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Descoberta sinagoga do tempo de Jesus perto de Cafarnaum

No terreno de um futuro centro de acolhida para peregrinos em Magdala

JERUSALÉM, sexta-feira, 11 de setembro de 2009 (ZENIT.org).- A Autoridade de Antiguidades de Israel informou nesta quinta-feira a importante e surpreendente descoberta das ruínas de uma sinagoga dos tempos de Jesus durante as escavações sobre o terreno do futuro centro para peregrinos em Magdala, nas margens do Mar da Galileia.

Em 11 de maio passado, durante sua visita à Terra Santa, Bento XVI abençoou a primeira pedra do “Magdala Center”, cujo desenvolvimento corre a cargo da congregação religiosa dos Legionários de Cristo.

A escavação arqueológica, dirigida por Dina Avshalom-Gorni e Arfan Najar, da Autoridade de Antiguidades de Israel, iniciou em 27 de julho. Um mês depois se encontraram os primeiros vestígios de um lugar importante.

Com o passar dos dias se deram diversas descobertas significativas que levaram à conclusão de que se trata de uma sinagoga do século I, possivelmente destruída nos anos da revolta dos judeus contra os romanos, entre os anos 66 e 70 d.C.

O mais interessante da descoberta é uma pedra esculpida que se encontrou no centro do edifício de cerca de 11 metros por 11. Tem esculpidos vários sinais, mas sobretudo tem um menorá, ou seja, um candelabro de sete braços; ao que parece, trata-se do menorá mais antigo que se encontrou até a data em uma sinagoga. Há unicamente outras seis sinagogas descobertas desse período (o período do Segundo Templo de Jerusalém).

O descobrimento arqueológico é de grande interesse para o mundo judeu, como destacam as duas visitas de Shuka Dorfmann, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, que falou de uma descoberta extraordinária, única, que deverá ser estudada em toda profundidade.

As autoridades israelenses pediram que se continue a escavação na área da sinagoga, que os achados sejam preservados no lugar e se incluam no projeto do “Magdala Center”. Numerosos arqueólogos israelenses e também cristãos se encontraram nos últimos dias para visitar as ruínas.

Magdala está a apenas sete quilômetros da antiga Cafarnaum, lugar onde Jesus se estabeleceu durante o tempo de seu ministério público, e seguramente alguma vez se encontrou ali para pregar e ensinar. Também devia ser um lugar frequentado por Maria Madalena, oriunda do lugar, assim como por numerosas testemunhas oculares da vida, pregação e milagres de Jesus.

Pode-se dizer que em lugares galileus como Magdala nasceu o cristianismo como comunidade de crentes em Cristo, pois até o ano da destruição do templo de Jerusalém, os cristãos em muitos casos compartilhavam com os judeus suas sinagogas. Só depois desta data, em torno ao ano 70, houve uma separação mais clara entre judeus e cristãos, e os cristãos criaram seus próprios lugares de reunião e de culto.

O projeto do “Magdala Center” nasceu quando os Legionários de Cristo chegaram a Jerusalém, em 2004, a pedido do Papa João Paulo II, para se encarregarem do Instituto Pontifício Notre Dame de Jerusalém.

O centro busca completar o serviço que se oferecia aos peregrinos em Jerusalém, também na zona norte de Israel, que é a Galileia.

O terreno está às margens do Lago Tiberíades, na localidade de Migdal (Magdala, em aramaico, terra natal de Maria Madalena) e o projeto vem sido desenvolvido graças ao apoio de milhares de cristãos de todo o mundo, de todas as confissões, e espera-se seguir contando com este apoio para levá-lo ao término.

O “Magdala Center” busca preservar e expor as ruínas desse lugar santo, agora reforçado pelo descobrimento da sinagoga do tempo de Jesus. Também albergará um hotel de peregrinos da Terra Santa, um centro multimídia para mostrar com novas tecnologias a mensagem e a vida de Jesus e a história do lugar; e um centro que, inspirando-se na figura de Maria Madalena, promova a vocação humana e a dignidade da mulher.

