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“Tarde Te amei!” De Santo Agostinho, uma das mais arrebatadoras orações de todos os tempos

“Et ecce intus eras et ego foris et ibi te quaerebam, et in ista formosa quae fecisti deformis irruebam…”

1. Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus. Mas, durante esse tempo, algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob a Tua Guia e consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio.

2. Tu estavas dentro de mim e eu fora… “Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior”. Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora! Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…

3. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu a minha surdez… “Fizeste-me entrar em mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu tinha me escondido. Mas Tu me arrancaste do meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo, a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo eu estava”. Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha… Uma voz que dizia: “Pega e lê. Pega e lê!”.

4. Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste a minha cegueira. Então corri à Bíblia, abri-a e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Pertencia à carta de São Paulo aos Romanos e dizia assim: “Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,13s). Aquelas Palavras ressoaram dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida.

5. Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti! Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver. Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é possuir. Foi assim que descobri a Deus e me dei conta de que, no fundo, era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente o meu coração.

6. Provei-Te, e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. “Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo”. Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!

7. E agora, Senhor, só amo a Ti! Só sigo a Ti! Só busco a Ti! Só ardo por Ti!…

8. Tarde te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que estavas dentro, e eu, fora – e fora Te buscava, e me lançava, disforme e nada belo, perante a beleza de tudo e de todos que criaste. Estavas comigo, e eu não estava Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora ardo em desejos por Tua Paz!

Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29

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Fragmentos em vídeo:

https://www.facebook.com/Aleteiapt/videos/1229615283737139/

Sabia que a Bíblia lhe diz como amar sua esposa?

Você tem uma companheira para a vida inteira, que bênção! Agradeça a Deus e reze por ela diariamente.

Pense em quão solitário você ficaria sem ela. Adão ficou sozinho e não foi bom para ele, então Deus lhe deu uma esposa. Você tem uma companheira para a vida inteira, que bênção! Agradeça a Deus e reze por ela diariamente.

Os esposos têm a responsabilidade de amar e honrar suas esposas. Você gostaria de ser um esposo que ama sua esposa assim como Cristo ama a Igreja? Então siga estes conselhos da Bíblia:

1. Ame sua esposa como Cristo amou a Igreja (Efésios 5, 25)

O amor de Jesus pela Igreja é ilimitado, nada o detém. Ele deu sua vida pela Igreja. Sob a autoridade de Deus, ame sua esposa como se você desse sua vida a Deus.

2. Ame sua esposa da mesma maneira como você ama sua vida (Efésios 5, 28-33)

Cuide das necessidades e do bem-estar da sua esposa. Sinta sua dor e doença, alegre-se com sua saúde como se fosse sua própria vida. As necessidades espirituais, físicas, emocionais e econômicas dela devem merecer seu esforço absoluto. Só dessa maneira você poderá amá-la e provê-la, assim como você faz com sua própria pessoa.

3. Seja compreensivo (1 Pedro 3, 7)

Para ser compreensivo, é preciso renunciar a si mesmo. Quando ela precisar carregar coisas pesadas, ajude-a! Se precisar de tempo, proporcione-o! Auxilie sua esposa com toda a sua energia; mostre-lhe seu amor com toda consideração. Reze e peça a Deus a graça de ver em que momentos você poderia ser mais compreensivo, e melhore seu comportamento.

4. Não seja áspero com sua esposa (Colossenses 3, 19)

Quando uma esposa é sensível, as respostas ásperas, sua raiva, os tons de voz de irritação e impaciência a afetarão profundamente. Dirija-se a ela sempre com amabilidade e respeito. Lembre-se de que sua esposa é um presente precioso que Deus lhe deu.

5. Honre seu casamento, mantendo-o puro (Hebreus 13, 4)

Jesus nos recorda que os olhares maliciosos são adultério (Mateus 5, 28). Mantenha seu casamento puro, treinando seu coração e seus olhos para que sejam fiéis à sua esposa. Seu matrimônio colherá grandes frutos! Agradeça ao Senhor pela beleza e valorize-a, mas mantenha seus olhos, mente e coração em sua esposa.

