Tag: José Page 2 of 3

Sacerdote argentino promotor do “casamento” homossexual desafia Igreja

Será submetido a um juízo canônico, mas se nega a deixar de celebrar a Missa

CÓRDOBA, quarta-feira, 14 de julho de 2010 (ZENIT.org) – O sacerdote argentino conhecido por promover as uniões homossexuais anunciou que não obedecerá à ordem cautelar do seu bispo, que o proibiu de exercer o ministério sacerdotal.

“Neste final de semana vou celebrar a Missa, a menos que me prendam”, anunciou o Pe. José Nicolás Alessio, quem, contra os ensinamentos da Igreja, apoia a reforma ao Código Civil que se votará hoje no Senado para permitir o erroneamente chamado “casamento” homossexual.

Ontem, a arquidiocese de Córdoba anunciou que seu arcebispo, Dom Carlos José Ñañes, iniciou perante o tribunal eclesiástico o processo canônico correspondente ao Pe. Alessio, de 52 anos, pároco de San Cayetano, no bairro Altamira, de Córdoba.

Enquanto se desenvolve o juízo, como medida cautelar, o arcebispo lhe proibiu o exercício público do ministério sacerdotal, Portanto, o mencionado sacerdote não poderá celebrar publicamente a Santa Missa nem administrar os sacramentos da Igreja, razão pela qual, na prática, não poderá trabalhar como pároco.

Na última segunda-feira, Dom Ñañez ordenou enviar um comunicado a todos os sacerdotes que têm alguma responsabilidade pastoral ou eclesial na arquidiocese de Córdoba, no qual “manifesta claramente que, depois de ter esgotado todos os meios de solicitude pastoral para que o presbítero José Nicolás Alessio se emendasse e retratasse publicamente das declarações realizadas por ele mesmo a favor do suposto ‘casamento’ entre pessoas do mesmo sexo, contrariando o ensinamento e o Magistério da Igreja Católica, e tendo o mencionado presbítero negado toda possibilidade de modificação do seu agir, decidiu iniciar o processo eclesiástico correspondente no tribunal interdiocesano de Córdoba, para que toda ação se realize conforme o direito eclesial vigente, estabelecendo uma medida cautelar na que formalmente ‘lhe proíbe o exercício público do ministério sacerdotal'”.

A Igreja contará com um novo santo e 35 novos beatos

Dom  Luigi Guanella / Cecilia Eusepi VATICANO, 01 Jul. 10 / 01:18 pm (ACI).- O Papa Bento XVI autorizou esta manhã a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar os decretos referentes à canonização do sacerdote italiano Luigi Guanella, a beatificação de um sacerdote e três religiosas italianas, e 31 mártires da Espanha, Alemanha, Hungria e França.

Ao receber o Arcebispo Angelo Amato, S.D.B., prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o Papa autorizou a promulgação dos decretos sobre os milagres atribuídos à intercessão de:

Beato Luigi Guanella, italiano, (1842-1915), sacerdote, fundador da Congregação dos Servos da Caridade e do Instituto das Filhas de Santa Maria da Providência.

Venerável Giustino Maria Russolillo, italiano, (1891-1955), sacerdote, pároco de Pianura e  fundador da Sociedade  das  Divinas Vocações.

Venerável Serva de Deus Maria Serafina do Sagrado Coração de Jesus (no século: Clotilde Micheli), italiana, (1849-1911), fundadora do Instituto das Irmãs dos Anjos.

Venerável Serva de Deus Alfonsa Clerici, italiana, (1860-1930), religiosa professa da Congregação das Irmãs do Preciosíssimo Sangue de Monza.

Venerável Serva de Deus Cecilia Eusepi, italiana, (1910-1928), da Terceira Ordem Secular dos Servos de Maria.

Também se reconheceu o martírio de:

Servo de Deus Janos Scheffler, húngaro, (1887-1952), bispo de Satu Mare (Romênia).

Servos de Deus José María Ruiz Cano, Jesus Aníbal Gómez Gómez, Tomás Cordero Cordero e 13 companheiros da Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado da Bem-aventurada Virgem Maria; assassinados por ódio à fé durante a perseguição religiosa na Espanha em 1936.

Servos de Deus Carmelo María Moyano Linares e 9 companheiros da Ordem  Carmelita; assassinados por ódio à fé durante a perseguição religiosa na Espanha em 1936.

Servos de Deus Johannes  Prassek  e 2 companheiros, sacerdotes diocesanos, assassinados por ódio à fé em Hamburgo (Alemanha), em 10 de novembro de 1943.

Serva de Deus Marguerite Rutan, francesa, religiosa professa da Congregação das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paula, nascida em 1736 e assassinada em 1794.

Do mesmo modo, autorizou promulgar os decretos sobre as virtudes heróicas de:

Servo de Deus Basilio Martinelli, italiano, (1872-1962), sacerdote professo da Congregação das Escolas da Caridade (Instituto Cavanis).

Serva de Deus Maria Antonia de São José (no século: María Antonia de Paz y Figueroa), Argentina, (1730-1799), fundadora do Beatério dos Exercícios de  Buenos Aires (Argentina).

Serva de Deus Maria (no século: Casimira Kaupas), lituana, (1880-1940), fundadora da Congregação das Irmãs de São Casimiro.

Serva de Deus Maria Luisa (no século: Gertrude Prosperi), italiana, (1799-1847), abadessa do Monastério da Ordem de São Benito de Trevi.

Serva de Deus Maria Teresa (no século: María del Carmen Albarracín), espanhola, (1927-1946), religiosa professa das Irmãs de Maria Imaculada Missionárias Claretianas.

Serva de Deus Maria Plautilla (no século: Lucia Cavallo), italiana, (1913-1947), religiosa professa das Irmãzinhas Missionárias da Caridade.

Autoridades e povo de Murcia, na Espanha, rechaçam a retirada do “Cristo de Monteagudo”

MADRI, 15 Fev. 10 / 01:44 am (ACI).- A sociedade e as autoridades da cidade de Murcia, ao Sul da Espanha, rechaçaram uma demanda que pede retirar uma estátua do Sagrado Coração de Jesus do castelo de Monteagudo, onde permanece desde 1926 e que se converteu em um símbolo da identidade desta localidade espanhola.

A demanda foi posta pela Associação Preeminência do Direito e José Luis Mazón, o mesmo que em 2008 acusou de prevaricação o juiz Ferrín Calamita por dificultar uma adoção por um casal de lésbicas.

Agora vai contra a imagem conhecida como o Cristo de Monteagudo, a que chama “uma relíquia do totalitarismo católico” imposto pelo Francisco Franco e um atentado à laicidade do Estado, por estar em um imóvel que é propriedade do Ministério de Fazenda. Também se ampara na sentença do Tribunal Europeu de Direitos humanos, que recentemente obrigou o Estado italiano a retirar os crucifixos das salas de aula dos colégios públicos.

Entretanto, o pedido foi rechaçado pela sociedade em geral e pelas autoridades, que solicitaram declarar o monumento “Bem de Interesse Cultural” (BIC). Inclusive a porta-voz do PSOE na prefeitura de Murcia, María José Alarcón, qualificou de “despropósito” a demanda de Mazón, porque se trata de uma escultura arraigada no coração dos cidadãos há anos.

A oposição se trasladou também à rede social Facebook, onde proliferaram os grupos a favor de manter ao Cristo de Monteagudo como gesto da identidade de Murcia.

Por isso, da prefeitura, o Grupo Municipal Popular anunciou uma moção para o 25 de fevereiro que exige que se declare a imagem como BIC e assim se garanta sua conservação.

Uma “razão supersticiosa”

Em declarações ao Web Site Público.es, Mazón afirmou que com sua demanda “a Igreja topou com o poder da razão”, a qual “está em alta” e portanto “da Igreja daqui a um tempo se falará como hoje se fala da União Soviética, de um poder vindo a menos”. Além disso chamou a estátua de “emblema da irracionalidade dos poderes públicos”.

Entretanto, ato seguido disse que “o Cristo trouxe mal agouro (má sorte) ao povo”. Mazón afirmou que “não se prospera com essa estátua, é uma energia negativa que opera sobre Monteagudo e sobre a Murcia”.

Igreja contará com dois novos santos e cinco novos beatos

Assim como com um grupo de canonizados, assassinados por ódio à fé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 6 de julho de 2007 (ZENIT.org).- A Igreja Católica contará em breve com dois novos santos fundadores de institutos religiosos e cinco novos beatos. A eles se une um grupo de canonizados assassinados por ódio à fé há 530 anos, na Itália.

São algumas das figuras das quais Bento XVI autorizou nesta sexta-feira a promulgação de decretos, ao receber em audiência o cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Apresentamos os decretos e seus nomes como o faz a lista distribuída pelo Vatican Information Service (VIS).

MILAGRES

– Beato Gaetano Errico, italiano (1791-1860), sacerdote e fundador da Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e Maria.

– Beata Maria Bernarda Butler (no século Verena), suíça, (1848-1924), fundadora da Congregação das Irmãs Missionárias Franciscanas de Maria Auxiliadora.

– Venerável serva de Deus Maria Rosa Flesch (no século Margaret), alemã, (1826-1906), fundadora do Instituto das Irmãs Franciscanas de Santa Maria dos Anjos.

– Venerável Serva de Deus Candelária de São José Paz Castillo Ramírez (no século Susana), venezuelana, (1863-1940), fundadora da Congregação das Irmãs Carmelitas da Terceira Ordem Regular da Venezuela.

– Venerável Serva de Deus Marta Maria Wiecka, polonesa, (1874-1904), religiosa professa da Sociedade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paula.

– Venerável Serva de Deus Gioseppina Nicoli, italiana (1863-1924), religiosa do Instituto das Filhas da Caridade.

– Venerável Servo de Deus Ceferino Namuncurá, argentino (1886-1905), leigo, aluno da Sociedade de São Francisco de Sales.

MARTÍRIO

– Beato Antonio Primaldo e seus companheiros leigos, assassinados por ódio à fé em 13 de agosto de 1480 em Otranto (Itália).

VIRTUDES HERÓICAS

– Servo de Deus Marco Antonio Barbarigo, italiano, (1640-1706), cardeal da Santa Igreja Romana e bispo de Montefiascone e Corneto (hoje Tarquinia).

– Servo de Deus Lucas Passi, italiano, (1789-1866) sacerdote diocesano e fundador do Instituto das Irmãs Mestras de Santa Dorotéia.

– Serva de Deus Ignácia do Espírito Santo, filipina, fundadora da Congregação das Religiosas da Bem-Aventurada Virgem Maria (1663-1748).

– Serva de Deus Leopoldina Naudet, italiana, fundadora da Congregação das Religiosas da Sagrada Família de Verona (1773-1834).

– Serva de Deus Santina di Gesù Scribano (no século Emanuela Giovanna), italiana, religiosa professa do Instituto das Irmãs do Sagrado Coração (1917-1968).

– Serva de Deus Emilia Schneider (no século Julia), alemã, monja professa da Congregação das Filhas da Cruz (1820-1859).

– Servo de Deus Jérôme Le Royer de la Dauversière, francês, pai de família e fundador do Instituto das Filhas de São José de La Fleche, atualmente Religiosas Hospitalárias de São José (1597-1659).

– Serva de Deus Hildegard Burjan, alemã, mãe de família e fundadora das Religiosas da Caridade Social (1883-1933).

Só o justo é capaz de oferecer o sofrimento como ato de louvor, diz cardeal

D. José Policarpo, na celebração de Adoração da Cruz

LISBOA, sexta-feira, 6 de abril de 2007 (ZENIT.org).- Segundo o cardeal-patriarca de Lisboa, «só o justo, no seu coração puro, é capaz de oferecer o sofrimento como ato de louvor».

Ao refletir sobre o sofrimento do Inocente, em sua homilia na Paixão do Senhor, na Sé Patriarcal, esta Sexta-Feira Santa, D. José Policarpo recordou que os cristãos contemplam hoje o« acontecimento decisivo da história da humanidade, fundador da nossa identidade cristã: a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz, máxima expressão do sofrimento inocente, fonte de sentido para todo o sofrimento humano».

Segundo o cardeal, o sofrimento é uma realidade permanente na experiência humana, que não atinge a sua expressão fecunda devido à impureza do coração humano, incapaz de o aceitar e oferecer.

«O pecado torna estéril o sofrimento. A realidade do pecado sublinha a atualidade da Cruz de Cristo. Nós precisamos, para a nossa redenção, que Cristo continue a oferecer-Se a Deus por nós.»

Segundo o cardeal Policarpo, «só Cristo é verdadeiramente inocente e, por isso, só o Seu sofrimento é redentor. Mas purificados no Seu sangue e unidos a Ele no batismo, podemos sofrer n’Ele e com Ele, que faz suas as nossas dores e as oferece ao Pai, em ato de louvor.»

«Em Cristo a nossa dor ganha a densidade do sofrimento inocente, naquela pureza reconstruída pela ação do Espírito que Ele infunde em nós.»

«Quando o crente –prossegue o cardeal–, com o coração purificado, fazendo um com Cristo, se abandona ao sofrimento aceite e oferecido, abre-se à universalidade da salvação, participa dos sentimentos de Jesus na Cruz, o Qual, de braços abertos, abraça a humanidade de todos os tempos.»

«Esse é sempre o horizonte da Igreja, sobretudo quando celebra a Eucaristia e que hoje, nesta celebração, se exprime na oração por todos os homens, cristãos e não cristãos, crentes e descrentes, atores de um drama cuja amplitude desconhecem e que encontra na Cruz de Cristo a chave da sua compreensão», afirmou o patriarca.

Jesus foi solteiro, casado ou viúvo?

02 de abril de 2006
Juan Chapa

Os dados evangélicos dizem-nos que Jesus desempenhou seu oficio de artesão em Nazaré (Mc 6,3) e, quando tinha aproximadamente trinta anos, iniciou seu ministério público (Lc 3,23). Durante o tempo em que o exerceu, há algumas mulheres que Lhe seguem (Lc 8,2-3) e outras com quem cultiva amizade (Lc 10, 38-42). Ainda que em nenhum momento nos seja dito que fosse um homem celibatário, casado ou viúvo, os evangelhos trazem referências à sua família, à sua mãe, a seus ?irmãos e irmãs?, mas nunca à sua ?mulher?. Esse silêncio é eloqüente.

Jesus era conhecido como o ?filho de José? (Lc 3,23; 4,22; Jo 2,45; 6,42) e, quando os habitantes de Nazaré se surpreendem pelos seus ensinamentos, exclamam: ?Não é este o artesão, o filho de Maria, o irmão de Tiago e de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não vivem entre nós?? (Mc 6,3). Em nenhum lugar se faz referência a que Jesus tivesse ou tivera uma mulher.

A tradição jamais falou de um possível casamento de Jesus. Não porque considerasse que a realidade do casamento denegrisse a figura de Jesus (Ele mesmo restituiu a dignidade original do casamento, Mt 19, 1-12) ou por vê-lo incompatível com a fé na divindade de Cristo, mas simplesmente porque se ateve à realidade histórica. Se houvesse querido silenciar aspectos que podiam ser comprometedores para a fé da Igreja, porque transmitiu o batismo de Jesus pelas mãos de João Batista, que administrava o batismo para a remissão dos pecados? Se a Igreja primitiva quisesse silenciar o casamento de Jesus, porque não silenciou a presença de mulheres concretas entre as pessoas que se relacionavam com ele?

Apesar disto, difundem-se argumentos que sustentam que Jesus esteve casado. Fundamentalmente aduz-se a favor do casamento de Jesus a prática e doutrina comum dos rabinos do século I de nossa era (para o suposto casamento de Jesus com Maria Madalena, ver Que relação teve Jesus com Maria Madalena?). Como Jesus foi um rabino e o celibato era inconcebível entre os rabinos da época, teve que estar casado (ainda que houvesse exceções, como o Rabi Simeão ben Azzai, o qual, ao ser acusado de permanecer solteiro, dizia: ?Minha alma está apaixonada pela Torá. Outros podem levar adiante o mundo?, Talmude da Babilônia, b. Yeb. 63b). Assim, pois, afirmam alguns, Jesus, como qualquer judeu piedoso, teria se casado aos vinte anos e depois abandonado mulher e filhos para desempenhar sua missão.

A resposta a essa objeção é dupla:

1) Existem dados que indicam que no judaísmo do século primeiro se vivia o celibato. Flávio Josefo (Guerra Judia 2.8.2. & 120-21; Antiguidades judaicas 18.1 & 18-20), Fílon, (numa passagem conservada por Eusébio, Prep. Evang. 8, 11.14) e Plínio, o Velho, (História Natural 5.73, 1-3) nos informam que havia essênios que viviam o celibato e sabemos que alguns de Qumrán eram célibes. Também Fílon (De vita contemplativa) assinala que os ?terapeutas?, um grupo de ascetas do Egito, viviam o celibato. Além disso, na tradição de Israel, alguns personagens famosos como Jeremias, foram célibes. O próprio Moisés, segundo a tradição rabínica, viveu a abstinência sexual para manter estreita relação com Deus. João Batista também não se casou. Portanto, ainda que o celibato fosse algo pouco comum, não era inaudito.

2) Ainda que ninguém tivesse vivido o celibato, não teríamos que assumir por isso que Jesus estivera casado. Os dados, como já se disse, mostram que quis permanecer célibe e são muitas as razões que tornam essa opção plausível e conveniente, precisamente porque ser celibatário sublinha a singularidade de Jesus em relação ao judaísmo de seu tempo e está mais de acordo com sua missão. O celibato de Cristo manifesta que, sem desvalorizar o casamento nem exigir o celibato a seus seguidores, o Reino de Deus (cf. Mt 19,12), buscado por amor a Deus (Ele mesmo encarna esse amor), está acima de todas as coisas.

BIBLIOGRAFIA

GNILKA, J. Jesús von Nazareth. Botschaft und Geschichte, Herder, Freiburg 1990 (edição em espanhol: Jesús de Nazaret, Herder, Barcelona 1993).
PUIG I TÀRRECH, Armand. Jesús, un perfil biogràfic, Proa, Barcelona 2004 (edição em espanhol: Jesús. Una biografía, Destino, Barcelona 2005).

Fonte: www.opusdei.org.br

O que significa a virgindade de Maria?

02 de abril de 2006
Gonzalo Aranda

Os dois primeiros capítulos dos evangelhos de São Mateus e de São Lucas afirmam claramente que Maria concebeu Jesus sem intervenção de varão: ?o que nela foi concebido vem do Espírito Santo?, disse o anjo a São José (Mt 1, 20); e a Maria, que pergunta ?Como se fará isso, pois não conheço homem??, o anjo lhe responde: ?O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra…? (Lc 1, 34-35). Por outro lado, o fato de Jesus na Cruz entregar sua Mãe aos cuidados de São João supõe que a Virgem não tinha outros filhos. Que os evangelhos mencionem em certos trechos os ?irmãos de Jesus? pode explicar-se pelo uso do termo ?irmãos? em hebraico com o sentido de parentes próximos (Gen 13, 8; etc). Outra hipótese seria supor que São José tivesse filhos de um matrimônio anterior (ver a pergunta: Casou São José uma segunda vez?). Também podemos considerar que o termo ?irmãos? foi usado no sentido de membro do grupo de crentes, tal como é comum no Novo Testamento (cf. At 1, 15). A igreja sempre acreditou na virgindade de Maria, e a chama de ?sempre virgem? (Lumen Gentium 52), antes, durante e depois do parto, como expressa uma fórmula tradicional.

A concepção virginal de Jesus deve ser entendida como obra do poder de Deus ?porque a Deus nenhuma coisa é impossível? (Lc 1, 37). Foge a toda compreensão e poder humanos. Não tem relação alguma com as representações mitológicas pagãs em que um deus se une a uma mulher realizando o papel do homem. A concepção virginal de Jesus é uma obra divina no seio de Maria similar à criação. Isso é impossível de aceitar para o não crente, como era para os judeus e pagãos, entre os quais se inventou histórias grosseiras acerca da concepção de Jesus, como a que a atribui a um soldado romano chamado Pantheras. Na verdade, esse personagem é uma ficção literária, sobre o qual se inventou uma lenda para zombar dos cristãos. Partindo do ponto de vista da ciência histórica e filológica, o nome Pantheras (ou Pandera) é uma corruptela que parodia a palavra parthénos (em grego: virgem). As pessoas, que utilizavam o grego como língua de comunicação em grande parte do império romano do oriente, ouviam os cristãos falarem de Jesus como o Filho da Virgem (huiós parthénou), e quando queriam zombar deles, chamavam-no de ?filho de Pantheras?. Tais histórias, definitivamente, só testemunham que a Igreja sustentava a virgindade de Maria, ainda que parecesse impossível.

O fato de Jesus ter sido concebido virginalmente é um sinal de que Ele é verdadeiramente Filho de Deus por natureza ? daí que não tenha um pai humano ? e, ao mesmo tempo, verdadeiro homem nascido de mulher (Gal 4, 4). Nas passagens evangélicas, mostra-se a absoluta iniciativa de Deus na história humana, para o advento da salvação, e também que esta se insere na própria história, como mostram as genealogias de Jesus.

Pode-se compreender melhor a Jesus, concebido pelo Espírito Santo e sem intervenção de homem, como o novo Adão que inaugura uma nova criação. A ela pertence o homem novo redimido por Cristo (1 Cor 15, 47; Jô 3, 34).

A virgindade de Maria, além do mais, é sinal de sua fé sem vacilações e de sua entrega plena à vontade de Deus. Inclusive, diz-se que, por essa fé, Maria concebe a Cristo antes em sua mente que em seu ventre, e que ?é mais bem-aventurada ao receber Cristo pela fé, que ao conceber em seu seio a carne de Cristo? (Santo Agostinho). Sendo virgem e mãe, Maria é também figura da Igreja e sua mais perfeita realização.

BIBLIOGRAFIA

Catecismo de la Iglesia Católica, nn. 484-511
VARO, Francisco. Rabí Jesús de Nazaret (B.A.C., Madrid, 2005) pp. 212-219.

Fonte: www.opusdei.org.br

Page 2 of 3

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén