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O Papa: Cristãos pecadores sim, corruptos não

Papa Francisco

VATICANO, 12 Nov. 13 / 01:13 pm (ACI/EWTN Noticias).- Quem não se arrepende e “faz de conta que é cristão” faz muito mal à Igreja, afirmou o Papa Francisco na Missa da manhã de ontem celebrada na capela da Casa Santa Marta. Disse que todos devemos reconhecer que somos “pecadores”, mas devemos estar atentos para não nos converter em “corruptos”. Quem é benfeitor da Igreja, mas rouba o Estado, acrescentou Francisco, é “um injusto” que leva uma “vida dupla”.

Jesus “não se cansa de perdoar e nos aconselha” que façamos o mesmo. O Papa se deteve em sua homilia sobre a exortação do Senhor a perdoar o irmão arrependido, de que fala o Evangelho. Quando Jesus pede que se perdoe sete vezes ao dia, observou o Pontífice, “faz um retrato de si mesmo”.

Jesus, prosseguiu, “perdoa”, mas neste trecho evangélico também diz: “Ai daquele que produz escândalos”. Não fala de pecado, mas sim de escândalo, que é outra coisa. E acrescenta que “Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos”. Daí que o Papa se perguntasse que diferença há entre “pecar e escandalizar”:

“A diferença é que quem peca e se arrepende, pede perdão, se sente fraco, se sente filho de Deus, se humilha, e pede justamente a salvação de Jesus. Mas daquele outro que escandaliza, não se arrepende. Continua pecando, mas faz de conta que é cristão: uma vida dupla. E a vida dupla de um cristão faz muito mal, muito mal. ‘Mas, eu sou um benfeitor da Igreja! Coloco a mão no bolso e dou à Igreja. Mas com a outra mão, rouba: do Estado, dos pobres… rouba. É um injusto. Esta é a vida dupla. E isto merece –o diz Jesus, não o digo eu– que lhe amarrem no pescoço uma pedra de moinho e seja jogado ao mar. Não fala de perdão, aqui”.

Isto, destacou o Pontífice, porque “esta pessoa engana”, e “onde está o engano, não está o Espírito de Deus. Esta é a diferença entre o pecador e o corrupto”. Quem “leva uma vida dupla– disse – é um corrupto”. Diferente é quem “peca e gostaria poder não pecar, mas é fraco” e “vai ao Senhor” e pede perdão: “o Senhor gosta desta pessoa! Acompanha-a, e está com ela”:

“E nós devemos nos dizer pecadores, sim, todos, aqui, todos o somos. Corruptos, não. O corrupto está fixo em um estado de suficiência, não sabe o que é a humildade. Jesus, a estes corruptos, dizia-lhes: ‘A beleza de ser sepulcros caiados, que parecem belos, por fora, mas dentro estão cheios de ossos mortos e de podridão. E um cristão que se vangloria de ser cristão, mas que não faz vida de cristão, é um destes corruptos. Todos conhecemos alguém que está nesta situação, e quanto mal fazem à Igreja! Cristãos corruptos, sacerdotes corruptos… Quanto mal faz à Igreja! Porque não vivem no espírito do Evangelho, mas no espírito mundano”.

O Santo Padre recordou que São Paulo o diz claramente em sua Carta aos cristãos de Roma: “Não vos conformeis com este mundo”. E ainda precisou que o “texto original é mais forte” porque afirma que não temos que “entrar nos esquemas deste mundo, nos parâmetros deste mundo”. Esquemas, reafirmou, que “são este mundismo que te leva à vida dupla”.

“Uma podridão vernizada: esta é a vida do corrupto. E Jesus não lhes dizia simplesmente ‘pecadores’, dizia-lhes: ‘hipócritas’. E que belo, aquele outro, né? ‘Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo.’. É o que Ele faz com os pecadores. Ele não se cansa de perdoar, só com a condição de não querer fazer esta vida dupla, de ir a Ele arrependidos: ‘me perdoe, Senhor, sou pecador!’.

Para concluir o Papa disse que “assim é o Senhor. Peçamos hoje a graça ao Espírito Santo que foge de todo engano, peçamos a graça de nos reconhecer pecadores: somos pecadores. Pecadores, sim. Corruptos, não”.

Rebeldes islâmicos massacram 45 cristãos na Síria

Rebeldes islâmicos massacram 45 cristãos na Síria
Imagem: CC BY-SA HonestReporting.com

Roma, 31 Out. 13 / 06:28 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Metropolita sírio ortodoxo das sedes de Homs e Hama, Selwanos Boutros Alnemeh, denunciou o massacre de 45 cristãos na cidade síria de Sadad por tropas de radicais islâmicos antes de que a cidade fosse recuperada pelo exército.

“O que ocorreu em Sadad foi o pior e mais grave massacre de cristãos ocorrido na Síria nos últimos dois anos e meio” expressou à agência Fides o prelado, ilustrando o trágico saldo de vítimas fatais nesta pequena cidade cristã. “Os civis inocentes foram martirizados sem nenhuma razão, eram 45, entre eles várias mulheres e crianças, muitos dos quais foram jogados em fossas comuns. Outros civis foram ameaçados e aterrorizados”, denunciou.

Até o momento 30 pessoas estão feridas e outras 10 continuam desaparecidas. Durante uma semana, 1.500 famílias foram mantidas como reféns e escudos humanos. Entre eles crianças, idosos, jovens, homens e mulheres. Alguns deles fugiram a pé percorrendo os 8 km desde Sadad até Al-Hafer para encontrar refúgio. Cerca de 2.500 famílias fugiram de Sadad, levando apenas a roupa que tinham no corpo, devido à irrupção de grupos rebeldes armados e hoje estão refugiados nas cidades de Damasco, Homs, Fayrouza, Zaydal, Maskane e Al-Fhayle”.

“A cidade carece por completo de eletricidade, água e telefone. Todas as casas de Sadad foram roubadas e saqueadas. As Igrejas estão danificadas e profanadas, privadas de livros antigos e móveis preciosos, manchadas com escritos contra o cristianismo. As escolas, prédios governamentais, edifícios municipais foram destruídos, assimo como a agência de correios, o hospital e a clínica. Roubaram das crianças de Sadad seu futuro e muitos lares não poderão ser reconstruídos”, denunciou.

“Gritamos pedindo ajuda ao mundo inteiro, mas ninguém nos escutou. Onde está a consciência cristã? Onde está a consciência humana? Onde estão meus irmãos? Penso em todos os que estão sofrendo hoje o luto e a dor: Tenho um nó na garganta e me dói o coração pelo que sucedeu em minha arquidiocese. Qual será nosso futuro? Pedimos a todos que orem por nós”.

A cidade de Sadad, um assentamento cristão, foi invadido e ocupado pelas tropas rebeldes islâmicas no dia 21 de outubro e reconquistada nos últimos dias pelo exército regular de Síria, país comandado por Bashar Al Assad. Os representantes do Patriarcado e das famílias das vítimas, que retornaram à cidade, encontraram, para seu horror, duas fossas comuns, onde estavam os corpos de seus familiares e amigos.

A cidade está completamente destruída e saqueada. Alguns dos militantes que invadiram a cidade se refugiaram na Igreja sirio-ortodoxa de São Teodoro, que foi profanada.

Sadad é um antigo povoado sírio que data do ano 2000 a.C., situado na região de Qalamoon, ao norte de Damasco, com suas Igrejas, templos, ícones históricos e lugares arqueológicos possui 15.000 habitantes, sendo a maioria deles cristãos.

“Cristãos ideológicos” é uma doença grave na Igreja

Quando um cristão passa a ser discípulo da ideologia é porque perdeu a fé. Esta a principal conclusão que podemos retirar da meditação matinal do Papa Francisco na missa em Santa Marta nesta quinta-feira.

O Santo Padre baseou a sua meditação na leitura do Evangelho deste dia, em que Jesus reprova a atitude dos doutores da lei dizendo-lhes que eles tinham levado a chave do conhecimento. Tal como disse o Papa: “chave no bolso e porta fechada”. Com base neste episódio o Papa refletiu sobre a atitude dos cristãos que muitas vezes têm este formato: partindo de ideologias e moralismos, os cristãos, por vezes, têm a chave na mão e deixam a porta fechada. Ou seja, podem permitir o acesso e proceder a uma abertura, mas ficam numa visão fechada da vida e, por conseguinte, da fé. Com este tipo de atitude favorecesse a ideologia, disse o Papa Francisco , e “quando um cristão passa a ser discípulo da ideologia é porque perdeu a fé” e “a fé transforma-se em ideologia”:

“A fé transforma-se em ideologia e a ideologia assusta, a ideologia manda embora as pessoas, afasta, afasta as pessoas e afasta a Igreja da gente. Mas é uma doença grave esta dos cistãos ideológicos. É uma doença, mas não é nova? Já o Apóstolo João, na sua Primeira Carta, falava disto. Os cristãos que perdem a fé e preferem as ideologias. A sua atitude é: tornarem-se rígidos, moralistas, mas sem bondade. A pergunta pode ser esta: Mas porque é que um cristão pode passar a ser assim? O que é que sucede no coração daquele cristão, daquele padre, daquele bispo, daquele Papa, para ficar assim? Simplesmente uma coisa: aquele cristão não reza. E se não há oração, tu sempre fechas a porta.”

A chave que abre a porta da fé é a oração – concluiu o Papa – e quando não há oração o cristão fica soberbo, orgulhoso e seguro de si mesmo. Não é humilde. E pode cair no erro dos doutores da lei que, como diz o Santo Padre, não faziam oração mas rezavam muitas orações para serem vistos. Ao contrário, Jesus, disse-nos que para fazer oração – continuou o Papa – devemos fechar-nos no nosso quarto e rezar ao Senhor de coração a coração. O Santo Padre, em conclusão, pediu ao Senhor para que nos dê a graça de nunca deixarmos de rezar, para não perder a fé, e conservarmo-nos humildes. (RS)

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Jornalista denuncia guerra global contra os cristãos

John Allen

DENVER, 11 Out. 13 / 10:32 am (ACI/EWTN Noticias).- No seu último livro “The Global War on Christians,” (A Guerra Mundial Contra os Cristãos), o jornalista John Allen, Jr. detalha os ataques contra os cristãos ao redor do mundo. Esta onda de violência global fez dos cristãos o grupo mais perseguido por causa da religião.

“Não acho que seja necessário qualquer tipo de convicção religiosa ou interesse confessional para dar-se conta de que a defesa dos cristãos perseguidos merece ser a prioridade mundial número um com respeito aos direitos humanos”, declarou Allen, conhecido vaticanista em declarações ao Grupo ACI.

“Não era preciso ser judeu nos anos ‘70s para preocupar-se da realidade dos judeus dissidentes na União Soviética; não era necessário ser alguém de raça negra nos anos ‘80s para preocupar-se do sistema de segregação racial na África do Sul[W1] ; da mesma forma, tampouco precisa ser um cristão destes dias para reconhecer que este é o grupo religioso mais perseguido do planeta”.

O trabalho de Allen, publicado pelo Image Books, surge de uma conversação que teve com o Cardeal Timothy Dolan em 2009, onde o prelado ressaltou que os cristãos “precisam fazer um trabalho melhor ao contar estas histórias” em relação à perseguição cristã, da mesma maneira como a “literatura do holocausto” mostrou o sofrimento dos judeus sob o domínio de Hitler.

Allen começou a interessar-se pelo tema da perseguição anticristã durante a sua viagem à Ucrânia com motivo da visita do Papa João Paulo II a esse lugar.

Nessa ocasião, Allen conheceu a neta de um sacerdote católico oriental que foi assassinado em um campo Gulag durante o período da União Soviética.

“Essa conversação me levou a compreender que o martírio é uma característica de grande relevância dentro do panorama cristão contemporâneo”.

“À medida que aumentavam minhas viagens e podia conhecer as vítimas da perseguição anticristã em muitos lugares do mundo, maior era a amplitude e repercussão que tinha este assunto em mim”, adicionou.

Allen indica que durante a primeira década do século XXI, 100 mil cristãos foram assassinados por ano – 11 novos mártires por hora – e organismos seculares de direitos humanos estimam que 80 por cento das violações à liberdade religiosa ocorrem atualmente contra os cristãos.

Apesar destas enormes cifras, a perseguição mundial contra os cristãos é pouco conhecida nos Estados Unidos, e Allen disse que o primeiro propósito de seu livro é “acabar com o silêncio a respeito da perseguição anticristã”.

Allen registra em seu livro a perseguição contra os cristãos na África, Ásia, América Latina, Oriente Médio, e Europa Oriental.

Segundo Allen recentemente “o ataque anticristão mais violento ocorreu na Índia”, cometido por um grupo de hindus radicais. “Não acho que seja justo esquecer essas vítimas simplesmente porque não contam com o inimigo político apropriado”, indicou.

Allen distingue entre a perseguição fisicamente violenta contra os cristãos ao redor do mundo –que inclui Igrejas devastadas no Paquistão e dezenas de milhares de cristãos em campos de concentração da Coréia do Norte – do movimento secular no Ocidente que se opõe a todo tipo de expressão religiosa.

Allen espera que seu livro ajude a ampliar a visão de muitas pessoas nos Estados Unidos, para que se deem conta de que “existem ameaças letais à liberdade religiosa em lugares que necessitam de nossa atenção”.

Um cristão é capaz de enfrentar as humilhações com alegria e paciência, diz o Papa

pppapafrancisco190913

VATICANO, 27 Set. 13 / 03:53 pm (ACI/EWTN Noticias).- A prova para compreender se um cristão é um cristão realmente está na “capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações”. Assim o indicou o Papa Francisco nesta manhã na homilia da Missa que presidiu na Casa Santa Marta onde reside.

O Papa voltou novamente a advertir sobre o perigo das “tentações do bem-estar espiritual”, que impedem de amar a Cristo com todo o coração. Sim, “mas até um certo ponto.” O perigo da tibieza, de uma fé feita de cálculos e de passos contidos, sempre está à espreita. E o Papa Francisco desenvolveu o seu pensamento, de um modo que não deixa lugar a desculpas. O ponto de partida é o Evangelho de Lucas, na passagem onde Jesus pergunta primeiro aos seus discípulos o que as pessoas falam Dele e depois o que eles próprios pensam, até a resposta de Pedro: “O Cristo de Deus”.

“Esta pergunta é dirigida também a nós”, diz o Papa, que enumera imediatamente depois uma série de respostas das quais se filtra a essência de uma fé amadurecida pela metade. “Para ti, quem sou eu? O proprietário desta empresa, um bom profeta, um bom professor, alguém que faz que o seu coração se sinta bem?”. Sou “alguém que caminha contigo na vida, que te ajuda a seguir adiante, a ser um pouco ‘bom?” Sim, é verdade, mas a coisa não acaba aí.

“Foi o Espírito Santo que tocou o coração de Pedro para dizer quem é Jesus. Se é o Cristo, o Filho de Deus vivo, é um mistério, né? Quem pode explicá-lo?… Mas ele o disse! Se cada um de nós, na oração, olhando para o tabernáculo, disser ao Senhor: ‘Tu es Cristo, o Filho de Deus vivo”, primeiro não o pode dizer por si mesmo, tem que ser o Espírito Santo quem o diga nele. E, segundo, prepara-te, porque Ele responderá: “É verdade”.

“Jesus pede a Pedro que não revele a sua resposta a ninguém e anuncia a sua Paixão, morte e Ressurreição”. E aqui, o Papa Francisco recorda a reação do chefe dos Apóstolos, como se descreve no Evangelho de São Mateus, que declara: “Isto não acontecerá jamais”. “Pedro se assusta, se escandaliza”, nem mais nem menos que outros cristãos que dizem: “isso nunca vai acontecer! Vou seguir-te até aqui”. Este é o modo para “seguir Jesus para conhecê-lo até um certo ponto”.

“E esta é a tentação do bem-estar espiritual. Temos tudo: temos a Igreja, temos Jesus Cristo, os sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um bom trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. Porque pelo menos temos que pensar isto. Porque se pensarmos o contrário é pecado! Mas não basta. Com o bem-estar espiritual até um certo ponto”.

“Como o jovem que era rico: ele queria ir com Jesus, mas até um certo ponto. Falta essa última unção do cristão, para ser um cristão realmente: a unção da cruz, a unção da humilhação. Ele se humilhou até a morte, a morte de tudo. Esta é a pedra de comparação, a verificação da nossa realidade cristã: Eu sou um cristão de cultura e bem-estar? Ou eu sou um cristão que acompanha o Senhor até a cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações”.

O escândalo da cruz, no entanto, continua a bloquear muitos cristãos. Todos, diz o Papa, querem ressurgir, mas “nem todos” pretendem fazê-lo pelo caminho da cruz. E, ainda mais, se queixam das injustiças ou afrontas sofridas, comportando-se contrariamente ao que Jesus fez e pede para imitar.

“A verificação se um cristão é um cristão realmente é a sua capacidade de suportar com alegria e paciência as humilhações, já que isso é algo que não gostamos… Há muitos cristãos que, olhando para o Senhor, pedem humilhações para se assemelhar a Ele. Esta é a escolha: ser cristão do bem-estar – que vai para o Céu, certo de salvar-se! – ou ser o cristão que está próximo a Jesus, pelo caminho de Jesus”.

“O mundo precisa de unidade e reconciliação. O cristão morda sua língua antes de difamar”

Papa Francisco

Cidade do Vaticano (RV) – Mais de 80 mil fiéis lotaram a Praça S. Pedro na manhã desta quarta-feira para a Audiência Geral com o Papa Francisco.

Em sua catequese neste Ano da Fé, o Pontífice falou da Igreja “una”, como confessamos no Credo. Se olharmos para a Igreja Católica no mundo, disse o Santo Padre, descobrimos que ela compreende quase 3.000 dioceses espalhadas em todos os continentes. Mesmo assim, milhares de comunidades católicas formam uma unidade – unidade na fé, na esperança, na caridade, nos Sacramentos e no Ministério.

“Onde quer que estejamos, mesmo na menor paróquia no ângulo mais remoto desta Terra, há uma única Igreja; nós estamos em casa, somos uma família, estamos entre irmãos e irmãs. E este é um grande dom de Deus! A Igreja é uma só para todos. Não há uma Igreja para os europeus, uma para os africanos, uma para os americanos, uma para os asiáticos, uma para quem vive na Oceania, mas é a mesma em todos os lugares.”

Como exemplo dessa unidade, o Papa então citou a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro: “Naquela multidão sem fim de jovens na praia de Copacabana, ouviam-se falar tantas línguas, se viam tantos rostos com traços diferentes, e mesmo assim havia uma profunda unidade, se formava uma única Igreja”.

Devemos nos perguntar, disse ainda Francisco, se sentimos e vivemos esta unidade ou “privatizamos” a Igreja para nosso grupo, nossa nação e nossos amigos. “Quando ouço falar de cristãos que sofrem no mundo, fico indiferente ou sinto-o como se sofresse um da minha família? É importante olhar para fora do próprio recinto, sentir-se Igreja, única família de Deus!”

Às vezes, constatou o Pontífice, surgem incompreensões, conflitos, tensões, divisões que ferem a Igreja. “Somos nós a criar dilacerações! E se olharmos para as divisões que ainda existem entre cristãos, católicos, ortodoxos, protestantes….sentimos a fadiga de tornar plenamente visível esta unidade. É preciso buscar, construir a comunhão, educar-nos à comunhão, a superar incompreensões e divisões, começando pela família, pelas realidades eclesiais, no diálogo ecumênico. O nosso mundo necessita de unidade, de reconciliação, de comunhão e a Igreja é Casa de comunhão. Antes de fazer intrigas, um cristão deve morder a própria língua.”

A unidade da Igreja, porém, não é primariamente fruto do nosso esforço por vivermos de acordo e unidos; o motor desta unidade é o Espírito Santo, que faz a harmonia na diversidade.

“Por isso é importante rezar”, concluiu Francisco: “Peçamos ao Senhor que nos faça cada vez mais unidos e jamais nos deixe ser instrumentos de divisão. Como diz uma bela oração franciscana, que levemos amor onde há ódio, o perdão onde há ofensa, união onde há discórdia”.

Fonte: Rádio Vaticano

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