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Só Cristo é autêntica esperança que dá sentido à vida, diz o Papa Bento XVI

VATICANO, 29 Nov. 09 / 11:55 am (ACI).- Ao presidir as primeiras vésperas do tempo de Advento, o Papa Bento XVI explicou seu significado de autêntica espera, ao mesmo tempo ativa, em que se busca cristo, porque com Ele toda vida humana cobra verdadeiro sentido “mesmo quando outros já não podem nos assegurar nenhum apoio, ainda quando o presente se torna fatigante”.

Ao iniciar sua homilia de ontem pela tarde na Basílica de São Pedro, o Santo Padre explicou que Advento provém da palavra latina adventus, que “pode traduzir-se como ‘presença’, ‘chegada’, ‘vinda’”. “Com a palavra adventus queria dizer substancialmente: Deus está aqui, que não se retirou do mundo, não nos deixou sós. Embora não o possamos ver nem tocar, como acontece com as realidades sensíveis, Ele está aqui e vem nos visitar de múltiplas formas”, disse o Pontífice.

Então, prosseguiu o Papa, “o significado da expressão ‘advento’ compreende, portanto, também o de ‘visitatio’, que quer dizer simples e propriamente ‘visita’. Neste caso, trata-se de uma visita de Deus: Ele entra em minha vida e quer dirigir-se a mim. Todos experimentamos, na existência cotidiana, ter pouco tempo para o Senhor e pouco tempo também para nós. Acaba-se sendo absorvidos pelo ‘afazer”.

Seguidamente o Papa alertou sobre como “às vezes as coisas nos ‘atropelam’. O Advento, este tempo litúrgico forte que estamos começando, nos convida a determo-nos em silencio para perceber uma presença. É um convite a compreender que cada uma das vivencias do dia são sinais que Deus nos dirige, sinais da atenção que tem para com cada um de nós. Quão freqüentemente Deus nos faz perceber algo de seu amor!”

Bento XVI ressaltou logo que outro elemento fundamental do Advento é a espera que é ao mesmo tempo esperança.

“O homem, em sua vida, está em espera constante: quando é menino quer crescer; sendo adulto tende à realização e ao êxito e, avançando na idade, deseja o merecido descanso. Mas chega o tempo em que descobre que esperou muito pouco se, além de sua profissão ou de sua posição social, não fica nada mais por esperar. A esperança marca o caminho da humanidade, mas para os cristãos está animada por uma certeza: o Senhor está presente no transcurso de nossa vida, nos acompanha e um dia enxugará também nossas lágrimas. Um dia, não longínquo, tudo encontrará seu cumprimento no Reino de Deus, Reino de justiça e de paz”.

“Mas há formas muito distintas de esperar. Se o tempo não for repleto com um presente que tenha sentido, a espera corre o risco de tornar-se insuportável; sim esperamos algo, mas neste momento não há nada –quer dizer se o presente ficar vazio– cada instante que passa parece exageradamente longo, e a espera se transforma em um peso muito grave, porque o futuro fica totalmente na incerteza. Entretanto, quando o tempo está dotado de sentido, e em cada instante percebemos algo específico e válido, então a alegria da espera faz que o presente seja mais precioso”.

Depois de reiterar que o Advento se converte então em “ocasião para voltar a despertar em nós o sentido verdadeiro da espera, voltando para o coração de nossa fé, que é o mistério de Cristo”, o Papa sublinhou que “também nós podemos dirigir-lhe a palavra, apresentar-lhe os sofrimentos que nos afligem, nossa impaciência, as perguntas que brotam de nosso coração”.

“Estejamos seguros de que nos escuta sempre! E se Jesus estiver presente, já não existe nenhum tempo sem sentido e vazio. Se Ele estiver presente, podemos seguir esperando, ainda quando outros já não podem nos assegurar nenhum apoio, ainda quando o presente se volta fatigante”.

“Queridos amigos, o Advento é o tempo da presença e da espera do eterno. Precisamente por esta razão é, em especial, o tempo da alegria, de uma alegria interiorizada, que nenhum sofrimento pode cancelar. A alegria pelo fato de que Deus se fez menino”.

“Esta alegria, invisivelmente presente em nós, nos alenta a caminhar confiantes”, concluiu o Papa pedindo à Virgem Maria que “nos obtenha a graça de viver este tempo litúrgico vigilantes e ativos na espera. Amém!”

Igreja não pode buscar poder, adverte Bento XVI

Sua missão é anunciar Cristo até com o martírio, hoje

CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 7 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI deixou muito claro que a Igreja não pode buscar o poder, mas deve concentrar-se no anúncio de Cristo, ainda que isso implique o martírio.

Assim expressa na Mensagem para o dia missionário mundial 2009, que este ano tem como tema “As nações caminharão à sua luz” (Ap 21, 24).

No texto, publicado no dia 5 de setembro pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o pontífice assegura que “a Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo”.

