1. Deponde, pois, toda malícia, toda astúcia, fingimentos, invejas e toda espécie de maledicência.

2. Como crianças recém-nascidas, desejai com ardor o leite espiritual que vos fará crescer para a salvação,

3. se é que tendes saboreado quão suave é o Senhor (Sl 33,9).

4. Achegai-vos a ele, pedra viva que os homens rejeitaram, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus;

5. e quais outras pedras vivas, vós também vos tornais os materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.

6. Por isso lê-se na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida, preciosa: quem nela puser sua confian­ça não será confundido (Is 28,16).

7. Para vós, portanto, que tendes crido, cabe a honra. Mas, para os incrédulos, a pedra que os edificadores rejeita­ram tornou-se a pedra angular, uma pedra de tropeço, uma pedra de escândalo (Sl 117,22; Is 8,14).

8. Nela tropeçam porque não obedecem à palavra; e realmente era tal o seu destino.

9. Vós, porém, sois uma raça escolhi­da, um sacer­dócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa.

10. Vós que outrora não éreis seu povo, mas agora sois povo de Deus; vós que outrora não tínheis alcançado misericórdia (Os 2,25), mas agora alcançastes misericórdia.

11. Caríssimos, rogo-vos que, como estrangeiros e peregrinos, vos abstenhais dos desejos da carne, que combatem contra a alma.

12. Comportai-vos nobremente entre os pagãos. Assim, naquilo em que vos caluniam como malfeitores, chegarão, considerando vossas boas obras, a glorificar a Deus no dia em que ele os visitar.

13. Por amor do Senhor, sede submissos, pois, a toda autoridade humana,

14. quer ao rei como a soberano, quer aos governadores como enviados por ele para castigo dos malfeitores e para favorecer as pessoas honestas.

15. Porque esta é a vontade de Deus que, praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos.

16. Comportai-vos como homens livres, e não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia, mas vivendo como servos de Deus.

17. Sede educados para com todos, amai os irmãos, temei a Deus, respeitai o rei.

18. Servos, sede obedientes aos senhores com todo o respeito, não só aos bons e moderados, mas também aos de caráter difícil.

19. Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus.*

20. Que mérito teria alguém se suportasse pacientemente os açoites por ter praticado o mal? Ao contrário, se é por ter feito o bem que sois maltratados, e se o suportardes pacientemente, isso é coisa agradável aos olhos de Deus.

21. Ora, é para isso que fostes­ chamados. Também Cristo pa­deceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os seus passos.

22. Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade em sua boca (Is 53,9).

23. Ele, ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado, não proferia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça.

24. Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados (Is 53,5).

25. Porque éreis como ovelhas desgarradas, mas agora retornastes ao Pastor e guarda das vossas almas.

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“O amor é a rainha das virtudes. Como as pérolas se ligam por um fio, assim as virtudes, pelo amor. Fogem as pérolas quando se rompe o fio. Assim também as virtudes se desfazem afastando-se o amor”. São Padre Pio de Pietrelcina