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São Jerônimo rejeitou os deuterocanônicos?

Fonte:  Apologistas Católicos

Este artigo é fragmento da obra “Manual de Defesa dos Livros Deuterocanônicos.” de autoria de Rafael Rodrigues, que será lançado nos próximos Meses.

São Jerônimo viveu entre os séculos IV e V, e foi secretário do Papa Damaso,  apedido deste começou a traduzir a Vulgata Latina (Tradução das escrituras do original para o Latim). Em 11 de dezembro de 384 o Papa Damaso morreu, então se mudou para Jerusalém onde fundou dois mosteiros e lá pôde continuar seu trabalho de tradução. (LIMA, 2007).

São Jerônimo é o Padre da Igreja mais freqüentemente usado pelos protestantes para dizer que, os pais negavam a inspiração do deuterocanônicos. Sua atitude em relação ao Deuterocanônicos é realmente, a primeira vista, a mais dura entre os Padres. Vamos aos seus relatos:

Este prefácio das para as escrituras [Samuel e Reis] podem servir como um ‘elmo’ introdutório para todos os livros os nos possamos ter certeza de que aqueles que não são encontrados em nossa lista devem ser colocados entre os escritos apócrifos. Sabedoria, o Livro de Sirac, e Judite, e Tobias e o Pastor não são canônicos. O primeiro livro de Macabeus eu encontrei em hebraico, o segundo em grego, como pode ser demonstrado de alto estilo” (JERÔNIMO, 430)

 Outro:

Nós temos o autêntico livro de Jesus, Filho de Sirac [Eclesiástico], e outro trabalho pseudo-epígrafo, intitulado Sabedoria de Salomão. Eu encontrei o primeiro no hebraico, com o título, ‘parábolas’, não eclesiástico como nas versões latinas […] O segundo de forma alguma se encontra nos textos hebraicos, e seu estilo aproxima-se de eloqüência grega: um número de escritores antigos afirma que é um trabalho do Judeu Fílon. Conseqüentemente, apenas como a Igreja lê Tobias, e os livros dos Macabeus, mas não são admitidos no cânon das Escrituras; a Igreja permite que estes 2 volumes sejam lidos, para a edificação das pessoas, não para darem suporte à autoridade das doutrinas eclesiásticas

Constata-se aqui, mais uma vez, que a Igreja da palestina não rejeitava estes livros, ou os tinha como heréticos, assim como os protestantes acusam, mas os tinha como de serventia para a “edificação das pessoas”, logo vemos que desde sempre estes livros estavam em posse da Igreja e amplamente usados.

Olhando de cara, São Jerônimo diz especificamente que os deuterocanônicos não são contidos no cânon das Escrituras e até diz que eles não devem ser usados para a doutrina. O mesmo caso de Orígenes e de Atanásio não se aplica a ele, pois aqui ele menciona claramente que não são usados para a doutrina, logo não estava fazendo nenhuma recomendação ou falando liturgicamente. De todos os Padres, ele tem a visão mais “negativa” dos deuterocanônicos, como é visto suas em declarações. No entanto, se formos ver na prática tempo depois de ter feitos essas declarações, São Jerônimo cita todos esses livros, que ele negou a canonicidade, como Escritura, e os mantém no mesmo nível de inspiração dos outros. Procuramos em suas obras, a que tivemos acesso, e encontramos diversas vezes ele se referindo aos deuterocanônicos como inspirados e faz menção a eles cerca de 55 vezes.

Perceba o leitor que ele não coloca o livro de Baruc entre os não canônicos, logo significa que ele aceitava a inspiração de Baruc.  Disse que Judite não era canônico, porém mais tarde ele mesmo vem reconhecer como canônico como podemos ler em seu relato:

Entre os hebreus do livro de Judite é encontrada entre os Hagiógrafos, a autoridade do qual para confirmar aqueles que entram em disputa é julgado menos apropriado. No entanto, tendo sido escrito em Língua caldéia, ele é contado entre as histórias. Mas porque este livro é encontrado, pelo Concílio de Nicéia, sendo contados entre o número das Sagradas Escrituras, tenho concordado com o seu pedido, de fato uma ordem, e trabalhando  tendo sido posto de lado a partir do qual eu estava com força reduzida, dei a este (livro) uma curta noite de trabalho, traduzindo mais sentido do sentido do que a palavra da palavra. […] Receba a viúva Judite, um exemplo de castidade, e declare honra triunfal com louvores perpétuos a ela.[…]” (Prólogo do livro de Judite).

Ou seja, ele reconhece o canonicidade de Judite devido uma promulgação do Concílio de Nicéia, tal citação não foi preservada nos cânones, cartas ou atas do concílio, só tomamos conhecimento disto através de Jerônimo. Portanto podemos ver, até agora, que ele aceitava Judite e Baruc como canônicos. Vejamos agora os que ele fala sobre os acréscimos de Daniel:

