Categorias Apologética Meditações e explicações da Santa Missa, retiradas do livro “O Tesouro da Tradição – Guia da Missa Tridentina” Autor do post Por Bíblia Católica Data de publicação 24 de abril de 2018 Nenhum comentário em Meditações e explicações da Santa Missa, retiradas do livro “O Tesouro da Tradição – Guia da Missa Tridentina” ORAÇÕES AO PÉ DO ALTAR. SALMO 42 “Subirei ao altar de Deus”. Que forma excelente de começar a Missa! No topo do monte Moriá, a montanha santa em Jerusalém, ficava o Templo, no mesmo local onde Abraão recebera ordem de sacrificar seu único filho. Diante do Templo, o altar de holocaustos ardia dia e noite, e somente ali podiam se oferecer sacrifícios a Deus. Diz-se que o autor desse salmo foi um levita que viveu no exílio, longe de Jerusalém, e ele suspira de saudades. No entanto, mesmo na hora mais difícil, ele coloca sua confiança no Senhor e se apega à esperança de que sua oração logo será atendida. CONFITEOR O Confiteor é a fórmula tradicional para a confissão de nossos pecados, rezada no confessionário, no Ofício Divino e também na Missa. Como é um sacramental, quem o reza pode obter o perdão dos pecados veniais, desde que esteja verdadeiramente arrependido. Veja como o sacerdote se curva enquanto reza o Confiteor, como se estivesse carregando o grande peso de nossos pecados em suas costas, assim como Nosso Senhor no Jardim de Getsêmani. KYRIE Veja a estrutura do Kyrie: ele possui três grupos de três. Há várias partes da Missa em que um trecho é repetido três vezes, mas aqui são três vezes três! Isto em honra à Santíssima Trindade, nosso Deus que é Três em Um. Primeiro, dirigimo-nos a Deus Pai, que é Senhor. Depois a Cristo, a segunda pessoa da Trindade. E finalmente, nos dirigimos à terceira pessoa, o Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, e é também chamado de Senhor. Cada pessoa é invocada três vezes para demonstrar o fato de que cada pessoa da Santíssima Trindade vive no interior da outra. Essa relação é chamada perichoresis. GLORIA O Gloria é também chamado de Doxologia Maior e ele incorpora elementos de nossa fé na Santíssima Trindade. Pode-se notar que ele preenche as quatro finalidades do sacrifício (adoração, propiciação, ação de graças e petição). Ele começa dirigindo-se a Deus Pai, e depois a Deus Filho e então ao Espírito Santo. COLETA A Coleta é uma oração cujo nome vem do latim “colligere”, que significa ‘reunir’, e seu objetivo é exatamente esse: coletar as intenções da festa que está sendo celebrada e apresentá-las diante de nosso Pai Celeste. EPÍSTOLA A Epístola é uma carta ou “lição”, geralmente tirada dos escritos de S. Paulo, mas ela pode ser também de cartas escritas por outros Apóstolos (Pedro, João, Tiago, ou Judas), ou uma leitura dos Atos dos Apóstolos, do Livro do Apocalipse ou do Velho Testamento. EVANGELHO Como Isaías, o sacerdote pede que seus lábios seja purificados para proclamar a palavra de Deus dignamente. Aqui fazemos o sinal da cruz em nossa testa, lábios e coração, pedindo a Nosso Senhor que mantenha a Sua Palavra em nossos pensamentos, palavras e atos, deste dia e sempre. Repare que o celebrante remove seu manípulo antes de proferir a homilia. Ele volta a colocá-lo antes do Credo. Isto porque ele o usa especificamente quando intercede por nós. CREDO O Credo é rezado em todo os domingos e solenidades, e omitido na maior parte das missas feriais (dias de semana) Acabamos de atravessar a “ponte” da Missa da Preparação para a Missa da Realização. OFERTÓRIO Na Igreja antiga, um salmo era cantado enquanto as oblatas do pão e vinho eram levadas ao altar pelos fiéis. A antífona do Ofertório é um vestígio daquele Salmo. Ao prepararmo-nos para celebrar o sagrado mistério da Eucaristia, oferecemo o nosso pão e vinho a Deus para a Sua bênção, mas deveríamos acrescentar nossos próprios dons. Nos tempos dos primeiros cristãos, os membros da Igreja formavam uma longa fila trazendo os seus dons de alimentos, vinho, ouro e jóias preciosas ao altar. Hoje é costumeiro oferecer um donativo em dinheiro para sustento da Igreja e de seus sacerdotes, mas, mais importante, nós devemos oferecer a nós mesmos a Deus, elevando nossos corações a Ele juntamente com a Hóstia na patena, como fizeram muitos santos. DEUS E A CRIAÇÃO SE UNEM O vinho derramado no cálice representa a natureza divina de Jesus, e a gota d’água que é misturada ao vinho representa a nossa natureza humana — e com ela a nós mesmos. Assim como os dois se misturam no cálice e não podem mais ser separados, ao juntarmos nosso sacrifício àquele sendo oferecido no altar, esperamos nos tornar um com Cristo na Eucaristia. LAVABO Assim como o sacerdote rezou para que seus lábios fossem purificados antes de cantar as palavras do Evangelho, ele agora purifica suas mãos para prepará-las para tocar o que logo tornar-se-á o Corpo de Cristo. Como as mãos que vão tocar o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor nunca poderão estar suficientemente puras, enquanto o sacerdote lava as suas mãos com águas nessa purificação