Categoria: Apologética Page 2 of 5

Eis o que ensinam no curso de Eclesiologia Católica da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Goicoechea, na Costa Rica

Autor: José Miguel Arráiz
Fonte: http://infocatolica.com/blog/apologeticamundo.php
Trad.: Carlos Martins Nabeto

Um leitor da Costa Rica me escreveu preocupado com o que lhe estão ensinando na sua paróquia em um curso de “Introdução à Eclesiologia”, ministrado pelo professor Luis Boschini López. Trata-se da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, na cidade de Goicoechea, distrito de Guadalupe, província de São José de Costa Rica.

Tal como me comentou este nosso amigo, algumas das afirmações do professor deixaram diversos alunos bastante desconcertados:

1) As palavras do Evangelho ao apóstolo Pedro – “E eu, da minha parte, te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela. A ti te darei as chaves do Reino dos Céus; e o que atares na terra será atado nos céus, e o que desatares na terra será desatado nos céus” (Mateus 16,18-19) – são um acréscimo posterior ou uma interpolação tardia do século II ou III; consequentemente, não fazem parte do texto bíblico original.

2) Pedro não foi o primero Papa; nunca esteve em Roma; e Jesus nunca lhe entregou quaisquer chaves do Reino dos Céus.

Para justificar que seu ensino é “católico”, o professor escreveu por e-mail aos seus alunos:

“Diante de um comentário que me remeteu um de vocês, pedindo mais detalhes acerca do tema de que Pedro não foi o primeiro líder da Igreja, envio-lhes o seguinte:

a) O melhor comentário atual de São Mateus, que dedica várias páginas ao texto citado, é de um professor alemão, Ulrich Luz: http://es.scribd.com/mobile/doc/208234345/Luz-Ulrich-El-Evangelio-Segun-San-Mateo-02. Sobre a citação de Mateus 16,13-20, o podem encontrar nas páginas 595 em diante.

b) Da mesma forma, anexo um escrito de Pablo Richard, chileno radicado em nosso país, sacerdote e teólogo, considerado um dos melhores biblistas do nosso país. Inclusive, deu cursos e palestras na Universidade de La Salle.

Observem que os dois documentos apontam que Pedro não foi o primeiro cabeça da Igreja e, segundo, que houve acréscimo. Estes são dois documentos sérios e de peso; porém, vocês podem pesquisar no ‘Google Scholar’, que é onde se encontram documentos de pessoas preparadas.”

Passarei agora a analisar esses argumentos.

1) Mateus 16,18-19 é uma interpolação?

O tema das interpolações na Sagrada Escritura é bem extenso; e fica ainda mais complicado porque há textos “incômodos”, que para alguns, por razões ideológicas, são difíceis de se aceitarem, razão pela qual atribuí-los a um acréscimo posterior resulta como solução fácil. Há outros textos, no entanto, para os quais há evidência certa de que foram interpolados e, por isso, foram removidos de diversas edições críticas da Bíblia.

No caso do texto em questão, não há evidências de que o mesmo foi interpolado, eis que tal como o conhecemos hoje encontra-se em TODOS os códices e versões mais antigas existentes; da mesma maneira, é citado pelos autores mais antigos da Cristandade e, por isso mesmo, o encontramos unanimemente nas traduções antigas e modernas da Bíblia, tanto católicas quanto protestantes.

A aqueles que queiram estudar mais a fundo o tema das interpolações, sugiro consultar os dois artigos que Pato Acevedo (meu colega blogueiro em Infocatólica) escreveu no seu blog:

– O lucrativo negócio das interpolações[1]

– O negócio das interpolações (Parte 2)[2]

No tocante a Mateus 16,18-19 e sua possível interpolação, sugiro ainda ler a resposta do sacerdote e teólogo Miguel Ángel Fuentes:

– São originais os versículos de Mateus 16,18-19?[3]

Em resumo: se alguém, além de razões ideológicas e meras suposições, possui uma evidência real e tangível para excluir Mateus 16,18-19 do texto bíblico, que publique o seu próprio texto crítico das Sagradas Escrituras e veja se lhe tomam a sério. Porém, enquanto não for assim, melhor agir como diz o ditado: “É melhor ficar calado”.

2) Argumento de autoridade X falácia de autoridade

Por outro lado, salta à vista que o professor, ao invés de apresentar provas, sustenta sua argumentação naquilo que ele considera “documentos de peso”, constante de um comentário bíblico do teólogo protestante de tendência liberal Ulrich Luz, e de um sacerdote católico chileno Pablo Richard, ligado à Teologia da Libertação.

A primeira coisa que me chamou a atenção é: por que um professor que compartilha cursos em uma paróquia católica considera que um comentário bíblico protestante é o melhor comentário bíblico da atualidade sobre o Evangelho de Mateus? Por que considerá-lo melhor – por exemplo – do que o “Comentário do Evangelho de Mateus”, do professor Josef Schmid, acadêmico católico de origem alemã, cuja obra editada e publicada pela Editora Herder conta com as devidas licenças eclesiásticas? Se se vai estudar a primazia de Pedro na Igreja primitiva, por que não recorrer a historiadores católicos que têm obras especializadas sobre o tema, como “O Pontificado Romano na História”, de José Orlandis, que foi catedrático de História do Direito da Universidade de Zaragoza, Decano da Faculdade de Direito Canônico e primeiro Diretor do Instituto de História da Igreja, que escreveu mais de 200 trabalhos e mais de 20 livros, e foi considerado um dos mais importantes historiadores católicos da atualidade?

Obviamente, eu poderia citar mais bibliografia católica contradizendo suas teses, já que abundantíssima, porém seria perder de vista o erro principal da argumentação: a de que a autoridade (ou “o peso”, como a chama este professor) na Igreja Católica não reside em tal ou qual comentário bíblico, mas no ensino da Igreja Católica por seu Magistério.

Com efeito, quem se auto-intitula “católico”, mesmo sendo teólogo e sacerdote, porém sustenta postulados contrários à fé – como sustentam estes autores – simplesmente já não pode ser tido como católico. Ou é tão “católico” quanto podem ser outros teólogos que infiltram suas próprias obras nas livrarias católicas, mas que nem sequer deveriam ser considerados como “cristãos”, já que negam a divinidade de Cristo, a realidade da sua ressurreição e dos seus milagres, a historicidade dos Evangelhos e tudo mais quanto sua falta de fé lhes impede crer.

