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Exercícios espirituais do Papa: mistério do chamado de Deus

A vocação ao sacerdócio no centro das reflexões

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- Amanhã terminarão, com a celebração das Laudes e uma última meditação, os exercícios espirituais pregados ao Papa e à Cúria Romana pelo salesiano Enrico Dal Covolo, que neste ano se centraram no tema da vocação sacerdotal.

“Mais uma vez, o pontífice dá exemplo aos fiéis sobre a atitude que se deve ter neste tempo particular de oração, de reflexão e de conversão”, sublinha o Pe. David Gutiérrez, diretor da programação em espanhol da Rádio Vaticano e encarregado de comentar os exercícios espirituais deste ano.

Gutiérrez sublinha a profunda vivência destes exercícios por parte do Papa, durante toda a semana.

Como o próprio Dal Covolo explicou em uma entrevista com Zenit, cada um dos dias da semana constituiu um marco específico a partir do qual consideraram esta vocação ao sacerdócio, em harmonia com o Ano Sacerdotal convocado por Bento XVI.

Assim, a segunda-feira foi um dia de “escuta”, centrado na Lectio divina de uma passagem bíblica muito conhecida como paradigma do chamado vocacional, o de Deus ao profeta Samuel (1 Re, 19, 1-21).

O pregador propôs várias figuras bíblicas e dos Padres da Igreja sobre esta atitude de escuta do chamado divino, especialmente o modelo de Santo Agostinho, um santo muito querido pelo Papa Bento XVI.

A terça-feira foi dedicada a refletir sobre a resposta do homem ao chamado divino. Segundo comenta Gutiérrez, nesse dia, “Enrico Dal Covolo centrou suas reflexões na resposta que o homem dá a esse chamado de Deus, revisando algumas histórias bíblicas, especialmente a referida no Evangelho de São Mateus, em que Jesus fala sobre construir sobre a areia dos nossos interesses ou construir sobre a rocha de Deus”.

“Uma ênfase especial foi dada ao sentido que a vocação e a resposta representam para a missão. Este segundo dia terminou com uma reflexão sobre o exemplo sacerdotal do Santo Cura de Ars.”

A quarta-feira foi dedicada à penitência e, segundo explica o comentarista da Rádio Vaticano, o propósito foi refletir, depois de fazê-lo acerca do chamado divino e sobre a resposta do homem, sobre “os aspectos humanos que estão envolvidos nesse processo, especialmente os referidos ao que podemos chamar de ‘resistências’ que o ser humano apresenta diante da vontade de Deus, que o chama”.

“As tentações, as dúvidas, as resistências fazem parte da nossa história, o que gera a consciência de que sempre somos pecadores, mas também convidam a uma abertura à graça do Deus que sempre nos perdoa. É a atitude permanente de conversão que a Igreja pede aos seus fiéis neste tempo da Quaresma e que o Papa, com seus exercícios espirituais, está vivendo de maneira profunda”, explica.

A quinta-feira, seguindo a tradição da Igreja de consagrar este dia ao culto eucarístico e à veneração do sacerdócio ministerial, foi um dia “cristológico”, isto é, dedicado à reflexão sobre a pessoa de Jesus Cristo, aprofundando no chamado aos primeiros discípulos.

“Tanto a Lectio divina quanto as meditações da manhã seguiram este texto para compreender o papel de Jesus na vida de cada chamado, de cada sacerdote”, explica o responsável pela programação espanhola da Rádio Vaticano.

A figura sacerdotal apresentada neste dia por Dal Covolo foi a do salesiano italiano Giuseppe Quadri, cuja vida sacerdotal foi um exemplo pela sua humildade e simplicidade.

“Seu lema era ‘buscarei ser santo’. Este lema é a mensagem que o pregador dos exercícios do Papa deixou: que todos busquem ser santos no exercício do seu ministério sacerdotal”, sublinha Gutiérrez.