“Pedimos somente de nos colocar a serviço da humanidade, sobretudo da daquela sofredora e marginalizada, porque acreditamos que o compromisso de anunciar o Evangelho aos homens de nosso tempo é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade.”

De fato, sublinha, a humanidade, “apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e de sua própria existência”.

Por este motivo, segundo o pontífice, “a missão da Igreja é ‘contagiar’ de esperança todos os povos. Por isto, Cristo chama, justifica, santifica e envia os seus discípulos para anunciar o Reino de Deus, a fim de que todas as nações se tornem Povo de Deus”.

“Desejo novamente confirmar que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja,, tarefa e missão que as vastas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes”, escreve o bispo de Roma.

“Está em questão a salvação eterna das pessoas, o fim e a plenitude da história humana e do universo”, recalca.

Em sua mensagem, Bento XVI recorda em particular “os missionários e missionárias que testemunham e propagam o Reino de Deus em situações de perseguição, com formas de opressão que vão desde a discriminação social até a prisão, a tortura e a morte”.

Por este motivo, a mensagem do Papa faz duas petições aos católicos do mundo.

Em primeiro lugar, anima-os a que “peçam ao Espírito Santo que aumente na Igreja a paixão pela missão de proclamar o Reino de Deus e ajudar os missionários, as missionárias e as comunidades cristãs empenhadas nesta missão, muitas vezes em ambientes hostis de perseguição”.

Em segundo lugar, convida “todos a darem um sinal crível da comunhão entre as Igrejas, com uma ajuda econômica, especialmente neste período de crise que a humanidade está vivendo, a fim de colocar as jovens Igrejas em condições de iluminar as pessoas com o Evangelho da caridade”.

Quaresma: tomar em mãos um bom livro, abrir o Evangelho, indica cardeal

É tempo de reflexão, afirma Dom Geraldo Agnelo

SALVADOR, quarta-feira, 4 de março de 2009 (ZENIT.org).- A Quaresma «é tempo de reflexão, porque o cristão é alguém que pensa», afirma o cardeal Geraldo Majella Agnelo.

Ao comentar o sentido da Quaresma em artigo enviado a Zenit hoje, o arcebispo de Salvador (Bahia, nordeste do Brasil) recorda que os primeiros cristãos «acreditaram que também eles tinham necessidade de tomar para si, cada ano, quarenta dias, para meditar sobre o mistério de Jesus morto e ressuscitado».

«Assim nasceu a Quaresma. Quaresma, em latim Quadragésima, significa quadragésimo dia. De quarta feira de cinzas até começar a Semana Santa são quarenta dias.»

«O que fazer nesse tempo? –questiona o arcebispo–. Os evangelistas nos apresentam Jesus como pessoa reflexiva que amava o recolhimento, a meditação, a oração.»

Segundo Dom Geraldo Agnelo, seguindo o exemplo de Jesus, «somos convidados a criar também para nós este clima de seriedade e de empenho».

«Ser capazes de algumas vezes desligar o rádio e o televisor em nossa casa. Tomar em mãos um bom livro, abrir o Evangelho: ler, refletir, pensar em nossa vida, em nossos projetos, o que estamos preparando», indica.

Afirma também que é preciso «pensar nos que nos são caros, no significado de nossa presença em seu meio. Enfim no que pensamos fazer sob o olhar do Senhor».

«Quaresma é tempo de reflexão, porque o cristão é alguém que pensa. É preciso aprofundar, compreender: uma frase, por exemplo, do evangelho de hoje.»

«Jesus depois de quarenta dias voltou para o meio da gente e começou a pregar: “O tempo chegou, o reino de Deus está próximo, convertei-vos e crede no Evangelho”. São palavras sérias e comprometedoras», destaca.

O cardeal Agnelo enfatiza que este é um momento «de recolher-se em oração, fazer deserto. Aprender de Jesus, que se retirava de bom grado nos lugares solitários».

«Um pouco de escuta, de reflexão, de troca de ideias. Depois a volta à vida de todos os dias. Eis a surpresa: tornou-se diverso. Mudou-se por dentro», afirma.

Papa pede cultura e política da família

Mensagem ao Encontro Mundial das Famílias no México

CIDADE DO VATICANO, domingo, 18 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI pediu mobilização social para promover «uma cultura e uma política da família» na videomensagem dirigida ao evento festivo e testemunhal do Encontro Mundial das Famílias, celebrado no México.

É necessário, assegura o pontífice, «desenvolver uma cultura e uma política da família que sejam impulsionadas também de maneira organizada pelas próprias famílias». 

Com suas palavras, o Papa alentou «a unir-se às associações que promovem a identidade e os direitos da família, segundo uma visão antropológica coerente com o Evangelho», e convidou «tais associações a coordenar-se e a colaborar entre elas para que sua atividade seja mais incisiva».

O intento frio e a chuva que açoitou nesse sábado à noite o nordeste da cidade do México impediram a transmissão da videomensagem na grande explanada da Basílica de Guadalupe ao final do evento festivo das famílias, segundo estava previsto.

A mensagem foi transmitida a todos os participantes na missa de encerramento deste domingo, que foi presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, e na qual o Papa esteve conectado graças às novas tecnologias da comunicação.

O bispo de Roma recordou que a família é «célula vital da sociedade, o primeiro e decisivo recurso para seu desenvolvimento, e tantas vezes o último amparo das pessoas às quais as estruturas estabelecidas não chegam a cobrir satisfatoriamente em suas necessidades».

«Por sua função essencial – acrescentou –, a família tem direito a ser reconhecida em sua própria identidade e a não ser confundida com outras formas de convivência, assim como a poder contar com a devida proteção cultural, jurídica, econômica, social, de saúde e, muito particularmente, com um apoio que, tendo em conta o número dos filhos e os recursos econômicos disponíveis, seja suficiente para permitir a liberdade de educação e de eleição da escola».

A família, «Evangelho vivo» que todos podem ler 

O Santo Padre considerou que a família cristã, «vivendo a confiança e a obediência filial a Deus, a fidelidade e a acolhida generosa dos filhos, o cuidado dos mais fracos e a prontidão para perdoar, se converte em um Evangelho vivo que todos podem ler, um sinal de credibilidade talvez mais persuasivo e capaz de interpelar o mundo de hoje».

Neste contexto, o Papa deixou à família a tarefa de apresentar «seu testemunho de vida e sua explícita profissão de fé aos diversos âmbitos de seu meio, como a escola e as diversas associações».

Desta forma, pediu às famílias que se comprometam «na formação catequética de seus filhos e nas atividades pastorais de sua comunidade paroquial, especialmente aquelas relacionadas com a preparação ao matrimônio ou dirigidas especificamente à vida familiar».

«Trabalhar pela família é trabalhar pelo futuro digno e luminoso da humanidade e pela edificação do Reino de Deus». A família, concluiu, está chamada «a ser evangelizada e evangelizadora, humana e humanizadora».

O evento testemunhal e festivo, também presidido pelo cardeal Bertone, legado pontifício, girou em torno da oração do Rosário, cujos mistérios gozosos estiveram intercalados pelos testemunhos de famílias dos cinco continentes. A cerimônia foi animada por música de reconhecidos artistas tanto mexicanos como de outros países.

O evento no qual participaram cerca de 20 mil pessoas concluiu com um espetáculo de fogos de artifício.

Parábola do Semeador

Saiu o semeador a semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram.

Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade.

Outra caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na.

Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um. Dito isto, Jesus acrescentou alteando a voz: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!

Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta parábola.

Ele respondeu: A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala por parábolas; de forma que vendo não vejam, e ouvindo não entendam.

Eis o que significa esta parábola: a semente é a palavra de Deus.

Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem.

Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque crêem até certo tempo, e na hora da provação a abandonam.

A que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem.

A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança.

Papa explica que senhorio de Deus se manifesta no amor ao próximo

O Reino de Deus «cumpre todo o bem» do homem e da história

CIDADE DO VATICANO, domingo, 23 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- O Papa explicou hoje aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a oração do Ângelus, que o Reino de Deus «não é deste mundo, mas leva a cabo todo o bem que, graças a Deus, existe no homem e na história».

«Se colocarmos em prática o amor ao nosso próximo, segundo a mensagem evangélica, então daremos espaço ao senhorio de Deus, e o seu Reino se realizará no meio de nós. Se, no entanto, cada um pensar somente nos seus próprios interesses, o mundo não poderá não ir à ruína», afirmou.

O Papa explicou que Jesus «rejeitou o título de rei quando este se entendia em sentido político», e no entanto, «durante sua paixão, reivindicou uma realeza singular: ‘Meu reino não é deste mundo’».

«O Pai confiou ao Filho a missão de dar aos homens a vida eterna amando-os até o sacrifício supremo, e ao mesmo tempo lhe conferiu o poder de julgá-los, desde o momento em que se tornou Filho do Homem, semelhante a nós em tudo, menos no pecado.»

Com relação às imagens do evangelho de hoje, sobre o juízo final, o pontífice explicou que a mensagem que ele transmite «é extremamente importante: é a verdade sobre o nosso destino último e sobre o critério com que seremos julgados».

Esta conhecida página «faz parte da nossa civilização. Marcou a história dos povos de cultura cristã: a hierarquia de valores, as instituições, as múltiplas obras benéficas e sociais».

Neste sentido, acrescentou, «o Reino de Deus não é uma questão de honras ou de aparências», e por isso Deus « não suporta essas formas hipócritas de quem diz: ‘Senhor, Senhor’ e depois descuida seus mandamentos».

«O Senhor se importa com o nosso bem, isto é, que todo homem tenha a vida, que especialmente os seus filhos ‘pequenos’ possam participar do banquete que Ele preparou para todos», concluiu.

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