Livro II, 33. Em Referencia a Daniel minha resposta será que eu não disse que ele não era profeta; ao contrário eu confesso, no próprio início do prefácio, que ele era um profeta. Mas eu desejei mostrar qual era a opinião sustentadas pelos Judeus; e quais eram os argumentos que eles usavam para provar. Eu também disse ao leitor que a versão lidas nas Igrejas Cristãs não era a da septuaginta mas a se Teodocião. É verdade, Eu disse que a versão da septuaginta era neste livro muito diferente do original, e que foi condenada pelo justo julgamento das Igrejas de Cristo; Mas o erro não foi meu que relatei o fato, mas daqueles que lêem a versão. Nós temos 4 versões para escolher: aquelas de Áquila, Simáco, Septuaginta, e Teodocião. As Igrejas escolheram ler Daniel na versão de Teodocião. Que pecado eu cometi se segue o julgamento das igrejas? Mas quando eu repeti o que os judeus dizem contra história de Susana, o hino dos 3 Jovens, e a estória de Bel e o Dragão, que não estão contidos na bíblia hebraica, o homem que fez esta acusação contra mim prova que ele mesmo é um tolo e um caluniador. Pois eu expliquei não o que eu pensava, mas o que eles comumente diziam contra nós. Eu não refutei a opinião deles no prefácio por que eu sendo breve, e cuidadoso para não parecer que eu não estava escrevendo um prefácio e sim um livro. Eu disse, portanto, ‘aqui não agora não é o momento para entrar em discussão sobre isto.’” (JERONIMO, 420)

Veja que ele aqui aceita a canonicidade dos acréscimos de Daniel, diz que as acusações não são suas, mas dos judeus:

 “Pois eu não relatei o que eu pensava, mas o que eles comumente diziam contra nós.”.

Ele também mostra que não quis refutar os judeus para seu prefácio não ficar grande:

Eu não refutei a opinião deles no prefácio por que eu sendo breve, e cuidadoso […] Eu disse portanto, ‘aqui não agora não é o momento de entrar em discussão sobre isto.’”.

Até Aqui constatamos, portanto, que São Jerônimo aceitava como canônicos  Judite, Baruc, e os acréscimos de Daniel e Ester.

Vejamos o que diz sobre Eclesiástico:

A Escritura não diz: ‘não te sobrecarregue acima do teu poder’? (Eclesiástico 13, 2)” (A Eustóquio, Epístola CVIII)

São Jerônimo chama o livro do Eclesiástico, que ele  mesmo havia dito como não canônico, de Escritura. Assim, na prática, para apoiar a doutrina, ele o chama de Escritura. Esta citação, mesmo se não houvesse outras citações dele dos deuterocanônicos, já mostra que a sua visão sobre o que é e o que não é Escritura não pode ser vista somente a partir de citações mais antigas.

 “Não, meu querido irmão, estime meu valor pelo número de meus anos. Cabelos brancos não são sabedoria, é sabedoria, que é tão boa quanto os cabelos brancos Pelo menos é isso que Salomão diz: ‘a sabedoria que faz as vezes dos cabelos brancos’ (Sabedoria 4, 9). Moisés também na escolha dos setenta anciãos disse para tirar aqueles a quem ele sabia  que eram anciãos de fato, que não para selecionar-los por seus anos, mas por sua discrição (Números 11, 16) E, como um menino, Daniel, julgou os homens de idade  e na flor da juventude condenou a incontinência da idade (Daniel 13, 55-59)” (A Paulino, Epístola 58).

Aqui São Jerônimo mescla o uso do Livro da Sabedoria com o escrito de Moisés. Depois de se referir a Moisés, ele também se refere à história de Susanna para estabelecer um ponto. Ele não faz distinção, na prática, dos escritos de Moisés dos dois livros deuterocanônicos.

Gostaria de citar as palavras do salmista: ‘os sacrifícios de Deus são um espírito quebrado’, (Salmos 51, 17) e o de Ezequiel ‘Eu prefiro o arrependimento de um pecador ao invés de sua morte’, (Ezequiel 18, 23) e as de Baruc, ‘Levanta-te, levanta-te, ó Jerusalém’ (Baruc 5, 5) e muitos outras proclamações feitas pelas trombetas dos profetas.” (A Oceanus, Epístola 77, 4).

Observe como Jerônimo não faz distinção alguma entre o salmista, Ezequiel e Baruc. Eles são todos Inspirados, Palavras de Deus. Além disso  contrariamente ao que os protestantes dizem, que os deuterocanônicos não tinham profetas, Jerônimo chama Baruc de profeta. De acordo com Jerônimo, Baruc, portanto, com autoridade falou da Palavra de Deus. Ele usa Baruc em conjunto com esses profetas para provar que Davi no Salmo 51 está correto.

 

ainda a nossa alegria não se deve esquecer o limite definido pela Escritura, e não devemos ficar muito longe da fronteira da nossa luta. Seus presentes, de fato, lembram me dos livros sagrados, pois nele Ezequiel adorna Jerusalém com braceletes, (Ezequiel 16, 11) Baruc recebe cartas de Jeremias (Baruc 6) e o Espírito Santo desce na forma de uma pomba no batismo de Cristo (Mateus. 3, 16)” (A   Eustóquio, Epístola XXXI, 2 ).

 

Observe que São Jerônimo cita em referência às Escrituras, os Livros Sagrado. Em seguida, ele se menciona três passagens de Ezequiel, Baruc e Mateus. Agora, São Jerônimo aqui se refere às cartas (plural) de Jeremias  a Baruc, uma vez em Jeremias 36, e outra vez em Baruc 6. Assim, para Jerônimo,  Baruc é claramente Escritura, e ele é um dos autores do Volume Sagrado, a Bíblia.