Hoje, sexta-feira, a meditação se centrou na Virgem Maria, modelo de resposta ao chamado divino. Como explica o Pe. Gutiérrez, “o Santo Padre e seus colaboradores meditaram, seguindo os textos do Magnificat e da Anunciação, ambos tomados do Evangelho segundo São Lucas, sobre a figura da nossa Mãe celestial, vendo n’Ela o exemplo da confirmação de Deus quando faz um convite a algum dos seus filhos”.

“O pregador apresentou hoje para a reflexão a figura do Papa João Paulo II, uma pessoa que viveu seu ministério sacerdotal, episcopal e petrino sempre confiando em Nossa Senhora”, explica.

Sobre o Perdão

O que é o perdão? E qual o seu real significado e sua verdadeira dimensão? Uma reflexão sobre um ato de amor.

Quando se encontra Jesus no cinema

Reflexões de Dom Vigano, diretor de Ente dello Spettacolo

Por Carmen Villa

TRENTO, segunda-feira, 20 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- Também se encontra Jesus no cinema, afirmou Dom Dario E Vigano, diretor de Ente dello Spettacolo e do instituto pastoral Redemptor Hominis, da Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, em uma palestra dentro da Religion Today Filmfestival, que se leva a cabo de 16 a 31 de outubro na cidade de Trento (Itália) sobre o tema «A palavra se fez filme».

Nesta análise, publicada pelo jornal L’Osservatore Romano em 17 de outubro passado, o autor realizou um percurso dos diferentes filmes que mostram a presença de Jesus nos telões, começando por A Paixão de Cristo (1905) de Ferdinand Zecca e El Christus, de Giulio Antamoro, até as mais recentes produções de Hollywood.

Sobre as dificuldades que entranha a passagem do texto bíblico ao texto audiovisual, Dom Vigano assinalou a diferença entre «tradução interlingüística e intralingüística». A primeira consiste em transferir a uma língua um texto originalmente escrito em outro idioma. A segunda, que é a que ocorre quando se passa do texto original ao roteiro audiovisual, refere-se ao processo arriscado mas necessário do desenvolvimento, por causa da diacronia dos textos.

O autor fez alusão ao lingüista russo Roman Jakobson: «a tradução intersemiótica, ou seja, a transmutação consiste na interação dos sinais lingüísticos por meio de sistema de sinais não-lingüísticos», para assim construir o mapa de critérios de avaliação de muitas adaptações audiovisuais do texto sagrado.

«Quem traduz é principalmente um intérprete e o resultado, a tradução verdadeira e própria, não é nunca uma coisa idêntica ao original», diz Jakobson. E assegura que traduzir significa reinterpretar a mesma modalidade de representar a realidade, considerar a paisagem cultural na qual os diferentes textos, o original e o conclusivo, se geraram.

Assim, diz Vigano, falar de fidelidade significa pôr o discurso sobretudo no interior de um processo dinâmico e complexo que se move continuamente entre dois pólos: o texto original e a novidade da adaptação.

Com a adaptação da Bíblia ao cinema se deve «construir referências, ocasionar aberturas, desgarros que permitem manter a atenção do espectador, de ir além dos sinais» e criticou o sinal idolátrico pelo qual a adaptação textual se torna incapaz de fazer referência ao original, que é de Deus.

O autor citou a Instrumentum laboris, da XII Assembléia geral ordinária do Sínodo dos Bispos: «Não se deve esquecer que o bom uso dos meios de comunicação requer um sério empenho e capacidade da parte dos operadores pastorais. É necessário integrar a própria mensagem na ‘nova cultura’ criada pela comunicação moderna, com novas linguagens, novas técnicas e novas atitudes psicológicas».

O autor falou também de como os filmes bíblicos são o único ponto de contato com as Sagradas Escrituras que muitas pessoas têm, como os analfabetos ou quem não tem o costume de ler nem escutar a Palavra de Deus.

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