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Obediência é sinal de santidade… São João Bosco explica

A Primeira Virtude de um jovem é a obediência aos seus pais e superiores.

Assim como uma plantinha, embora colocada em bom terreno, num jardim, contudo toma forma defeituosa e vai definhando se não for cultivada e, de algum modo, guiada até certa altura, assim vós, meus caros filhos…

…vos inclinareis fatalmente para o mal, se não vos deixardes guiar por quem está encarregado da vossa educação e do bem da vossa alma.

Essa guia vós atendes nos vossos pais e nos que fazem suas vezes; a eles deveis obedecer com docilidade. “Honra teu pai e tua mãe e terás vida longa na terra”, diz o Senhor.

Mas em que consiste essa honra? Consiste em obedecer-lhes, respeitá-los e prestar-lhes assistência.

Obedecer-lhes e por isso, quando vos mandam alguma coisa, fazei-a prontamente, sem resistir, e guardai-vos de proceder como alguns que resmungam, escolher os ombros, sacodem a cabeça e, o que é pior, respondem mal.

Esses fazem grande injúria aos seus pais e também a Deus, pois que nas ordens dos pais se manifesta a vontade de Deus.

Nosso Salvador, apesar de ser onipotente, para ensinar-nos a obedecer, foi submisso em tudo a Santíssima Virgem e a São José, na humilde ocupação de artífice: Et erat súbditus illis. Para obedecer a seu Pai celeste ofereceu-Se á morte dolorosíssima da cruz: Factus obédiens usque ad mortem; mortem autem crucis.

Deveis também ter grande respeito a vosso pai e a vossa mãe e não empreender coisa nenhuma sem sua licença, nem dar a conhecer seus defeitos. São Luis Gonzaga não fazia coisa nenhuma sem licença e, na falta de outrem, a pedia aos mesmos criados.

O jovem Luis Comolo foi obrigado um dia a estar longe de seus pais por mais tempo do que lhes tinham permitido. Mas ao chegar em casa, todo choroso pediu logo humildemente perdão daquela desobediência involuntária.

Finalmente, deveis prestar aos pais assistência em suas necessidades com o serviços domésticos de que fordes capazes especialmente entregando-lhes todo o dinheiro ou qualquer coisa que vos venha as mãos, usando de tudo conforme suas indicações.

É também estrito dever de um jovem rezar de manhã e à noite pelos seus pais, para que Deus lhes conceda todos os bens espirituais temporais.

Tudo o que vos disse a cerca da obediência e do respeito aos pais, deveis também praticar em relação a qualquer outro superior, eclesiástico ou secular.

E por isso também em relação aos vossos professores, dos quais igualmente recebereis de boa vontade, com humildade e respeito os ensinamentos, os conselhos as correções, certos de que tudo o que eles fazem é para a vossa maior vantagem e que a obediência prestada aos superiores é como se fora prestada ao mesmo Jesus Cristo e a Nossa Senhora.

Duas coisas vos recomendo com maior empenho:

A primeira é que sejais sinceros com os superiores, não encobrindo nunca as vossas faltas com fingimentos, muito menos negando-as.

Dizei sempre a verdade com franqueza. As mentiras, além de ofenderem a Deus, vos tornam filhos do demônio, que é o príncipe da mentira, e, vindo-se depois a saber a verdade, passareis por mentirosos, com grande desdouro perante os superiores e os companheiros.

Em segundo lugar, vos recomendo que aceiteis os conselhos e as advertências dos superiores como norma de vossa vida e do vosso modo de agir.

Felizes vós, se assim fizerdes; os vossos dias serão venturosos, todas as vossas ações serão bem ordenadas e servirão de edificação aos outros.Por isso, concluo dizendo-vos:

O menino obediente tornar-se-á santo; pelo contrário, o desobediente segue um caminho que o levará a perdição.

Fonte: O jovem instruído na prática de seus deveres religiosos – São João Bosco

Pe. Gabriele Amorth: “Cada diocese deveria ter um exorcista”

O célebre exorcista propõe a retomada dos estudos de angelologia e de demonologia nos seminários e a extensão do ministério do exorcistado a todos os sacerdotes

Por Stefano Stimamiglio

Pe. Amorth, falando sobre a figura do exorcista, é verdade que cada diocese tem um?

Este é um grande problema. Existem dioceses que não têm. Um bispo me disse que não nomeava um na diocese dele porque tinha medo do diabo. Tem outros que nem sequer acreditam. E tem vezes que os bispos que gostariam de nomear um exorcista não encontram sacerdotes disponíveis para esse ministério, ou, quando encontram, eles não desempenham o ministério com toda a seriedade devida; eles aconselham um psiquiatra ou dão no máximo uma bênção. O resultado? Poucos exorcistas, todos sobrecarregados.

Por que acontece isso?

Eu acho que é por falta de fé. Há exorcistas nomeados pelos bispos que nem sequer acreditam na existência do diabo… Outras vezes é medo: eles acreditam, mas se iludem, erroneamente, achando que, se o deixarem quieto, ele não vai incomodá-los. Muito pelo contrário: quanto mais você o combate, mais ele se afasta!

Mas cada diocese não deveria ter um exorcista?

Deveria. Eu quero encontrar o papa e pedir três coisas. Primeiro, que cada diocese tenha pelo menos um exorcista. Segundo, a volta dos estudos de angelologia e de demonologia nos seminários e que os sacerdotes prestes a se ordenar acompanhem pelo menos um exorcismo. Muitos padres jovens começam o ministério sem nenhuma ideia dessas realidades espirituais, com o risco de negligenciar a parcela do povo de Deus que sofre de males espirituais e que, embora não seja tão numerosa, tem direito de ser atendida. Em terceiro lugar, quero pedir que o papa estenda o ministério de exorcistado a todos os sacerdotes, sem necessidade de qualquer permissão especial, deixando cada um livre para exercê-lo ou não. Sua Santidade acha possível, eu perguntaria, que um sacerdote consagre o Corpo e o Sangue de Cristo e perdoe os pecados e depois não possa fazer exorcismos, que não são nada mais do que simples orações, embora específicas?

Como é nas outras confissões?

Na Igreja ortodoxa não é difícil encontrar um exorcista. Já me disseram, por exemplo, que cada mosteiro na Romênia tem um. Basta pedir. É mais ou menos como acontece conosco no caso da confissão. Antes do século IV, quando foi estabelecido o ministério do exorcistado, era mais fácil encontrar um exorcista: todos os batizados podiam fazer esse tipo de oração, fossem homens, mulheres e até mesmo crianças.

Fonte: Aleteia

Oração: a porta da santidade

Fonte: Padre Paulo Ricardo

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Versão áudio

Há três perguntas básicas sobre a oração que devem ser respondidas nesta aula, a saber: O que é oração? Como começar uma vida de oração? Como perseverar em uma vida de oração? Falaremos, principalmente, da oração dos principiantes, daqueles que estão ainda no começo da vida espiritual.

Antes de qualquer coisa, é importante buscar uma definição de oração. São João Damasceno diz que “a oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes”[1]. Quando se fala de oração, fala-se de uma realidade para seres racionais, mas de uma atitude que parte sempre de um ser inferior em direção a um superior. Assim, só os homens e os anjos podem rezar.

Dispensando de explorar essa definição do Catecismo de forma detalhada, a oração não é algo simplesmente racional, mas um fato ligado ao amor. Como diz Santa Teresa de Ávila:

“Para aproveitar neste caminho e subir às moradas desejadas, o essencial não é pensar muito – é amar muito. Escolhei de preferência o que mais vos conduzir ao amor.

Talvez nem saibamos o que é amar, o que não me espanta. Não consiste o amor em ser favorecido de consolações. Consiste, sim, numa total determinação e desejo de contentar a Deus em tudo, em procurar, o quanto pudermos, não ofendê-lo e rogar-lhe pelo aumento contínuo da honra e glória de seu Filho e pela prosperidade da Igreja Católica.”[2]

“O essencial não é pensar muito – é amar muito”. Rezar é muito mais do que pensar: é cultivar um relacionamento com Deus. A santidade não consiste simplesmente em seguir os mandamentos, mas em aumentar o amor para com Deus. Para ser santo é preciso progredir no amor, e este, por sua vez, cresce quanto maior e mais frequente é a oração que se faz. Diz, ainda Santa Teresa, noutro lugar:

