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Abstinência antes do casamento melhora a vida sexual, diz estudo

Rear view of a couple sitting on beach

COMPORTAMENTO

– Pesquisa de universidade americana ouviu duas mil pessoas; satisfação com aspecto sexual foi 15% maior entre casais que esperaram

– Casais que praticaram abstinência teriam relacionamento mais estáveis

28 de dezembro de 2010 | 10h 09

Casais que esperam para ter relações sexuais depois do casamento acabam tendo relacionamentos mais estáveis e felizes, além de uma vida sexual mais satisfatória, segundo um estudo publicado pela revista científica Journal of Family Psychology, da Associação Americana de Psicologia.

Pessoas que praticaram abstinência até a noite do casamento deram notas 22% mais altas para a estabilidade de seu relacionamento do que os demais.

As notas para a satisfação com o relacionamento também foram 20% mais altas entre os casais que esperaram, assim com as questões sobre qualidade da vida sexual (15% mais altas) e comunicação entre os cônjuges (12% maiores).

Para os casais que ficaram no meio do caminho – tiveram relações sexuais após mais tempo de relacionamento, mas antes do casamento – os benefícios foram cerca de metade daqueles observados nos casais que escolheram a castidade até a noite de núpcias.

Mais de duas mil pessoas participaram da pesquisa, preenchendo um questionário de avaliação de casamento online chamado RELATE, que incluía a pergunta “Quando você se tornou sexualmente ativo neste relacionamento?”.

Religiosidade

Apesar de o estudo ter sido feito pela Universidade Brigham Young, financiada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida como Igreja Mórmon, o pesquisador Dean Busby diz ter controlado a influência do envolvimento religioso na análise do material.

“Independentemente da religiosidade, esperar (para ter relações sexuais) ajuda na formação de melhores processos de comunicação e isso ajuda a melhorar a estabilidade e a satisfação no relacionamento no longo prazo”, diz ele.

“Há muito mais num relacionamento que sexo, mas descobrimos que aqueles que esperaram mais são mais satisfeitos com o aspecto sexual de seu relacionamento.”

O sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, autor do livro Premarital Sex in America, acredita que sexo cedo demais pode realmente atrapalhar o relacionamento.

“Casais que chegam à lua de mel cedo demais – isso é, priorizam o sexo logo no início do relacionamento – frequentemente acabam em relacionamentos mal desenvolvidos em aspectos que tornam as relações estáveis e os cônjuges honestos e confiáveis.”

Por: BBC Brasil
Fonte: Estadao

Preservativo promove promiscuidade e gera mais contagio de AIDS, diz Bispo africano

VATICANO, 15 Out. 09 / 12:02 am (ACI).- Em sua intervenção no Sínodo dos Bispos da África que se realiza no Vaticano, o Bispo de Capra e Vigário Apostólico do Rundu (Namíbia), Dom Joseph Shpandeni Shikongo, explicou que o preservativo difunde uma “visão secular e relativista da sexualidade” e faz que “a promiscuidade seja promovida” incrementando o contágio da AIDS.

Ao falar da experiência sanitária na Namíbia, o Prelado explicou que embora a Igreja neste país faz o possível por promover a abstinência na luta contra este mau, seus esforços são insuficientes diante o programa do governo “que está muito melhor financiado, tem consultores estrangeiros e a possibilidade de usar os meios de comunicação nacional: televisão, rádio e jornais. Então tem uma maior influencia com respeito a nós”.

Assim, prosseguiu o Bispo, “difunde-se uma visão secular e relativista da sexualidade. Para eles (o governo) a primeira preocupação é a prevenção do contágio e o principal meio prático para evitá-lo é o preservativo: assim se promove uma confiança pouco realista na eficácia do mesmo”.

“A ineficácia deste meio –explicou– é de propósito ignorada ou explicada de maneira vaga. Deste modo, a promiscuidade é promovida, e isto é o que gera o maior número de contágios”.

“Papa tem razão: Aids não se detém com o preservativo”

Entrevista aos doutores Renzo Puccetti e Cesare Cavoni

Por Antonio Gaspari

ROMA, quarta-feira, 7 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- Suscitaram polêmica as declarações do cardeal de Gana, Peter Kodwo Appiah Turkson, a respeito do uso do preservativo entre um casal no qual um dos dois tem Aids.

Respondendo às perguntas de um jornalista, o relator geral do Sínodo dos Bispos para a África explicou que é mais eficaz investir em fármacos antirretrovirais que em preservativos para conter a propagação da Aids.