6. Não se deixe seduzir por outras mulheres (Provérbios 5, 20)

Cuidado para não deteriorar a visão que você tem da sua esposa, pois, assim você estará menos satisfeito com ela e ela se sentirá menos especial para você. Nenhum homem pode criar o hábito de ficar olhando para outras mulheres sem que sua esposa perceba. Peça a Deus a graça de sempre achar sua esposa atraente e ter olhos somente para ela.

7. Elogie sua esposa (Provérbios 31, 28-29)

Diga-lhe quão especial ela é e que é melhor que qualquer outra mulher no mundo. Não mencione apenas sua beleza física, mas tudo o que você valoriza nela como mulher. Ela precisa desses elogios e espera ouvi-los de você.

8. Seja agradecido pela sua esposa (Provérbios 18, 22)

Pense em quão solitário você ficaria sem ela. Adão ficou sozinho e não foi bom para ele, então Deus lhe deu uma esposa. Você tem uma companheira para a vida inteira, que bênção! Agradeça a Deus e reze por ela diariamente.

9. Seja um só carne com sua esposa, em todos os sentidos (Mateus 19, 5)

Curta a vida ao lado dela. Procure chegar cedo em casa para estar com ela. Pense nela durante o dia, telefone para ela com frequência. Aprendam a chegar a acordos como casal. Invistam seu tempo em conversar e compartilhar todos os eventos do dia. Mostre um interesse genuíno, escutando atentamente, prestando total atenção e olhando para ela.

10. Honre sua esposa, como herdeira do dom da graça (1 Pedro 3, 7)

No sacramento do matrimônio, você e sua esposa receberam a mesma graça: cultive-a! Ore com ela, participem juntos da Missa, visitem o Santíssimo Sacramento, rezem o terço. Construam seu casamento alicerçados em Jesus e ao amparo de Maria.

Fonte: Aleteia

Caminho da fé não é alienação, mas uma preparação para a beleza do Céu, diz o Papa

VATICANO, 26 Abr. 13 / 01:40 pm (ACI/EWTN Noticias).- O caminho da fé não é alienação, mas uma preparação cotidiana para a beleza do céu que é o destino definitivo ao que toda pessoa está convidada, explicou o Papa Francisco nesta manhã na homilia da Missa que celebrou na Casa Santa Marta.

Ante alguns empregados da Tipografia Vaticano, do Escritório de Trabalho da Sé Apostólica (ULSA) e membros do Corpo de Guardas presentes naEucaristia, Francisco comentou a frase que Jesus diz a seus discípulos no Evangelho de hoje: “Não se perturbe o vosso coração”.

“São palavras muito belas. Em um momento de despedida, Jesus fala com o coração na mão. Sabe que seus discípulos estão tristes e começa a falar para eles daquele que será seu destino definitivo, o céu. Diz-lhes ‘Tenham fé em Deus e também em mim’… como se fosse um engenheiro ou um arquiteto diz o que vai fazer: ‘vou preparar um lugar, na casa de meu Pai há muitas moradas’. E Jesus vai preparar-nos um lugar”.

O Santo Padre explicou depois que preparar um lugar “é preparar nossa capacidade de desfrutar da possibilidade –nossa possibilidade– de ver, sentir, entender a beleza do que está por vir, dessa pátria para a qual caminhamos”.

“Toda a vida cristã é um trabalho de Jesus e do Espírito Santo para nos preparar um lugar, preparar nossos olhos para ver… Os nossos olhos, os olhos de nossa alma, precisam ser preparados para verem o rosto maravilhoso de Jesus. É necessário preparar o nosso ouvido para ouvir as coisas e as palavras bonitas. Mas, principalmente, é preciso preparar o coração para amar, amar ainda mais”.

No caminho da vida o Senhor prepara os corações “com provações, consolações, tribulações, com as coisas boas… Toda a viagem da vida é um caminho de preparação”.

“Às vezes o Senhor tem que fazê-lo rapidamente, como fez com o bom ladrão: tinha só uns poucos minutos para prepará-lo e o fez. Mas na vida normal é de outra forma não é? É ir preparando-se para chegar a essa pátria, que é a nossa”.