“E outra coisa não é, a meu parecer, oração mental, senão tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com quem sabemos que nos ama. E se ainda O não amais (porque para que seja verdadeiro o amor e para que dure a amizade hão de encontrar-se as condições: a do Senhor já se sabe, não pode ter falta; a nossa é ser viciosa, sensual, ingrata), não podeis por vós mesmas chegar a amá-Lo, porque não é da vossa condição; mas, vendo o muito que vos vai em ter a Sua amizade e o muito que vos ama, passais por esta pena de estar muito com Quem é tão diferente de vós.”[3]

A realidade do amor está no fundamento da oração. Embora isso pareça óbvio, olhando para a nossa vida espiritual, nem sempre a encaramos dessa forma. Às vezes, nós pensamos na oração mais como um dever que como um ato de amor. Mas, a oração não é um artifício para nos livrarmos de Deus. Trata-se, sobretudo, de um ato de amor.

Quando se fala de amor, é importante não o confundir com certo “gosto” na oração. Como diz Santa Teresa, “não consiste o amor em ser favorecido de consolações”. É possível colocar-se diante de Deus em um período de grande aridez – a oração terá muito mais valor que no período das consolações, inclusive. O amor “consiste, sim, numa total determinação e desejo de contentar a Deus em tudo”.

Na prática da vida espiritual, algo que nos pode ajudar muito e que Santa Teresa recomenda é a meditação sobre a paixão de Cristo. Não é sem motivo que o diabo tenha odiado tanto o filme “A Paixão de Cristo”[4]: ele deu-nos um conteúdo muito forte para a meditação. Nesse processo, também ajudam-nos as imagens de Cristo ensanguentado na Cruz. Basta lembrar-se que Santa Teresa se converteu diante de uma imagem de Cristo chagado[5]. Na oração mental, pensar no Cristo crucificado por amor a nós é fundamental para nosso crescimento interior. Por outro lado, tirar as cruzes de nossa vida faz um tremendo mal para a nossa vida de oração.

É evidente que tudo isso é uma graça de Deus. O Catecismo recorda-nos aquele trecho do Evangelho no qual Jesus conversa com a boa samaritana: “Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva”[6]. Em outra parte, diz Jesus: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba”[7]. Deus quer dar uma água viva para saciar o coração humano. O padre Reginald Garrigou-Lagrange, em sua famosa obra Les Trois Ages de la Vie Interieure [“As Três Idades da Vida Interior”], ao falar da generosidade que os principiantes devem ter no início de sua vida espiritual[8], recorda uma multidão de santos – Santa Catarina de Sena, São Tomás de Aquino, Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz – que invocam justamente este versículo do Evangelho para lembrar a necessidade que todos os homens têm de recorrer à fonte da água viva, que é Jesus. A vida de oração só vai acontecer se nós abrirmos o coração a esse dom de Deus.

Além disso, a vida de oração depende fundamentalmente da virtude da humildade. Recorda o Catecismo: “A humildade é o fundamento da oração. ‘Nem sabemos o que seja conveniente pedir’ (Rm 8, 26). A humildade é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração; o homem é um mendigo de Deus”[9]. Não é possível apresentar-se diante de Deus com soberba, pois Ele “resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes”[10].

Ao mesmo tempo, porém, Deus chama todos os homens à contemplação da grandeza de sua vocação, à santidade, à grandeza de alma, em suma, à virtude da magnanimidade. A um olhar desatento, essas duas virtudes podem parecer contraditórias. Mas não são, conforme explica o Aquinate:

“Deve-se dizer que no homem se encontram ao mesmo tempo a grandeza, que é um dom de Deus, e uma certa insuficiência, que lhe vem da fraqueza de sua natureza. Assim, a magnanimidade permite ao homem perceber sua dignidade levando em consideração os dons que recebeu de Deus. E se ele tiver uma grande virtude, esta virtude o fará tender para as obras da perfeição. O mesmo ocorre com qualquer outro bem, como a ciência ou a fortuna. Mas a humildade obriga o homem a se julgar pouca coisa em consideração de sua própria insuficiência. – De maneira semelhante, a magnanimidade menospreza os outros na medida em que lhes falta os dons de Deus, porque não os preza tanto que faça por eles algo inconveniente. Mas a humildade honra os outros e os estima superiores, descobre neles alguma coisa dos dons de Deus. É por isso que o Salmo diz, falando do homem lúcido: ‘A seus olhos o homem mau é reduzido a nada’, o que corresponde ao desprezo do magnânimo. ‘Mas ele glorifica aqueles que temem o Senhor’ o que corresponde à honra prestada pelo humilde. – Desta forma, fica claro que a magnanimidade e a humildade não se contradizem, embora pareçam agir em sentido contrário, porque procedem segundo considerações diferentes.”[11]