Pe. Juan María Solana, L.C., diretor do Instituto Pontifício Notre Dame de Jerusalém e iniciador do projeto, reconhece: “eu sabia que Magdala era um lugar santo e sempre tive o pressentimento de que seria um lugar especial para os peregrinos das diversas religiões; mas o descobrimento que fizemos seguramente ultrapassa muito nossas expectativas”.

“Em um momento de oração no lugar, pensava que a última vez que se reuniram fiéis nesse lugar, por volta do ano 70 d.C., a maioria tinha sido testemunha da vida de nosso Senhor. Sonho com o dia que se abra este lugar para a visita dos peregrinos e espero que sirva para criar pontes e laços de diálogo e de amor verdadeiro entre os crentes das diversas religiões que se encontram na Terra Santa”, reconhece Pe. Solana.

A abertura do “Magdala Center” está prevista para 12 de dezembro do ano 2011. Contudo, deverá avaliar-se se os recentes descobrimentos exigirão um reajuste no calendário.

Mais informação:

– Comunicado da Autoridade de Antiguidades de Israel: http://www.antiquities.org.il/about_eng.asp?Modul_id=14
– Centro Magdala: www.magdalacenter.com

Os 800 Mártires de Otranto

Por Elizabeth Lev

ROMA, domingo, 23 de agosto de 2009 (ZENIT.org) .- Em 1480, a Itália celebrava a festa da Assunção com liturgias espetaculares, procissões e, claro, banquetes. Com a exceção de Otranto, uma pequena cidade na costa do Adriático, onde 800 homens ofereceram suas vidas a Cristo. Eles foram os Mártires de Otranto.o.

Poucas semanas antes, a frota turca atracara em Otranto. Sua chegada era temida há muitos anos. Desde a queda de Constantinopla, em 1454, era apenas uma questão de tempo até que os turcos otomanos invadissem a Europa.

Otranto está mais próxima do lado leste do Adriático controlado pelos otomanos. São Francisco de Paula reconheceu o perigo iminente para a cidade e seus cidadãos cristãos e pediu reforços para proteger Otranto. Ele predisse: “Ó, cidadãos infelizes, quantos cadáveres vejo cobrindo as ruas? Quanto sangue cristão vejo entre vocês?”

A 28 de julho de 1480, 18.000 soldados turcos invadiram o porto de Otranto. Eles ofereceram condições de rendição aos cidadãos, na esperança de ganhar sem resistência este primeiro ponto de apoio na Itália e completar a conquista da costa adriática. O sultão Mehmed II havia dito ao Papa Sisto IV que levaria seu cavalo para comer sobre o túmulo de São Pedro.

O Papa Sisto, reconhecendo a gravidade da ameaça, exclamou: “pessoas da Itália, se quiserem continuar se chamando de cristãos, defendam-se!”

Apesar de suas advertências terem-se esquecido nos ouvidos da maioria das cabeças coroadas da península –estavam muito ocupadas brigando entre si– o povo de Otranto escutou.

Pescadores, não soldados; eles não tinham artilharia. Eram menos de 15 mil, incluindo mulheres, crianças e idosos. Mas, por comum acordo, eles decidiram guardar a cidade, lançando-se ao combate das forças turcas.

A sofisticada artilharia turca danificava as muralhas de defesa, mas os cidadãos consertavam rapidamente os estragos. Detrás dos muros, os turcos encontraram cidadãos impávidos, determinados a defender as muralhas com óleo fervendo, sem armas, e às vezes usando as próprias mãos.

Os cidadãos de Otranto frustraram o plano do Sultão de um ataque surpresa e deram à Itália duas semanas de tempo precioso para organizar e preparar suas defesas para repelir os invasores. Mas a 11 de agosto os turcos venceram os muros e açoitaram a cidade.

O exército turco foi de casa em casa, promovendo saques, pilhagens e, em seguida, ateando fogo. Os poucos sobreviventes refugiaram-se na catedral. O arcebispo Stefano, heroicamente calmo, distribuiu a Eucaristia e sentou-se entre as mulheres e crianças de Otranto, enquanto um frade dominicano conduzia os fiéis em oração.

O exército de invasores arrombou a porta da catedral e a posterior violência contra mulheres, crianças e o arcebispo –que foi decapitado no altar– chocou a península italiana.

Os turcos tinham tomado a cidade, destruído casas, escravizado o povo e transformado a catedral em mesquita. Cerca de 14.000 pessoas morreram na tomada de Otranto, na maior parte seus próprios cidadãos, mas um pequeno grupo de 800 sobrevivera, então os turcos tentaram o domínio completo, forçando a conversão.

A opção era o Islã ou a morte. Oito centenas de homens, acorrentados, sem casa e família, pareciam totalmente subjugados aos turcos vitoriosos.

Um dos 800, um trabalhador têxtil chamado Antonio Primaldo Pezzula, passou de artesão humilde a líder heróico nesse dia. Antonio voltou-se para seus companheiros de Otranto e declarou: “Vocês ouviram o que vai custar salvar o que resta de nossas vidas! Meus irmãos, lutamos para salvar nossa cidade, agora é tempo de lutar por nossas almas!”

Os 800 homens com idades acima dos 15, de forma unânime, decidiram seguir o exemplo de Antonio e ofereceram suas vidas a Cristo.

Os turcos, que esperavam por um momento de propaganda triunfante, tentaram evitar o massacre. Eles ofereceram o retorno das mulheres e crianças que estavam prestes a ser vendidas como escravos, em troca da conversão dos homens, e eles ameaçaram com a decapitação em massa se isso não fosse aceito. Antonio recusou, seguido pelo resto dos homens.

Na vigília da Assunção, os 800 foram levados para fora da cidade e decapitados. A tradição conta que Antonio Pezzula foi decapitado em primeiro lugar, mas seu corpo sem cabeça permaneceu de pé até que o último otrantino estivesse morto.

Um dos carrascos, um turco chamado Barlabei, ficou tão impressionado com esse prodígio que se converteu ao cristianismo, e também foi martirizado.

Os restos foram cuidadosamente recolhidos, e são mantidos até hoje na Catedral de Otranto. No aniversário de 500 anos de sacrifício dos otrantinos, o Papa João Paulo II visitou a cidade e prestou homenagem aos mártires.

Bento XVI reconheceu oficialmente o martírio em 2007, trazendo Antonio Pezzula e seus companheiros um passo mais perto da canonização.

Esta “hora dos leigos” em Otranto, separados de nós por meio milênio, ainda ressoa como exemplo de testemunho do amor a Cristo. Poucos de nós serão chamados ao mesmo sacrifício de Antonio Pezzuli e seus companheiros, mas como poderíamos responder a sua exortação: “Permanecei fortes e constantes na fé: com esta morte temporal nós ganharemos a vida eterna”.

* * *

Elizabeth Lev ensina arte e arquitetura cristã no campus italiano da Universidade de Duquesne e na Universidade São Tomás.

“Galileu e O Vaticano” derruba lenda negra sobre cientista e a Igreja

VATICANO, 20 Abr. 09 / 09:31 am (ACI).- “Galileu e O Vaticano” é um novo livro que recolhe os trabalhos da comissão criada pelo Papa João Paulo II sobre o famoso cientista italiano e, segundo o Cardeal Paul Poupard –quem presidiu o grupo de trabalho-, procura derrubar a lenda negra e os mitos criados sobre este caso.

Em declarações a Notimex, o Cardeal Poupard lembrou que João Paulo II fez um desagravo público do Galileu em outubro de 1992. “O Papa tinha a preocupação de clarificar uma imagem má da Igreja ante a opinião pública, na qual era apresentada como inimiga da ciência, isto é um mito mas os mitos atravessam a história e não facilmente são cancelados”, assinalou.

