Tag: Estado Islâmico

Bilionário judeu resgata cristãos perseguidos pelo Estado Islâmico: “Tenho uma dívida de gratidão”

Lord George Weidenfeld é grato aos cristãos que salvaram a sua vida durante o Holocausto

O britânico lord George Weidenfeld está financiando uma missão de resgate de até 2.000 famílias cristãs no Iraque e na Síria. Segundo o Catholic Herald, do Reino Unido, ele quer seguir o exemplo do falecido sir Nicholas Winton, cristão que salvou 669 crianças judias destinadas à morte em campos de concentração nazistas durante o Holocausto.

O bilionário de 95 anos diz que tem “uma dívida a pagar“.

Em 1938, os quakers e os Irmãos de Plymouth, cristãos, organizaram a transferência segura de judeus de Viena para a Inglaterra através do “Kindertransport”, ajudando-os a escapar dos nazistas. Os judeus receberam comida, roupas, hospedagem e transporte. Weidenfeld estava entre eles.

“Eu tenho uma dívida a pagar”, disse lord Weidenfeld em entrevista ao Times. “Ela vale para os muitos jovens que estavam nos ‘Kinderstransport’. Foi uma operação muito nobre, e nós, judeus, devemos ser gratos e fazer algo pelos cristãos que estão em perigo“.

A primeira fase do esforço de resgate organizado pela Weidenfeld Safe Havens Fund conseguiu levar 150 pessoas da Síria para a Polônia neste último 10 de julho, com a permissão do governo polonês e do regime de Assad na Síria.

O jornal Express, do Reino Unido, informa que o fundo de Weidenfeld pretende dar suporte econômico de 12 a 18 meses para os refugiados. Alguns países, como os Estados Unidos, se recusaram a participar do projeto porque ele não inclui os muçulmanos, também eles alvo do Estado Islâmico.

Os cristãos, os yazidis, os drusos e os muçulmanos xiitas são perseguidos pelo grupo terrorista na Síria e no Iraque. Lord Weidenfeld, no entanto, defendeu o objetivo específico do seu projeto:

“Eu não posso salvar o mundo todo, mas tenho uma possibilidade muito específica no caso dos cristãos. Outros podem fazer o que eles querem que seja feito pelos muçulmanos”.

Nascido na Áustria em 1919, Weidenfeld recebeu o título de “lord” em 1976. Chegado à Grã-Bretanha sem um tostão, ele fez fortuna criando a editora Weidenfeld & Nicholson.

Exorcista italiano declara: “O Estado Islâmico é Satanás”

O Estado Islâmico é Satanás
Para o padre Amorth, “os cristãos não sabem se defender de Satanás, que avança com o califado”

O Estado Islâmico é Satanás“. Palavra de exorcista. Em entrevista ao jornal italiano Il Giorno, o padre Gabriele Amorth falou da ferocidade dos jihadistas contra os cristãos.

“As coisas acontecem primeiro nas esferas espirituais e depois se tornam concretas nesta terra. Os reinos espirituais são apenas dois. O Espírito Santo e o espírito demoníaco. O mal disfarçado de várias maneiras, políticas, religiosas, culturais, tem uma única fonte inspiradora: o diabo. Como cristão, eu luto espiritualmente contra a besta”.

E ainda:

“A política mundial, que hoje se mostra sem respostas diante do massacre de cristãos, também terá que combater o Estado Islâmico e vai combatê-lo de uma forma diferente”.

Depois, o exorcista falou sobre a perda de espaço do cristianismo no mundo atual:

“Perguntemos a nós mesmos o que o Ocidente fez nas últimas décadas. Mandou Deus para o diabo. Acabou com as bênçãos de escolas, acabou com as cruzes, acabou com tudo, mandou tudo embora”.

Finalmente, falou de Satanás:

“Ele me responde apenas quando eu o questiono. Ele repete que o mundo está em seu poder, e nisso ele diz a verdade. Biblicamente falando, estamos nos últimos tempos e a besta está trabalhando freneticamente”.