Mas alguns podem pensar “que todos estes pensamentos são uma alienação… que a vida é esta, o concreto, e mais para frente não se sabe o que há… Jesus nos diz que não é assim: ‘Tenham fé em Deus e também em mim’, diz. O que te digo é a verdade: eu não faço armadilhas, não te engano”.

Finalmente o Papa assegurou que “preparar-se para o céu é começar a saudá-lo de longe. Isto não constitui uma alienação, mas uma verdade, é deixar que Jesus prepare o coração e os olhos para tamanha beleza, para o caminho de retorno à pátria. Que Deus conceda esperança, valor e humildade para deixar que o Senhor nos prepare um lugar!”

Bento XVI: Só Deus satisfaz o desejo mais profundo do coração humano

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=3xqLLprsQyA[/youtube]

Vaticano, 07 Nov. 12 / 01:27 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Bento XVI dedicou a catequese da Audiência Geral de hoje a refletir sobre o desejo de Deus inscrito no coração do homem e explicou que este desejo não desaparece nunca embora as pessoas tentem negá-lo ou apagá-lo e pediu aos fiéis que aprendam a “saborear as verdadeiras alegrias” para despertar este desejo de infinito.

Na Praça de São Pedro, diante de milhares de peregrinos de todo o mundo, o Santo Padre continuou com suas meditações sobre o Ano da Fé e refletiu sobre a consideração com a qual o Catecismo da Igreja Católica inicia: “O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso” (N. 27).

O Santo Padre considerou que esta declaração “que ainda hoje em muitos contextos culturais parece totalmente compartilhada, quase óbvia, poderia perceber-se mais ainda como um desafio na cultura secularizada ocidental”.

Muitos de nossos contemporâneos, de fato, poderiam argumentar que não têm nenhum desejo de Deus. Para amplos setores da sociedade, Ele já não é o esperado, o desejado, mas sim uma realidade que deixa indiferentes, sobre a qual nem sequer deve-se fazer o esforço de pronunciar-se”, indicou.

Mas “o que é o que realmente pode satisfazer o desejo humano?”, questionou o Pontífice.

O Papa explicou que tanto a experiência humana do amor “como a amizade, a experiência da beleza, o amor pelo conhecimento: todo bem experientado pela homem tende para o mistério que rodeia ao homem mesmo; e cada desejo que aparece ao coração humano se ecoa de um desejo fundamental que nunca se está totalmente satisfeito”.

“O homem, em definitiva, sabe bem o que não o sacia, mas não pode adivinhar nem definir o que aquela felicidade que leva no coração, a nostalgia, o levaria a experimentar”, recordou.

O Santo Padre pediu “promover uma espécie de pedagogia do desejo, tanto para o caminho daqueles que ainda não acreditam, como para aqueles que já receberam o dom da fé”.

O Santo Padre alentou a “a aprender o gosto das autênticas alegrias da vida. Não todas as satisfações produzem o mesmo efeito em nós: algumas deixam um rastro positivo, são capazes de pacificar o ânimo, fazem-nos mais ativos e generosos. Outras, em troca, depois da luz inicial, parecem decepcionar as expectativas que tinham despertado e deixam às vezes amargura, insatisfação ou uma sensação de vazio após experimentá-las”.

“Educar a saborear as alegrias verdadeiras desde cedo, em todos os âmbitos da vida – a família, a amizade, a solidariedade com os que sofrem, renunciar ao próprio eu para servir outros, o amor pelo conhecimento, pela arte, pela beleza da natureza -, tudo isto significa exercer o gosto interior e produzir anticorpos efetivos contra a banalização e o horizontalismo predominante hoje”.

“Os adultos também precisam redescobrir estas alegrias, desejar realidades autênticas, purificar-se da mediocridade em que podem encontrar-se envolvidos. Então será mais fácil deixar cair ou rechaçar tudo aquilo que, embora em princípio pareça atrativo, resulta na verdade insípido, e é fonte de vício e não de liberdade. E isto fará que emerja aquele desejo de Deus do qual estamos falando”, indicou.