Em suma: se o trunfo do professor reside no fato de haver dois acadêmicos que apoiam as suas opiniões heterodoxas, tal argumento não passa de uma falácia de autoridade, que se caracteriza pelo fato de confundir realmente onde se encontra a autoridade na Igreja, e também pelo fato de que, inclusive sob sua própria lógica, ser possível encontrar abundantíssima bibliografia católica contradizendo as suas teses.

E isso sem contar que não é sensato apresentar aos seus alunos bibliografia protestante em um curso de Eclesiologia Católica, oferecendo-lhes “gato por lebre”. É questão de bom senso que se eu vou à minha paróquia CATÓLICA para estudar Eclesiologia CATÓLICA, o mínimo que eu espero é que façam uso de uma bibliografia CATÓLICA. Portanto, o que mais devemos esperar? Que apresentem a nossas crianças as revistas [anticatólicas] da Chick Publications como suplementos infantis catequéticos?

3) Pablo Richard e sua visão “global e libertadora” do Evangelho de Mateus

Deixando agora o comentário bíblico protestante (que ao professor Luis Boschini lhe parece a “joia da coroa”), analisarei os argumentos de Pablo Richard, o qual é sim sacerdote católico. Eis aqui um extrato da sua Introdução (os negritos são meus):

– “O Evangelho de Mateus foi o evangelho mais comentado na história da Igreja; porém, ao mesmo tempo, é também o evangelho cuja interpretação é normalmente a mais dogmática e espiritualista. A força e a mensagem deste evangelho é tão grande e o projeto de Igreja que propõe é tão exigente, que nenhuma Igreja pode tolerá-lo em seu sentido literal, histórico e espiritual autênticos. A Igreja Católica, sobretudo após a reforma constantiniana e o surgimento da Cristandade ocidental (século IV), evoluiu em sentido contrário ao mais original deste evangelho. A Igreja só pode entender e interpretar um evangelho quando é capaz de vivê-lo. Quando não pode vivê-lo, ignora-o ou espiritualiza-o. A tradição sacralizou dentro do Evangelho de Mateus aquela frase de Jesus: ‘Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja’ (16,18). Esta sentença converteu-se no cânon dentro do cânon. Todo o Evangelho foi lido, a partir daqui, com um sentido dogmático, autoritário, patriarcal e hierárquico: se fez de Pedro o primeiro Papa e se institucionalizou a Igreja com um esquema totalmente alheio à tradição e ao texto do Evangelho de Mateus. Por tudo isto, é tão importante resgatar o sentido original do Evangelho, para confrontar a Igreja com a utopia de suas origens” (Pablo Richard, “O Evangelho de Mateus: uma visão libertadora”, Introdução).

Vale a pena pontualizar que este autor não afirma que o texto de Mateus 16,18 foi interpolado, mas que foi interpretado em um sentido “dogmático, autoritário, patriarcal e hierárquico”, que acabou obscurecendo o sentido original do Evangelho. Diferenciemos entre ambos os argumentos: uma coisa é dizer que o texto é falso; outra, que foi mal-interpretado.

Por outro lado, tornam-se evidentes certos preconceitos da parte do autor, que são melhor compreendidos quando se conhece o contexto de que se trata de um teólogo ligado à Teologia da Libertação. Um preconceito que se expressa em um certo farisaísmo quando se coloca ele como quem possui uma visão libertadora do Evangelho de Mateus, enquanto que ao mesmo tempo afirma que “nenhuma Igreja pode tolerá-lo em seu sentido literal, histórico e espiritual autênticos”. Atribuir a si o rótulo de espiritualidade enquanto atribui a outros o rótulo de autoritários não é um bom indício de humildade e objetividade.

Muito menos se, como ele mesmo afirma, pretende confrontar o ensino da Igreja. Quanto a isto, também é um absurdo: um professor tentando apresentar a seus alunos, como ensino da Igreja, uma fonte que reconhece que visa confrontar a Igreja.

Vamos agora para a objeção de que todo o Evangelho de Mateus foi lido a partir de Mateus 16,18-19 “com um sentido dogmático, autoritário, patriarcal e hierárquico”.

Para compreender em que sentido isto é correto e em que sentido não, devemos ir às fontes e estudar como os cristãos têm entendido esse texto ao longo da História. E o poderíamos resumir em duas perguntas:

– Ao longo da História, os cristãos entenderam o texto de Mateus 16,18 em sentido dogmático e hierárquico?

Sim.

– Ao longo da História, os cristãos entenderam o texto de Mateus 16,18 SOMENTE em sentido dogmático e hierárquico?

Não.

E é aqui onde desde suas origens a exegese católica se tem distinguido de outras exegeses posteriores, como a protestante: compreendendo que de um mesmo texto pode-se extrair muitos ensinamentos que não necessariamente são contraditórios entre si.

O Protestantismo, ao ler esse texto do Evangelho, tem alegado tradicionalmente que deve ser comprendido no contexto da conversa prévia entre Jesus e Pedro, onde o Senhor Jesus lhe pergunta quem é Ele e este lhe responde que é o Messias, o Filho do Deus vivo. Jesus, por sua vez, lhe responde que é bem-aventurado porque isto lhe foi revelado pelo próprio Pai celeste (vv.15-17). Neste ponto, o Protestantismo argumenta que todo o demais deve ser compreendido a partir desde acontecimento; e daí concluem que Pedro não se diferencia de nenhum outro cristão que professe também a sua fé em Cristo como o Messias.

Na Igreja Católica, ao contrário, se tem compreendido o texto em um contexto mais amplo, aceitando que ainda que seja certo que Pedro proclamou em alta voz a identidade de Jesus, também é certo que Jesus lhe devolveu o gesto identificando-o como a pedra sobre a qual edificaria a sua Igreja, ao mesmo tempo que confirma sua autoridade, conferindo-lhe as chaves do reino dos céus.

Não se trata pois de colocar ambas as interpretações em conflito, mas de entendê-las de uma maneira harmônica. Nem somente Pedro identificou a Jesus, nem somente Jesus identificou a Pedro, pois ocorreram AMBAS as coisas. E ambos os fatos têm relação: Pedro foi eleito como o primeiro entre os discípulos em virtude de sua fé. A fé é um dom de Deus e o serviço também o é. Deus, que concedeu a Pedro o dom da fé, também lhe concedeu o dom de servir para confirmar os seus irmãos na fé, assim como concedeu aos Apóstolos acompanhá-lo no ministério do apostolado.