 

Como nas boas obras é Deus quem lhes traz a perfeição, pois não é do que quer, nem do que corre, mas de Deus que se compadece e dá-nos ajuda para que possamos ser capazes de alcançar a meta: então em coisas ímpias e pecadoras, as sementes dentro de nós dão o impulso, e estes são trazidos à maturidade pelo demônio. Quando ele vê que estamos construindo sobre o fundamento de Cristo com feno, madeira, palha, então ele se aplica no jogo. Vamos, então, construir com ouro, prata, pedras preciosas, e ele não vai se aventurar a tentar-nos: apesar de mesmo assim não há certeza e posse segura. Pois o leão espreita a emboscada para matar os inocentes. ‘ Os vasos do oleiro são provados pela fornalha, e os homens justos, pelo julgamento da tribulação’ (Eclesiástico 27, 5). E em outro lugar está escrito: ‘Meu filho, quando tu vires a servir ao Senhor, prepara-te para a tentação.’ (Eclesiástico 2, 1) Novamente, o mesmo Tiago diz: ‘Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla seu rosto natural no espelho, pois ele contempla a si mesmo, e vai embora, e logo se esquece que tipo de homem ele era’ .(Tiago 3, 22).  Seria inútil avisá-los para adicionar obras a fé, se não pudessem pecar depois do batismo.” (Contra Joviniano, Livro 2, 3)

 

Como vimos, “Está escrito” é uma frase que ambos os autores das Escrituras, e os Padres da Igreja usam apenas em referência às Escrituras. Jerônimo usa a frase identificando a citação como Escritura, e a mesma vem do  livro do Eclesiástico. Assim, Eclesiástico é Escritura. Ele então cita Tiago alternadamente e o põe ao mesmo nível de autoridade do Eclesiástico.

 “No entanto, o Espírito Santo no trigésimo nono Salmo, enquanto lamentando que todo homem anda numa vã aparência, e que eles estão sujeitos aos pecados, fala assim: ‘Porque todo homem anda à imagem’ (Salmo 39, 6). Também após o tempo de Davi, no reinado de seu filho Salomão, lemos uma referência um tanto similar à semelhança divina. Pois no livro da Sabedoria, que está escrito com o nome dele, Salomão diz:. ‘Deus criou o homem para ser imortal, e o fez ser uma imagem de sua própria eternidade.’ (Sabedoria 2, 23) e mais uma vez, cerca de mil cento e onze anos depois, lemos no Novo Testamento que os homens não perderam a imagem de Deus. Pois Tiago, um apóstolo e irmão do Senhor, que eu mencionei acima – que não podemos ser enredado nas armadilhas de Orígenes – nos ensina que o homem possui a imagem e semelhança de Deus. Pois, depois de um breve discurso sobre  a língua humana, ele passou a dizer dela: ‘É um mal incontrolável … Com ela bendizemos a Deus, o Pai e com ela amaldiçoamos os homens, que são feitos à semelhança de Deus.’ (Tiago 3, 8-9) Paulo, também, o ‘vaso escolhido’ (Atos 9, 15), que em sua pregação foi totalmente mantida a doutrina do evangelho, nos instrui que o homem é feito à imagem e à semelhança de Deus. ‘Um homem’, diz ele, ‘não devem usar cabelos longos, porquanto ele é a imagem e glória de Deus.’ (I Cor. 11, 7). Ele fala da ‘imagem simplesmente’, mas explica a natureza da semelhança com a palavra ‘glória’.

Em vez de três provas da Sagrada Escritura que você disse que iria satisfazê-lo se eu pudesse dá-las, eis que eu te dei sete”  (Carta LI, 6-7).

O próprio Jerônimo que havia escrito que o deuterocanônicos não eram utilizados para estabelecer doutrina, aqui em um contexto mais amplo falando de como somos feitos à imagem de Deus, prova uma doutrina e usa especificamente o Livro da Sabedoria para estabelece-la. São Jerônimo não faz distinções entre os outros livros bíblicos, que ele usa para falar sobre a doutrina, e o Livro da Sabedoria. Pra ele o livro foi uma das sete provas das Escrituras para estabelecer o significado da imagem de Deus.

 “Seu argumento é engenhoso, mas você não vê que é contra a Sagrada Escritura, que declara que, mesmo a ignorância não é sem pecado. Por isso, foi que Jó ofereceu sacrifícios por seus filhos, teste, por acaso, eles tinham involuntariamente pecado em pensamento. E se, quando se está cortando madeira, a cabeça de machado salta do punho e mata um homem, o proprietário é ordenado a ir para uma das cidades de refúgio e ficar lá até o sumo sacerdote morrer (Num. 35, 8); isto é, até que ele ser redimido pelo sangue do Salvador, seja no batistério, ou em penitência que é uma cópia da graça do batismo, através da inefável misericórdia do Salvador, que não quer ninguém pereça (Ezequiel 18, 23), nem se deleita na morte dos pecadores, mas sim que eles se convertam e vivam. […]

Você espera que eu explique os objetivos e planos de Deus? O Livro da Sabedoria dá uma resposta à sua pergunta tola: “Não olhe para as coisas acima de ti, e não procure coisas fortes demais para ti’ (Eclesiástico 3, 21). E em outro lugar ‘Não te faça exageradamente sábio, e não argumente mais do que é necessário.’(Eclesiastes 7, 16) E no mesmo lugar ‘em sabedoria e simplicidade de coração busca a Deus.’ Você talvez negará a autoridade deste livro […]” (Contra os Pelagianos, Livro I, 33)

 

Note, no início do seu depoimento, ele fala como ele vai provar o erro do pelagiano usando as Escrituras, então ele dá uma série de versículos para provar a loucura de seu oponente. Parte desses versículos dos quais ele faz uso para provar o seu ponto de vista é do livro do Eclesiástico. O livro do Eclesiástico, de acordo com Jerônimo, explica o plano e propósito de Deus, que refuta doutrina de seus adversários. Na verdade, embora ele diga que é a citação é da Sabedoria, na verdade é de Eclesiástico 3, 21, ou seja  ele está se referindo ao livro como Sabedoria de Sirac, como também é conhecido o livro de Eclesiástico. Assim, o livro faz parte das Escrituras aos olhos de Jerônimo, são citados por  ele para provar doutrina, e refutar uma pergunta tola. Ele diz que talvez o seu adversário vá negar a autoridade do livro, mas não ele mesmo. Assim, ele afirma sua autoridade.