A resposta reabriu o debate sobre o uso dos preservativos como técnica para combater a expansão do HIV.

Sobre a questão já se havia expressado o Papa Bento XVI e se desencadeou uma tormenta nos meios de comunicação.

Para tentar compreender quais são os argumentos que subjazem ao debate e que parecem implicar tantos interesses, ZENIT entrevistou os doutores Renzo Puccetti e Cesare Cavoni, o primeiro médico e o outro professor de Bioética e jornalista de Sat2000, condutor do programa “2030 entre ciência e consciência”, que acabam de entregar ao editor o livro em italiano Il Papa ha ragione! L’Aids non se ferma con il condom (Fede & Cultura).

– O que pensam das declarações do cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson com respeito ao uso de preservativo?

– Puccetti: Ao ler os jornais, fiquei surpreso, mas logo li a transcrição da intervenção do cardeal e então compreendi que se tratava de mais um caso de distorção da mensagem. O cardeal, em primeiro lugar, não se deteve em uma avaliação moral da questão; ao mesmo tempo, através de suas declarações, não se afastou para nada do constante ensinamento moral da Igreja.

O cardeal reconhece, como é lógico, que junto aos fármacos antirretrovirais, o uso do preservativo se opõe à propagação da Aids nos casos em que não se recorre à abstinência e à fidelidade. Está-se falando portanto de tudo que teoricamente pode ser utilizado.

O cardeal fala da experiência dos centros de saúde de Gana e da Igreja Católica, segundo os quais nas famílias nas quais se propôs o preservativo, este funcionou só se estavam decididas a manter a fidelidade. O cardeal recordou que, também no caso de pessoas sorodiscordantes, o recurso ao preservativo é fonte de uma falsa segurança, agravada pelo fato de confiar em uma manufatura.

Quando o presidente de Uganda deu luz verde à estratégia ABC (Abstinence, Be faithful, Condom) que se revelou muito eficaz em combater a epidemia da Aids e que logo foi tomada como modelo com igual êxito em outros países africanos, dizia coisas bastante similares ao que disse o cardeal: a vida não pode ser colocada em jogo confiando-a a uma fina capa de látex.

– Mas o preservativo serve ou não para deter a Aids?

– Puccetti: Não é fácil responder de forma taxativa, mas se tenho que dizer se o preservativo serve para deter a Aids nas epidemias generalizadas, a resposta que posso dar segundo o corpo de conhecimentos científicos disponíveis é “não”.

Para que pudesse funcionar, o homem deveria ser não muito diferente que um rato em uma jaula à qual antes de cada cópula alguém dosa o preservativo. Nesse caso, o preservativo poderia ser útil.

Mas como o homem não é um rato, não vive em jaulas e não há profissionais dispostos a dosar-lhe o preservativo, não há que surpreender-se de que a eficácia teórica não aconteça na vida real.

– Por que decidiram escrever um livro sobre este tema?

– Cavoni: Este livro nasce de uma triste constatação, a de que com frequência a informação fala de fatos que não conhece e, também, os deforma. É o que aconteceu durante a primeira visita do Papa à África em março deste ano.

O livro nasce desta tristeza e, também, da raiva de ver pisoteados os princípios fundamentais de uma correta informação. Ao mesmo tempo, parecia-nos necessário dar a conhecer ao público os fatos assim como sucederam e, de algum modo, abrir os olhos da opinião pública, de modo que não tome como ouro fino torpes instrumentalizações, perpetradas por motivos ideológicos, por superficialidades, ou por ambos fatores.

– Quais os argumentos para dizer que o Papa tinha razão?

– Puccetti: O livro está articulado em duas partes. Na primeira, reconstruiu-se com fidelidade absoluta o trabalho de descrição das declarações do Santo Padre; da leitura do livro se faz sumamente evidente a progressiva distorção da mensagem realizada com adendos, omissões, substituições. Logo, transcrevemos, como fazem vocês com as do cardeal Turkson, as palavras exatas do Papa ao jornalista francês que fez a pergunta sobre o preservativo. Na segunda parte do livro, resumimos o melhor que pudemos o panorama de conhecimento oferecido pela literatura científica internacional enquanto a aplicação clínica da prevenção mediante a promoção do uso do preservativo.

Dedicamos especial atenção aos números, porque consideramos que podem ser uma base de discussão compartilhada à margem da orientação religiosa.