Fonte: ALETEIA

Estado Islâmico queima uma igreja católica e sequestra 90 cristãos na Síria

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ROMA, 24 Fev. 15 / 02:37 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Observatório sírio para os direitos humanos denunciou que o Estado Islâmico (ISIS), queimou uma das igrejas mais antigas do país e sequestrou 90 cristãos após assaltar duas vilas na província de Hassakeh, no nordeste do país.

Conforme confirmaram o semanário Newsweek e a agência síria Sana, o ISIS incendiou a igreja católica de Tal Hermez e exigiu que os peshmerga libertem os jihadistas que estavam presos, caso não atendam ao pedido, matarão todos os reféns.

O ataque começou às primeiras horas da segunda-feira com a invasão de um vilarejo que fica perto de Tell Tamer, na área de Al-Hasakah, onde vive uma minoria assíria-caldeia-siríaca. As mulheres e as crianças foram reunidas em uma zona da vila enquanto os homens foram levados às montanhas de Abd al-Aziz.

Por sua parte, o Bispo Mar Aprem Athnie advertiu que o ISIS avança rapidamente pela região, colocando em risco a vida dos cristãos que vivem nos 35 vilarejos da zona.

Os extremistas muçulmanos teriam escolhido atacar a região de Khabour depois de serem derrotados em Kobane pelo Partido Curdo PYD.

A batalha de Khabour começou às 4:00 a.m. e em pouco tempo tomaram os dois primeiros vilarejos, sequestrando 90 cristãos.

“Felizmente cerca de 600 famílias conseguiram fugir para Qamishly”, assinalou por sua parte o Arquimandrita Emanuel Youkhana, do Programa de Ajuda Cristã “Nohadra-Iraque”.

Entretanto, “estamos preocupados com o destino dos sequestrados. Conhecemos bem os métodos bárbaros do ISIS”, indicou o Arquimandrita, que expressou seu desejo de que os 90 cristãos sejam libertados o mais rápido possível.

Estado Islâmico degola britânico David Haines

Esta é a terceira execução de um refém ocidental por parte do EI em poucas semanas, após a morte de dois jornalistas americanos na Síria

O Estado Islâmico (EI) anunciou a decapitação do refém britânico David Haines, em represália à entrada da Grã-Bretanha na coalizão formada para combater o grupo extremista jihadista, revelou neste sábado o centro americano de monitoramento da Internet (SITE).

Em um vídeo publicado na Web, Haines é decapitado por um combatente com o rosto coberto. Esta é a terceira execução de um refém ocidental por parte do EI em poucas semanas, após a morte de dois jornalistas americanos na Síria.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu imediatamente qualificando a execução de “assassinato vil e repulsivo”.

“Faremos tudo ao nosso alcance para encurralar estes assassinos e fazer com que respondam por seus atos, não importa o tempo que isto leve”.

“Penso na família de David Haines, que mostrou uma força e uma coragem extraordinárias diante deste desafio”, revelou Cameron.

Os parentes de Haines haviam apelado aos sequestradores pela vida do voluntário britânico. “Somos a família de David Haines. Enviamos mensagens, mas não recebemos nenhuma resposta. Pedimos aos que mantêm David detido que entrem em contato conosco”.

No vídeo da execução, sob o título de “Mensagem aos Aliados da América”, o grupo jihadista reprova a Grã-Bretanha por aderir à coalizão liderada pelos Estados Unidos para combater o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

“Vocês entraram voluntariamente nesta coalizão com os Estados Unidos contra o Estado Islâmico, como vosso predecessor Tony Blair fez antes de vocês, seguindo uma tendência dos primeiros-ministros britânicos que não têm coragem de dizer não aos americanos”, diz o carrasco em mensagem dirigida ao governo de David Cameron.

O homem encapuzado, que parece ser o mesmo carrasco dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, afirma que a aliança contra o EI “acelerará vossa destruição e afundará os cidadãos britânicos em outra guerra sangrenta e perdida”.

O carrasco ameaça ainda executar outro refém britânico em poder do EI.

O escocês Haines, 44 anos, foi sequestrado em março de 2013, quando atuava como voluntário em trabalhos humanitários na Síria.

Haines, que fazia trabalho humanitário desde 1999, cooperava com a ONG francesa Acted como responsável logístico no campo de refugiados de Atmeh, um povoado sírio perto da fronteira turca.

No início de setembro, o Estado Islâmico divulgou outro vídeo, com a decapitação do jornalista americano Steven Sotloff, quando ameaçou executar Haines.

Sotloff, 31, que usava um uniforme laranja, foi degolado de joelhos no deserto por um combatente encapuzado do EI que utilizou uma faca.

A execução também foi atribuída à ação dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Sotloff se identifica em inglês e com calma explica que paga o preço pela política de Obama. Seu executor também fala em inglês.

“Estou de volta, Obama, e estou de volta por causa de sua arrogante política externa em relação ao Estado Islâmico”, afirma o jihadista, em aparente referência a um vídeo anterior no qual o jornalista americano James Foley é executado da mesma forma.

O vídeo do assassinato de Foley foi divulgado em agosto, depois que o presidente Barack Obama ordenou ataques aéreos contra o EI.

Obama informou na quarta-feira passada que ampliará à Síria a campanha aérea contra o EI, em andamento no Iraque desde 8 de agosto, e que fornecerá ajuda às forças armadas iraquianas e aos rebeldes moderados sírios que combatem tanto o regime de Bashar al-Assad quanto o Estado Islâmico.

Na próxima segunda-feira, em Paris, uma conferência “reunirá os sócios internacionais e regionais” para organizar a luta contra o Estado Islâmico.

10 coisas que você precisa saber sobre os extremistas do Estado Islâmico

A começar pelo nome do grupo: afinal, é EI, EIIL, EIIS, ISIS, ISIL, Califado…?

EIIL, EIIS, ISIS ou ISIL? Estado Islâmico ou Califado?

O grupo de extremistas islâmicos sunitas que está espalhando o terror por partes da Síria e do Iraque não causou apenas um rastro de morte e destruição, mas também muita confusão na cabeça das pessoas do mundo inteiro.

Para tentar esclarecer algumas dessas dúvidas, a edição norte-americana de Aleteia consultou analistas que vêm estudando o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), um dos vários nomes atribuídos ao grupo radical. Pela colaboração, agradecemos ao pe. Elias D. Mallon, diretor do Departamento de Assuntos Exteriores da Associação Católica pela Prosperidade do Oriente Próximo, sediada em Nova Iorque; ao jesuíta pe. Mitch Pacwa, do canal católico de televisão EWTN, dos Estados Unidos; e a William Kilpatrick, autor do livro “Christianity, Islam and Atheism: The Struggle for The Soul of The West” [“Cristianismo, islã e ateísmo: a luta pela alma do Ocidente”].

1. O que ou quem é o EIIL? Como ele surgiu?

O EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante) é formado por extremistas sunitas, recrutados em todo o mundo de língua árabe e até em regiões externas a ele. Suas origens se conectam com Abu Musab al-Zarqawi, terrorista nascido na Jordânia.

“Al-Zarqawi foi para o Afeganistão como jihadista no final da década de 1980”, explica o padre Mallon. “Lá, ele fundou a Organização para a Tawhid (proclamação da unidade de Deus) e para a Jihad e, em 2004, colocou essa organização sob a liderança da Al-Qaeda e declarou a guerra total contra os xiitas”.

O Estado Islâmico (EI, outro dos nomes e siglas atribuídos ao grupo) foi muitas vezes chamado de “Al-Qaeda do Iraque” durante a Guerra do Iraque [nos anos 2000], explica uma nota da arquidiocese de Toronto. O grupo se proclama como um Estado independente que reivindica partes do Iraque, da Síria e do Líbano. Criado no início da Guerra do Iraque, o grupo tem como alvo principal os militares e os governos do Iraque e da Síria, mas assumiu também a autoria de ataques que mataram milhares de civis iraquianos. De acordo com estudos de agências de inteligência norte-americanas, o Estado Islâmico tem planos de tomar o poder e transformar esse território num estado islâmico fundamentalista.

Al-Zarqawi foi morto pela detonação de uma bomba norte-americana em 2006.

“Parece então que o EIIL é um desdobramento da Al-Qaeda do Iraque”, observa o padre Mallon. “Mas a própria Al-Qaeda já criticou o EIIL por ser excessiva e indiscriminadamente violento, o que o colocaria no risco de perder apoio popular”.

“Como ramo da Al-Qaeda, o EIIL segue a teologia wahabita do islamismo sunita, que surgiu no leste da Arábia nos anos 1740”, destaca o padre Pacwa. “Sua obsessão é com o conceito da unicidade de Deus. Os primeiros wahabitas se revoltaram com as honrarias dedicadas ao profeta Maomé em seu túmulo na cidade de Medina. Por isso eles destruíram o túmulo completamente. A catequese deles na Arábia enfatizava a unidade absoluta de Deus e convocava todos os muçulmanos a se unirem a eles na aplicação desta doutrina ou, do contrário, a serem mortos”.

O EIIL é hoje liderado por Abu Bakr al-Baghdadi, que se declarou “Califa” em 29 de junho deste ano. Se a constante alternação de nomes do EIIL é desconcertante, aplica-se o mesmo a Al-Baghdadi. Seu nome original é Ibrahim Awwad Ibrahim Ali al-Badri al-Samarra’i. Ele adotou seu atual “nome de guerra” em homenagem ao primeiro califa, Abu Bakr.

“Recentemente, Al-Baghdadi começou a se chamar de Abu Bakr al-Baghdadi al Husseini al-Qurayshi, sendo que os dois últimos nomes são uma tentativa de ligar a linhagem dele com a do profeta Maomé e com a tribo dos coraixitas”, explica o padre Mallon. “Se ele é mesmo descendente do Profeta, isso deveria ficar óbvio em seu nome. Mais recentemente, ele passou a usar o título de ‘O Comandante dos Fiéis Califa Ibrahim’”.

2. Por que surgiu o EIIL?

O pe. Mallon aponta dois motivos para o surgimento do EIIL:

“Motivo ideológico: difundir o islã e o domínio islâmico pelas terras do clássico Califado Abássida, que chegou a se estender até a Península Ibérica. O grupo mostra pouca compreensão da história axadrezada do califado. Neste sentido, o EIIL tende a um certo “romantismo”, mas de tipo incrivelmente brutal.

Motivo prático: muitos sunitas no Iraque e na Síria sentem-se marginalizados, tanto pelo governo alauíta de Bashar al-Assad em Damasco quanto pelo governo xiita de Nouri al-Maliki em Bagdá. Eu acho que muitos sunitas veem o EIIL como a única oposição eficaz, especialmente no tocante ao regime de Bagdá. Não tenho certeza, mas suspeito que a lealdade não vai muito a fundo”.

3. Qual é o objetivo do EIIL e a probabilidade de atingi-lo?

O objetivo do grupo é restabelecer o califado e ampliar ao máximo a hegemonia religiosa, política e militar islâmica, diz o padre Mallon. “Para conseguir isso, eles estão dispostos a violar os princípios tradicionais da guerra islâmica”.

4. É um movimento global?

“Sim e não”, responde o padre Mallon. “É global porque apela a um público amplo de muçulmanos que compartilham a ideia romântica de um califado em que os muçulmanos governam tudo e todos. Mas não é um movimento global quando levamos em consideração que ele provavelmente não é sustentável em vários aspectos. Além disso, haverá oposição por conta do crescente desejo de democracia em muitos países muçulmanos. A democracia é a antítese dos califados, historicamente autocráticos. E os xiitas, em princípio, são contrários a um califado sunita mandando neles”.