O Santo Padre recordou que “somos peregrinos rumo à pátria celestial, àquele bem completo, eterno, que nada nos poderá mais arrebatar. Não se trata, portanto, de sufocar o desejo que está no coração do homem, mas sim de libertá-lo, para que possa alcançar sua verdadeira altura”.

“Nesta peregrinação, sintamo-nos irmãos de todos os homens, companheiros de viagem, inclusive daqueles que não acreditam, dos que estão em busca, dos que se deixam interrogar com sinceridade pelo dinamismo de seu próprio desejo de verdade e de bondade. Rezemos, neste Ano da fé, para que Deus mostre seu rosto a todos aqueles que o buscam com coração sincero”, concluiu.

A divindade de Cristo é a Pedra Angular que sustenta a fé e a Igreja Cristã

Na sua primeira pregação de Quaresma Padre Cantalamessa convida a ler os Padres da Igreja para redescobrir a riqueza, a beleza e a felicidade do crer

ROMA, sexta-feira, 9 de março de 2012 (ZENIT.org) – “A divindade de Cristo é, hoje, a verdade com a qual a Igreja está de pé ou cai” e “nunca houve na história uma renovação da Igreja que não tenha sido também um retorno aos Padres”.

Foi o que disse padre Raniero Cantalamessa ofmcap, na sua Primeira Pregação de Quaresma pronunciada hoje 9 de março na Capela “Redemptoris Mater” no Vaticano, na presença do Papa Bento XVI.

O Pregador da Casa Pontifícia explicou que, em preparação para o ano da fé, as quatro pregações da Quaresma têm a intenção de retomar o impulso e o frescor da nossa fé, através de um contato renovado com os “gigantes da fé” do passado.

E, em particular, com quatro grandes Doutores da Igreja Oriental: Atanásio, Basílio, Gregório Nazianzeno e Gregório de Nissa em relação aos temas da divindade de Cristo, do Espírito Santo, da Trindade e do conhecimento de Deus.

“O que gostaríamos de aprender com os Padres – explicou Padre Cantalamessa – não é tanto como anunciar a fé ao mundo, e nem sequer como defender a fé contra os erros, é, ao invés, como diz São Paulo, passar de uma fé acreditada para uma fé vivida”.

Nesta primeira pregação de Quaresma, Padre Cantalamessa iniciou com Santo Atanásio, bispo de Alexandria, nascido em 295 e morto em 373. Um personagem do qual se escreveu: “Poucos padres deixaram uma marca tão profunda na história da Igreja como ele.”

O dogma pelo qual Santo Atanásio padeceu sete vezes o exílio foi o da divindade de Cristo. Segundo o Pregador da Casa Pontifícia: “A divindade de Cristo é hoje o verdadeiro ‘articulis stantis et cadentis ecclesiae’, a verdade com a qual a Igreja está de pé ou cai”.

Sem a fé na divindade de Cristo: Deus está longe, Cristo permanece no seu tempo, o Evangelho é um dos muitos livros religiosos da humanidade, a Igreja, uma simples instituição, a evangelização, uma propaganda, a liturgia, uma evocação de um passado que se foi, a moral cristã, um peso muito pesado e um jugo tudo, menos suave.

Mas com a fé na divindade de Cristo: Deus é o Emanuel, o Deus conosco, Cristo é o Ressuscitado que vive no Espírito, o Evangelho, palavra definitiva de Deus para toda a humanidade, a Igreja, sacramento universal de salvação , a evangelização, compartilhamento de um dom, a liturgia, encontro alegre com o Ressuscitado, a vida presente, o começo da eternidade.

“A fé na divindade de Cristo – sublinhou padre Cantalamessa – nos é indispesável nesses momentos para manter viva a esperança sobre o futuro da Igreja e do mundo”.

Contra os gnósticos que negavam a verdadeira humanidade de Cristo, Tertuliano levantou, na sua época, o grito: “Não tirem do mundo a sua única esperança!” por este motivo, destacou o pregador, “nós temos que repetir isso hoje para aqueles que se recusam a acreditar na divindade de Cristo”.

Padre Cantalamessa concluiu lembrando que “Aos apóstolos, depois de ter acalmado a tempestade, Jesus disse uma palavra que repete hoje aos seus sucessores:” Coragem! Sou eu, não tenhais medo “.

[Tradução Thácio Siqueira]

A Igreja Primitiva era Católica ou Protestante?

Fonte: Veritatis Splendor

A Igreja Primitiva era Católica ou Protestante? É interessante notar como o Protestantismo alega ser o retorno às origens da fé, ao Verdadeiro Cristianismo, enfim o verdadeiro confessor da fé legítima dos Primeiros séculos. Aliás, diga-se de passagem, se existe uma constante entre as religiões não-católicas é a chamada “teoria do resgate”. A imensa maioria delas (a quase totalidade) afirma que o cristianismo primitivo foi puro e limpo de todo erro, mas que, com o tempo, os homens acabaram por perverter a verdade cristã, amontoando sobre ela uma enormidade de enganos.
O verdadeiro cristão, sob este prisma, seria aquele que, superando tais enganos, redescobre o “verdadeiro cristianismo’, com toda a sua pureza e singeleza.

Para estas religiões, o responsável pelos erros que se acumularam no decorrer dos séculos é, quase sempre, o catolicismo. Já a religião que “resgatou a verdade” varia de acordo com o gosto do freguês: luteranismo, calvinismo, pentecostalismo, espiritismo, etc.

De uma certa forma, mesmo as religiões esotéricas, a Teologia da Libertação, a maçonaria e (pasmen!) o próprio islamismo bebe desta “teoria do resgate”.

O motivo do universal acatamento desta “teoria” é o fato de que, para o homem, é muito difícil, diante dos ensinamentos de Jesus Cristo, e da santidade fulgurante dos primeiros cristãos, negar, seja a validade daqueles ensinamentos, seja a beleza desta santidade. Portanto, as pessoas precisam acreditar que, de uma certa forma, se vinculam a Jesus Cristo e às primeiras comunidades cristãs, ainda que não diretamente.

Mas igualmente, é muito difícil para o orgulho humano aceitar que este genuíno cristianismo existe, intocado, dentro do catolicismo. Aceitá-lo, para todos os grupos não católicos, seria aceitar que estão errados e que, muitas vezes, combateram contra o verdadeiro cristianismo. Desta forma, a “teoria do resgate” é a maneira mais fácil para que um não-católico possa considerar-se um “verdadeiro discípulo de Cristo” sem ter que reconhecer os erros e heresias que professa.

O problema básico de todos estes grupos é que existem inúmeros escritos dos cristãos primitivos e, por meio de tais escritos é que alguém, afinal de contas, pode saber em que criam e em que não criam os cristãos primitivos. E estes escritos são uma devastadora bomba a implodir todos os grupos que ousaram a se afastar da barca de Pedro. Eles solenemente atestam que o cristianismo primitivo permanece intacto dentro do catolicismo. Assim (ironia das ironias), os adeptos da “teoria do resgate”, freqüentemente, para defender o que julgam ser a fé dos cristãos primitivos, são obrigados a desconsiderar todo o legado destes primitivos cristãos.

O protestantismo é o mais solene exemplo de tudo o quanto acima dissemos.

Em nosso artigo “Como o protestantismo pode ser um retorno às origens da fé?”, já expusemos como o protestantismo não confessa a fé que os primeiros cristãos confessaram, fé esta que receberam dos Santos Apóstolos. Quem estuda com seriedade as origens da fé e a história da Igreja, insistimos, sabe que a tão referida Igreja Primitiva, é na verdade a Igreja Católica dos primeiros séculos.

Neste presente artigo, gostaríamos de lançar a seguinte pergunta: teria sido o cristianismo primitivo uma união de confissões protestantes ou uma única confissão católica?

Sabemos que o Protestantismo ensina que todos os crentes em Jesus formam a Igreja de Cristo. Desta forma, não interessa se o crente é da Assembléia de Deus, se é Luterano e etc; são crentes em Jesus e fazem parte da Igreja Invisível de Cristo, mesmo confessando doutrinas diferentes. Curiosamente (e este é um paradoxo insuperável desta “eclesiologia” chã e rastaqüera), apenas os católicos é que não fazem parte deste “corpo invisível”, ainda que confessemos que Jesus Cristo é o Senhor do Universo.

O protestantismo, como percebe o leitor, é algo bastante curioso…

Aqui é importante que o leitor não confunda doutrina com disciplina. O fato de na Assembléia de Deus os homens sentarem em lugar distinto das mulheres em suas assembléias, e o fato dos Luteranos não adotarem esta prática, não é divergência de doutrina entre estas confissões, mas de disciplina. A divergência de doutrina nota-se pelo fato dos primeiros não aceitarem o batismo infantil e os segundos aceitarem. Isto é para citar um exemplo.

A doutrina é a Verdade Revelada, é o núcleo da fé, é o que nunca pode mudar. A disciplina é a forma como a doutrina é vivida, e é o que pode mudar, desde que não fira a doutrina.

Uma análise completa de como seria o passado do Cristianismo se ele tivesse sido protestante exigiria a escrita de um livro. Então, neste artigo vamos apenas verificar a questão das resoluções tomadas pela Igreja Primitiva a fim de combater o erro, isto é, as heresias.

Ao longo da história, a Igreja se deparou com sérios problemas doutrinários. Muitos cristãos confessavam algo que não estava de acordo com a fé recebida pelos apóstolos.

A primeira heresia que a Igreja teve que combater a fim de conservar a reta fé foi a heresia judaizante.

Os primeiros convertidos á fé Cristã eram Judeus, que criam que a observância da Lei era necessária para a Salvação. Quando os gentios (pagãos) se convertiam a Cristo, eram constrangidos por estes cristãos-judeus a observarem a Lei de Moisés. Os apóstolos se reúnem em Concílio para decidir o que deveria ser feito sobre esta questão.

Em At 15, o NT dá testemunho que os apóstolos acordaram que a Lei não deveria ser mais observada. E escreveram um decreto obrigando toda a Igreja a observar as disposições do Concílio.

Veja-se este Concílio de uma maneira mais pormenorizada. Haviam dois lados muito bem definidos em disputa, cada qual contando com um líder de enorme expressão. O primeiro destes lados era o já citado “partido dos judaizantes”,  que tinha, como sua cabeça, ninguém menos do que São Tiago, primo de Jesus Cristo e a quem foi dado o privilégio de ser Bispo da Igreja Mãe de Jerusalém. Contrário a este partido, havia o que advogava que, ao cristão, não se poderia impor a Lei de Moisés, visto que o sacrifício de Jesus Cristo era suficiente e bastante para a salvação de quem crê. Como cabeça deste grupo, estava São Paulo, o mais influente apóstolo de então, a quem Deus havia dado o privilégio de “visitar o terceiro céu”, e de conhecer coisas que, a nenhum outro ser humano, foi dado conhecer.

Dois grupos muito fortes, com líderes extremamente influentes. Realiza-se o Concílio num clima de muita discussão. Estavam em jogo a ortodoxia e a salvação da alma de todos nós. No concílio, foram estabelecidas duas coisas muito importantes, de naturezas diversas.

Em primeiro lugar, São Pedro afirmou que os cristãos não estavam obrigados à observância da lei, definindo um ponto de doutrina imutável e observado por todos os cristãos até hoje (At 15, 7-8). Aliás, a liberdade cristã, vitoriosa neste Concílio, é o ponto de partida de toda a  teologia protestante. Não deixa de ser curioso o fato de que este núcleo teológico acatado por todos eles foi definido, solenemente, pelo primeiro Papa, muito embora eles afirmem que o Papa não tem poder para definir coisa alguma…

Pouco depois, São Tiago sugeriu, juntamente com a proibição de uniões ilegítimas, a adoção de normas pastorais (a saber: a abstinência de carne imolada aos ídolos, e de tudo o que por eles estivesse contaminado),o que foi aceito por todos e imposto aos cristãos. Tais normas, hoje não são seguidas. Por que? Nós católicos temos o argumento de que tais normas eram disciplinares e não doutrinárias, e que a Igreja Católica que foi a Igreja de ontem com o tempo as revogou; assim como uma mãe que aplica normas disciplinares a um filho quando é criança e não as utiliza mais quando o filho se torna um adulto.