Quando um interlocutor meu se mostra surpreso se declarações de eminentes cientistas confirmam o que diz o Papa, não posso senão deduzir disso o escasso conhecimento dos dados que no curso dos anos se sedimentaram e da amplitude das vozes que, em revistas internacionais como The Lancet ou o British Medical Journal, replicaram aos editoriais daquelas mesmas revistas.

– Por que tanto clamor pelas palavras do Papa e como se produziu a desinformação?

– Cavoni: Todos os maiores jornais nacionais e internacionais se lançaram, direta ou indiretamente, contra o pontífice, réu de ter dito que os preservativos não resolvem os problemas da África e sim, os agravam. As críticas se acentuaram logo no momento em que chegaram as observações, mais ferozes, por parte de vários expoentes de governos europeus e inclusive a resolução do Parlamento belga que pedia ao Papa que desmentisse o afirmado.

A questão é que quem toma posições tão fortes, se presume que saiba o que disse em verdade o Papa; e ao contrário não foi assim: todos falavam mas pouco haviam escutado. Tanto é assim que, em um segundo momento, muitos cientistas confirmaram os conceitos expressados por Bento XVI.

Temos de pensar que, para muitas pessoas, a primeira e única fonte de informação, ou de simples conhecimento da realidade circundante, está determinada por jornais e telejornais. Está vigente ainda, em suma, o clássico “foi dito no telejornal”, ou o “li no jornal”, e isto para confirmar a veracidade do que se soube.

Os meios de informação adquirem um princípio de autoridade potentíssimo. Se portanto as coisas, os fatos, as notícias apresentadas se baseiam em reconstruções parciais, o leitor receberá em presente uma leitura da realidade deformada, que não corresponde à verdade. Com esta técnica se pode inclusive criar uma realidade virtual paralela à real.

Se eu, devendo informar sobre as palavras do Papa, e comentá-las, não o escuto e não reproduzo corretamente, corro o risco de comentar algo que não se disse ou se disse de modo substancialmente diferente.

O problema das fontes jornalísticas, que devem ser acessíveis, etc, das que se fala tanto nestas semanas, não vale apenas, para as atas públicas das fiscalização, mas para o abc do jornalismo: ser testemunha de tudo o que se dispõe a descrever.

Não estamos falando de uma nebulosa objetividade, de imparcialidade; não, estamos falando do fato de que devo estar presente no cenário do fato que descrevo. E se isto não é possível, visto que no caso específico, não todos os jornalistas podem estar no séquito do pontífice, quando menos me permito voltar a escutar, palavra por palavra, o que de verdade disse o Papa e por que o disse.

Ao contrário, muitos se fiaram do que haviam ouvido dizer, de um primeiro texto, incorreto. O resto é história comum de desinformação.

Visita de Obama ao Papa: esperança na luta contra aborto

Os Cavaleiros de Colombo constatam o aumento do apoio à vida nos Estados Unidos

NEW HAVEN, terça-feira, 14 de julho de 2009 (ZENIT.org).- O primeiro encontro entre Bento XVI e Barack Obama, realizado no último dia 10 de julho no Vaticano, poderia supor o primeiro passo na busca de um ponto em comum entre o atual governo americano e a Igreja sobre a questão do aborto.

Assim expressou o cavaleiro supremo dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson, em uma declaração por ocasião da visita.

“É óbvio que o presidente Obama tem um sério interesse em levar a cabo um diálogo significativo com a Igreja Católica, que atualmente representa quase 25% da população dos Estados Unidos.”

Anderson elogia o presidente americano por “mostrar sensibilidade pelo crescente consenso dos americanos a favor do direito à vida, à restrição do aborto e à proteção da consciência”.

Precisamente nestes dias, os Cavaleiros de Colombo deram a conhecer uma pesquisa própria, realizada em colaboração com o Marist Institute for Public Opinion, segundo a qual mais de 80% dos americanos se mostram partidários de colocar restrições ao aborto e de proteger o direito à objeção de consciência dos profissionais de saúde.

Segundo os resultados, afirmam, os americanos “se identificam mais com as opções pró-vida que com as pró-aborto”. Além disso, “desde outubro, em todos os segmentos populacionais – exceto no de homens menores de 45 anos – está aumentando o sentimento pró-vida”, acrescentam.

Para Anderson, se o presidente Obama quer encontrar um ponto em comum de diálogo com os católicos, há vários elementos que deve levar em consideração.

O primeiro deles é a “adoção de uma cláusula federal que regule a objeção de consciência e que ofereça proteção real aos católicos e às suas instituições”.