O Cardeal adicionou que “tudo isto foi instrumentalizado, sobre tudo a partir do iluminismo usado como uma arma de guerra contra a Igreja” e ainda hoje estranha que se pensem “coisas sem nenhum fundamento” como a difundida lenda de que Galileu teria sido queimado quando nunca esteve sequer na prisão.

O Cardeal Poupard lembrou que em seu momento, João Paulo II lhe perguntou se logo de aceitar o engano cometido pelos juizes, o caso Galileu estaria fechado. O Cardeal lhe respondeu: “Enquanto existirem pessoas livres pensarão como quiserem”.
“Era importante fazer frente a aquele mito, reconhecer dentro este terrível caso os enganos e assim se fez”, destacou o Cardeal Poupard.

O livro “Galileu e O Vaticano”  foi publicado pela editorial Marcianum PRESS e seus autores são Mario Artigas, falecido em 2006, professor de Filosofia da Ciência em Barcelona e na universidade de Navarra e Dom Melchor Sánchez de Toca, subsecretário do Pontifício Conselho para a Cultura.

O livro de mais de 300 páginas, foi publicado em espanhol e italiano e inclui uma introdução do Arcebispo Gianfranco Ravasi, atual Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura.

Dom Ravasi considera que o trabalho da Comissão sobre Galileu resultava importante para “deixar atrás os escombros de um passado infeliz, gerador de uma trágica e recíproca incompreensão”.

Em declarações a Notimex, Dom Sánchez de Toca explicou que o objetivo principal do livro é “sanar uma ferida aberta” pois a pesar que aconteceram quase 17 anos do desagravo, “parece cada vez que nos encontramos como ao começo”.

Segundo o sacerdote, os juizes do Galileu, além disso do “engano evidente” de pensar que a Terra não se movia, cometeram o desacerto de invadir um campo que não lhes competia. “Pensaram que o sistema copernicano que Galileu defendia com tanta veemência punha em perigo a fé da gente simples e acharam que era sua obrigação impedir seu ensinamento. Isto foi um engano e era necessário reconhecê-lo”, assinalou o autor.

Em 31 de outubro de 1992 João Paulo II reconheceu com uma declaração os enganos cometidos pelo tribunal eclesiástico que julgou os postulados científicos de Galileu Galilei.

A Igreja é uma democracia?

igreja-vaticano

Por Prof. Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino
Fonte: Veritatis Splendor

Algumas pessoas, às vezes até teólogos, muito enganados, querem fazer da Igreja Católica uma democracia como as demais. Um exemplo disso partiu de alguns católicos austríacos que publicaram em 1998 o Manifesto “Nós somos Igreja”. O Manifesto pedia mudanças na disciplina da Igreja, a abolição do celibato sacerdotal, a ordenação de mulheres, e outras coisas.

Em 20/11/98 em um discurso aos bispos da Áustria no Vaticano, O papa João Paulo II explicou com clareza que:

“Sobre a Verdade Revelada nenhuma «base» pode decidir. A verdade não é o produto de uma «Igreja que vem de baixo», mas um dom que vem «do alto», de Deus. A verdade não é uma criação humana, mas dom do céu. O próprio Senhor a confiou a nós, sucessores dos Apóstolos, a fim de que – revestidos de «um carisma da verdade» (Dei Verbum, 8) – a transmitamos integralmente, a conservemos com zelo e a exponhamos com fidelidade (cf. Lumen gentium, 25)”.

A Igreja não pode ser considerada como uma democracia igual às outras e “as bases” não podem decidir através da maioria ou de pesquisa de opinião, porque a verdade Revelada, confiada à Igreja, é um dom do Alto confiado à hierarquia, e não nascida do povo. Em outras palavras, a Igreja veio do Pai, através do Filho, guiada, assistida e conduzida pelo Espírito Santo. O povo não pode tomar o lugar de Deus na Igreja; por isso não tem sentido a tão propalada “Igreja Popular”. Aliás, sobre isso, é interessantíssimo ler o livro com esse título, de D. Boaventura Kloppenburg, grande bispo emérito de Novo Hamburgo no RS; que teve grande participação no Concílio Vaticano II.

A Igreja não é uma república democrática; “é um mistério”; um sacramento, através do qual Cristo “toca”, pelos sacramentos, cada ser humano para salvá-lo. “Para o Concílio o mistério da Igreja consiste no fato que, através de Cristo, nós temos acesso ao Pai num só Espírito, para participarmos assim da mesma natureza divina (cf. Lumen gentium, 3-4; Dei Verbum, 1)”,disse o Papa.

Falando aos bispos da Áustria, ele se referiu a alguns pontos especiais, disse por exemplo: “mesmo se a maior parte da sociedade decidisse diferentemente, a dignidade de cada ser humano continua inviolável desde o início da vida no seio materno até seu fim natural, desejado por Deus”. E ainda: apesar das contínuas manifestações, como se se tratasse de uma questão disciplinar, “a Igreja não recebeu do Senhor a autoridade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”. O Papa já tinha declarado isso na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis (22 maio 1994). Eis o que disse:

“Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição da Igreja divina, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.

Outro aspecto que o Papa abordou com os bispos da Áustria foi a questão mal interpretada do “Povo de Deus”. Disse:

“A expressão bíblica “povo de Deus” (Iaós tou Theou) foi entendida no sentido de um povo estruturado politicamente (demos) de acordo com as normas válidas para todas as sociedades. E, como a forma de regime mais próxima da sensibilidade atual é a democracia, difundiu-se entre um certo número de fieis a exigência de uma democratização da Igreja. Vozes neste sentido se multiplicaram também em seu país, como além de suas fronteiras”.

Neste discurso o Papa lembra que há dois vocábulos gregos para designar “povo”, “laós” e “démos”. Todavia os escritos do Novo Testamento usam exclusiva o termo “laós” quando descrevem o povo santo de Deus. De “laós” deriva-se o adjetivo “lailós”, leigo, membro do povo santo de Deus, povo santo que corresponde à “qahal” do Antigo Testamento. Esse povo santo tem sua organização hierárquica instituída pelo próprio Deus, diferente da constituição democrática do “demos” ou do povo civil. (D. Estevão Bettencourt)

Assim, a Igreja não é nem república nem monarquia; é “um mistério”, um sacramento, uma realidade divino-humana, que tem seu princípio de autoridade em Jesus Cristo, e não no povo. Se a Igreja tivesse nascida do povo e fosse mantida por ele, já teria sucumbido há muito tempo como os reinos que passaram pela terra. A Igreja é infalível (cf. Cat. §891/2) e invencível (cf. Mt 16,18) é porque é divina. Cristo se faz representar por ministros que Ele escolhe, tendo à frente o sucessor de Pedro ou o Papa. Entretanto, o Papa governa a Igreja com o colegiado dos Bispos, mas isso não quer dizer nem de longe que a Igreja seja uma mera democracia. É muito mais, é transcendente, por isso não é entendida pelos homens e mulheres mundanos, que a querem “adaptada aos modismos”.

A Igreja usa o voto para decidir muitas coisas, inclusive a eleição do Papa, e muitas outras decisões importantes, mas nada que se refere à Revelação; às verdades básicas da fé, pode ser decidido no voto do clero ou do povo. O nosso Credo tem dois mil anos e jamais será modificado, porque foi Revelado por Deus e não inventado pelo povo. Se dependesse do voto do povo já teria sido despedaçado e sumido.

Da mesma forma o ministério dos Bispos e presbíteros não dispensa a participação dos leigos, ao contrário, cada vez a valoriza mais, como fez o Concilio Vaticano II (cf. L G nº 32); mas o governo da Igreja é diferente dos governos civis, o poder sagrado vem de Jesus Cristo e não do povo. A visão de fé da Igreja supera as normas de qualquer república democrática moderna; a colegialidade que Cristo desejou para a Igreja transcende os esquemas humanos. E isso é a garantia da Igreja ser infalível (em fé e em moral) e invencível. Se ela fosse conduzida pelo povo as Promessas do Senhor não poderiam ser cumpridas.

Na Igreja o Papa exerce o poder supremo e incontestável porque isso é vontade de Cristo. A Pedro Ele disse: “tudo o que você ligar na terra eu ligo no céu” (Mt 16,19) e lhe deu “as chaves” da Igreja, “germe do Reino de Deus” (LG 4). Da mesma forma disse aos Apóstolos: “tudo o que vocês ligarem na terra eu ligo no céu” (Mt 18,18). E mais: “quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc10,16). E os enviou em seu Nome: Ide!

Esta é a lógica de Deus para a salvação do mundo: O Pai enviou o Filho, e o Filho enviou a Igreja. A Igreja vem do Alto e não de baixo, como querem alguns. Isto seria a sua total ruína. Aos bispos da Áustria o Papa disse em 1998:

“Ao Sucessor de Pedro foi confiada a missão de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lc 22, 32) e de ser, na Igreja, «o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão» (LG, 18), pela qual, aliás, todos os Bispos, juntamente com ele, são a modo próprio responsáveis”.

“Uma Igreja concebida exclusivamente como comunidade humana não seria capaz de encontrar respostas adequadas à aspiração humana e a uma comunhão capaz de sustentar e dar sentido à vida. As suas palavras e ações não poderiam resistir diante da gravidade das questões que pesam sobre os corações humanos”. “A Igreja como mistério consola-nos e, ao mesmo tempo, encoraja-nos. Ela transcende-nos e, como tal, pode tornar-se embaixadora de Deus”. “Ai da Igreja se estivesse muito empenhada nas questões temporais, e não encontrasse o tempo para se ocupar das temáticas que se referem ao eterno!”

Graças a Deus a Igreja nasceu de Deus e é por Ele mantida; não queiramos mudar isso. O Catecismo diz que “A Igreja é um projeto nascido no coração do Pai” (§758).

Primeira encíclica de João Paulo II completa 30 anos

Entrevista com Angela Ales Bello, docente da Pontifícia Universidade Lateranense

Por Carmen Elena Villa

ROMA, terça-feira, 31 de março de 2009 (ZENIT.org).- Este mês se completam 30 anos da publicação da primeira encíclica de João Paulo II, Redemptor Hominis.

Neste importante documento eclesial, o Pontífice começou a exortar os católicos a que se preparassem para a celebração do jubileu do ano 2000, chamando aqueles anos precedentes de um «novo advento».

O Pontífice desenvolveu assim a cristologia proposta já em diversos textos do magistério pontifício e dos Padres da Igreja e concretizada na constituição Gaudium et spes, do Concílio Vaticano II, que assegura que o mistério do homem só pode ser esclarecido à luz do Verbo Encarnado.

O Papa mostrou assim que em Cristo, como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, encontra-se a base da dignidade humana, da liberdade – que deve ser custodiada pela Igreja – e da defesa aos direitos humanos.

Sobre este tema, Zenit conversou com a Profa. Angela Ales Bello, docente de História da Filosofia Contemporânea na Pontifícia Universidade Lateranense.

Ela participou do congresso «30 anos após a Redemptoris Hominis: memória e profecia», que se realizou em dias passados na Pontifícia Universidade Lateranense, com sua palestra «Razões e especificidades do personalismo wojtyliano».

– Quais são as principais bases contidas no magistério pontifício para o desenvolvimento desta encíclica?