É certo que os primeiros cristãos e Pais da Igreja, tanto ANTES quanto DEPOIS do reinado do imperador Constantino, entenderam esses textos em ambos os sentidos e de forma complementar. É evidente que houve, naturalmente, um desenvolvimento teológico; porém, assumir que apenas o fizeram em um sentido apenas se pode explicar ou pela ignorância ou pelo preconceito. Sugiro, quanto a isto, ler “Mateus 16,18 e os Pais da Igreja”[4]; aí encontrará uma variada recompilação de textos de diversas épocas onde os Pais da Igreja interpretam esse texto de maneira harmônica e em diferentes sentidos.

Não é pois o “aut-aut” protestante (isto OU aquilo) mas do “et-et” católico (isto E aquilo). Tampouco se trata de ser “espiritual” ou “dogmático”, assim como tampouco a autoridade exclui o serviço, como se fossem conceitos excludentes. O problema o têm aqueles que, por seu rejeição à autoridade, têm alergia ao dogma, como se os grandes Santos não tivessem aceitado e professado todas as verdades da fé e não tivessem sido também testemunhas vivas da espiritualidade cristã.

Por tudo, solicito ao professor Luis Boschini López que, por gentileza, deixe de difundir entre os seus alunos teologia liberal protestante disfarçada de eclesiologia católica; e peço também ao seu Pároco e, em última instância, ao seu Bispo, que tomem providências no assunto.

—–
NOTAS:
[1] Original em espanhol: http://infocatolica.com/blog/esferacruz.php/1506131048-el-lucrativo-negocio-de-las-i
[2] Original em espanhol: http://infocatolica.com/blog/esferacruz.php/1506220645-el-negocio-de-las-interpolaci
[3] Original em espanhol: http://www.teologoresponde.org/2014/03/22/son-originales-los-versiculos-de-mateo-16-18-19/
[4] Original em espanhol: http://www.apologeticacatolica.org/Primado/PrimadoN09.html

Catolicismo Primitivo – Introdução

Autor: José Miguel Arráiz, o 7.06.15 às 9:49 PM
Fonte: http://infocatolica.com/blog/apologeticamundo.php
Trad.: Carlos Martins Nabeto

1845 foi o ano em que John Henry Newman foi recebido na Igreja Católica após um longo processo de conversão. Tendo sido durante 20 anos presbítero da Igreja Anglicana, sustentava, de acordo com a teologia protestante, que a Igreja Católica era uma perversão da Igreja de Cristo, que se havia afastado do evangelho ao acrescentar doutrinas puramente humanas às reveladas por Deus. Como um membro destacado do Movimento de Oxford, afiliação da Alta Igreja Anglicana que buscava recuperar suas tradições mais antigas, iniciou um estudo profundo da Igreja primitiva e dos Padres da Igreja,  levando-o a concluir que o Anglicanismo se encontrava, na verdade, na mesma posição que as heresias dos primeiros séculos: opondo-se à Igreja de Cristo.

O ano de 2000 foi aquele em que Alex Jones foi recebido na Igreja Católica juntamente com uma parte daquela que fôra a congregação que liderou como pastor pentecostal. Em seu influente ministério exercido como pastor durante 40 anos, não poderia estar mais distante do Catolicismo: como muitos de seus contemporâneos evangélicos, ensinava que a Igreja Católica era uma seita, a “prostituta da Babilônia”, e o Papa, o “anticristo”. No entanto, em um tentativa de inovar, propôs à sua congregação experimentar um culto religioso do século I, para o qual passou a estudar a Igreja primitiva diretamente das suas fontes primárias: os próprios textos patrísticos. A medida que avançava em sua investigação, incorporava doutrinas e práticas que só poderiam ser descritas como “católicas”, coisa que passou a preocupar alguns membros da sua congregação, que o acusaram de ter-se contaminado de “Catolicismo”. Ainda que ele replicasse que a sua intenção era apenas incorporar doutrinas e práticas existentes no Cristianismo primitivo, eventualmente acabou aceitando sua aproximação com a Igreja Católica e concluiu que o Catolicismo continha em si mesmo a plenitude do Cristianismo.

Estas duas conversões, separadas por quase dois séculos de diferença, não chegam nem a ser muito excepcionais. J. H. Newman não foi o único membro do Movimento de Oxford a terminar abraçando a fé católica. Entre outros convertidos destacados da época, pode-se mencionar: Robert Hugh Benson (filho do arcebispo de Canterbury e sacerdote anglicano, que depois da sua conversão foi ordenado sacerdote católico); Henry Edward Manning (que da mesma forma que J. H. Newman chegou a ser cardeal da Igreja Católica); Gerard Manley Hopkins (sacerdote jesuíta e renomado poeta); John Chapman, osb (sacerdote católico beneditino); Thomas William Allies (historiador da Igreja); Augusta Theodosia Drane (religiosa dominicana); Frederick William Faber (sacerdote católico); Lady Georgiana Fullerton (novelista inglesa); Robert Stephen Hawker (convertido ao Catolicismo em seu leito de morte); James Hope-Scott (advogado inglês); George Jackson Mivart (biólogo inglês); Henry Nutcombe Oxenham (historiador católico); Augustus Pugin (arquiteto inglês); Edward Caswall (compositor religioso); e William George Ward (teólogo e matemático inglês).

Igualmente, na atualidade, junto com o pastor Alex Jones não têm sido poucos os casos de conversões célebres ao Catolicismo. Conhecidos são os casos de Graham Leonard (bispo anglicano); Michel Viot (bispo luterano francês); Scott Hann (pastor evangélico); Jimmy Akin (pastor evangélico); Marcus Grodi (pastor evangélico); Ulf Ekman (que foi o pastor luterano mais influente de Suécia); Fernando Casanova (pastor evangélico); Dave Armstrong, etc.

Em todos estes casos um fator chave para a conversão foi a descoberta, através do estudo da Igreja primitiva, de que a Fé Católica contém a plenitude da Fé Cristã, e esta, mais que uma evolução transformista das doutrinas do Evangelho, são um desenvolvimento homogêneo do mesmo, da mesma maneira que uma semente se converte em árvore, embora continue sendo a mesma.

Porém, o que pode haver nos textos cristãos primitivos que, ao ser descoberto por tantos irmãos cristãos de outras denominações, acaba por conduzi-los à fé católica?