Para rezar, é preciso reconhecer-se um nada, um “vaso de barro”, no qual, no entanto, Deus colocou um tesouro. Então, não por causa de nós, mas por causa do dom de Deus, somos chamados à grandeza espiritual, que é a magnanimidade. Por isso, a humildade não se contradiz com ela: nós, em nós mesmos, somos esterco, mas a Trindade habita em nossos corações.

Então, a primeira atitude a tomar, quando nos colocamos em oração, é um ato de humildade, que nos deve levar a adorar Deus em nós mesmos, inclusive. Quando nos humilhamos, quando reconhecemos a nossa pequenez e miséria, isso leva-nos quase que automaticamente à adoração. Como canta o salmista: “Contemplando estes céus que plasmastes / e formastes com dedos de artista; / vendo a lua e estrelas brilhantes, / perguntamos: ‘Senhor que é o homem, / para dele assim vos lembrardes / e o tratardes com tanto carinho?’” [12]. Quando lançamos um olhar à condição do homem no universo tão vasto, tomamos consciência de nosso nada. No meio da imensidão das coisas criadas, não é incrível que Deus nos ame, se importe conosco e venha habitar em nosso coração? E, no entanto, por mais estonteante que seja, essa é a verdade cristã.

Ao colocarmo-nos em adoração, o que brota imediatamente é um ato de fé. Esse esquema de oração que está sendo apresentado foi tirado do livro “Perfeição cristã e contemplação”, do pe. Garrigou-Lagrange. O ato de fé não necessita de muitas palavras; trata-se de um olhar simples que se deve dirigir a Deus com admiração e com amor. É olhar para os mistérios da salvação – a encarnação, paixão, morte e ressurreição de nosso Senhor, principalmente – e dizer: “Eu creio”. Mas esse ato de fé não é separado do amor, já que a caridade dá forma a todas as virtudes; a fé é acompanhada de admiração, amor e gratidão. Isso, por sua vez, leva o orante à súplica, que é, no dizer do padre Lagrange, a “linguagem da esperança”: com confiança, pedimos – e verdadeiramente esperamos de Deus –, sobretudo, os meios necessários para a salvação eterna, a saber, o pão espiritual e o pão material. É importante, no ato de esperança, exercitar essa sede de Deus, de estar com Ele, de contemplá-Lo face a face, de unir-se com Ele.

Por fim, parte-se ao ato de caridade, que pode ser dividido em duas partes, a saber: o ato afetivo e o ato efetivo.

No ato afetivo de amor, a pessoa vê os benefícios que Deus lhe dá e, imediatamente, ama-O pelo que Ele é, com amor de amizade. Normalmente, as pessoas têm a visão de que o amor-caridade é superior ao amor-amizade. Mas, São Tomás não é dessa posição, porque a amizade com Deus é exatamente o amor-caridade: o amor a Deus é sempre uma resposta, porque, na verdade, Ele “nos amou primeiro”[13]. Assim, não existe verdadeira caridade no ser humano que não seja já resposta ao amor de Deus.

Essa é a tese do padre Duarte da Cunha, em sua obra “A Amizade Segundo São Tomás de Aquino” (Principia, 2010)[14]: no livro, ele mostra claramente que o amor a Deus no ser humano não pode não ser amizade. Abelardo, durante a Idade Média, queria que o homem amasse a Deus sem recompensa nenhuma, mas isso é impossível, porque, para começar, todos já fomos recompensados. Tudo o que somos e o que temos recebemos de graça: a existência, a salvação, a graça santificante… O que se pode fazer além de agradecer? Então, definitivamente, a vida de oração não pode ser outra coisa senão uma vida de amizade com Deus.

No ato efetivo de amor, o orante procura adequar a sua vontade à de Deus, repetindo, com insistência, a petição do Pai Nosso: “fiat voluntas tua – seja feita a Tua vontade”. Muitas pessoas querem crescer na vida de oração, mas se esquecem que a oração não é para mudar a vontade de Deus, mas a sua. A oração deve transformar aquele que reza. Por isso se diz que o amor deve ser afetivo e efetivo.

Nas pessoas mais adiantadas na vida espiritual, as realidades aqui descritas – os atos de humildade, adoração, fé, esperança e caridade – acontecem de forma quase unitária, já que essas almas são mais dadas à contemplação. Enquanto não se chega à meta, no entanto, é preciso perseverar nesse exercício.

Muitos dizem ter uma grande dificuldade para rezar. Isso pode acontecer porque não se prepara o coração para o encontro com Deus. Ao longo do dia se deveria, com muita frequência, elevar o coração a Deus, resistindo à tendência de construir um muro de separação entre a vida ativa e a vida de oração. Esse muro não funciona. Não se tratam de duas vidas diferentes, mas de uma só. Por exemplo, é preciso aproximar-se das pessoas como se aproximaria do Santíssimo Sacramento, oferecer pequenos sacrifícios a Cristo etc. Mas, atenção: é importante fazer tudo isso com os olhos voltados para Jesus. O que diferencia o amor natural da caridade é o fato de a causa formal desta ser sempre Deus: ame-se a si mesmo, ao próximo ou a Deus (diferentes matérias), mas sempre por Deus (mesma forma). É assim que o amor é elevado ao nível sobrenatural, a partir uma “total determinação e desejo de contentar a Deus em tudo”, seja qual for o objeto material.

Outra coisa importante para preparar a oração é o silêncio. As pessoas vivem, a todo instante, atordoadas e cercadas de barulho e, normalmente, não conseguem encontrar-se a si mesmas. Ora, se elas não conseguem encontrar-se nem consigo mesmas, como querem encontrar-se com Deus?

Quanto à perseverança: para alcançá-la, é preciso confiar que é Deus quem vai conduzir a nossa vida de oração. Isso quer dizer que, muitas vezes, as coisas não acontecerão da forma como planejamos. Quando entramos na vida de oração, começamos a receber consolações. Mas, se cumprirmos com os nossos deveres e fizermos muita oração e penitência, manifestando generosidade para com Deus, enfrentaremos um período de aridez, aridez essa que a nós, que estamos na vida ativa, pode ser acompanhada de perseguições, problemas familiares, dívidas e muitas outras provações. Quando essas coisas começarem a acontecer, não podemos desanimar: é Deus quem age em nossa alma para purificar o nosso amor.

Crescer na vida de oração é crescer no amor a Deus. É preciso cultivar a amizade com Ele. Na conclusão de sua tese[15], o padre Duarte da Cunha recorda que a causa final da amizade é a comunhão de vida: terminado o curso da vida terrena do homem, ele participará dessa comunhão (communicatio) de vida com Deus, no Céu. Aquele que aqui contemplamos às apalpadelas e às escuras estará um dia diante de nós. Importa que comecemos nesta vida a amá-Lo: eis a finalidade de nossa existência.

Referências bibliográficas

  1. De fide orthodoxa, 3, 24: PG 94, 1089D. Citado em Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2559
  2. Castelo Interior ou Moradas, Quartas Moradas, capítulo 1, n. 7
  3. O Livro da Vida, capítulo 8, n. 5
  4. A Paixão de Cristo – Filme Completo (Legendado)
  5. Cf.O Livro da Vida, capítulo 9, n. 1: “Aconteceu-me que, entrando eu um dia no oratório, vi uma imagem, que para ali trouxeram a guardar; tinham-na ido buscar para certa festa que se fazia na casa. Era a de Cristo muito chagado e tão devota que, ao pôr nela os olhos, toda eu me perturbei por O ver assim, porque representava bem o que passou por nós. Foi tanto o que senti por tão mal Lhe ter agradecido aquelas chagas, que o coração, me parece, se me partia e arrojei-me junto d’Ele com grandíssimo derramamento de lágrimas, suplicando-Lhe me fortalecesse de uma vez para sempre para não O ofender.”
  6. Jo 4, 10. Cf. Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 2560-2561
  7. Jo 7, 37
  8. Las Tres Edades de la Vida Interior, p. 161: “Convém ressaltar muito bem, neste lugar, a generosidade que desde o princípio é necessária no principiante, que pretenda chegar à íntima união com Deus e à profunda e saborosa contemplação das coisas divinas…”
  9. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2559
  10. 1 Pd 5, 5
  11. Suma Teológica, II-II, q. 129, a. 3, ad. 4
  12. Sl 8, 4-5
  13. 1 Jo 4, 19
  14. A Amizade Segundo S. Tomás de Aquino, Duarte da Cunha – WOOK
  15. Idem

João Paulo II foi o “amigo da humanidade”, recorda seu mestre de cerimônias

Roma, 29 Mar. 11 / 01:39 pm (ACI)

A beatificação do Servo de Deus João Paulo II “é para todos a ocasião de nos reencontrarmos com este amigo da humanidade”, explicou Dom Piero Marini, quem fora Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias do defunto Papa.

Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano no dia 27 de março, Dom Marini afirmou que todos devemos “encontrar de novo a João Paulo II, escutá-lo falar de novo, interpretar de novo seus gestos, ser de novo tomados por seu amor para a evangelização”, já perto da grande festa eclesiástica de sua beatificação no 1º de maio.

O Arcebispo Marini, atual Presidente do Pontifício Conselho para os Congressos Eucarísticos Internacionais, animou os leigos e sacerdotes a “construir a santidade respondendo à vocação que o Senhor lhes deu em sua vida com humildade, com simplicidade, como fez João Paulo II que dedicou toda sua vida a anunciar o Evangelho”.

“Conseguiu através do anúncio da Palavra, através da celebração da Eucaristia, dos Sacramentos, criar ao seu redor, em torno da figura do Papa, realmente a unidade da Igreja“, recordou.

Dom Marini explicou que a proximidade de Karol Wojtyla “ao povo santo de Deus”, foi o sinal emblemático de todo seu Pontificado, “aproximar-se às pessoas, aproximar-se das comunidades, inclusive às mais pequeninas, ver todos os pobres que quase queriam debruçar-se sobre ele…recordava as cenas evangélicas”.

O Prelado deseja que tanto crentes, como não crentes “considerem João Paulo II “um amigo, o queria ser amigo de todos”, para “encontrá-lo de novo, voltar a escutar suas palavras, voltar a ver seus gestos e poder entender, até o último ponto, seu modo de atuar a favor da Igreja”.

Informações sobre a beatificação de João Paulo II

A Beatificação do Servo de Deus Papa João Paulo II será um grande evento eclesial, articulado nos seguintes cinco momentos:

1. A vigília de preparação terá lugar na tarde de sábado, 30 de abril próximo (20h – 21h: preparação; 21h-22h30min: vigília), no Circo Máximo de Roma, e será organizada pela Diocese de Roma, que teve o venerável Servo de Deus como Bispo. A vigília será guiada pelo Eminentíssimo Cardeal Agostino Vallini, Vigário Geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma, e o Santo Padre Bento XVI se unirá espiritualmente através de um vídeo link.

2. A celebração da beatificação, domingo, 1º de maio na Praça de São Pedro, terá início às 10h e será presidida pelo Santo Padre. A participação não é regulada por bilhetes, todavia o acesso à Praça e às zonas adjacentes estará sob a tutela da Segurança Pública.

3. A veneração dos restos do novo Beato será possível a todos os fiéis no próprio domingo, 1º de maio, logo depois da cerimônia da beatificação e prosseguirá até o exaurimento do fluxo de fiéis. Os restos do novo Beato serão expostos para a veneração na Basílica de São Pedro, diante do Altar da Confissão.

4. A Missa de ação de graças está programada para segunda-feira, 2 de maio, às 10h30min na Praça de São Pedro, e será presidida pelo Eminentíssimo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado.

5. O sepultamento dos restos do novo Beato na Basílica Vaticana, junto da Capela de São Sebastião, ocorrerá  de forma privada.

Fonte: Santa Sé
Tradução: OBLATVS

Cavaleiros do Santo Sepulcro doam 10,7 milhões de dólares à Terra Santa

Cardeal Foley exorta fiéis a enviar cartões de Natal ao Papa

LONDRES, terça-feira, 14 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) – No último ano, os membros da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém enviaram quase 11 milhões de dólares em donativos à Terra Santa.

Essa notícia foi referida pelo cardeal  John P. Foley, grão-mestre da Ordem, no dia 4 de dezembro, em Londres, durante um encontro sobre os projetos que a organização está apoiando.

O purpurado salientou o compromisso da Ordem “para que a presença cristã continue existindo na Terra Santa, definida como Israel, Jordânia, Territórios Palestinos e Chipre”.

Uma parte deste financiamento ajudou a apoiar a visita do Papa bento XVI a Chipre de 4 a 6 de junho. As doações também vão colaborar na construção de uma igreja católica latina em Aqaba (Jordânia).

O cardeal falou dos planos para projetos futuros, como a construção de uma igreja na atual Jordânia, sobre o Batismo de Jesus. Junto à igreja se construirão também um convento, um mosteiro e um centro para visitantes.

Ele também se referiu ao projeto de construir uma universidade em Madaba, Jordânia. A primeira pedra do instituto foi abençoada pelo Papa no ano passado, durante sua visita à Terra Santa.

Dom Foley lembrou que teve a possibilidade de participar da Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos no passado mês de outubro, em Roma. Naquela ocasião, observou a necessidade de apoiar a educação católica na Terra Santa.

Depois, apontou aos membros da Ordem um projeto em particular chamado “Um notebook para uma criança”, que pretende ajudar a oferecer aos estudantes das escolas católicas os benefícios da informática.

No mesmo dia, na catedral de Southwark, o purpurado pronunciou a homilia durante uma missa de investidura para os novos membros da Ordem, observando as normas da organização: auxiliar os mais fracos e necessitados, trabalhar pela justiça e a paz, defender os lugares santos.

“Ser um cavaleiro ou uma dama do Santo Sepulcro de Jerusalém é verdadeiramente uma vocação”, afirmou. “Uma vocação a progredir na santidade, uma vocação a animar e a ajudar os descendentes dos primeiros seguidores de Jesus Cristo nessa terra feita realmente santa por sua vida, morte e ressurreição, uma vocação à proclamação na Terra Santa, em nosso ambiente e no mundo inteiro”.

O cardeal exortou os novos membros a seguir o exemplo do Beato John Henry Newman, que “encarnou os ideais de nossa Ordem  – a sede de santidade, o amor pelo Senhor e pela terra que o viu nascer”.

No domingo, 5 de dezembro, na catedral de Westminster, o cardeal Foley também exortou os católicos ingleses, durante a homilia, a “acolher a Cristo nos refugiados da Terra Santa e dessas nações no Oriente Médio, na qual os cristãos são perseguidos e realmente martirizados”.

“Acolham-no nos pobres, nas pessoas sozinhas e atribuladas que no Natal, talvez, se sintam mais sós que nunca. Acolham-no nesses membros da Comunhão anglicana que estão entrando em comunhão com a Igreja católica”, acrescentou.

Igreja é última realização da vontade divina

«Pecados da Igreja nunca anularão a fidelidade de Jesus Cristo», diz cardeal

LISBOA, segunda-feira, 15 de março de 2010 (ZENIT.org).- O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, afirmou nesse domingo que a Igreja “é a última realização” da vontade divina antes do final dos tempos e que ela é também, para Deus, “a última esperança” de ter um povo que lhe seja fiel.

Na quarta catequese quaresmal deste ano, proferida na Sé Patriarcal – segundo informa Agência Ecclesia – Dom José Policarpo sublinhou que todos os membros da Igreja são chamados de “povo sacerdotal” porque “a santidade da sua vida é o verdadeiro culto que Deus espera”.

Deus quer que a Igreja seja mediadora entre Ele e toda a humanidade, favorecendo a “realização última” do desígnio divino, isto é, o desejo “de reunir, no fim, todos os homens num só Povo, que o louvem, contemplem a sua glória e experimentem a alegria do amor”.

Para Dom José Policarpo, a revelação da vontade divina para a humanidade é uma “manifestação da persistência de Deus”, que “não desiste de vir um dia a ter esse povo que Ele deseja, que O louve com toda a sua vida”.

“Os pecados da Igreja nunca anularão a fidelidade de Jesus Cristo”, acrescentou o purpurado.

“Não há perigo de mais uma desilusão para Deus, porque a Igreja é Cristo, identifica-se com Cristo, a sua fidelidade é a de Cristo, a força que a move é o próprio Espírito de Cristo.”

Como resposta à ação divina, Deus espera da Igreja uma “atitude sacerdotal”, que contribua para que os seus membros possam “sentir já na história a alegria da intimidade com Ele”.

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