Prossegue Mallon: “Embora o EIIL use os métodos mais brutais e selvagens, seria um grave erro enxergá-lo como um grupo primitivo. Ele já se mostrou perturbadoramente sofisticado no uso dos meios de comunicação e das mídias sociais. Há relatos de uma loja em Istambul e de um site em que podem ser compradas camisetas com o logotipo do EIIL, além da faixa que nós vemos na testa dos combatentes do EIIL e de outras formas de propaganda. O New York Times estima que o EIIL seja o grupo terrorista mais rico do mundo, com centenas de milhões de dólares. A maior parte dessa riqueza vem dos bancos e das pessoas físicas que eles roubaram nas cidades saqueadas. Parece que eles têm evitado depender de fontes externas de financiamento, porque essas fontes poderiam ser facilmente bloqueadas”.

5. Qual é a atitude do EIIL em relação com o cristianismo, em particular no Oriente Médio?

O pe. Mallon explica que a atitude do EIIL em relação ao cristianismo parece basear-se na crença de que todas as referências positivas aos cristãos no alcorão foram revogadas (por exemplo, a que chama os cristãos de “os mais próximos dos muçulmanos no amor”). Isto reduziria os cristãos a alvos de humilhação, aniquilação ou conversão forçada. “Mas esta posição não é muito difundida entre os muçulmanos em geral”.

O pe. Pacwa explica que os wahabitas modificaram o ensino corânico tradicional em relação às outras religiões. “O alcorão ensina que os judeus e os cristãos fazem parte dos ‘povos do livro’, já que a sua bíblia inclui livros de ou sobre antigos profetas que o islã reconhece. Judeus e cristãos que se submeterem ao islã e pagarem o imposto da jizya para receber proteção dos muçulmanos estarão seguros. Mas o wahabismo ensina que os judeus e os cristãos de hoje em dia decaíram e não são mais considerados parte dos ‘povos do livro’. Eles são hoje iguais aos infiéis, ou ‘kufar’, em árabe, e a alternativa que resta a eles é converter-se ou ser mortos. O mesmo se aplica aos pagãos e aos ateus. Por incrível que pareça, os radicais também atribuem o status de infiéis aos xiitas e a todas as outras seitas do próprio islamismo, como a dos alauítas que governam a Síria. Isto explica por que eles atacam cristãos, xiitas, alauítas, yezidis e qualquer um que seja diferente dos wahabitas, que ensinariam a forma mais pura da unicidade de Deus”.

6. Há muitos relatos de atrocidades cometidas contra os cristãos e outras minorias religiosas. O que se sabe com certeza?

O pe. Mallon diz que existem “testemunhos razoavelmente confiáveis de atrocidades” cometidas pelo EIIL contra os cristãos, contra os sunitas moderados, contra os xiitas e contra outros grupos religiosos. “Muitos foram executados, mulheres foram escravizadas, etc.”.

O pe. Pacwa acrescenta que a ideologia wahabita não explica as crucificações relatadas. “Decapitar crianças não é uma prática islâmica normal, nem ensinar aos filhos que as cabeças humanas são troféus. Se eles fossem loucos, a disciplina militar deles não seria tão boa. Aparentemente, eles escolheram uma escuridão tamanha de alma que até a Al-Qaeda já rejeitou o EIIL”.

7. Os Estados Unidos ou a comunidade internacional poderiam tê-los parado antes? E agora?

O EIIL poderia ter sido enfraquecido pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional, acredita o padre Mallon, “mas eu não acredito que ele possa ser parado por agentes externos. Ele tem que ser parado de dentro da sociedade síria e iraquiana. Quando a população em geral se revoltou com a violência de Al-Zarqawi, o movimento dele perdeu força consideravelmente. Os apoiadores ideológicos ou românticos do EIIL parecem ignorar muito da história, dos fatos e até da moralidade islâmica. Mas eu acho que os apoiadores práticos e políticos são na maioria sunitas com graves e reais queixas contra os governos de Damasco e de Bagdá. Eu acredito que se as demandas desses sunitas fossem apresentadas de uma forma justa, equitativa e democrática, o EIIL perderia muito do apoio que tem hoje”.