 

E os provérbios de Salomão nos dizem que como ‘O vento norte traz chuva, e a língua fingida, o rosto irado.’ (Provérbios. 25, 23) Às vezes acontece que uma flecha quando é dirigida a um objeto duro ricocheteia sobre o arqueiro, ferindo o atirado, e assim, as palavras são cumpridas ‘viraram-se como um arco enganador’ (Salmo 78, 57) e em outra passagem: ‘aquele que lança uma pedra ao alto,  lança-a sobre sua própria cabeça’(Eclesiástico 27, 25)” (A Rusticus, Epístola 125, 19)

 

Aqui Jerônimo diz que as “palavras são cumpridas”, quais são as palavras que são cumpridas? Ele cita dois versículos, primeiro, o Salmo, em seguida, Eclesiástico. Se Eclesiástico fosse de um status inferior não faria sentido a frase Jerônimo dessa forma. Ele usa o termo, “outra passagem” em referência a Eclesiástico que confirma o mesmo ponto de vista, tornando assim o livro de nível equivalente de autoridade aos Salmos.

 

As passagens acima são claróssimas e referências explícitas aos livros deuterocaônicos, os quais, sem dúvida, Jerônimo considera como Escritura e os mostra-claramente como inspirados.

 

Existem outras referências a eles, onde ele não diz explicitamente: “Está escrito”, “A Escritura diz” ou “o Profeta diz”, porém, sem dúvida, define estes livros como Escrituras como ele fez nos exemplos anteriores. Na maioria dos tratamentos das passagens, se é Êxodo, Números, ou Eclesiástico, ele apenas dá a citação sem dizer explicitamente que é Escritura, assim como mencionado com outros padres. Ele assume  que essas passagens são Inspiradas, sem necessariamente dizer os indicadores de autoridade, como as passagens já vistas nos mostram.  Na verdade na maioria das citações dos Padres a respeito das escrituras, eles apenas as citam para apoiar o seu ponto de vista, sem fazer essa marca identificável. Assim, as passagens abaixo mostram que ele trata esses livros na prática  da mesma forma que trata os livros protocanônicos, dando-lhes status equivalente e identificando-os como Escritura, embora de forma menos explícita:

 

Deixe-me chamar em meu auxílio o exemplo dos três Jovens que, em meio ao fogo, fresco de cerco, cantava hinos, (Daniel 3, 14-94 ) em vez de chorar, e em torno daqueles turbantes e cabelos santos as chamas jogado sem causar danos. Deixe-me lembrar, também, a história do abençoado Daniel, em cuja presença, embora fosse sua presa natural, os leões agachados, com caudas abanando e bocas assustadas. (Daniel 6).  Deixe Susanna também subir na nobreza de sua fé ante os pensamentos de todos, que, depois de ter sido condenada por uma sentença injusta, foi salva por um jovem inspirado pelo Espírito Santo (Daniel 13, 45). Em ambos os casos a misericórdia do Senhor foi também mostrada, por enquanto Susanna foi libertada pelo juiz, de modo a não morrer pela espada, essa mulher, embora condenada pelo juiz, foi absolvida pela espada.” (Carta I, 9)

 

Essas coisas, querida filha em Cristo, eu te impressiono e freqüentemente repito, que você pode esquecer as coisas que estão para trás e chegar-vos as coisas que estão diante (Filipenses 3, 12). Você tem viúvas, como você dignas de serem modelos, Judite de renome na história hebraica (Judite 13) e Ana, filha de Fanuel (Lucas 2), famosa no evangelho. Ambas Tanto de dia como de noite viviam no templo e preservado o tesouro de sua castidade pela oração e pelo jejum. Uma delas era tipo a Igreja, que corta a cabeça do diabo (Judite 13, 8) e a outro primeiro recebeu nos braços o Salvador do mundo e lhe foi revelado os santos mistérios que estavam por vir (Lucas 2 , 36-38).” (A Salvina, Carta 79, 10).