– Angela Ales Bello: Toda a tradição da Igreja Católica está detrás desta encíclica, sem dúvida. Desde os padres da Igreja. Contudo, o Concílio Vaticano II, em particular, deu uma grande atenção ao povo de Deus, por exemplo. Deu uma grande função à comunidade e isso é um elemento importante que reaparece nesta encíclica.

– Qual é a importância desta encíclica para a cristologia e quais são as novidades que a Redemptor Hominis oferece nesta matéria?

– Angela Ales Bello: É de uma importância capital, porque se continua refletindo sobre a figura de Cristo fundamentalmente e sobre sua unidade de ser humano e de Ser Divino. Propriamente na linha desta unidade, é possível uma grande valorização do homem, do ser humano em geral, que está inclusa e esclarecida à luz de Cristo.

Já no título «Redentor do Homem» se vê a função específica que é a da redenção e a de dar uma resposta fundamental aos desejos profundos de todos os seres humanos, mas é uma resposta que não se refere só aos cristãos. Está dirigida a todos, porque todos os seres humanos foram salvos por Cristo. A função redentora de Cristo se estende a toda a humanidade.

Papa viverá aniversário da morte de João Paulo II com jovens

Em 2 de abril, ao anoitecer

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI viverá neste ano o 4º aniversário do falecimento de João Paulo II junto a milhares de jovens, segundo o calendário das celebrações presididas pelo Santo Padre publicado nesta quinta-feira.

Ele o fará presidindo em 2 de abril, às 18h, na basílica vaticana, uma santa missa à qual estão convidados em particular os jovens de Roma.

Será ao mesmo tempo o tradicional encontro que o Papa tem todos os anos com os jovens de sua diocese em preparação da Jornada Mundial da Juventude, que este ano se viverá no âmbito local, nas dioceses três dias depois, no Domingo de Ramos.

Bento XVI reviverá a noite de 4 anos atrás, na qual os fiéis que lotavam a Praça de São Pedro, muitos deles jovens, acompanharam a morte de Karol Wojtyla com a oração.

Trata-se de uma das celebrações destacadas no calendário do Papa previsto para o mês de fevereiro até abril, que se caracteriza também por sua primeira viagem à África.

Em 21 de fevereiro, o calendário prevê que às 11h, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, aconteça um consistório para algumas causas de canonização.

Em 25 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, o Papa participará, na basílica de Santo Anselmo, às 16h30, da procissão penitencial. Às 17h, na basílica de Santa Sabina, presidirá a santa missa, com a benção e imposição da cinzas.

Em 1º de março, primeiro domingo da Quaresma, na capela Redemptoris Mater do Vaticano, o Papa começará junto à Cúria Romana, às 18h, os Exercícios Espirituais. Concluirá às 9h de 7 de março.

Como já se anunciou, de 17 a 23 de março, o pontífice realizará sua viagem apostólica a Camarões e Angola.

Em 29 de março, V Domingo de Quaresma, o bispo de Roma realizará uma visita pastoral à paróquia romana da Santa Face de Jesus, no bairro popular da Magliana.

Três dias depois da celebração do aniversário de falecimento de João Paulo II, em 5 de abril, Domingo de Ramos, na Praça de São Pedro, às 9h30, o Papa abençoará as palmas e presidirá a procissão e a santa missa.

Como é tradição, em 9 de abril, Quinta-Feira Santa, às 9h30, na basílica vaticana, concelebrará a Santa Missa do Crisma com os sacerdotes e bispos presentes na Cidade Eterna.

Às 17h30, na basílica de São João de Latrão, catedral do Papa, ele dará início ao tríduo pascal, celebrando a Santa Missa da Ceia do Senhor.

Em 10 de abril, Sexta-feira Santa, às 17h, na basílica vaticana, participará da celebração da Paixão do Senhor. Às 21h15, no Coliseu, Via Sacra.

Em 11 de abril, Sábado Santo, às 21h, na basílica vaticana, o Papa dará início à Vigília Pascal da Noite Santa.

