COIMBRA, quarta-feira, 29 de novembro de 2006 (ZENIT.org).- Segundo o bispo de Coimbra, Dom Albino Cleto, a vida «deve ser respeitada desde a concepção».

Por isso o prelado defende que a vida não pode ser referendada, pelo que estará ao lado daqueles que dizem “não” à interrupção voluntária da gravidez.

Segundo refere o Correio de Coimbra, o bispo revelou que não foi apanhado de surpresa com a segunda proposta de referendo sobre o aborto em Portugal.

«Lamentamos que a vida seja posta em referendo, apesar de não estranharmos, porque há muito que se previa», disse.

A respeito da posição da Igreja Católica em relação ao referendo, o bispo enfatizou que «a nossa posição é sobejamente conhecida: a vida deve ser respeitada e defendida desde a sua origem, que para nós começa no momento da concepção».

Não obstante, para Dom Albino Cleto, «os políticos, ao proporem o referendo, não querem ser donos da vida, porque ninguém substitui Deus».

O bispo de Coimbra afirmou que «os leigos, como católicos, que tornem presente, na rua, o direito à vida, têm todo o nosso apoio».

A Conferência Episcopal Portuguesa, em nota pastoral sobre o referendo, divulgada em 19 de outubro, alertava os fiéis católicos que «o aborto provocado é um pecado grave porque é uma violação do 5º Mandamento da Lei de Deus, “não matarás”, e é-o mesmo quando legalmente permitido».

Segundo o texto dos bispos, «este mandamento limita-se a exprimir um valor da lei natural, fundamento de uma ética universal. O aborto não é, pois, uma questão exclusivamente da moral religiosa; ele agride valores universais de respeito pela vida».

«Não podemos, pois, deixar de dizer aos fiéis católicos que devem votar “não” e ajudar a esclarecer outras pessoas sobre a dignidade da vida humana, desde o seu primeiro momento», afirmava a nota.