35. O Edito de Milão

Entrando vencedor em Roma, Constantino foi bem acolhido pelo povo e pelos mais abastados. Mandou matar um filho de Maxêncio e alguns de seus amigos. Reparou os aquedutos com dinheiro do próprio bolso. Aceitou sem problemas a bajulação e as honras "divinas" dos seus súditos pagãos, autorizando inclusive a construção de um templo e a fabricação de uma estátua a ele dedicados. A transição da tolerância para a intolerância diante do paganismo será lenta.

Mandou fazer nas moedas o monograma X-P e enviou uma carta a Maximino Daia "convidando-o" a suspender a perseguição. No inverno de 312-313, o tesouro contribuiu para que fossem reconstruídos os edifícios de culto e o papa Milcíades obteve de Fausta o palácio de Latrão.

No começo do ano 313 Constantino se encontra com Licínio em Milão (Licínio acabara de se casar com Constança, irmã de Constantino). Durante dois meses eles conversam sobre diversos pontos de suas políticas e, particularmente, sobre como deve ficar a situação do cristianismo. Destas conversações nasce um acordo que hoje conhecemos como o "Edito de Milão".

Não se trata de nenhum documento especial, mas de um conjunto de cartas de Constantino e Licínio que afirmam o princípio da liberdade religiosa e, por conseguinte, dão aos cristãos pleno direito de professar sua fé "sem receio de ser incomodados".

A Igreja, oficialmente reconhecida, passa a ter direitos: seus lugares de culto, destruídos ou confiscados, devem ser restituídos. As propriedades devem retornar para as mãos dos seus donos cristãos. O cristianismo fica em pé de igualdade com o paganismo, uma religião "lícita". Licet esse Christianos.

Logo chegará o momento, porém, em que o paganismo será definitivamente suplantado pelo cristianismo.



“Há alegrias tão sublimes e dores tão profundas que não se consegue exprimir com palavras. O silêncio é o último recurso da alma, quando ela está inefavelmente feliz ou extremamente oprimida!” São Padre Pio de Pietrelcina