Se realmente a Igreja Católica é produto de uma corrupção que começou a partir do século IV, quando a Religião Católica chegou a ser a religião oficial do Império Romano (a hipótese aceita no protestantismo), o que pode ser encontrado nos textos cristãos dos primeiros séculos que ainda hoje identifica o Cristianismo primitivo com o Catolicismo?

A seguinte série de artigos, intitulada “Catolicismo Primitivo”, pretenderá fazer o mesmo percurso que todos estes convertidos notáveis fizeram, começando pelos escritos dos Padres Apostólicos (aqueles que tiveram contato direto com os Apóstolos) até chegar aos Padres da Igreja dos primeiros séculos. Ênfase especial será dada àqueles textos que descrevem doutrinas controvertidas que os protestantes modernos rejeitam hoje na Igreja Católica, de modo a elucidar se representam um genuíno desenvolvimento da doutrina cristã.

Não existe infalibilidade do Papa, da Igreja, de quem quer quer for: Como refutar a essa afirmação?

Post por Ecclesia Militans -

Se não houvesse uma Igreja Visível para ensinar e preservar a Sã doutrina, não haveria, por conseguinte, a possibilidade de Cisma, Apostasia, Heresia. Não haveria, do mesmo modo, a responsabilidade de discisciplinar o Cristão, como visto em Mateus, uma vez que ele individualmente seria livre para crer naquilo que quisesse, e formular as doutrinas que lhes conviessem de acordo com sua própria interpretação privada das escrituras.

Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano.  Mateus 18,17

Por que teria São Paulo escrito aos cristãos para ensiná-los? Por que teria ele exortado a todos que preservassem os ensinamentos apostólicos, se ele achasse que cada cristão está equipado e capacitado para exercer o seu próprio discernimento? Obviamente, porque como a bíblia mostra, desde o princípio existe um magistério eclesiástico, uma autoridade visível dentro da Igreja, magistério esse do qual fazia parte o próprio São Paulo. Negar isso é uma questão bastante séria, pois compromete a fé e em casos mais graves, até mesmo a salvação.

Se de fato isso fosse verdade, quem poderia repreender, por exemplo, os testemunhas de Jeová, que professam fé em Deus mas negam a divindade de Cristo? Não podemos dizer que a bíblia se encarrega disso, não é possível. Pois se a mera leitura dos textos sagrados garantisse entendimento infalível à quem os lê, heresias, como a negação da divindade de Cristo nunca existiriam. Não é plausível, portanto, argumentar que as escrituras por si só sejam capazes de instruir infalivelmente, ou que elas não sejam passíveis de interpretação errônea, como nos alertou São Pedro em sua segunda carta.

“Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição.Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade.” (2 Pedro 3:16-18)

A Bíblia é, portanto, a Revelação, mas ela não se auto-interpreta. Justamente por isso existem as seitas. Que são resultado direto da intrepretação erronea da sã doutrina! Ademais, o que dizer dos cristãos dos primeiros 15 séculos que viveram sem uma Biblia compilada, que só foi publicada na idade média. Não teriam eles conhecido a Cristo e seu evangelho por intermédio da Igreja, que até então era apenas Católica?

Dentro do argumento enunciado no título do artigo,  ou seja, que Jesus não instituiu o ofício do magistério, que não há a infalibilidade, etc, como seria possível, por exemplo, rejeitar ou questionar a fé supostamente “cristã” de um Testemunha de Jeová, ou Anabatista, ou quem quer quer seja?  Como é que eu e todo cristão, em sua vida cristã, adquire a consciência da existência de Cisma, heresias? Quem determina o que se caracteriza  ou não numa heresia? Não é a Bíblia, que – como já disse repetidamente aqui no Blog e nos parágrafos acima – nos primórdios da fé não existia (e depois de existir, era inacessível até mesmo depois da invenção da imprensa escrita), mas a Igreja!

A conclusão lógica é apenas uma: aquele que assim crê está em erro, e em erro gravíssimo!

Filme “Son of God”, que narra a história de Jesus Cristo, já é um dos mais assistidos do ano nos EUA

Son of God

LOS ANGELES, 07 Mar. 14 / 03:55 pm (ACI/EWTN Noticias).- Em cartaz há apenas uma semana, o filme Son of God  (Filho de Deus) dos diretores Mark Burnett e Roma Downey sobre a vida de Jesus Cristo, no qual o renomeado ator mexicano, Eduardo Verástegui, é produtor e dublador da voz de Jesus na versão em espanhol do filme, já alcançou os 26.5 milhões de dólares, sendo um dos mais assistidos deste ano até o momento.

Burnett disse ao canal Fox News que “nas últimas semanas, cerca de 500 mil entradas para Son of God  foram compradas por adiantado, por igrejas, empresas e cidadãos vários”.

Movieguide, um dos sites mais acessados de qualificação de filmes, assinalou que a produção cativa “o amor e a Graça de Deus ao dar a seu único filho: Jesus!. A mensagem do filme muda vidas”.

Son of God foi estreada nos Estados Unidos na sexta-feira passada, 28 de fevereiro, em 3260 salas de Cinemas do país, tanto em inglês como em espanhol.

Em fevereiro deste ano o Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gómez, recomendou aos que fiéis vejam o filme e disse ainda que, através da Arquidiocese, nove mil entradas foram doadas anonimamente.

Verástegui assinalou em um entrevista concedida ao canal Univisión que “o filme é uma grande historia de um homem que mudou o tempo, o calendário e a história. Não houve um homem na história da humanidade que tenha tido tanto impacto e tanta influência como Jesus Cristo”.

Para saber quando a produção será exibida em uma sala de cinema de seu país, ingresse em: http://sharesonofgod.com/es/Individual.