Agora um relato de São Jerônimo sobre o Novo testamento a Dardano, o prefeito da Gália:

Isto deve ser dito a nosso respeito que aquela epístola que é intitulada ‘aos Hebreus’ é aceita como do apóstolo Paulo não somente pelas igrejas dos leste mas por todos os escritores da Igreja de língua grega dos tempos mais remotos, embora muitos a julguem para ser de Barnabé ou de Clemente. Agora não é importante quem é o autor, uma vez que é um trabalho de um homem da Igreja e recebido reconhecidamente dia a dia na leitura pública das Igrejas. Se o costume dos Latinos não o recebe entre as escrituras, de outro modo pela mesma liberdade, fazem as igrejas dos gregos ao aceitarem o apocalipse de João. Contudo nós aceitamos ambos, não seguindo o costume presente, mas dos escritores primitivos, que geralmente fizeram livre uso dos testemunhos de ambos os trabalhos. E isto eles fizeram, não querendo na ocasião citar escritos apócrifos, como fizeram usar exemplos da literatura pagã, as tratando-os como canônicos e eclesiásticos” (JERÔNIMO, 420)

Percebemos que nem o antigo testamento, nem mesmo o novo testamento, São Jerônimo cita a lista completa, pois havia ainda divergências quando a canonicidade de alguns livros como é no caso de Hebreus e Apocalipse, que a Igreja ainda não tinha dados como certos, dessa liberdade, portanto, vem a sentença de São Jerônimo a respeito de alguns deuterocanônicos, isso não significa que ele os repudiava, mas preferia ver o julgamento da Igreja a respeito. (LIMA, 2007).

Em suma, Jerônimo chama os deuterocanônicos de Escrituras. As provas que ele dá para provar doutrinas e em debates com hereges várias vezes vem dos deuterocanônicos. Ele chama Baruc de profeta, da mesma forma que  Ezequiel. Ele cita Sabedoria e Eclesiástico e dá-lhe a mesma autoridade que os outros livros e reclama que seu oponente irá negar a autoridade desses livros. Suas referências às partes deuterocanônicas de Daniel, incluindo Susanna, Bel e o Dragão, são em apoio a doutrina.  

Mostramos, portanto, que Jerônimo  refere-se a cada um dos livros deuterocanônicos como Inspirados e faz largo uso deles. Isto inclui Eclesiástico, Sabedoria, II Macabeus, Tobias, Ester, Baruc, e até mesmo as porções deuterocanônicas de Daniel, incluindo Susana, Bel e o Dragão e o Cântico dos Três Jovens, tratando cada um desses livros  com a mesma autoridade que os outros livros protocanônicos. Assim, o maior suposto “detrator” dos Deuterocanônicos, trato os como Inspirados e extrai doutrinas e ensinamentos deles, contrariando toda a crítica protestante.

 Para citar:

Rodrigues, Rafael. São Jerônimo Rejeitou os deuterocaônicos?; Disponível em: <http://apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/deuterocanonicos/503-sao-jeronimo-rejeitou-os-deuterocanonicos>. Desde: 03/03/2012.

O homossexualismo na visão dos Padres, Santos e Doutores da Igreja

APOSTOLADO SPIRITUS PARACLITUS

Os Padres, Santos e Doutores da Igreja sempre condenaram a homossexualidade nas suas obras.

São Justino, Mártir (100-165)

São Justino, mártir e apologista cristão, nasceu em Flavia Neapolis e converteu-se ao cristianismo por volta do ano130. Ensinou e defendeu a religião cristã na Ásia Menor e em Roma, onde sofreu o martírio.

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Na sua Primeira Apologia, dirigida ao imperador Tito, São Justino explica os mistérios cristãos e da racionalidade da doutrina católica. Ele também aponta o absurdo paganismo e a imoralidade dos gregos e romanos:

“Porque vemos que quase todos que são expostos (não só as raparigas, mas também os homens) são trazidos para a prostituição. E como os antigos dizem ter criado rebanhos de cavalos bois ou cabras ou ovelhas, ou de pasto, agora nós vemo-los criar filhos apenas para essa vergonhosa utilização e para esse tipo de poluição. Uma multidão de fêmeas e hermafroditas, e aqueles que cometem iniquidades abomináveis são encontrados em todas as nações. E quem recebe aluguer destes, os direitos e impostos a partir deles, deve ser eliminado do seu reino.

E alguém que use essas pessoas, além dos ateus que mantêm relações infames e impuros, pode eventualmente ter relações sexuais com seu próprio filho, ou parente, ou irmão. E há alguns que até mesmo prostituem os seus próprios filhos e esposas, e alguns são abertamente mutilado com a finalidade de sodomia”.

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Santo Ireneu de Lião (130-202)

Santo Irineu nasceu em Esmirna, na Ásia Menor, onde ele conheceu o bispo São Policarpo, discípulo do Apóstolo São João. Saindo da Ásia Menor para Roma, Santo Irineu juntou-se à Escola de S. Justino Mártir antes de se tornar Bispo de Lyon no sul da Gália. Os escritos mais conhecidos de Santo Irineu são “Contra as Heresias” e “Prova da Pregação Apostólica”, em que ele refutou gnosticismo.

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Santo Irineu reitera a condenação do homossexualismo pela Igreja:

“Além dessa blasfémia contra Deus, ele [Marcion], falando com a boca do diabo, disse em directa oposição com a Verdade, que ele e aqueles que são como ele, os sodomitas, os egípcios, todas as nações que praticaram todos os tipos de abominação, foram salvos pelo Senhor.”

* * *

Atenágoras de Atenas (2 º século)

Atenágoras de Atenas foi um filósofo que se converteu ao cristianismo no segundo século. Atenágoras escreveu o seu fundamento para os cristãos ao imperador Marco Aurélio em torno de 177. Ele defendeu os cristãos, a quem os pagãos tinham acusado de imoralidade. Em seguida, ele mostra que os pagãos, que eram totalmente imorais, nem sequer se abstém dos pecados contra a natureza.

