papa João Paulo II, ao início de uma histórica e multitudinária Eucaristia à qual se estima que assistiram mais de um milhão de pessoas de todas as partes do mundo.

Neste evento pela primeira vez em dez séculos um Pontífice eleva aos altares o seu predecessor imediato.

Em meio de um grande ambiente de festa, ante a multidão que lotou a Praça de São Pedro, a via da Conciliação e as ruas adjacentes onde se apreciava bandeiras de muitos países de todo o globo, o Vigário para a diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, leu ante o Papa uma biografia de João Paulo II, interrompido em diversas ocasiões pelos aplausos dos presentes.

Os aplausos invadiram a Praça de São Pedro quando se recordou, por exemplo, a data da eleição como Pontífice, em 16 de outubro de 1978, sua especial predileção pelos jovens a quem se dirigiu de maneira particular nas Jornadas Mundiais da Juventude.

Depois da leitura da biografia, o Papa Bento XVI declarou beato a João Paulo II e disse que a festa do Papa peregrino será celebrada no dia 22 de outubro de cada ano, depois do qual descobriu a imagem com o rosto de Karol Wojtyla e se entoou o hino da beatificação, ante os incessantes aplausos e vivas dos presentes, em meio de muitas bandeiras que se agitavam em sinal de alegria.

Logo depois da leitura do decreto de beatificação, foi apresentada ao Papa Bento XVI uma ampola com o sangue do novo Beato que foi trazida, entre outros, pela protagonista do milagre que permitiu a beatificação, a religiosa francesa Marie Simon Pierre.

Esta relíquia poderá ser venerada pelos fiéis chegados de todo o mundo a Roma.

Das famílias deve originar uma sociedade coerente, alenta Cardeal Bagnasco

Roma, 30 Jun. 09 / 03:29 am (ACI) – O Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Cardeal Angelo Bagnasco, assinalou que “da pessoa e da família devem derivar uma cultura e uma sociedade coerentes que inspirem e encaminhem aquele humanismo pleno que o Evangelho inspira, sustenta e garante”; durante sua intervenção no Congresso Nacional para a Pastoral da Família realizado na localidade de Crotone.

Conforme indica o L’Osservatore Romano, o Cardeal ressaltou que “no coração do casal, na família fundada no matrimônio, está sua vocação natural à vida, de primeira escola de humanidade, aonde as distintas gerações aprendem e exercitam dia a dia o gosto e a virtude de viver os sinais das expressões do amor: dom e perdão, concreção e sacrifício, paciência e cotidianidade, alegria e dor”.

O também Arcebispo de Gênova destacou logo a necessidade de aprender e viver o que dita o Magistério da Igreja sobre a família, para enfrentar uma cultura que despreza o valor objetivo do bem como se fosse “algo velho e superado”.

“A beleza humana e sacramental do matrimônio exige toda nossa atenção de Igreja e desde sempre o cuidado do casal e da família fazem parte integrante de nosso trabalho pastoral”, prosseguiu.

Seguidamente indicou que o contexto sociocultural “deveria acompanhar os jovens em geral em seus projetos de vida. A responsabilidade é de cada um, mas sabemos o influxo que a cultura difusa, os estilos de vida, os comportamentos usuais têm no modo de pensar e de atuar de todos, em particular dos mais jovens que têm direito a ter ideais altos e nobres, assim como a ver modelos de comportamento coerentes”.

O Presidente da CEI pediu por isso à política que “honre a essa multidão silenciosa que quer viver os ideais humanos evangélicos cada dia com humildade e concretamente, sem clamores nem refletores”.

Pregador do Papa comenta piquenique mais feliz da história

A passagem evangélica da liturgia do domingo

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 31 de julho de 2008 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap, pregador da casa Pontifícia, sobre a liturgia do próximo domingo.

XVIII Domingo do Tempo Comum

Isaías 55, 1-3; Romanos 8,35.37-30; Mateus 14, 13-21

Todos comeram e ficaram saciados

Um dia, Jesus havia se retirado a um lugar solitário, às margens do Mar da Galiléia. Mas quando ia desembarcar, encontrou uma grande multidão que o esperava. «Sentiu compaixão deles e curou seus doentes.» Falou do Reino de Deus para eles. Pois bem, enquanto isso, escureceu. Os apóstolos lhe sugeriram que despedisse a multidão, para que pudessem encontrar algo para que comer nos povoados próximos. Mas Jesus os deixou atônitos, dizendo-lhes em voz alta, para que todos escutassem: «Dai-lhes vós mesmos de comer». «Não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes», respondem-lhe, desconcertados. Jesus pede que os tragam. Convida todos a se sentarem. Toma os cinco pães e os dois peixes, reza, agradece ao Pai, depois ordena que distribuam tudo à multidão. «Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios». Eram cerca de 5 mil homens, sem contar mulheres e crianças, diz o Evangelho. Foi o piquenique mais feliz da história do mundo!

O que este evangelho nos diz? Em primeiro lugar, que Jesus se preocupa e «sente compaixão» do homem completo, corpo e alma. Às almas Ele dá a palavra, aos corpos, a cura e o alimento. Alguém poderia dizer: «Então, por que Ele não faz isso também hoje? Por que não multiplica o pão entre tantos milhões de famintos que existem na terra?». O evangelho da multiplicação dos pães oferece um detalhe que pode nos ajudar a encontrar a resposta. Jesus não estalou os dedos para que aparecesse, como mágica, pão e peixe para todos. Ele perguntou o que eles tinham; convidou a compartilhar o pouco que tinham: 5 pães e 2 peixes.

Hoje Ele faz a mesma coisa. Pede que compartilhemos os recursos da terra. Sabemos perfeitamente que, pelo menos do ponto de vista alimentar, nossa terra seria capaz de dar de comer a bilhões de pessoas a mais do que as que existem hoje. Mas como podemos acusar Deus de não dar pão suficiente para todos, quando cada dia destruímos milhões de toneladas de alimentos que chamamos de «excedentes» para que não diminuam os preços? Melhor distribuição, maior solidariedade e capacidade para compartilhar: a solução está aqui.

Eu sei, não é tão fácil. Existe a mania dos armamentos, há governantes irresponsáveis que contribuem para manter muitas populações na fome. Mas uma parte da responsabilidade recai também nos países ricos. Nós somos agora essa pessoa anônima (um menino, segundo um dos evangelistas) que tem 5 pães e 2 peixes; mas nós os temos muito bem guardados e temos cuidado para não entregá-los, por medo de que eles sejam distribuídos entre todos.

A forma como se descreve a multiplicação dos pães e dos peixes («elevando os olhos ao céu, pronunciou a bênção e, partindo os pães, deu-os aos discípulos e estes à multidão») sempre recordou a multiplicação desse outro pão que é o Corpo de Cristo. Por este motivo, as representações mais antigas da Eucaristia nos mostram um cesto com 5 pães e, ao lado, 2 peixes, como o mosaico em Tabga, na palestina, na igreja construída no lugar da multiplicação dos pães, ou na famosa pintura das catacumbas de Priscila em Roma.

No fundo, o que estamos fazendo neste momento também é uma multiplicação dos pães: o pão da palavra de Deus. Eu parti o pão da palavra e a internet multiplicou minhas palavras, de forma que mais de 5 mil homens, também neste momento, se alimentaram e ficaram saciados. Resta uma tarefa: recolher «os pedaços que sobraram», fazer a Palavra chegar também a quem não participou do banquete. Converter-se em «repetidores» e testemunhas da mensagem.

[Tradução; Aline Banchieri]

Bento XVI: Pedro, a rocha sobre a qual Cristo fundou a Igreja

Intervenção na audiência geral de quarta-feira

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 7 de junho de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção de Bento XVI pronunciada durante a audiência geral desta quarta-feira, dedicada a comentar o tema «Pedro, a rocha sobre a qual Cristo fundou a Igreja».

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Queridos irmãos e irmãs:

Reiniciamos as catequeses semanais que começamos nesta primavera. Na última delas, há quinze dias, tínhamos falado de Pedro como o primeiro apóstolo; hoje queremos voltar a falar mais uma vez sobre esta grande e importante figura da Igreja. O evangelista João, ao narrar o primeiro encontro de Jesus com Simão, irmão de André, constata um dado singular: «Jesus, fixando seu olhar nele, disse-lhe: ?Tu és Simão, o filho de João, tu te chamarás Cefas?, que quer dizer, ?Pedra?» (João 1, 42). Jesus não costumava mudar o nome de seus discípulos. Com exceção do apelido de «filhos do trovão», dirigido em uma circunstância precisa aos filhos de Zebedeu (cf. Marcos 3, 17), e que depois não utilizará, nunca atribuiu um novo nome a um de seus discípulos. Contudo, ele o fez com Simão, chamando-o de Cefas, nome que depois foi traduzido em grego como «Petros», em latim «Petrus». E foi traduzido precisamente porque não era só um nome; era um «mandato» que Petrus recebia desse modo do Senhor. O novo nome, «Petrus», voltará a aparecer em várias ocasiões nos Evangelhos e acabará substituindo seu nome original, Simão.

Este dado alcança particular importância se levamos em conta que, no Antigo Testamento, a mudança de nome anunciava em geral a entrega de uma missão (cf. Gênesis 17, 5; 32,28ss, etc). De fato, a vontade de Cristo de atribuir a Pedro um especial destaque dentro do colégio apostólico se manifesta através de numerosos indícios: em Cafarnaum, o Mestre se hospeda na casa de Pedro (Marcos 1, 29); quando a multidão se reúne na margem do lago de Genezaré, entre as duas barcas amarradas, Jesus escolhe a de Simão (Lucas 5, 3); quando em circunstâncias particulares Jesus só fica em companhia de três discípulos, Pedro sempre é recordado como o primeiro do grupo: assim sucede na ressurreição da filha de Jairo (cf. Marcos 5, 37; Lucas 8, 51), na Transfiguração (cf. Marcos 9, 2; Mateus 17, 1; Lucas 9, 28), e por último durante a agonia no Horto do Getsêmani (cf. Marcos 14, 33; Mateus 16, 37). A Pedro se dirigem os arrecadadores de impostos para o Templo, e o Mestre paga por ele e por Pedro, e não apenas por ele (cf. Mateus 17, 24-27); foi o primeiro a quem Jesus lavou os pés na última Ceia (cf. João 13, 6), e só reza por ele, para que não desfaleça na fé e possa confirmar depois nela os demais discípulos (cf. Lucas 22, 30-31).

Por outro lado, o próprio Pedro é consciente dessa posição particular que tem: é ele quem fala com freqüência, em nome dos outros, pedindo explicações ante uma parábola difícil (Mateus 15, 15), ou para perguntar o sentido exato de um projeto (cf. Mateus 18, 21) ou a promessa formal de uma recompensa (Mateus 19, 27). Em particular, é ele quem supera o impacto de certas situações, intervindo em nome de todos. Deste modo, quando Jesus, ferido pela incompreensão da multidão após o discurso sobre o «pão da vida», pergunta: «Também vós quereis ir?», a resposta de Pedro é rápida: «Senhor, a quem iremos? Só Tu tens palavras de vida eterna» (Mateus 16, 15-15). Jesus pronuncia então a declaração solene que define, de uma vez por todas, o papel de Pedro na Igreja: «E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. A ti darei as chaves do Reino dos Céus; o que atares na terra será atado nos céus, e o que desatares na terra será desatado nos céus» (Mateus 16, 18-19). As três metáforas às quais recorre Jesus são em si muito claras: Pedro será o cimento de rocha sobre o qual estará o edifício da Igreja; terá as chaves do Reino dos céus para abrir e fechar a quem lhe pareça justo; por último, poderá atar e desatar, ou seja, poderá estabelecer ou proibir o que considere necessário para a vida da Igreja, que é e continuará sendo de Cristo. É sempre a Igreja de Cristo e não de Pedro. Descreve com imagens plásticas o que a reflexão sucessiva qualificará com o termo «primado de jurisdição».

Esta posição preeminente que Jesus quis entregar a Pedro se constata também depois da ressurreição: Jesus encarrega às mulheres que levem o anúncio a Pedro, distinguindo-o entre os demais apóstolos (cf. Marcos 16, 7); acode correndo a ele e a João a Madalena para informar que a pedra foi removida da entrada do sepulcro (cf. João 20, 2), e João lhe cederá o passo quando os dois cheguem ante o túmulo vazio (cf. João 20, 4-6); Pedro será depois, entre os apóstolos, a primeira testemunha da aparição do Ressuscitado (cf. Lucas 24, 34; 1 Coríntios 15, 5). Este papel , sublinhado com decisão (cf. João 20, 3-10), marca a continuidade entre a preeminência no grupo dos apóstolos e a preeminência que continuará tendo na comunidade nascida com os acontecimentos pascais, como testifica o livro dos Atos dos Apóstolos (cf. 1, 15-26; 2, 14-40; 3, 12-26; 4,8-12; 5,1-11.29; 8, 14-17; 10, etc). Seu comportamento é considerado tão decisivo que é objeto de observações e também de críticas (cf. Atos 11, 1-18; Gálatas 2, 11-14). No assim chamado Concílio de Jerusalém, Pedro desempenha uma função diretiva (cf. Atos 15 e Gálatas 2, 1-10), e precisamente pelo fato de ser a testemunha da fé autêntica, o próprio Paulo reconhecerá nele um papel de «primeiro» (Cf. 1 Coríntios 15, 5; Gálatas 1, 18; 2,7 seguintes, etc). Também, o fato de que vários dos textos chaves referidos a Pedro possam ser marcados no contexto da Última Ceia, na qual Cristo confere a Pedro o ministério de confirmar os irmãos (cf. Lucas 22, 31 seguintes), mostra como a Igreja, que nasce do memorial celebrado na Eucaristia, tem no ministério confiado a Pedro um de seus elementos constitutivos.

Este contexto do Primado de Pedro na Última Ceia, no momento da instituição da Eucaristia, Páscoa do Senhor, indica também o sentido último desse Primado: para todos os tempos: Pedro tem que ser o custódio da comunhão com Cristo; tem que guiar até a comunhão com Cristo, de forma que a rede não se rompa, mas que sustente a grande comunhão universal. Só juntos podemos estar com Cristo, que é o Senhor de todos. A responsabilidade de Pedro consiste em garantir assim a comunhão com Cristo, com a caridade de Cristo, guiando até a realização dessa caridade na vida de todos os dias. Rezemos para que o primado de Pedro, confiado a pobres seres humanos, seja sempre exercido neste sentido original desejado pelo Senhor, e para que o possam reconhecer cada vez mais em seu significado verdadeiro os irmãos que ainda não estão em comunhão conosco.

[Traduzido por Zenit. Ao final da audiência, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa:]

Amados peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação de boas-vindas para todos, nomeadamente para o grupo referido de Portugal! Viestes a Roma para revigorar a vossa fé cristã e os vínculos de amor e obediência à Igreja, que Jesus quis fundar sobre Pedro. Que as vossas vidas, fortes na fé, sempre possam irradiar o amor de Deus, e as suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e vossas famílias!

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