Mateus 16, 18: Estudiosos protestantes Adversus protestantes

 Fonte: Apologistas Católicos

INTRODUÇÃO


 Como sabemos, é costume protestante afirmar que a Pedra mencionada por Jesus em Mateus 16, 18, não era o próprio apóstolo Pedro. Já vimos aqui em outra matéria a análise grega do texto (ser visto aqui) e a analise de como os primeiros cristãos interpretavam a passagem (Podem ser vistas aqui, aqui e aqui). Apesar disto, muitos protestantes ainda teimam em argumentar que Pedro era um “pedregulho” ou “pedrinha” e não a própria Pedra mencionada por Jesus. Baseado nisto, resolvi não mais usar meus argumentos para mostrar aos protestantes qual a interpretação da passagem, e sim mostrar a interpretação de outros célebres conhecedores do grego, primeiro fizemos de São Jerônimo, um dos mais renomados estudiosos e tradutores do grego da história cristã (pode ser vista aqui),  depois partimos para os Padres Gregos (pode ser vista aqui), pois nada é melhor do que mostrar os teólogos que tinha o grego koiné como língua materna, e agora na ultima desta série, partiremos para mostrar aos protestantes o que estudiosos, biblistas e exegetas protestantes tem a dizer. Fiz uma seleção dos mais conhecidos e usados estudiosos protestantes. Vamos então ver o que estes tem a nos dizer do texto grego:

“κἀγὼ δέ σοι λέγω ὅτι σὺ εἶ Πέτρος, καὶ ἐπὶ ταύτῃ τῇ πέτρᾳ οἰκοδομήσω μου τὴν ἐκκλησίαν καὶ πύλαι ᾅδου οὐ κατισχύσουσιν αὐτῆς.

 

ESTUDIOSOS PROTESTANTES SOBRE MATEUS 16, 18


 

 NÃO HÁ DISTINÇÃO ENTRE “PETROS” E “PETRA”

Gostaria de mostrar, primeiro, um dos dicionários do Novo Testamento mais conhecidos entre os protestantes da atualidade,  o dicionário de James Strong, na sua definição da tradução de PETRA ele diz o seguinte em inglês:

“(4073) pe>tra, — pet’-ra; feminine of the same as Pe>tros (4074); a (mass of) rock (literal or figurative): — rock.”

Tradução:

“(4073) p e t r a, – pet’-ra; feminino do mesmo que P e t r o s, um (massa) rocha (literal ou figurado): – rocha.”

Ora, um dos mais renomados dicionários protestantes da atualidade diz que PETRA e PETRUS são a mesma coisa e que petra é o feminino de Petrus e ainda aparecem nos protestantes para dizer-nos que PETRUS é pedrinha? Quem desejar conferir no próprio dicionário protestantes pode acessar este link abaixo e verificar:

http://www.htmlbible.com/sacrednamebiblecom/kjvstrongs/FRMSTRGRK40.htm

Vamos a mais 5 estudiosos protestantes para mostrar que não há diferença nenhuma entre as palavras.

Em aramaico ‘Pedro’ e ‘Rocha’ são a mesma palavra, em grego (aqui), são termos cognatos que foram usados ​​indistintamente por este período.” (Craig S. Keener, The IVP Bible Background Commentary New Testament, (Downer’s Grove, IL: Intervarsity Press, 1993), 90.)

Embora seja verdade que petros e petra podem significar ‘pedra’ e ‘rocha’, respectivamente, no início grego, a distinção está amplamente confinada à poesia.” – (Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor’s Bible Commentary: Volume 8 (Matthew, Mark, Luke), (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1984), 368.)

Muitos insistem na distinção entre as duas palavras gregas, ‘Tu és Petros e sobre esta Petra’  sustentando que se a rocha significava Pedro, tanto petros e petra teria que ser usados usado duas vezes, e que petros significa uma pedra ou fragmento quebrado separado, enquanto petra é a rocha maciça, mas essa distinção é quase totalmente confinada a poesia, a palavra comum prosa em vez de petros como sendo lithos; nem é a distinção uniformemente observada. (John A. Broadus, Commentary on the Gospel of Matthew, (Valley Forge, PA: Judson Press, 1886), 355.)

Convido ao leitor protestante a ler este livro de John Broadus sobre o evangelho de Mateus, especificamente tudo o que diz respeito a Mateus 16, 18, é só clicar na referência que poderá ler toda a pagina online.

João Calvino contra a interpretação protestante

Nada melhor do que mostrar um pai do protestantismo, refutando a interpretação de seus seguidores:

Eu admito que em grego Pedro (Petros) e pedra (petra) significam a mesma coisa, salvo que a primeira palavra é Ático [do antigo dialeto grego clássico da região da Ática], o segundo da língua comum” (John Calvin, Calvin’s New Testament Commentaries: The Harmony of the Gospels Matthew, Mark, and Luke, vol. 2, 188.)

Veremos por ultimo agora o que diz o autor protestante Gerhard Friedrich:

O trocadilho óbvio que tem feito o seu caminho para o  texto grego também sugere uma identidade material entre petra e Petros, tanto mais que é impossível diferenciar estritamente entre os significados das duas palavras.” (Gerhard Friedrich, ed., and Geoffrey W. Bromley, trans. and ed., Theological Dictionary of the New Testament, vol. VI, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1968), 98-99.)

 “ESTA PEDRA” SE REFERE A PEDRO

 

Qualquer estudioso sério reconhece que Pedro é a Pedra mencionada por Jesus, apesar das alegações contrárias, e isso não foi diferente com muitos escritores protestantes que nos relatam as conclusões que veremos a baixo:

Jesus, então, está prometendo a Pedro que ele vai construir sua igreja sobre ele! Eu aceito este ponto de vista.” (William Hendriksen, New Testament Commentary: Exposition of the Gospel According to Matthew, (Grand Rapids, MI: Baker, 1973), 647.)

Hoje em dia um amplo consenso que – de acordo com as palavras do texto – se aplica a promessa a Pedro como uma pessoa. Neste ponto teólogos liberais (HJ Holtzmann, E. Schweiger) e conservadores (Cullmann, Flew) concordam, bem como representantes da exegese católica romana.”. (Gerhard Maier, “The Church in the Gospel of Matthew: hermeneutical Analysis of the Current Debate,” trans. Harold H. P. Dressler, in D. A. Carson, ed., Biblical Interpretation and Church Text and Context, (Flemington Markets, NSW: Paternoster Press, 1984), 58)

Pelas palavras ‘Esta pedra’ Jesus fala não a si mesmo, nem o seu ensino, nem Deus o Pai, nem a confissão de Pedro, mas o próprio Pedro” (J. Knox Chamblin, “Matthew,” in Walter A. Eldwell, ed., Evangelical Commentary on the Bible (Grand Rapids: MI: Baker, 1989), 742)

… Se, então, Mateus 16, 18 nos obriga a assumir uma identidade formal e material entre petra e Petros, isso mostra como integralmente o apostolado, e nela a um grau especial a posição de Pedro, pertence e é essencialmente fechado dentro, a revelação de Cristo. Petros se isoo é petra, e não apenas a sua fé ou a sua confissão.” (Gerhard Friedrich, ed., and Geoffrey W. Bromley, trans. and ed., Theological Dictionary of the New Testament, vol. VI, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1968), 98-99.)

A expressão ‘esta pedra’ quase certamente se refere a Pedro, seguindo imediatamente após o seu nome, assim como as palavras seguindo ‘o ​​Cristo’ em vs. 16 aplicado a Jesus. O jogo de palavras no grego entre o nome de Pedro (Petros) e a palavra ‘pedra’ (petra) só faz sentido se Pedro for a rocha e se Jesus estivesse prestes a explicar o significado desta identificação.” (Craig L. Blomberg, The New American Commentary: Matthew, vol. 22, (Nashville: Broadman, 1992), 251-252.)

A fundação da comunidade messiânica será Pedro, a rocha, que é o destinatário da revelação e criador da confissão (cf. Ef 2, 20). O papel significativo de liderança de Pedro é uma questão de história sóbria… O sentido claro de toda a declaração de Jesus parece concordar melhor com a visão de que a rocha sobre a qual Jesus edifica a Sua Igreja é Pedro.” (William E. McCumber, “Matthew,” in William M. Greathouse and Willard H. Taylor, eds., Beacon Bible Expositions, vol. 1, (Kansas City, MO: Beacon Hill, 1975), 125.)

“‘Tu és Pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja.’ Pedro é aqui retratado como a fundação da igreja.” (M. Eugene Boring, “Matthew,” in Pheme Perkins and others, eds., The New Interpreter’s Bible, vol. 8, (Nashville, TN: Abingdon Press, 1995), 345.)

“Deixe-se observar que Jesus não poderia aqui dizer pela rocha, de forma consistentemente com a imagem, porque ele é o construtor. Dizer, ‘Eu construirei’, seria uma imagem muito confusa. A sugestão de alguns expositores que em dizendo: ‘tu és Pedro, e sobre esta pedra’, ele apontou para si mesmo envolve uma artificialidade que para algumas mentes é repulsiva.” (John A. Broadus, Commentary on the Gospel of Matthew, (Valley Forge, PA: Judson Press, 1886), 356.)

Outra interpretação é que a palavra pedra refere-se a si próprio Pedro. Este é o significado óbvio da passagem.” (Albert Barnes, Notes on the New Testament, Robert Fraw, ed., (Grand Rapids, MI: Baker, 1973), 170)

É sobre o próprio Pedro, o confessor de sua messianidade, que Jesus vai edificar a Igreja. O discípulo se torna, por assim dizer, a pedra fundamental da comunidade. Tentar interpretar o ‘pedra’ como algo diferente de Pedro em pessoa (por exemplo, a sua fé, a verdade revelada a ele) são devido ao viés protestante, e apresentam a declaração de um grau de sutileza que é altamente improvável.” (David Hill, “The Gospel of Matthew,” in Ronald E. Clements and Matthew Black, eds., The New Century Bible Commentary, (London: Marshall, Morgan & Scott, 1972), 261)

Alguns intérpretes têm, portanto se referido a Jesus como roccha aqui, mas o contexto é contra isso. Tampouco é provável que a fé de Pedro ou a confissão de Pedro é pretendida. Ela é, sem dúvida, o próprio Pedro, que é para ser a rocha, mas Pedro confessando, fiel e obediente.”- D. Guthrie e outros, The New Bible Commentary, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1953) [reeditado pela Inter-Varsity Press], 837.

Não há nenhuma boa razão para pensar que Jesus mudou de Petros para petra para mostrar que Ele não estava falando do homem, Pedro, mas de sua confissão como a fundação da Igreja. As palavras ‘sobre esta pedra [petra]; na verdade se referem a Pedro.”.( Herman N. Ridderbos, Bible Student’s Commentary: Matthew, (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1987), 303.)

O jogo de palavras e toda a estrutura da passagem exige que este versículo esteja tão ligado declaração de Jesus sobre Pedro como vs. 16 foi a declaração de Pedro a respeito de Jesus. Claro que é com base na confissão de Pedro de que Jesus declara seu papel como a fundação da igreja, mas é para Pedro, e não sua confissão, que a metáfora da rocha é aplicada.”   (R. T. France, The Gospel According to Matthew, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1985), 254.)

As freqüentes tentativas que têm sido feitas, raramente no passado, para negar isso em favor da opinião de que a própria confissão é a rocha (por exemplo, mais recentemente Caragounis) parecem estar em grande parte motivado pelo preconceito protestante contra uma passagem que é usada pelos católicos romanos para justificar o papado.” (Donald A. Hagner, “Matthew 14-28,” in David A. Hubbard and others, eds., World Biblical Commentary, vol. 33b, (Dallas: Word Books, 1995), 470.)

Nenhuma palavra é necessária para complementar a conclusão destes autores protestantes.

 

DUAS PALAVRAS DIFERENTES FORAM USADAS POR QUE NÃO SE PODE USAR UM SUBSTANTIVO FEMININO PARA UM HOMEM

O grego faz a distinção entre petros e petra simplesmente porque ele está tentando preservar o trocadilho, e em grego o feminino petra não poderia servir muito bem como um nome masculino”. (Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor’s Bible Commentary: Volume 8 (Matthew, Mark, and Luke), (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1984), 368.)

Ao usar ambas as formas masculina e feminina da palavra, no entanto, Mateus não estar tentanto distânciar Pedro, Petros, de ‘esta pedra’, petra. Pelo contrário, o evangelista muda os sexos, simplesmente porque Simão, um macho, é dada uma forma masculina do substantivo feminino para o seu novo nome.” (James B. Shelton, letter to the authors, 21 October 1994, 1, in Scott Butler, Norman Dehlgren, and Rev. Mr. David Hess, Jesus Peter and the Keys: A Scriptural Handbook on the Papacy, (Goleta, CA: Queenship, 1996), 23.)

O nome de Pedro (agora não deu em primeiro, mas profeticamente dado por nosso Senhor em sua primeira entrevista com Simão (João 1, 42)), ou Cefas, que significa uma rocha, a rescisão sendo apenas alterada a partir petra a Petros de acordo com a denominação masculina, denota a posição pessoal deste apóstolo na construção da Igreja de Cristo.” (Henry Alford, The New Testament for English Readers, vol. 1, (Grand Rapids, MI: Baker, 1983), 119.)