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“Para aqueles que criaram um mercado para fornicação e estabeleceram recursos para a infâmia e todo o tipo de vil prazer, que não se conseguem abster até mesmo de homens, homens com homens cometendo abominações chocantes, insultando todos os mais nobres princípios e insultando de modo desonroso toda a obra justa de Deus.”

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São Jerónimo (340-420)

São Jerónimo é Padre e Doutor da Igreja.

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Ele também foi um exegeta notável e grande polemista. No seu livro “Contra Jovinianus”, ele explica como um sodomita necessita de arrependimento e penitência para ser salvos:

“E Sodoma e Gomorra poderiam ter apaziguado a ira de Deus, se estivessem dispostas a se arrependerem, com a ajuda de jejum para ganhar as lágrimas do seu arrependimento.”

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São João Crisóstomo (347-407)

São João Crisóstomo é considerado o maior dos Padres gregos e foi proclamado Doutor da Igreja. A ele foi-lhe dado o título de “Crisóstomo” (“boca de ouro”), por causa d sua grande capacidade oratória e sermões. Ele foi arcebispo e Patriarca de Constantinopla, e a sua revisão do grego na liturgia é usado até hoje.

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Nos seus sermões sobre São Paulo na Epístola aos Romanos, ele mora na extrema gravidade do pecado do homossexualismo:

“Mas se tu aprendeste e ouviste falar do Inferno e acreditas que não é fogo, lembra-te de Sodoma. Pois vimos, e com certeza continuamos a ver até mesmo na vida presente, uma aparência do Inferno. Quando muitos negam totalmente as coisas que virão depois desta vida, negam ouvir falar do fogo inextinguível, Deus traz à mente as coisas presentes. Por isso foi calcinada Sodoma. Pensa emcomo é grande o pecado, para ter forçado o Inferno a aparecer mesmo antes do seu tempo! Onde a chuva era incomum, porque a relação sexual era contráriaà natureza, ela inundou a terra, tal como a luxúria havia feito com as suas almas. Por isso também a chuva era o oposto da chuva habitual. Agora não só ela não mexe no ventre da terra para a produção de frutos, mas tornou ainda inútil para a recepção das sementes. Foi também assim a relação dos homens entre homens, fazendo um corpo desta espécie mais inútil do que a própria terra de Sodoma.”

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Santo Agostinho (354-430)

O maior dos Padres do Ocidente e um dos grandes Doutores da Igreja, estabeleceu as bases da teologia católica. Nas suas “Confissões”, assim ele condena, com a Igreja, a prática da homossexualidade.

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“As infracções contrárias à natureza são em toda parte e em todas as vezes que se realizaram foram punidas. Tais foram as dos sodomitas. Todos eles deverão ser culpados do mesmo crime pela Lei Divina. Pois a relação que deve haver entre Deus e nós, é violado, quando a natureza, da qual Ele é o autor, é poluída pela perversidade da luxúria.”

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São Gregório Magno (540-604)

Papa São Gregório I é chamado de “o Grande”. Ele é Padre e Doutor da Igreja. Introduziu o canto gregoriano na Igreja.

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“A Sagrada Escritura confirma que o enxofre evoca o cheiro da carne, assim como fala da chuva de fogo e enxofre sobre Sodoma derramado pelo Senhor. Ele tinha decidido punir Sodoma por causa dos crimes da carne, e com o tipo de punição Ele enfatizou a vergonha do crime, pois quis que fedesse a enxofre, fogo e carne queimada. Foi exactamente por isso que os sodomitas, queimando com desejos perversos decorrentes da carne como fedor, devem perecer pelo fogo e enxofre para que através deste justo castigo percebam o mal que tinham cometido, comandados por um perverso desejo.

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Santa Catarina de Sena (1347-1380)

Santa Catarina, uma grande mística e Doutora da Igreja viveu em tempos difíceis. O Papado estava no exílio em Avignon, na França. Ela foi fundamental para trazer de volta os Papas para Roma. Os seus “Diálogos com Deus” são escritos famosos.

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“Esses desgraçados não só são frágeis na sua natureza, mas pior, cometendo o pecado maldito contra a natureza e, como cegos e tolos, com a luz do seu intelecto escurecida, eles não sabem o mau cheiro e da miséria em que se encontram. Não só este pecado cheira mal diante de Mim, que sou o Supremo e Eterna Verdade, mas realmente desagrada-me muito. Não só a Mim, mas aos próprios demónios. Não é que o mal lhes desagrada, porque eles não gostam de nada que seja bom, mas porque a sua natureza foi originalmente angelical, e sua natureza angelical faz com que eles se afastem quando este grande pecado é cometido.”

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São Bernardino de Siena (1380-1444)

São Bernardino de Siena era um pregador famoso, conhecido pela sua doutrina e santidade.

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Quanto à homossexualidade, afirma:

“Nenhum pecado no mundo amarra a alma como a maldita sodomia, o pecado que sempre foi detestado por todos aqueles que vivem segundo Deus. Uma paixão desordenada, próxima da loucura, que perturba o vice intelecto, destrói elevação e generosidade da alma, faz do preguiçoso uma pessoa irascível, teimoso e obstinado, servil e macio e incapaz de qualquer coisa. Além disso, agitada por um desejo insaciável por prazer, a pessoa sodomita não segue a razão, mas o instinto. Eles tornam-se cegos e, quando os seus pensamentos deve subir para coisas altas e grandes, eles são frívolos e reduzidos para as coisas vis, inúteis e podres, que nunca poderia fazê-los felizes. Assim como as pessoas participam da glória de Deus em diferentes graus, de igual modo também no Inferno alguns sofrem mais que outros. Quem vive com esse vício de sodomia sofre mais do que outra, porque este é maior pecado.”

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São Pedro Canísio (1521-1597)

São Pedro Canísio, jesuíta e doutor da Igreja, é responsável por ajudar um terço da Alemanha abandonar o Luteranismo e retornar para a Igreja Católica.

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“Como diz a Sagrada Escritura, os sodomitas sempre foram extremamente perversos e pecaminosos. São Pedro e São Paulo condenaram sempre o pecado nefando e depravado. Na verdade, a Escritura denuncia essa indecência enorme (…) Aqueles que deviam ter vergonha de violar a lei divina e a lei natural são escravos da mais perversa depravação.”

Fonte: Livro DEFENDING A HIGHER LAW-Why We Must Resist Same-Sex “Marriage”and the Homosexual Movement

Como um Católico pode testemunhar a uma Testemunha de Jeová em sua porta

Por Jeffery Schwehm
Tradução: Emerson de Oliveira
Fonte: Veritatis Splendor

Como um ex- Testemunha de Jeová que passou muitos anos indo de porta em porta era relativamente raro aos cristãos se ocuparem de uma discussão significante comigo. Porém, aqueles que fizeram isto tiveram impacto muito enorme. Infelizmente, era até mesmo mais raro para um católico se ocupar de diálogo significante comigo. Isto é até mesmo mais trágico já que os católicos têm a abundância da fé cristã e realmente tem muito mais para oferecer a uma Testemunha de Jeová.

Se você tem um desejo de compartilhar o Evangelho, estas visitas das TJ dão uma oportunidade de fazer isto mesmo sem deixar sua casa. A seguir eu dou algumas sugestões para lhe ajudar a estar pronto para compartilhar o Evangelho com seus vizinhos Testemunhas de Jeová.

1. Oração: Reze regularmente e peça para o Espírito Santo lhe dar a graça para compartilhar efetivamente o Evangelho com seus amigos Testemunha de Jeová. Também reze para que o Senhor suavize o coração de seus amigos Testemunhas de Jeová para ouvirem o Evangelho também.

2. Receba freqüentemente os Sacramentos: Os sacramentos nos dão vida. Sem eles nós não temos nada para dar a outros que precisam aprender sobre o Senhor.

3. Leia as Escrituras: Se você é ignorante das Escritura você é ignorante de nossa história familiar como povo de Deus e como São Jerônimo disse “ignorante de Cristo”.

Apresentando o Evangelho para as Testemunhas de Jeová

Há três pontos principais que os católicos podem compartilhar efetivamente com as visitas de Testemunhas de Jeová. Escolha um dos pontos seguintes para compartilhar e permanecer neste tópico com eles durante a visita:

1. Todos os cristãos são filhos de Deus e passarão a eternidade com Cristo: as TJ ensinam que só 144.000 pessoas são consideradas filhos e filhas de Deus. Os 144.000 têm a esperança de ir ao céu serem glorificados com Jesus para a eternidade. O resto das TJ não são filhos e filhas de Deus mas somente amigos de Deus que tem a esperança de sempre viver no paraíso terrestre. Isto vai claramente contra o ensino das Escrituras. (Veja Romanos 8.14-17)

2. Ninguém pode predizer a Segunda Vinda de Cristo: as TJ ensinam que Jesus voltou invisivelmente no ano 1914 d.C. e que seu primeiro líder, Charles T. Russell, predisse isto. Eles também ensinam que o tempo do fim do mundo começou por aquele ano. Isto vai claramente contra o ensino das Escrituras. (Veja Mateus 24.23,24; Lc. 21.8)

3. Jesus não é o Arcanjo Miguel: as TJ ensinam que Jesus é o Arcanjo Miguel. Isto vai claramente contra o ensino das Escrituras. (Veja Hb. 1.5,6) Se uma TJ percebe que as Escrituras não apóiam a crença de que Jesus é o Arcanjo Miguel, isso lhes ajudará a perguntar questões pela verdadeira identidade de Jesus.

Para uma discussão mais detalhada destes três pontos de uma perspectiva católica, eu recomendo o livro Respondendo as Testemunhas de Jeová, por Jason Evert.

Testemunhando para Cristo

Você se preparou para compartilhar Cristo com com as TJ. Como se você deveria proceder da próxima vez que você receber uma visita?

1. A Testemunha de Jeová terá uma pequena apresentação preparada para você. Esta apresentação normalmente se trata de alguma peça de literatura que eles querem que você leia. Deixe-lhes completar a pequena apresentação. Deste modo sua visita ficará mais apta a escutar seu mensagem sem se preocupar como ele completará sua apresentação.

2. Quando a apresentação da Testemunha de Jeová estiver completa, vão lhe perguntar se quer aceitar sua literatura. Eu não recomendo aceitar a literatura porque provavelmente vão pedir para você fazer uma doação. O dinheiro da literatura financia a organização religiosa deles. Como católicos, nós não queremos nosso dinheiro ir para uma organização religiosa que ensina falsas doutrinas.

3. Recuse de forma educada a literatura e diga para as TJ que você tem uma mensagem para elas. Tenha uma cópia da Bíblia à mão e compartilhe com a TJ um dos pontos listados acima. Por exemplo, você poderia compartilhar com elas a seguinte Escritura:

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” romanos 8: 14-17

4. Explique a Testemunha de seu Jeová o que esta Escritura significa para você. Diga-lhes como o Senhor o adotou como seu filho. Normalmente, em sua apresentação, a Testemunha de Jeová vai mencionar a esperança de viver para sempre no paraíso terrestre. Diga-lhe que você não tem nenhum interesse em viver para sempre no paraíso que ele descreveu porque sua esperança é estar com Jesus para sempre.

5. Não há nenhuma necessidade de discutir com a Testemunha de Jeová ou até ficar pulando textos e textos com elas. Nunca ataque a Testemunha de Jeová pessoalmente. Lembre-se que a Testemunha de Jeová foi enganada por seus líderes religiosos. Quando você expressa o que quer dizer e compartilha sua mensagem simplesmente desculpe-se e termine a discussão.

6. Depois da discussão, reze para sua conversão.

O impacto que um cristão preparado com a mensagem da verdade pode fazer em um missionário TJ é enorme.

Uma vez quando eu estava visitando a porta de um cristão, eu lhe dei minha apresentação TJ da esperança de viver para sempre no paraíso terrestre. Este homem me falou de uma maneira calma e amorosa que sua esperança não era viver para sempre no paraíso terrestre mas viver para sempre com Jesus no céu.

Ele então acrescentou: “E eu não posso pensar em um lugar melhor que isto, inclusive um paraíso terrestre”.

Embora eu fosse Testemunha de Jeová, eu sabia que estar na presença de Cristo para eternidade era melhor que a vida eterna no paraíso terrestre. Eu fiquei mudo depois este simples comentário e saí. Meu colega Testemunha de Jeová que me acompanhou aquele dia se virou para mim depois que saímos e disse: “eu acho que aquele homem teve um Espírito Santo ou algo”.

Nosso Pai Celestial está nos pedindo que contribuamos com a “nova evangelização” do mundo. Nós podemos fazer uma contribuição a esta “nova evangelização” em dar um bom testemunho a nossos amigos TJ. A estratégia esboçada acima deve lhe ajudar a dar um testemunho bem sucedido a elas.

O falacioso Protestantismo

Fonte: Veritatis Splendor
Por Pedro Ravazzano

“Quanto a mim, não acreditaria no Evangelho se não me movesse a isso a autoridade da Igreja católica”. Santo Agostinho

O protestantismo vive num círculo vicioso. Vejamos, se hoje os Pais da Reforma ressuscitassem milagrosamente cairiam para trás ao ver a situação das igrejas por eles criadas e, muito provavelmente, seriam chamados de idólatras e pagãos por seus irmãos e filhos. Na verdade não precisamos ir tão longe na imaginação; comparem uma igreja metodista, anglicana, calvinista, luterana dos EUA, da Europa e do Brasil! Os metodistas ingleses e americanos usam imagens – ou ao menos usá-las não é motivo de discussão -, fazem igrejas em estilos góticos, gostam de cantos sacros e apreciam a piedosa devoção. Anglicanos invocam os santos, usam turibulo, seus líderes se paramentam como os Sacerdotes e Bispos católicos, constroem igrejas extremamente belas, usam velas, incensos etc. Já a Catedral Calvinista de Genebra honra a São Pedro, era lá onde Calvino pregava, fica ao lado do Museu da Reforma, quase um Vaticano protestante. Os luteranos do hemisfério norte também seguem diversas tradições católicas que eram respeitadas até mesmo pelos reformadores, se assemelham aos anglicanos quanto a isso. Eu apenas abordei pontos externos, se fosse fazer uma análise teológica as diferenças entre as denominações seriam gritantes. Os Pais da Reforma eram homens, em sua maioria, doutos e cultos, tinham acesso a obras de grande peso na cristandade, dominavam línguas, tinham uma cultura destacada; Lutero era um teólogo com relevo no cenário alemão, Calvino tinha uma formação clássica, Wesley, que apareceu séculos mais tarde, se educou na prestigiosa Universidade de Oxford. A questão que aparece é a seguinte, se esses homens estavam errados na sua hermenêutica bíblica, na compreensão do tal cristianismo primitivo, por que raios um pastor qualquer em pleno mundo moderno se colocaria como o descobridor da verdade cristã? Qual a autoridade que ele usa? Os Pais da Reforma se diziam inspirados pelo Espírito Santo, iluminados por Deus, o mesmo Espírito Santo e o mesmo Deus que “inspira” e “ilumina” os homens que hoje fazem interpretações e chegam a conclusões diferentes das obtidas pelos Luteros e Calvinos da vida – conclusões essas que na época da reforma já não eram nada parecidas! E, muito provavelmente, esses mesmos pastores serão refutados no futuro por outros irmãos seus que enxergaram diferentes verdades na Sagrada Escritura. O mais irônico de tudo isso é que uma das bases fundamentais usadas por eles para endossar essas novas compreensões a respeito do cristianismo e da Bíblia são conhecimentos científicos, ou seja, um respaldo extra-bíblico que influencia no estudo e na hermenêutica dos textos da Sagrada Escritura. Onde foi parar a Sola Scriptura?

Os protestantes consideram a Bíblia auto-sustentável, ou seja, a chave da correta hermenêutica se encontra na própria Escritura. Pois bem, isso deveria confirmar que a hermenêutica bíblica, seja lá de qual tempo, é contínua e inerrante, já que interpreta um Livro eterno e também inerrante, mas não é isso que enxergamos dentro do protestantismo.

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