Também indicou uma legislação “que não contenha uma porta traseira para o aborto”, assim como “programas de redução do aborto que respeitem as gestações de risco e a abstinência nos jovens”.

Outra questão a levar em conta é “a preservação das cláusulas pró-vida que atualmente existem na legislação atual”.

Estas cláusulas, explica Anderson, “que restringem o financiamento federal do aborto, também expõem questões relativas à proteção de consciência, já que sua supressão obrigará os contribuintes a pagarem por abortos contra a sua consciência”.

Por último, sugeriu “evitar codificar por lei a restrição presidencial da Política da Cidade do México, que permite o financiamento internacional do aborto por parte dos Estados Unidos”.

“Este é um momento importante – afirmou o cavaleiro supremo. O Papa e o presidente colocaram as bases para procurar chegar a um ponto comum autêntico. É fundamental aproveitar esta reunião de maneira construtiva nos próximos meses.”

"O Papa está certo", diz autoridade mundial no combate à AIDS

“Eu sou um liberal nas questões sociais e isso é difícil de admitir, mas o Papa está realmente certo. A maior evidência que mostramos é que camisinhas não funcionam como uma intervenção significativa para reduzir os índices de infecção por HIV na África.”

Esta é a afirmação do médico e antropólogo Edward Green, uma das maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à expansão da AIDS. Ele é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS (APRP, na sigla em inglês), do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Uma das instituições educacionais mais prestigiadas do mundo.

Na terça-feira, 17 de março, em entrevista concedida a jornalistas no avião papal rumo à África, Bento XVI afirmou que a AIDS não vai ser controlada somente com a distribuição de preservativos. Para o Pontífice, a solução é “humanizar a sexualidade com novos modos de comportamento”. Por estas declarações, o Papa foi alvo de críticas.

Dr.  Edward Green,  com 30 anos de experiência na luta contra a AIDS, tratou do assunto no site National Review Online (NRO) e foi entrevistado no Ilsuodiario.net.

O estudioso aponta que a contaminação por HIV está em declínio em oito ou nove países africanos. E diz que em todos estes casos, as pessoas estão diminuindo a quantidade de parceiros sexuais. “Abstinência entre jovens é também um fator, obviamente. Se as pessoas começam a fazer sexo na idade adulta, elas terminam por ter menor número de parceiros durante a vida e diminuem as chances de infecção por HIV”, explica.

Green também aponta que quando alguém usa uma tecnologia de redução de risco, como os preservativos, corre mais riscos do que aquele que não a usa. “O que nós vemos, de fato, é uma associação entre o crescimento do uso da camisinha e um aumento dos índices de infecção. Não sabemos todas as razões para isto. Em parte, isso pode acontecer por causa do que chamamos ‘risco compensação'”.

O médico também afirma que o chamado programa ABC (abstinência, fidelidade e camisinha – somente em último caso), que está em funcionamento em Uganda, mostra-se eficiente para diminuir a contaminação.

O governo de Uganda informa que conseguiu reduzir de 30% para 7% o percentual de contaminação por HIV com uma política de estímulo à abstinência sexual dos solteiros e à fidelidade entre os casados. O uso de camisinhas é defendido somente em último caso. No país, por exemplo, pôsteres incentivam os caminhoneiros – considerado um grupo de risco – a serem fiéis às suas esposas.

São Gregório de Nissa

Por Papa Bento XVI
Tradução: Zenit
Fonte: Vaticano/Zenit

Queridos irmãos e irmãs:

Nas últimas catequeses, falei de dois grandes doutores da Igreja do século IV, Basílio e Gregório de Nazianzeno, bispo em Capadócia, na atual Turquia. Hoje falaremos de um terceiro, o irmão de Basílio, São Gregório de Nisa, homem de caráter meditativo, com grande capacidade de reflexão e uma inteligência desperta, aberta à cultura de seu tempo. Converteu-se assim em um pensador original e profundo da história do cristianismo.

Nasceu por volta do ano 335; sua formação cristã foi atendida particularmente por seu irmão Basílio, definido por ele como «pai e mestre» (Epístola 13, 4:SC 363, 198), e por sua irmã Macrina. Em seus estudos, gostava particularmente da filosofia e da retórica. Em um primeiro momento, ele se dedicou ao ensino e se casou. Depois, como seu irmão e sua irmã, entregou-se totalmente à vida ascética. Mais tarde, foi eleito bispo de Nisa, convertendo-se em pastor zeloso, conquistando a estima da comunidade. Acusado de malversações econômicas por seus adversários hereges, teve de abandonar brevemente sua sede episcopal, mas depois regressou triunfantemente (cF. Epístola 6:SC 363, 164-170), e continuou comprometendo-se na luta por defender a autêntica fé.