E qual o argumento dos protestantes por não observarem tais normas. Não deixa de ser curioso o fato de que não existe uma revogação bíblica destas normas, e, portanto, os protestantes (adeptos da ?sola scriptura?) deveriam observá-las. No entanto, não as observam. Revogaram-nas por conta própria. E, ainda por cima, nos acusam de “doutrinas antibíblicas”…

Nada mais antibíblico, dentro do tenebroso mundo da ?sola scriptura”, do que não seguir as normas de At 15, 19-21…

Bem, prossigamos. Este Concílio, portanto, foi exemplar por três motivos:

a) narra uma intervenção solene de São Pedro, acatada por todos e obedecida até pelos protestantes hodiernos, ilustrando a infalibilidade papal;

b) narra a instituição de uma norma de fé por todo o concílio (qual seja: a abstenção de uniões ilegítimas), igualmente seguida por todos até hoje, o que ilustra a infalibilidade conciliar;

c) narra a instituição de normas pastorais, que se impuseram aos cristãos e que deixaram, com o tempo de serem seguidas, muito embora constem da Bíblia sem jamais terem sido, biblicamente, revogadas (o que, por óbvio, não cabe dentro do “sola scriptura”).

Ao fim do Concílio, portanto, e de uma certa forma, os dois lados estavam profundamente desgostosos. Em primeiro lugar, o grupo dos judaizantes teve que aceitar a tese de São Paulo como sendo ortodoxa. Afinal, São Pedro em pessoa o afirmara e, diante das palavras dele, a opinião de São Tiago não tinha lá grande importância. Como católicos que eram, curvaram-se, assim como o próprio São Tiago se curvou.

Imaginemos se fossem protestantes. Afirmariam que não há base escriturística para a afirmação de São Pedro. Que, sem versículos bíblicos (do cânon de Jerusalém, ainda por cima!), não acatariam aquela solene definição dogmática. Que São Pedro, sendo uma mera “pedrinha”, não tinha poder de ligar e de desligar coisa nenhuma, muito embora Jesus houvesse dito que ele o tinha. Afirmariam, ainda, que todos os cristãos são iguais, e que, portanto, São Tiago era tão confiável quanto São Pedro, pelo que a palavra deste não poderia prevalecer sobre a daquele, principalmente quando todas as Escrituras diziam o contrário.

Por fim, criariam uma nova Igreja. A Igreja do Apóstolo Tiago, verdadeiramente cristã, alheia aos erros do papado desde o princípio.

Imaginemos, agora, o lado dos discípulos de São Paulo. É verdade que sua tese saiu vitoriosa do Concílio, mas, em compensação, tiveram que acatar as normas pastorais de cunho nitidamente judaizante. Como bons católicos que eram, entenderam que a Igreja foi constituída pastora de nossas almas e que, portanto, tais normas eram de cumprimento obrigatório.

Imaginemos, agora, se fossem protestantes. Afirmariam que São Paulo teve uma “experiência pessoal” com Jesus e que, nesta experiência, o Senhor lhe dissera que ninguém deveria se preocupar com o que come ou com o que bebe.  Além disto, a experiência cristã é, eminentemente, espiritual e não pode sem conspurcada ou auxiliada por coisas tão baixas como a matéria (muitos protestantes, na mais pura linha gnóstica, têm horror a tudo o que é material). Portanto, este Concílio estava negando a verdade cristã, pelo que não se sentiriam obrigados a coisa alguma nele definida.

Acabariam, finalmente, fundando uma nova Igreja. A “Igreja Em Cristo, Somos Mais do que Livres”, ou “Igreja Deus é Liberdade.”

Este foi o primeiro concílio da Igreja. Realizado por volta do ano 59 d.C., e narrado na Bíblia. Portanto, é “cristianismo primitivo” para protestante nenhum botar defeito!

Neste ponto, perguntamos: os protestantes realizam concílios para resolverem divergências doutrinárias? Sabemos que não. Então, como os protestantes podem avocar um pretenso retorno ao “cristianismo primitivo” se não resolvem suas pendências como os primitivos cristãos? Somente por aí já se percebe que a “teoria do resgate” não passa de uma desculpa de quem, orgulhosamente, não quer aderir à Verdade.

Portanto, se a Igreja Primitiva tivesse sido protestante, como defendem alguns, este concílio não se realizaria. Primeiro que não se incomodariam se alguns cristãos confessam algo diferente, pois para os protestantes, o que importa é a fé em Cristo. A doutrina não importa, o que importa é a fé. Se você tem fé e foi batizado está salvo. Não é assim no protestantismo?

Em segundo lugar, supondo a realização do concílio, como já se viu acima, nem os cristãos judaizantes nem os discípulos de São Paulo não adotariam as disposições do Concílio em sua inteireza. E então não haveria de forma alguma uma só fé na Igreja.

Verificamos que então que a fé primitiva não era protestante, era católica; por isto eles sabiam que deveriam obedecer a Igreja pois criam que Cristo a fundou para os guiar na Verdade (cf. 1Tm 3,15), assim como nós católicos cremos. Tanto é assim que, nos séculos que se seguiram, os “cristãos primitivos” continuaram resolvendo suas pendências doutrinárias segundo o modelo de At 15. Concílios ecumênicos e regionais se sucederam por toda a história da cristandade, sempre acatados e respeitados. Alguns deles (vá entender!) são acatados e respeitados até pelos protestantes.

Depois da heresia judaizante, a ortodoxia (reta doutirna) cristã teve que combater as seguintes heresias: gnosticismo, montanismo, sabelianismo, arianismo, pelagianismo, nestorianismo, monifisismo, iconoclatismo, catarismo, etc. Para saber mais sobre estas heresias ler artigo “Grandes Heresias”. Este mesmo artigo nos mostra como muitas destas heresias se revitalizaram nas seitas protestantes, que, assim, embora aleguem um retorno ao “crsitianismo primitivo”, acabam por encampar doutrinas anematizadas por estes mesmos cristãos primitivos.

Como costumamos dizer, a coerência não é o forte do protestantismo…

O fato é que graças á realização dos Concílios Ecumênicos ou Regionais, graças aos decretos Papais, e à submissão dos primeiros cristãos aos ensinamentos do Magistério da Igreja, é que foi possível que houvesse uma só fé na Igreja antes do século XVI (antes da Reforma). Foi pelo fato da Igreja antiga ser Católica, que as palavras de São Paulo (“uma só fé” cf. Ef 4,5) puderam se cumprir.

Se a Igreja Antiga fosse protestante, simplesmente, o combate às heresias não teria acontecido, e com toda certeza nem saberíamos no que crer hoje. O mundo protestante só não e mais confuso porque recebeu da Igreja Católica a base de sua teologia.

Como ensinou São Paulo: “A Igreja é a Coluna e o Fundamento da Verdade” (cf. 1Tm 3,15). Foi assim para os primeiros cristãos e assim continua para nós católicos.

Assim como no passado, continuamos obedecendo aos apóstolos (hoje são os bispos da Igreja, legítimos sucessores dos apóstolos) pois continuamos crendo que Jesus fundou sua Igreja nos ensinar a Verdade através dela.

Se isto foi verdade no passado, necessariamente é verdade agora e continuará sendo sempre.

Estude as origens da fé, procure saber sobre os Escritos patrísticos e descubra a Verdade, assim como nós do Veritatis Splendor, que somos ex-protestantes (em sua maioria) descobrimos.

Não rotulem, conheçam.

“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”.

Autores: Alessandro Lima * e Alexandre Semedo.

* O autor é arquiteto de software, professor, escritor, articulista e fundador do Apostolado Veritatis Splendor.

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