Esta é uma realidade que os governos ocidentais deveriam enxergar.

8. O Iraque está formando um novo governo. Qual é a relevância deste processo?

Formar um novo governo não é suficiente, opina o pe. Mallon. O Iraque tem que formar um novo tipo de governo, um governo livre de corrupção e de nepotismo, livre de divisões, “um governo de, por e para todos os iraquianos. Sem este novo tipo de governo, eu não acredito que o Iraque seja viável como país unificado”.

9. Qual é o papel que as Igrejas podem desempenhar nesta crise humanitária?

Pe. Mallon: “As Igrejas cristãs do Oriente Médio estão numa posição de fraqueza, talvez na sua pior posição em todos os tempos. Mas elas podem fornecer assistência tanto material quanto espiritual para quem está sofrendo. As Igrejas podem dar um poderoso testemunho da necessidade de justiça. As Igrejas têm a capacidade de espalhar informação não partidária por todo o planeta. As Igrejas poderiam ter um papel de conciliadoras. Os árabes cristãos, normalmente, são pessoas educadas e altamente qualificadas. Eles poderiam fornecer o arcabouço teórico para a emergência da sociedade civil e das estruturas democráticas na região e funcionar como agentes de reconciliação. Se essas possibilidades vão se concretizar é uma questão em aberto, que parece distante, futura. Mas o futuro é o lugar onde vive a esperança…”.

10. Afinal de contas, qual é o nome do grupo?

Inicialmente, a mídia ocidental se referiu ao grupo extremista com a sigla EIIS (Estado Islâmico do Iraque e da Síria), traduzida para cada idioma ou mantida em inglês (ISIS). Depois, passou-se a usar a sigla EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), porque a região historicamente conhecida como Levante abrange também o Líbano, outro país em que o grupo reivindica territórios. Em seguida, o próprio grupo passou a se denominar apenas Estado Islâmico (EI), não mais se restringindo à região do Iraque, da Síria e do Líbano e dando a entender, portanto, que as suas ambições de domínio são mais abrangentes. Finalmente, no dia 29 de junho deste ano, o líder do grupo se proclamou califa e afirmou ter restabelecido o califado, passando a adotar este termo para se referir aos territórios que o grupo foi dominando. Como a existência de fato do califado é amplamente questionada, a imprensa e os estudiosos preferem continuar a chamar o grupo de EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante) ou apenas de EI (Estado Islâmico).

Fonte: Aleteia

Cristãos fogem de Mossul após ultimato jihadista

Fonte: Exame

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De acordo com testemunhas, mensagens transmitidas por alto-falantes de várias mesquitas intimaram os cristãos a deixar a cidade até sábado

Kirkuk – Os cristãos fugiam em massa da cidade de Mossul, controlada pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI), depois que os rebeldes difundiram um ultimato dando a eles poucas horas para partir, informou o patriarca caldeu.

“As famílias cristãs vão para Dohuk e Arbil” (nas proximidades da autônoma região do Curdistão), afirmou o patriarca Louis Sako à AFP. “Pela primeira vez na história do Iraque, Mossul está vazia de cristãos”.

De acordo com testemunhas, as mensagens transmitidas pelos alto-falantes de várias mesquitas intimaram os cristãos a deixar a cidade até sábado.

Em uma declaração atribuída ao EI, os jihadistas já haviam advertido na semana passada a minoria cristã em Mossul, a segunda maior cidade do país, habitada por 2 milhões de pessoas antes da ofensiva dos insurgentes sunitas em 9 de junho.

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