Após a morte de Basílio, recolhendo sua herança espiritual, cooperou sobretudo no triunfo da ortodoxia. Participou de vários sínodos; procurou dirimir os enfrentamentos entre as Igrejas; participou na reorganização eclesiástica e, como «coluna da ortodoxia», foi um dos protagonistas do Concílio de Constantinopla do ano 381, que definiu a divindade do Espírito Santo.

Teve vários encargos oficiais por parte do imperador Teodósio, pronunciou importantes homilias e discursos fúnebres, compôs várias obras teológicas. No ano 394 voltou a participar de um sínodo que se celebrou em Constantinopla. Desconhece-se a data de sua morte.

Gregório expressa com clareza a finalidade de seus estudos, objetivo supremo ao que dedica seu trabalho teológico: não entregar a vida a coisas banais, mas encontrar a luz que permita discernir o que é verdadeiramente útil (cf. «In Ecclesiasten hom. »1: SC 416, 106-146).

Encontrou este bem supremo no cristianismo, graças ao qual é possível «a imitação da natureza divina» («De professione christiana»: PG 46, 244C). Com sua aguda inteligência e seus amplos conhecimentos filosóficos e teológicos, defendeu a fé cristã contra os hereges, que negavam a divindade do Espírito Santo (como Eunômio e os macedônios), ou questionavam a perfeita humanidade de Cristo (como Apolinário). Comentou a Sagrada Escritura, meditando na criação do homem. A criação era para ele um tema central. Ele via na criatura um reflexo do Criador e a partir daí encontrava o caminho para Deus.

Mas também escreveu um importante livro sobre a vida de Moisés, a quem apresenta como homem em caminho para Deus: esta ascensão para o Monte Sinai se converte para ele em uma imagem de nossa ascensão na vida humana para a verdadeira vida, para o encontro com Deus. Interpretou também a oração do Senhor, o Pai Nosso e as Bem-aventuranças. Em seu «Grande discurso catequético» («Oratio catechetica magna»), expôs as linhas fundamentais da teologia, não de uma teologia acadêmica, fechada em si mesma, mas ofereceu aos catequistas um sistema de referência para seus ensinamentos, como uma espécie de padrão no qual se move depois a interpretação pedagógica da fé.

Gregório também é insigne por sua doutrina espiritual. Sua teologia não era uma reflexão acadêmica, mas a expressão de uma vida espiritual de uma vida de fé vivida. Como grande «padre de mística», apresentou em vários tratados – como o «De professione christiana» e o «De perfectione christiana» – o caminho que os cristãos têm de empreender para alcançar a verdadeira vida, a perfeição.

Exaltou a virgindade consagrada («De virginitate»), e propôs um modelo insigne na vida de sua irmã Macrina, que foi para ele sempre uma guia, um exemplo (cf. «Vita Macrinae»). Pronunciou vários discursos e homilias, escreveu numerosas cartas. Comentando a criação do homem, Gregório sublinha que Deus, «o melhor dos artistas, forja nossa natureza de maneira que seja capaz do exercício da realeza. Por causa da superioridade da alma, e graças à própria conformação do corpo, faz que o homem seja realmente idôneo para desempenhar o poder régio» («De hominis opificio» 4: PG 44, 136B).

Mas vemos como o homem, na rede dos pecados, com freqüência abusa da criação e não exerce a verdadeira realeza. Por este motivo, para desempenhar uma verdadeira responsabilidade ante as criaturas, tem de ser penetrado por Deus e viver em sua luz. O homem, de fato, é um reflexo dessa beleza original que é Deus: «Tudo o que Deus criou era ótimo», escreve o santo bispo. E acrescenta: «A narração da criação testemunha isso (cf. Gêneses 1, 31). Entre as coisas ótimas também se encontrava o homem, dotado de uma beleza muito superior à de todas as coisas belas. Que outra coisa podia ser tão bela como a que era semelhante à beleza pura e incorruptível?… Reflexo e imagem da vida eterna, ele era realmente belo, mais ainda, belíssimo, com o sinal radiante da vida em seu rosto» («Homilia in Canticum» 12: PG 44, 1020).

O homem foi honrado por Deus e colocado acima de toda criatura: «O céu não foi feito à imagem de Deus, nem a lua, nem o sol, nem a beleza das estrelas, nem nada do que aparece na criação. Só tu (alma humana) foste feita à imagem da natureza que supera toda inteligência, semelhante à beleza incorruptível, marca da verdadeira divindade, espaço de vida bem-aventurada, imagem da verdadeira luz, e ao contemplar-te te convertes no que Ele é, pois por meio do raio refletido que provém de tua pureza tu imitas aquele que brilha em ti. Nada do que existe é tão grande que possa ser comparado à tua grandeza» («Homilia in Canticum 2»: PG 44, 805D).

Meditemos neste elogio do homem. Vejamos também como o homem foi degradado pelo pecado. E procuremos voltar à grandeza originária: somente se Deus está presente, o homem alcança sua verdadeira grandeza.

O homem, portanto, reconhece dentro de si o reflexo da luz divina: purificando seu coração, volta a ser, como era no início, uma imagem límpida de Deus, Beleza exemplar (cf. «Oratio catechetica 6»: SC 453, 174). Deste modo, o homem, purificando-se, pode ver Deus, como os puros de coração (cf. Mateus 5, 8):«Se, com um estilo de vida diligente e atento, lavas as fealdades que se depositaram em teu coração, resplandecerá em ti a beleza divina… Contemplando-te a ti mesmo, verás em ti o desejo de teu coração e serás feliz» («De beatitudinibus, 6»:PG 44, 1272AB). Portanto, é preciso lavar as fealdades que se depositaram em nosso coração e voltar a encontrar em nós mesmos a luz de Deus.

O homem tem como fim, portanto, a contemplação de Deus. Só nela poderá encontrar sua plenitude. Para antecipar em certo sentido este objetivo já nesta vida, tem de avançar incessantemente a uma vida espiritual, uma vida de diálogo com Deus. Em outras palavras – e esta é a lição importante que São Gregório de Nisa nos deixa – a plena realização do homem consiste na santidade, em uma vida vivida no encontro com Deus, que deste modo se torna luminosa também para os demais, também para o mundo.

ENSINAMENTOS

Eu vos proponho alguns aspectos da doutrina de São Gregório de Nisa, de quem já falamos na quarta-feira passada. Antes de tudo, Gregório manifesta uma concepção muito elevada da dignidade do homem. O fim do homem, diz o santo bispo, é o de tornar-se semelhante a Deus, e este fim se alcança sobretudo através do amor, do conhecimento e da prática das virtudes, «raios luminosos que descendem da natureza divina» («De beatitudinibus» 6: PG 44, 1272C), com um movimento perpétuo de adesão ao bem, como o corredor que tende para frente.

Gregório utiliza neste sentido uma imagem eficaz, que já estava presente na carta de Paulo aos Filipenses: «épekteinómenos» (3, 13), ou seja, «tendendo-me» para o que é maior, para a verdade e o amor. Esta expressão plástica indica uma realidade profunda: a perfeição que queremos encontrar não é algo que se conquista para sempre; perfeição é seguir o caminho, é uma contínua disponibilidade para seguir adiante, pois nunca se alcança a plena semelhança com Deus; sempre estamos a caminho (cf. «Homilia in Canticum 12»: PG 44, 1025d). A história de cada alma é a de um amor que é cumulado em cada ocasião, e que ao mesmo temo está aberto a novos horizontes, pois Deus dilata continuamente as possibilidades da alma para torná-la capaz de bens sempre maiores. O próprio Deus semeou em nós sementes de bem e d’Ele surge toda iniciativa de santidade, «modela o bloco… Limando e polindo nosso espírito forma, Cristo em nós» («In Psalmos 2», 11: PG 44, 544B).

Gregório declara: «Não é obra nossa, e não é tampouco o êxito de uma potência humana o chegar a ser semelhantes à Divindade, mas o resultado da generosidade de Deus, que desde sua origem ofereceu à nossa natureza a graça da semelhança com Ele» («De virginitate 12», 2:SC 119, 408-410). Para a alma, portanto, «não se trata de conhecer algo de Deus, mas de ter Deus em si» («De beatitudinibus 6»: PG 44,1269c). De fato, constata agudamente Gregório, «a divindade é pureza, é libertação das paixões e remoção de todo mal: se tudo isso está em ti, Deus realmente está em ti» («De beatitudinibus 6»: PG 44,1272C).

Quando temos Deus em nós, quando o homem ama Deus, por essa reciprocidade que é própria da lei do amor, quer o que Deus mesmo quer (cf. «Homilia in Canticum 9»: PG 44,956ac), e, portanto, coopera com Deus para modelar em si a imagem divina, de maneira que «nosso nascimento espiritual é o resultado de uma opção livre, e nós somos em certo sentido os pais de nós mesmos, criando-nos de uma opção livre, e nós mesmos queremos ser, e formando-nos por nossa vontade segundo o modelo que escolhemos» («Vita Moysis 2», 3: SC 1bis, 108).

Para ascender a Deus, o homem deve purificar-se: «A vida que reconduz a natureza humana ao céu não é mais que se afastar dos maus deste mundo… Tornar-se semelhante a Deus significa chegar a ser justo, santo e bom… Se, portanto, segundo o Eclesiastes (5,1), ‘Deus está no céu’ e se, segundo o profeta (Salmo 72, 28), vós ‘estais com Deus’, isso quer dizer necessariamente que tendes de estar ali onde está Deus, pois estais unidos a Ele. Dado que Ele vos ordenou que, quando rezardes, deveis chamar Deus de Pai, está vos dizendo que sejais semelhantes ao vosso Pai celestial, com uma vida digna de Deus, como o Senhor nos ordena com mais clareza em outro momento, quando diz: ‘Sede perfeitos como é perfeito vosso Pai celestial’ (Mateus 5, 48)» («De oratione dominica 2»: PG 44, 1145ac).

Neste caminho de ascensão espiritual, Cristo é o modelo e o mestre que nos permite ver a bela imagem de Deus (cf. «De perfectione christiana»: PG 46,272a ). Cada um de nós, contemplando-O, se converte no «pintor da própria vida», fazendo que a vontade seja a realizadora do trabalho e as virtudes, como as pinturas das quais pode servir-se (ibidem: PG 46, 272b). Portanto, se o homem é considerado digno do nome de Cristo, como deve comportar-se? Gregório responde assim: tem de «examinar sempre em sua intimidade os pensamentos, as palavras e as ações, para ver se estão dirigidos a Cristo ou se afastam dele» (ibidem: PG 46,284c). E este ponto é importante para o valor que dá à palavra «cristão». Cristão é quem leva o nome de Cristo e, portanto, deve assemelhar-se a Ele também na vida. Nós, os cristãos com o Batismo, assumimos uma grande responsabilidade.

Pois bem, Cristo, recorda Gregório, está presente também nos pobres, de maneira que eles jamais podem ser ultrajados: «Não desprezeis aqueles que estão prostrados, como se por este motivo não valessem nada. Considera quem são e descobrirás qual é a sua dignidade: representam a Pessoa do Salvador. E assim é, pois o Senhor, em sua bondade, lhes prestou sua própria Pessoa para que, através dela, tenham compaixão por aqueles que são duros de coração e inimigos dos pobres» («De pauperibus amandis»: PG 46,460bc). Gregório, como dizíamos, fala de uma ascensão: ascensão a Deus na oração através da pureza de coração; mas ascensão a Deus também mediante o amor ao próximo. O amor é a escada que leva a Deus. Portanto, Gregório de Nisa exorta vivamente aos que o escutavam: «Sê generoso com estes irmãos, vítimas da desventura. Dá ao faminto o que tiras do teu estômago» (ibidem: PG 46,457c).

Com muita clareza, Gregório recorda que todos nós dependemos de Deus, e por isso exclama: «Não penseis que tudo é vosso! Tem de haver também uma parte para os pobres, os amigos de Deus. A verdade, de fato, é que tudo procede de Deus, Pai universal, e que somos irmãos, e pertencemos a uma mesma estirpe» (Ibidem:PG 46, 465b). Então, o cristão deve examinar-se, continua insistindo Gregório: «Mas, de que te serve jejuar e fazer abstinência, se depois com tua maldade não fazes mais que dano a teu irmão? O que ganhas, ante Deus, pelo fato de não comer do teu, se depois, atuando injustamente, arrancas das mãos do pobre o que é seu?» (Ibidem: PG 46,456a).

Concluamos nossas catequeses sobre os três grandes padres da Capadócia recordando mais uma vez esse aspecto importante da doutrina espiritual de Gregório de Nisa, que é a oração. Para avançar no caminho para a perfeição e acolher Deus em si, levando em si o Espírito de Deus, o amor de Deus, o homem tem de dirigir-se com confiança a Ele na oração: «Através da oração conseguimos estar com Deus. E quem está com Deus, está longe do inimigo. A oração é apoio e defesa da castidade, freio da ira, sossego e domínio da soberba. A oração é custódia da virgindade, proteção da fidelidade no matrimônio, esperança para quem vela, abundância de frutos para os agricultores, segurança para os navegantes» («De oratione dominica 1»:PG 44,1124A-B).