No Domingo de Páscoa, às 10h30, na Praça de São Pedro, celebrará a santa missa do Dia de Ressurreição. Às 12h, desde o balcão central da basílica, enviará a benção Urbi et Orbi, acompanhada ao vivo por canais de televisão do mundo inteiro.

Um ano do falecimento de S.S. Papa João Paulo II

Dois de abril de 2006, um ano do falecimento de S. S. Papa João Paulo II.

Neste domingo, dois de abril de 2006, o Apostolado Veritatis Splendor relembra, com esta humilde homenagem, a morte de S. S. Papa João Paulo II, que governou a Santa Madre Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo por quase 27 anos, o 3º mais longo pontificado da história da Igreja, superado apenas pelo Apóstolo São Pedro, Sumo Pontífice por 31 anos, e do Bem-Aventurado Pio IX, com 31 anos e 8 meses.

Suplicamos a Nosso Senhor Jesus Cristo, por intercessão da Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria, que lhe conceda o descanso eterno.

Nesta ocasião, os membros do Veritatis Splendor renovam seus votos de vassalagem a Sua Santidade o Bem-Aventurado Papa Bento XVI, 265º Pontífice regente da Igreja a se sentar na Cátedra de São Pedro, ?o doce Cristo na terra?, conforme as palavras de Santa Catarina de Siena, Doutora da Igreja.

Clique aqui e copie no seu computador o arquivo mp3 com a oração da Salve Regina (Salve Rainha em Latim), cantada pelo Papa João Paulo II durante a Oração do Santo Rosário em Roma. Acompanhe com a letra abaixo:

Salve, Regina, Mater misericordiæ,

vita, dulcedo et spes nostra salve!

Ad te clamamus, exsules filii Evæ.

Ad te suspiramus gementes et flentes

in hac lacrimarum valle.

Eia ergo, advocata nostra, illos tuos

misericordes oculos ad nos converte.

Et Jesum, benedictum fructum ventris tui,

nobis post hoc exsilium, ostende.

O clemens, o pia, o dulcis

Virgo Maria!

Ora pro nobis, sancta Dei Genitrix, ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Amen

Abaixo algumas fotos:

Selo lançado na Europa em Homenagem a S. S. Papa João Paulo II.

O pequeno ?Lolek?, ou ?Carlinhos? como era chamado por seus pais, aos nove anos de idade, quando ficara órfão.

?Introíbo ad altare Dei. Ad Deum qui Leatíficat Juventútem meam.? (Ordo Missae)

?Adentrar-me-ei ao altar do Senhor, ao Deus que é alegria da minha juventude?

Assim como S. S. Papa Bento XVI e vários católicos (vide o caso de São Maximiliano Kolbe) foram perseguidos na Alemanha nazista. O jovem polonês Karol Wojtyla estudou às escondidas do regime comunista para ser ordenado Padre. Frase:

?Aprendi que um jovem cristão deixa de ser jovem, e há muito não é cristão, quando se deixa seduzir por doutrinas ou ideologias que pregam o ódio e a violência? Aprendi que um jovem começa perigosamente a envelhecer, quando se deixa enganar pelo princípio fácil e cômodo de que ?o fim justifica os meios?, quando passa a acreditar que a única esperança para melhorar a sociedade está em promover a luta e o ódio entre grupos sociais, na utopia de uma sociedade sem classes, que se revela bem cedo na criação de novas classes.? (S. S. Papa João Paulo II, em 1980)

?Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham?. (Mc 10,14)

Junto ao amigo e ?braço direito?, o então Cardeal Ratzinger, atual Papa Bento XVI.

Sua Eminência Reverendíssima Cardeal Josef Ratzinger, à época Prefeito da Sagrada Congreção para a Doutrina Fé reverencia o Santo Padre.

Descanse em Paz João de Deus.

Autor: Rogério Amaral Silva

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