D. Walmor de Azevedo explica que o bispo da Igreja Católica é nomeado ‘dom’

BELO HORIZONTE, segunda-feira, 21 de junho de 2010 (ZENIT.org) – O arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, afirma que “bispo” é um título que uma pessoa não pode atribuir a si mesma, pelo simples fato de ser fundadora ou líder de determinado grupo de fiéis.

“O bispo da Igreja Católica, um sucessor dos apóstolos, daqueles apóstolos primeiros chamados pelo Mestre Jesus Cristo, assim constituídos por Ele, é nomeado de ‘dom’, uma titulação precedendo o seu nome de batismo”, explica o arcebispo, em artigo enviado a ZENIT na sexta-feira.

“A respeito desses primeiros apóstolos, o evangelista Marcos narra que ‘Jesus subiu a montanha e chamou os que ele quis; e foram a ele. Ele constituiu então doze, para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a Boa Nova, com o poder de expulsar os demônios’”, recorda.

Dom Walmor explica que é chamado de dom “aquele que é bispo, tradição de dois mil anos, na Igreja do seu Mestre e Senhor”.

“Bispo, portanto, não é um título que alguém pode arvorar e definir para si, como fundador e líder de um grupo de fiéis que passam, ainda que por razão de práticas religiosas, a se definir como uma Igreja”, afirma o prelado.

Segundo Dom Walmor, a Igreja “nasce do querer e do coração do seu Mestre e Senhor Jesus. O querer é de Cristo, aquele que morreu e ressuscitou”.

“Dom não é, então, um simples título honorífico. Não é uma formalidade para nomear uma pessoa. Dom é referência a uma pessoa – consagrada para a missão que o Senhor Jesus deu àqueles onze primeiros chamados.”

“E que permaneceram com Ele – prossegue o arcebispo –, numa tradição sucessória ininterrupta, nestes dois mil anos de existência da Igreja Católica. Uma existência sustentada, em meio às vicissitudes do tempo e da história, pela fidelidade e obediência corajosa ao mandato do seu Mestre.”

O arcebispo afirma que a consagração no ministério de bispo “é compromisso não apenas de ser chamado dom, mas de ser, verdadeiramente, dom para todos”.

“Dom na tarefa de congregar na unidade, para além da administração. Dom na experiência de ser, nesta época moderna, sinal e inspirador da procura de sentido, no seguimento de Jesus Cristo, na condição de contemplativo presente no mundo, seu conhecedor e intérprete de suas perguntas.”

“Buscando respostas, servindo especialmente aos mais próximos, solidariamente próximo a todos”, afirma.