O cristão reza inspirando-se sempre na oração do Senhor: «Se, portanto, queremos pedir que desça sobre nós o Reino de Deus, pedimos com a potência da Palavra: que eu seja afastado da corrupção, que seja libertado da morte e das correntes do erro; que nunca reine sobre mim a morte, que não tenha nunca poder sobre nós a tirania do mal, que não me domine o adversário nem me torne seu prisioneiro com o pecado, mas que venha a mim teu Reino para que se afastem de mim, ou melhor ainda, se anulem as paixões que agora me dominam» (ibidem 3:PG 44,1156d-1157a).

Terminada sua vida terrena, o cristão poderá dirigir-se com serenidade a Deus. Falando disso, são Gregório pensa na morte de sua irmã Macrina e escreve que ela, no momento da morte, rezava a Deus com estas palavras: «Tu, que tens na terra o poder de perdoar os pecados, perdoa-me para que possa ter descanso (cf. Salmo 38, 14), e para que me apresente em tua presença sem mancha, no momento no qual fico despojada de meu corpo (cf. Colossenses 2, 11), de maneira que meu espírito, santo e imaculado (cf. Efésios 5, 27) seja acolhido em tuas mãos, ‘como incenso ante ti’ (Salmo 140,2)» («Vita Macrinae 24»: SC 178, 224). Este ensinamento de São Gregório continua sendo válido sempre: não podemos somente falar de Deus, mas levar Deus em nós mesmos. E o fazemos com o compromisso da oração e vivendo no espírito de amor por todos os nossos irmãos.

Abstinência é a melhor forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis, revela estudo

Educação sexual “integral” para adolescentes não é efetiva e tampouco é o preservativo

.- O Dr. Stan Weed do Institute for Research and Evaluation (IRE) em Salt Lake City, Utah, (Estados Unidos) realizou um estudo que revelou que a abstinência é o melhor método para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST) assim como as complicações psicológicas dos adolescentes ativos sexualmente antes do matrimônio.

O estudo, intitulado “Abstinência ou Educação Sexual ‘integral’?”, está apoiado na educação e conduta de mais de 400 mil jovens em 30 diferentes estados dos Estados Unidos, observados durante 15 anos.

O Dr. Weed explicou no site pró-vida LifeSiteNews que “nos Estados Unidos, as taxas de atividade sexual foram decaindo nos adolescentes durante os últimos 12-13 anos, o que coincide com o início da educação para a abstinência. O aborto e as gravidezes assim como os nascimentos fora do matrimônio também foram diminuindo no mesmo período de tempo. Entretanto, o aborto, as gravidezes e os nascimentos fora do matrimônio se incrementaram em um grupo de mais idade, 19-25 anos, que não teve a educação para a abstinência”.

O estudo também demonstra que a educação sexual “integral” não explica as limitações dos preservativos, e que “muitas conseqüências da atividade sexual em adolescentes não se previnem com o uso da camisinha”. Após 20 anos deste tipo de educação, os jovens não sabem que os preservativos “não fazem nada para lutar contra a baixa auto-estima, a depressão” e demais complicações psicológicas que “conduz a atividade sexual antes do matrimônio”.

Ao avaliar os programas de abstinência existentes, tais como Reasons of the Heart, Heritage Keepers, Sex Respect and Teen Aid, o IRE descobriu que os estudantes participantes neles em muito poucos casos eram sexualmente ativos. Os programas mais bem-sucedidos destacam a importância do autocontrole e da responsabilidade. Dão também aos adolescentes uma meta positiva que é o compromisso e o matrimônio para os quais devem trabalhar frente ao futuro. O IRE também descobriu a necessidade de educar na abstinência ano após ano.

O Dr. Weeds conclui explicando que “os programas de educação para a abstinência bem desenhados e implementados podem reduzir a atividade sexual dos adolescentes até a metade por períodos de um ou dois anos, com o qual também se incrementa o número de adolescentes que evitam todos os problemas relacionados à atividade sexual. Abandonar esta estratégia… seria mais um rumo marcado pela política que um desejo por proteger os adolescentes dos Estados Unidos”.

O relatório completo (em inglês em formato PDF) pode ser lido clicando aqui

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