Papa Bento XVI

VATICANO, 10 Dez. 12 / 01:18 pm (ACI/EWTN Noticias).- Na tradicional homenagem a Maria Imaculada, realizada no dia 8 de dezembro na Praça da Espanha, no centro de Roma, o Papa Bento XVI remarcou que “Jesus é a alegria de Maria e a alegria da Igreja“.

O Santo Padre assinalou que “a alegria de Maria é plena, porque não há sombra de pecado no seu coração. Esta alegria coincide com a presença de Jesus em sua vida: Jesus concebido e levado no seu ventre e quando criança confiado a seus cuidados maternais, adolescente, jovem e homem maduro. Jesus que sai de casa, seguido a distancia com a fé até a Cruz e a Ressurreição”.

Bento XVI assinalou que Maria Imaculada “nos fala da alegria, a verdadeira alegria que se experimenta no coração liberado do pecado”.

Enquanto que “o pecado traz consigo uma tristeza negativa, que nos induz a fechar-nos em nós mesmos”, assinalou o Papa, “a Graça traz a verdadeira alegria que não depende de possuir coisas, mas tem suas raízes no mais íntimo, no mais profundo da pessoa, e que nada, nem ninguém pode tirar”.

“O cristianismo é essencialmente um ‘evangelho’, uma ‘boa notícia’, porém alguns pensam que é um obstáculo à alegria, já que vêem nele uma série de proibições e regras”.

O Santo Padre remarcou que “na realidade, o cristianismo é o anúncio da vitória da Graça sobre o pecado, da vida sobre a morte”.

Se isto “implica alguns sacrifícios e disciplina da mente, do coração e do comportamento”, explicou o Papa, “é precisamente porque no homem há a raiz venenosa do egoísmo, que prejudica a si mesmo e aos demais, portanto, devemos aprender a dizer não à voz do egoísmo e sim à voz do amor autêntico”.

Bento XVI também indicou que sempre é motivo de surpresa e reflexão “o fato de que o momento decisivo para o futuro da humanidade, o momento em que Deus se fez homem, esteja rodeado de um grande silêncio”.

“O encontro entre o mensageiro divino e a Virgem Imaculada passa totalmente despercebido: ninguém sabe, ninguém fala disso. É um acontecimento que, se tivesse acontecido em nosso tempo, não deixaria rastro nos jornais e nas revistas, porque é um mistério que acontece no silêncio”.

O Santo Padre sublinhou que “o que é realmente grande frequentemente passa despercebido e o silêncio aprazível se revela mais frutífero que a frenética agitação que caracteriza nossas cidades, mas que – com as devidas proporções – esta agitação já era vivida nas grandes cidades de então, como Jerusalém”.

Esta agitação, explicou o Papa, corresponde “àquele ativismo que nos impede de parar, estar tranquilos para escutar o silêncio no qual o Senhor nos deixa ouvir sua voz discreta”.

“Maria, no dia que recebeu o anúncio do Anjo, estava com uma atitude de recolhimento e ao mesmo tempo aberta à escuta de Deus. Nela não havia obstáculo algum, nada que a separasse de Deus”.

Bento XVI assinalou que “este é o significado do seu ser sem pecado original: sua relação com Deus está livre da mais mínima imperfeição, não há separação, não há sombra de egoísmo, mas sim uma sintonia perfeita: seu pequeno coração humano está perfeitamente ‘centrado’ no grande coração de Deus”.

“A voz de Deus não pode ser reconhecida no ruído e na agitação; seu desenho na nossa vida pessoal e social não se percebe ficando na superfície, mas indo a um nível mais profundo, onde as forças não são de índole econômica ou política, mas morais e espirituais. É ali, onde Maria nos convida a ir e a sintonizar com a ação de Deus”.