simbólica, ele reza o Salmo 25, pedindo que permaneça puro pela ajuda de Deus. PREFÁCIO O Prefácio é uma oração-hino baseada nas que eram usadas nas cerimônias da Páscoa judaica. Em certo tempo, cada Missa possuía seu próprio prefácio, mas hoje há apenas quinze que são usados em festas especiais. A melodia usada para entoar o Prefácio é a mesma que era usada pelos gregos antigos para proclamar os feitos de um herói na festa em sua homenagem. Note-se que, ao aproximar-se do final, o Prefácio recorda os anjos, cuja canção de louvor celestial vem a seguir. SANCTUS “Vi ao Senhor assentado sobre um alto e elevado sólio… Os Serafins estavam sobre Ele… e clamavam um para o outro, e diziam: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos exércitos, cheia está toda a terra da sua glória.” (Isaías 6, 1-3) HANC IGITUR Esta oração contém quatro petições: 1. Que Deus aceite nossa oferenda; 2. Que Ele nos conceda paz em nosso tempo; 3. Que Ele nos salve da danação eterna; 4. Que Ele nos conceda a vida eterna. A CONSAGRAÇÃO DA HÓSTIA “… alimentaste o teu povo com o mantimento dos anjos, e lhe deste o pão vindo do céu, preparado sem trabalho, que tinha em si toda a delícia, e a suavidade de todo o sabor.” (Sabedoria 16, 20) A ELEVAÇÃO DA HÓSTIA Como uma fanfarra de trombetas anunciando a chegada de um rei terreno, quando você ouve a sineta tocar, sabe que nosso Rei Celeste veio a nós. Olhe reverentemente para a Hóstia Consagrada que o Padre ergue para que todos a vejam e diga com Tomé, o Apóstolo, “Meu Senhor e Meu Deus!” Quando fazemos isso, não só mostramos a Nosso Senhor o quanto o adoramos, mas podemos também receber uma indulgência. A CONSAGRAÇÃO DO VINHO “Por que a vida do animal está no sangue, eu vo-lo dei para que sobre o altar expiásseis com ele as vossas almas e para que a alma fosse expiada pelo sangue.” (Levítico 17, 11) A PEQUENA ELEVAÇÃO Esta doxologia é o coração solene do Cânon e de certa forma ela reflete o Sanctus que precedeu o Cânon. Foi durante aquele canto de louvor que o sacerdote entrou no “Santo dos Santos”, e é com este hino de louvor que ele reaparece. Como esse simbolismo era essencial na liturgia antiga da Missa, era apenas nesse momento que as espécies consagradas eram mostradas à adoração dos fiéis. O final da doxologia é rezado em voz alta para que possamos responder “amém” em afirmação do que até agora transcorreu em silêncio. PATER NOSTER Agora que a parte sacrifical da Missa está completa, procuramos aplicar às nossas almas os frutos deste sacrifício perfeito. A oração perfeita sempre dá primeiro a Deus e só então pede para receber, e o Pai Nosso, vindo do próprio Senhor, estabelece o paradigma dessa perfeição. Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho observaram que toda a oração deve ter como modelo esse exemplo perfeito, que nos ensina até mesmo aquelas coisas que devemos pedir, e a ordem em que devemos pedi-las. DOMINE, NON SUM DIGNUS “Rezamos para que não seja dito de nós: ‘As bodas com efeito estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.'”. (Mateus 22, 8) EIS O CORDEIRO DE DEUS! Em preparação para a festa da Páscoa, os judeus formavam grupos de 10-20 homens com quem celebravam a refeição da Páscoa. Eles então escolhiam um cordeiro imaculado entre os novilhos, lavavam-no com cuidado e o ungiam, e o mantinham à parte por três dias antes de sacrificá-lo. Durante esse período, ele era chamado de “Cordeiro de Deus”. Quando João proferiu essa frase ao ver Jesus, não houve dúvida quanto ao que queria dizer: esta era o Messias, que viera para salvá-los. ENVIADOS AO MUNDO: “ITE, MISSA EST” “Vós sois a luz do mundo… Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5, 14-16) Até o século XII, era que aqui que terminava a Missa — na verdade, a oração que se segue à despedida, “Placeat tibi”, era conhecida como “a oração depois da Missa” porque ela era rezada privadamente pelo sacerdote após a Missa. Mas não devemos ir embora e esquecer que carregamos agora a luz de Cristo dentro de nós. Por isso, receberemos mais uma bênção final e instrução para lembrar-nos de nossa missão como católicos, de levar essa luz ao mundo. BÊNÇÃO Tornamo-nos ostensórios vivos carregando a luz de Cristo dentro de nós. Antes de levar essa luz ao mundo, ajoelhamo-nos para receber a bênção final, como os cavaleiros de antigamente recebiam os seus escudos antes de serem enviados à batalha. E HABITOU ENTRE NÓS No início da Missa, rezamos “Enviai-me a Vossa Luz e a Vossa verdade!”. É muito oportuno, portanto, que a Missa termine com as palavras: “e nós vimos a Sua glória, glória igual a que o Pai dá a seu Filho Único, cheio de graça e de verdade.” PETIÇÕES ESPECIAIS PELA IGREJA Essas orações, que se dizem após a Missa Rezada, reúnem nossas petições de forma especial pelas intenções da Santa Madre Igreja. Tags Explica, livro, medita, Missa, retiradas, Santa, Tesouro ← A CNBB arregou! Chega de desconversa → Ave Maria (comunista) deles Deixe um comentário Cancelar respostaVocê precisa fazer o login para publicar um comentário.