A explicação mais provável para a mudança da Petros (‘Pedro’) para petra é que petra era a palavra normal para ‘rocha’. Porque a terminação feminina deste substantivo fez inadequada como nome de um homem, no entanto, Simão não foi chamado petra, mas Petros”. (Herman N. Ridderbos, Bible Student’s Commentary: Matthew, (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1987), 303.)

A palavra feminina para rocha, petra, é necessariamente alterada para o masculino petros (pedra) para dar o nome de um homem, mas a palavra é inconfundível (e em aramaico seria ainda mais assim, como a mesma forma kepha ocorreria em ambos os lugares).(R. T. France, The Gospel According to Matthew, (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1985), 254.)

 

CONCLUSÃO


Se depois de todas essas matérias ainda há algum protestante que negue que Pedro era a Pedra de Mateus 16, 18, resta-nos apenas seguir o que nos ensina as Escrituras:

Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o” (Tito 3, 10)


BIBLIOGRAFIA


 

http://catholicity.elcore.net/SimonIsTheRock.html

http://phatcatholic.blogspot.com.br/2006/09/protestant-scholars-on-mt-1616-19.html


PARA CITAR


 

RODRIGUES, Rafael. Mateus 16, 18: Estudiosos protestantes Adversus protestantes. Disponível em:  < http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/papado/598-mateus-16-18-estudiosos-protestantes-adversus-protestantes >. Desde: 18/05/2013

Lançamento: Manual de Defesa dos Livros Deuterocanônicos

É com grande alegria e entusiasmo que depois de um longo tempo de pesquisa, estudo e reflexão que temos o prazer de lançar o livro Manual de Defesa dos Livros Deuterocanôncos de autoria de Rafael Rodrigues, autor e escritor do site Apologistas católicos.

Estrangeira neste mundo, a Igreja de Cristo sempre enfrentou obstáculos que tentaram afligir a sua fé e atacar a sã doutrina conservada através dos séculos. Um dos ataques mais freqüentes, é que ela teria adicionado livros não inspirados a Bíblia para assim tentar provar suas “doutrinas anti-bíblicas”. Diversas são as artimanhas e mentiras usadas para tentar desqualificar estes livros, assim chamados deuterocanônicos, e a autoridade da Igreja de salvaguardar e preservar a Bíblia como ela sempre foi transmitida. Como, pois, é desígnio proceder segundo o título proposto, o autor manifesta essa verdade que a fé professa e a razão descobre, produzindo argumentos demonstrativos e argumentos dos quais são fornecidos pelas próprias Escrituras, obras de Doutores, Santos, Padres da Igreja, médicos, teólogos e historiadores, no intuito de confirmar a verdade do autêntico Cânon Bíblico e dos Livros Deuterocanônicos. Passando depois da analise dos livros e da crença dos primeiros séculos da Igreja, o autor expõe a verdade, refutando os argumentos dos adversários e esclarece toda a verdade de fé a respeito destes Santos Livros tão atacados pelos racionalistas.

 

Dados dos livro:

Número de páginas: 275
Edição: 1(2013)
Formato: A5 148×210
Coloração: Preto e branco
Acabamento: Brochura c/ orelha
Tipo de papel: Offset 75g

 Links para aquisição:

CLUBE DOS AUTORES

https://www.clubedeautores.com.br/book/140770–Manual_de_Defesa_dos_Livros_Deuterocanonicos

AGBOOKS

http://www.agbook.com.br/book/140770–Manual_de_Defesa_dos_Livros_Deuterocanonicos

 

ÍNDICE

SOBRE O AUTOR
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

Cânon
O Cânon Bíblico
Protocanônico & Deuterocanônico
Apócrifo
A versão da Septuaginta (LXX)
Os Manuscritos do Mar Morto
O Concílio de Jâmnia

CAPÍTULO II

Tobias
Judite
I Macabeus
II Macabeus
Sabedoria
Eclesiástico
Baruc
Trechos de Ester
Trechos de Daniel

CAPÍTULO III – Padres da Igreja e os deuterocanônicos

Melitão De Sardes (+ 170 d.C)
Orígenes De Alexandria (+ 254 d.C)
Cirilo De Jerusalém (+ 350 d.C)
Hilário De Poitiers (+ 360 d.C)
Carta De Atanásio (367 d.C)
Gregório De Nazianzo (+ 380 d.C)
Anfilóquio De Icônio (+ 380 d.C)
Epifânio De Salamina ( + 403 a.C)
São Jerônimo (+ 420 d.C)
Santo Agostinho (+ 430 d.C)
Rufino De Aquileia (+ 400 d.C)
Papa Inocêncio I (+ 405 d.C)
Decreto De Gelásio (+ 492 d.C)
Relatório De Junílio ( + 550 d.C)
O Stichometry De Nicéforo (+ 550 d.C).
Cassiodório (+ 560 D.C)
Isidoro De Sevilha (+ 625 D.C)
João De Damasco (+ 730 d.C)
Rábano Mauro (+ 780)
Barnabé (+ 74 d.C)
Clemente Romano (Papa, + 95 d.C)
Didaqué (+ 80 d.C)
Policarpo de Esmirna (+ 110 d.C)
O Pastor De Hermas (+ 140 d.C)
Irineu De Lião (+180 d.C)
Tertuliano (+ 197 d.C)    181
Clemente De Alexandria (+ 202 d.C)
Hipólito (+ 236 d.C)
Cipriano De Cartago (+ 248 d.C)
Dionísio, O Grande (+ 265 d.C)
Lactâncio (+ 310 d.C)
Alexandre De Alexandria (+ 324 d.C)
Afraates O Sírio (+ 345 d.C)
Gregório De Nissa (+ 371 d.C)
Ambrósio (+ 378 d.C)    187
Basílio, O Grande (+379 d.C)
São João Crisóstomo (+ 387 d.C)
João Cassiano (+ 428 d.C)
São Vicente De Lerins (+ 434 d.C)
Léo O Grande (Papa, + 461 d.C)
Gregório O Grande, (Papa, + 604 d.C)
Venerável Beda (+ 735 d.C)
Conclusão

CAPÍTULO IV – Listas Históricas

Lista De Cheltenham Ou Mommsen (360 d.C)
Os “Cânones Apostólicos” (380 d.C).
Lista de Stichometric no Codex Claromontanus (400 d.C).
Synopsis Scripturae Sacrae ( 550 d.C).

CAPÍTULO V – Concílios e os deuterocanônicos

Laodiceia (Regional – 363 d.C)
Hipona (Regional – 393 d.C)
Cartago III (Regional – 397 d.C)
Cartago IV (Regional – 419 d.C)
Éfeso (Ecumênico – 431 d.C)
Trullo (Regional – 692 d.C)
Niceia II (Ecumênico – 787 d.C)
Constantinopla IV (Ecumênico – 869 d.C).
Laterano IV (Ecumênico – 1215 d.C)
Florença (Ecumênico – 1440 d.C)
Trento (Ecumênico – 1546 d.C)

CAPÍTULO VI – Refutando Acusações

O período interbíblico.
O historiador Flávio Josefo
A suposta divisão da Bíblia Hebraica
Lucas 11, 50-51
Romanos 3, 1 – 2
A alegação Sobre I E II Esdras da LXX
O Apocalipse de Esdras e o cânon preexistente (IV Esdras)
A “Grande Sinagoga de Esdras”
Filon de Alexandria e o uso dos deuterocanônicos
Thomas de Vio (Cardeal Caetano, + 1534)

CAPÍTULO VII    – Protestantismo e o cânon bíblico.

Lutero e o cânon bíblico
Sola Scriptura X Cânon Bíblico
Versão do rei Tiago (KJV) e a Versão de Genebra
Bíblias protestantes até o século XIX

CONCLUSÃO
APÊNDICE
BIBLIOGRAFIA

O Católico deve fazer Boas-Obras para salvar-se?

Nossos irmãos Protestantes frequentemente interpretam mal o ensinamento Católico sobre a Salvação, acreditando que os Católicos devem  fazer  “boas obras” para chegarem a Deus e ao Céu. Isto, na verdade, é exatamente o oposto do que ensina a Igreja Católica. O Concílio de Trento salienta:

801. O Apóstolo diz que o homem é justificado pela fé e sem merecimento (Rom 3, 22. 24). Estas palavras devem ser entendidas tais como sempre   concordemente a Igreja Católica as manteve e explicou. “Nós somos   justificados pela fé”: assim dizemos, porque “a fé é o princípio da   salvação humana”4,o fundamento e a raiz de toda justificação, sem a qual é impossível agradar a Deus (Heb   11, 6) e alcançar a companhia de seus filhos. Assim, pois, se diz que   somos justificados gratuitamente, porque nada do que precede à   justificação, nem a fé, nem as obras, merece a graça da justificação.   Porque se ela é graça, já não procede das obras; do contrário a graça, como diz o Apóstolo, já não seria graça (Rom 11, 6).

O entendimento Evangélico apresenta dois problemas ligados ao mesmo tópico: 1- A definição apropriada de boas-obras. 2- O  entendimento de “Mérito da Salvação”, de acordo com o ensinamento do Catecismo da Santa Igreja,  é geralmente distorcido pelos Evangélicos e,  na verdade,  não representa o que a Igreja ensina.

I- Os Evangélicos costumam argumentar contra as “boas-obras” e se baseiam nos escritos de S. Paulo, em sua carta aos Romanos, para sustentação desse ponto de vista:

“Poderemos nós então gabarmo-nos de ter feito alguma coisa para ganhar essa salvação? Com certeza que não. E porquê? Porque a nossa absolvição não se baseia nas nossas obras, mas na fé nele.”(Rm 3:28-29)

O problema com essa abordagem é que muitos protestantes parecem não levarem em consideração o verdadeiro significado do termo Obras da Lei  tal e qual definido por S. Paulo. De fato, de modo algum São Paulo contradiz o ensinamento católico. A noção Católica de boas-obras, na verdade, sai diretamente das Sagradas Escrituras pois ela não poderia contrariar a palavra de Deus contida, por exemplo, na Carta aos Romanos. Para o entendimento de Obras da Lei e boas obras, re-direciono o leitor ao artigo “Católicos são justificados pela fé, não pela fé somente!”

II- O segundo problema do Evangélico é justamente interpretar mal os documentos da Igreja, alguns chegando até mesmo a usá-los como suporte para seu argumento. Eis dois exemplos:

§2010 – Sob a moção do Espírito Santo e da caridade, podemos, depois, merecer para nós mesmos e para outros, as graças úteis para a santificação e para o aumento da graça e da caridade, bem como para a obtenção da vida eterna.

§ 2068 […] a missão de ensinar todas as nações e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Baptismo e pelo cumprimento dos mandamentos» (18).

Nunca,  na história de sua tradição dogmática, a Igreja Católica ensinou que o Cristão pode ganhar sua salvação,  ganhar o céu, ou o que for por seus próprios méritos …  Ou seja, nosso Paraíso, nossa Salvação, tudo o que Deus nos oferece nos é dado por Sua Graça e não por conta de nossos méritos. A Igreja afirma ainda que fé em Jesus e Naquele que O enviou é necessária para obter-se a Salvação, que é  um dom oferecido gratuitamente por Deus.

A palavra merecer – da raiz mérito – no parágrafo  §2010 do Catecismo trata, na verdade, com a noção de Mérito condigno e não Mérito Estrito. A Igreja Católica ensina que somente Cristo é capaz de merecer, enquanto meros homens não podem (Catecismo da Igreja Católica 2007). O único mérito humano é o Mérito Condigno,  quando sob o impulso da graça de Deus, ele pratica quaisquer actos que agradam a Deus, pelos quais ele prometeu nos recompensar (Rom. 2:6-11, Gal. 6:6-10). Assim, a graça de Deus e sua promessa formam a base para todo o mérito humano (CCC 2008).  Os parágrafos do catecismo citados acima tratam de mérito condigno e re-afirmam aquilo ensinado na Bíblia e no Concilio de Trento: O dom da Salvação provém de Deus e nos é dado por sua benevolência e não pelo nossos méritos.

Então por que praticar Boas-Obras?

1- Porque elas são agradáveis aos olhos de Deus. Cristo nos disse que aquilo que fizermos ao mais pequeninos de Seu rebanho, fazemos à ele ( Mateus 25, 40).

2- Porque devemos amar-nos uns aos outros. Fazer o bem é pôr o amor cristão em prática e não somente em palavras.

3- A Bíblia diz-nos que cada um será recompensado por sua obras (Rom. 2:6–11;  Gal. 6:6–10).

O post acima foi originalmente produzido por H. Walker para o Blog Ecclesia Militans

Page 2 of 5

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén