Tag: Geographic

Documentário da National Geographic: Restos ósseos poderiam ser de santos mártires do século III

Os restos ósseos (foto National Geographic) ROMA, 25 Abr. 11 / 04:30 pm (ACI)

Os investigadores que participam de um novo documentário da National Geographic afirmam que os dois esqueletos que estudados neste filme poderiam pertencer a dois Santos mártires casados do século III em Roma.

“Toda a evidência que reunimos sobre estas relíquias nos mostram que seriam os restos de Crisanto e Daria”, assinala o líder da investigação da Universidade de Gênova, Ezio Fulcheri.

Fulcheri explicou ademais que “esta foi uma oportunidade que sucede com muito pouca freqüência, para estudar ossos e outras relíquias que se relacionam diretamente a uma história quando já passaram quase 2000 anos. Também é raro em mártires desse tempo ter esqueletos completos, o que implica que foram protegidas e veneradas por inteiro desde o começo”.

Estes restos, compostos de 150 ossos, foram encontrados em 2008 na cripta da Catedral da cidade italiana de Reggio Emilia, ao norte do país. As provas para averiguar sua “idade” indicam que estão entre os anos 80 e 340 DC.
Em declarações ao grupo ACI, o produtor geral do documentário “Explorador: Mistério dos Santos Assassinados”, estreado nos Estados Unidos no dia 19 de abril, assinalou que “esta é a primeira vez que podemos provar a autenticidade do que se crê que são relíquias de um santo. Para nós foi um privilégio fazer parte disto”.

Entretanto, acrescentou, “também é possível que estes ossos não sejam reais” devido a que na Idade Média se gerou um mercado negro de relíquias.

O Bispo Auxiliar de Reggio Emilia, Dom Lorenzo Ghizzoni, que também aparece no documentário, assume deste modo este risco e comenta que caso os restos sejam falsos, “serão destruídos porque isso seria certamente escandaloso para os fiéis”.

Crisanto e Daria

A tradição conta que Crisanto era o filho único de um senador romano de Alexandria. Cresceu em Roma e se converteu ao cristianismo. Seu pai desaprovou esta conversão e o obrigou a casar-se com uma sacerdotisa pagã de nome Daria para tentar fazê-lo desistir em seu novo caminho de fé.

Entretanto, Daria se converteu à fé de seu marido e se dedicaram juntos a converter outros milhares ao cristianismo.

As autoridades romanas os prenderam por proselitismo e os enterraram vivos em Roma perto do ano 283.

Messori explica o que se sabe e o que não se sabe de Judas

ROMA, 2006-04-17 (ACI).- ?A Heresia do Iscariotes benemérito? é o título de um artigo em que o polemista católico italiano Vittorio Messori, demonstra o absurdo que subjaz sobre a idéia de um Judas ?bondoso? que difunde o polêmico documentário ?O evangelho de Judas?, transmitido no Domingo de Ramos pela National Geographic. Messori, autor do ?Informe sobre a Fé? e do livro-entrevista com o Papa João Paulo II ?Cruzando o Limiar da Esperança?, escreve no diário Corriere della Sera que ?há dezoito anos a Igreja condenou uma heresia gnóstica entre muitas, aquela dos ?cainitas? que valorizando em chave anti-judaica as figuras negativas da Escritura, propunha a hipótese de um Iscariotes benéfico, traidor a pedido do próprio Jesus?.

Messori se surpreende que um texto que já era conhecido há mil e 800 anos e condenado pelos Padres da Igreja tenha merecido o ?clamor mediático suspeito de interesses comerciais? que na realidade ?não revela nada de novo, salvo alguns dos textos precisos sobre os quais caiu a condenação católica?.

Não sem ironia, o polemista italiano afirma que ?se ninguém fala das infinitas ridicularidades heterodoxas de textos apócrifos do Novo Testamento, talvez é não só porque os jornalistas sabem pouco, mas porque nenhuma empresa pensou em aproveitá-los para vender revistas, livros e DVDs?.

?E também porque ainda não se decidiu (pelo menos por enquanto, embora esteja se aproximando o momento) inserir-se no grotesco filão pseudo-bíblico do qual Dan Brown é apenas o provedor mais afortunado?, acrescenta.

Messori sim reconhece que entre os exegetas católicos existem legítimas discrepâncias sobre o que moveu Judar a trair Jesus.

No Tríduo Pascal, opina o autor, Bento XVI se adere à tese que afirma que Judas traiu porque ?valorizava Jesus segundo categorias do poder e do êxito: para ele o amor não conta, só o poder e o sucesso são realidade?.

Esta interpretação severa da traição de Judas, diz Messori, se fundamenta em que Judas, como os judeu de seu tempo esperava um Messias vencedor; ?mas a desilusão começou a crescer, frente ao repúdio de Jesus de assumir um papel político?.

Judas, então, teria traido não pelas trinta moedas ? que eram o preço de um escravo de pouco valor ? mas por que ?a maneira, pensada, de por Jesus contra a parede, de pressionar àquele Messias temeroso e tardo em mostrar seu poder: para não ser capturado teria finalmente mostrado qual é o poder de Deus que o tinha enviado?.

O fracasso do projeto de Judas, diz Messori, explica seu desespero e ?a crise que o levou ao suicidio?.

Mesmo que o o Papa se adira a esta postura, continua sendo uma hipótese e por isso a Igreja não definiu as motivações do traidor. Mas, do que não cabe dúvida, é que se tratou de um ato consciente, maligno e livre.

?Só Deus sabe o que é que aconteceu no coração daquele desventurado, e quais foram as motivações profundas da decisão fatal?.

Entretanto, Messori conclui indicando que, inclusive a respeito de Judas, a Igreja mantém sua postura: de ninguém se pode afirmar que foi condenado com absoluta certeza, nem mesmo se Jesus disse que ?melhor seria não ter nascido?.

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén