Tag: Pai Page 1 of 6

Antífonas Maiores: Ó Chave de Davi

davi

Fonte: Portal A12

Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

O Clavis David

et sceptrum domus Israel:

qui aperis, et nemo claudit;

claudis et nemo aperit:

Veni, et educ vinctum de domo carceris,

sedentem in tenebris et umbra mortis

Ó Chave de Davi

o cetro da casa de Israel

que abris e ninguém fecha;

fechais e ninguém abre:

Vinde e libertai da prisão o cativo

assentado nas trevas e à sombra da morte.

 

Referências Bíblicas :Is 22,20-23; Ap 3,7; Is 42,6-7; Lc 1,78-79.

Esta antífona retoma o símbolo do poder das chaves. Quem tem as chaves tem o poder de abrir e fechar. Jesus recebe este poder do Pai e simbolicamente permite que a Igreja também o tenha (Mt 16,19; Mt 18,18; Jo 20,23). Quem se vê diante da porta aberta pode encontrar a luz e seguir na claridade da paz. O Messias liberta os homens ao abrir e fechar a porta do Reino do Céu.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=cS_0-B3gmCw[/youtube]

Antífonas Maiores: Ó Sabedoria

Fonte: Portal A12

Padre Evaldo César de Souza, CSSR

sabedoria

O Sapientia

quæ ex ore Altissimi prodisti,

attingens a fine usque ad finem,

fortiter suaviter disponens omnia:

Veni ad docendum nos viam prudentiae.

Ó Sabedoria

que saístes da boca do altíssimo

atingindo de uma a outra extremidade

e tudo dispondo com força e suavidade:

Vinde ensinar-nos o caminho da prudência.

Referências Bíblicas: Eclo 24,3.8; Sb 8,1; 1Rs 3,9

Esta primeira antífona nos recorda o Verbo que sai da boca do Pai e se torna carne em nosso meio, no seio da Virgem Maria. Como nas palavras do Credo, esta antífona nos ajuda a proclamar: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos : Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.” A força do alto virá com o Cristo no meio de nós, vencedor do mal e da maldade. A aclamação “Vinde” é o grito do homem desejoso do retorno glorioso do Cristo.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=TX7KKSwomXk[/youtube]

Mar de gente na França diz sim ao matrimônio autêntico e não às uniões gay

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=c7YzhnOSJis[/youtube]

PARIS, 20 Nov. 12 / 01:19 pm (ACI/EWTN Noticias).- Uma maré humana de 250 mil pessoas saiu às ruas na França para expressar seu apoio ao autênticomatrimônio, formado por um homem e uma mulher, e manifestar seu rechaço ao projeto de uniões gay que atualmente está em debate nesse país.

As centenas de milhares de franceses que saíram às ruas de Paris, Toulouse (10 mil), Lyon (27 mil), Marselle (8 mil), Nantes (4 500) e Rennes (2 500) entre outras cidades francesas como Metz, Dijon e Bordeaux, expressaram seu absoluto rechaço à proposta do presidente da França, François Hollande, de equiparar as uniões gay ao matrimônio.

A jornada em defesa do matrimônio e da família realizou-se no sábado 17 de novembro. Pessoas de distintos credos e sem distinção de afinidade política, levando balões azul, branco e rosa, reuniram-se para recordar que as criançastêm direito a ter um pai e uma mãe.

Entre os distintos lemas que observados nos cartazes estiveram: “Não há nada melhor para uma criança que ter pai e mãe”, “Nem progenitor A nem B: pai e mãe são iguais e complementares”, “As crianças nascem com direito a pai e mãe”, “Não ao projeto do matrimônio gay”, entre outros.

Uma das manifestantes, que participou da marcha em Paris, ressaltou que “o matrimônio é a união entre um homem e uma mulher. Essa é a base da sociedade”.

Em Lyon marcharam juntos o Arcebispo local, Cardeal Philippe Barbarin, e o reitor da mesquita muçulmana da cidade, Kamel Kabtane, que assinalou: “compartilhamos os mesmos valores fundamentais e devemos defendê-los juntos”.

Nesta cidade os que apóiam o mal chamado “matrimônio” gay organizaram uma violenta contra-manifestação que teve que ser controlada pela polícia, que prendeu 50 pessoas identificadas como
simpatizantes de organizações pró-gay.

Também umas poucas ativistas do grupo feminista “Fem” tentaram opacar a manifestação a favor do matrimônio. Marcharam seminuas, com véus à maneira de religiosas católicas e com mensagens contrárias à Igreja pintados sobre o tórax.

O presidente François Hollande prometeu em sua campanha eleitoral apoiar o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo e no dia 7 de novembro apresentou o polêmico projeto ante o conselho de ministros, que ganha cada vez mais oposição por parte do povo da França.

A doutrina católica não aprova o mal chamado “matrimônio” gay porque atenta contra a natureza, sentido e significado do verdadeiro matrimônio, constituído pela união entre um homem e uma mulher, sobre a qual se forma a família.

A Santa Sé e os bispos em diversos países do mundo denunciaram que as legislações que pretendem apresentar “modelos alternativos” de vida familiar e conjugal atentam contra a célula fundamental da sociedade.

Por que batizar crianças e bebês?

Batismo Cristão – Uma doutrina ensinada aos primeiros cristão pelos santos apóstolos

As Escrituras dizem que o batismo “lava os nossos pecados” (Atos 2:38, 1 Pedro 3:21, Heb. 10:22-23 e outros), assim as crianças e bebês católicos são batizados, para que possam ser lavados da mancha do pecado original. Depois do pecado de Adão e Eva no jardim do Éden, todas as pessoas nascem com o pecado original. Através do dom da graça no Batismo, Deus lava essa mancha do pecado original e nos torna parte de Sua família e oferece-nos a vida eterna.

 Eis que eu nasci na culpa, e minha mãe já me concebeu pecador. (Salmo 51,5)

Os católicos acreditam que o nosso amoroso Pai Eterno  não pretende negar o Seu amor e graça a quem quer que seja, inclusive às crianças.  O batismo, ao contrário do que ensinam algumas denominações protestantes, simplesmente requer receptividade, nem que seja por parte dos pais. Por isso, Jesus disse sobre as crianças:

“Deixai as crianças virem a mim, e não as impeçais, porque o Reino dos céus pertence a tais como estes.” (Mt 19:14, Marcos 10:14 e Mateus. 18:2-5)

O texto grego de Atos 2:38, diz: “Metanoesate kai bapistheto hymon hekastos.” A tradução disto é:

“Se vos arrependerdes, então cada um que faz parte de vós deve ser batizado.”

a

Ao afirmar “cada um que faz parte de vós”, esta passagem está realmente nos dizendo que as crianças ou filhos, que fazem parte de seus pais, devem ser batizadas, assim como seus pais.

Este ensinamento é ecoado pelo apóstolo Pedro em Atos 2:39.

Pedro respondeu: “Arrependei-vos cada um de vós e sede batizado, em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados. E  recebereis o dom do Espírito Santo. A promessa é para vós e vossos FILHOS e para todos os que estão longe, para todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar.” Do mesmo modo São Paulo faz referência ao batismo como “a nova circuncisão” dos crentes em Cristo:

Nele também vocês foram circuncidados, no adiamento da natureza pecaminosa, não com uma circuncisão feita por mãos de homens, mas com a circuncisão feita por Cristo, tendo sido sepultados com ele no batismo e ressuscitados pela fé no seu poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. (Colossenses 2:11-12)

Quando Pedro diz em Atos 2:38-39, que a promessa do batismo é “para você e seus filhos, e aqueles muito longe.” A palavra grega para “filhos” é teknon. Esta é a mesma palavra usada em Atos 21:21 para descrever crianças de oito dias de idade. Sendo assim, Pedro afirma que o batismo é tanto para crianças quanto para adultos. Além disso, em Atos 16:15,  lemos que Lidia e “sua casa ou lar” foram batizados. A palavra para ” casa ou lar” éoikos, e sua definição incluía  lactentes e crianças. Veja também 1 Coríntios 1:16, Atos 16:33, 10:47-48 – outros exemplos onde “oikos” é usado.

Lembre-se que a Antiga Aliança incluída crianças, que por sua vez se tornariam membros da família de Deus aos oito dias de idade, quando eram circuncidados. Por isso, como afirmado acima, Paulo chama o batismo de “a nova circuncisão” em Colossenses 2:11-12. Assim, o apóstolo Paulo ensinava que o batismo na Nova Aliança deve incluir as crianças, assim como Deus as incluiu na Antiga Aliança. Se Deus tivesse excluído as crianças de sua Nova Aliança, os judeus convertidos à Cristo teriam considerado a Nova Aliança inferior ou falha, ao compara-la com a Antiga Aliança.

Quando colocamos todas essas peças juntos, fica claro que o batismo infantil não é uma “tradição” não-bíblica adotada pelos católicos, mas uma doutrina aceita pelos apóstolos de Jesus Cristo. A evidência bíblica para a entendimento católico é perfeitamente confirmada nos escritos dos primeiros cristãos, por exemplo, neste texto de Orígenes, apenas alguns anos depois de Cristo:

“A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição do batismo dado mesmo para crianças. Os apóstolos, aos quais foram confiados os ensinamentos dos Evangelho de Cristo, sabiam que existe em todos nós as manchas do pecado inato, que é lavada pela água e pelo Espírito “(Orígenes, 248 dC – Comentários sobre Romanos 5:9).

 

Por Hellen Cristine Walker  – Pertencente ao Apostolado Spiritus Paraclitus e Criadora do Blog Ecclesia Militans

Os irmãos de Jesus na visão dos Pais da Igreja

Fonte: Apostolado Spíritus Paraclitus

Os irmãos de Jesus na visão dos Pais da Igreja Algumas vertentes oriundas do protestantismo, em sua grande maioria, diz Jesus ter tido irmãos. Porém, a doutrina protestante não possui embasamento algum, geralmente se utiliza de textos isolados e truncados levando muitos a cair no erro diante de tal ensinamento.

Tomarei o ensino dos escritores antigos, conhecidos como os Padres da Igreja ou Pais da Igreja, a respeito dos irmãos de Jesus. Antes é bom esclarecer o termo aplicado aos escritores antigos – O termo Padres da Igreja ou Pais da Igreja foi designado aos grandes escritores que lutaram contra as heresias em favor da reta elaboração das verdades de fé. Isto se explica pelo fato de que, para os antigos o mestre ou o transmissor da verdade é, de certo modo, pai dos seus discípulos.

A seguir abordarei os escritos dos mestres da fé tratando a respeito dos irmãos de Jesus, que por sinal, contraria totalmente o que é ensinado no meio de algumas seitas(tudo aquilo que causa divisão) protestantes. Abaixo segue as citações do que foi ensinado, vejamos :

Atanásio de Alexandria ( + 373 )

Como o corpo do Senhor foi colocado a sós no sepulcro, para que pudesse demonstrar sua ressurreição, talvez por motivo semelhante seu corpo proveio de Maria, como filho único, para que crêssemos em sua origem divina” (Da virgindade 2)

Epifânio de Salamina(  ? – 403 )

Voltando-se o Senhor, viu o discípulo a quem amava e lhe disse, a respeito de Maria: Eis aí a tua Mãe!  E então, à Mãe: Eis aí o teu filho(Jo 19,26). Ora, se Maria tivesse filhos, ou se seu esposo ainda estivesse vivo, por que o Senhor a confiara a João ou João a ela? Mas: e por que não confiou a Pedro, a André, a Mateus, a Bartolomeu? Fê-lo a João por causa da sua virgindade. A ele foi que disse: ’Eis aí a tua Mãe’. Não sendo mãe corporal de João, o Senhor queria significar ser ela a mãe ou o princípio da virgindade: dela procede a Vida. Nesse intuito dirigiu-se a João, que era estranho,  que não era parente, a fim de indicar que sua Mãe devia ser honrada. Dela, na verdade o Senhor nascera, quanto ao corpo; sua encarnação não fora aparente, mas real. E se ela não fosse verdadeiramente sua Mãe, aquela de quem recebera a carne e que o dera à luz, não se preocuparei tanto em recomendá-la como a sempre Virgem. Sendo sua Mãe, não admitia mancha alguma na sua honra e no admirável momento, o discípulo a levou consigo’. Ora se ela tivesse esposo, casa e filhos, iria para o que era seu, não parar o alheio”.

Agostinho de Hipona ( + 430 )

Já era filho único do Pai aquele que nasceu como filho único de sua Mãe”(Sermão 192,1)

O hábito de nossa Escritura Santa, com efeito, é de não restringir esse nome de ‘irmãos’ unicamente aos filhos nascidos do mesmo homem e da mesma mulher(…) É preciso penetrar o sentido das expressões empregadas pela Sagrada Escritura. Ela tem sua maneira de dizer. Possui sua linguagem própria. Quem ignora essa linguagem pode ficar perturbado e pergunta-se: ‘Então o Senhor tem irmãos? Será que Maria teve ainda outros filhos?’ Não, de modo algum!(…) Qual é, pois, a razão de ser da expressão ‘irmãos do Senhor’? Irmãos do senhor eram os parentes de Maria(…) Como se demonstra isso? Pela própria Escritura, que chama, por exemplo, Lot de irmão de Abraão(Gên. 13,8; 14,14) e ele era tio de Lot; e, todavia, chamava-se ambos de irmãos, unicamente por serem parentes. Também Labão era tio de Jacó , por ser irmão de Rebeca, esposa de Isaac. Lede a Escritura e vereis que tio e sobrinho tratavam-se de irmãos” (Comentários sobre o Evangelho de Jo 10,2)

Quando vocês ouvirem falar dos irmão do Senhor, pensem logo que se trata de algum parentesco que os une a Maria, sem imaginar ter ela tido outros filhos.” (Comentários sobre o Evangelho de João 28,3)

João Damasceno( + 749 )

Quem ama ardentemente alguma coisa costuma trazer seu nome nos lá lábios e nela pensar noite e dia. Não me censure, pois, se pronuncio este terceiro panegírico da Mãe de meu Deusvir, como oferenda em honra de sua partida(…) Hoje, da Jerusalém terrestre, a Cidade viva de Deus(= Maria) foi conduzida à Jerusalém do alto: aquela que concebera como seu primogênito e unigênito o Primogênito de toda a criatura e o Unigênito do Pai, vem habitar na Igreja das primícias!(…) Cantemos hinos sacros e nossas melodias se inspirem nas palavras: ‘Ave cheia de graça: o Senhor é contigo’”(Homilia sobre a Dormição de Nossa Senhora)

A Igreja Católica sempre ensinou que Jesus Cristo não teve irmãos consangüíneos, vejamos :

“A isto objeta-se por vezes que as Escrituras mencionam irmãos e irmãs de Jesus696. A Igreja sempre entendeu que essas passagens não designam outros filhos da Virgem Maria: com efeitos, Tiago e José, ‘irmãos de Jesus’(Mt 13,55), são os filhos de uma Maria discípula de Cristo697 que significativamente é designada como ‘a outra Maria’(Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, consoante uma expressão conhecida do Antigo Testamento698.”(CIC 500)

A doutrina Católica permanece fiel à Tradição, comunicando o mesmo ensino dos Apóstolos ao longo dos séculos desde a fundação da Igreja por nosso Senhor Jesus Cristo. Percebemos que o ensino apregoado por algumas vertentes protestantes, não condiz com ensino da tradição da Igreja, beirando sempre ao erro e espalhando sempre heresias.

A Igreja é Santa? Como se explica o fato de existir tantos cristãos pecadores?

Autor: Pe. Miguel Ángel Fuentes
Fonte: http://www.teologoresponde.com.ar
Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Prezado Padre: ouvimos dizer muitas vezes que a Igreja é “santa”, porém, para dizer a verdade, o que eu vejo é que muitos [cristãos] são pecadores (e, entre estes, há sacerdotes, religiosas e leigos). Inclusive, como se diz às vezes, alguns dos que vão à Missa são piores do que muitos que não vão. Como entender isto? Não é hipocrisia afirmar que a Igreja é “santa”?

Quantos cristãos se escandalizam da Igreja! Apontam, talvez com maior ou menor exatidão, os pecados de muitos fiéis, sacerdotes, consagrados e, inclusive, bispos; pecados e escândalos que fariam ruborecer de vergonha a qualquer homem de bem. E isto os “escandaliza”, isto é, lhes torna pedra de tropeço em sua fé na Igreja, em sua confiança e em seu amor por ela.

Tais pessoas têm razão? Não! Enxergam bem, mas raciocinam mal, inferindo erroneamente.

A Igreja é Santa! É Santa e santificadora! Apesar dos pecados de seus filhos!

Mas como entender o paradoxo desta santidade?

1. A IGREJA É SANTA

A Igreja é santa! As palavra de São Paulo não nos permitem duvidar: “Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo, em virtude da palavra, para apresentá-la a Si mesmo toda gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e imaculada” (Efésios 5,25-27). Se dizemos que a palavra de Jesus Cristo é eficaz e efetiva em tudo o que diz (e, por isso, se Ele diz: “Isto é o meu Corpo”, esse pão já não é pão mas o seu Corpo), quanto mais efetivos não serão os seus atos e o seu sacrifício! Ele se entregou por ela (=a Igreja) para santificá-la! Portanto, ela é santa porque o sacrifício de Cristo é eficaz.

“A Igreja é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, a quem com o Pai e o Espírito Santo é proclamado ‘o único Santo’ amou à Igreja como sua esposa, entregando-se a Si mesmo por ela para santificá-la (cf. Ef. 5,25-26), a uniu a Si como seu próprio Corpo e a enriqueceu com o dom do Espírito Santo para a glória de Deus”[1].

A Igreja é duplamente santa:

a) É santa, em primeiro lugar, porque ela é o próprio Deus santificando os homens em Cristo por seu Espírito Santo. Dizia Pio XII: “Esta piedosa mãe brilha sem mancha alguma em seus sacramentos, com que alimenta seus filhos; na fé, que sempre conserva incontaminada; nas santíssimas leis, com que obriga a todos; nos conselhos evangélicos com que adverte; e, finalmente, nos dons celestiais e carismas, com os quais, inesgotável em sua fecundidade, dá à luz a incontáveis exércitos de mártires, virgens e confessores”[2].

Esta é santidade “objetiva” da Igreja. Ela é um canal inesgotável de santidade porque nela Deus coloca à disposição dos homens os grandes meios de santidade:

  • Seus tesouros espirituais – os Sacramentos – entre os quais o principal é o próprio Cristo sacramentado, fonte de toda santidade.
  • Sua doutrina santa e imaculada, que finca suas raízes no Evangelho.
  • Suas leis e conselhos, que são prescrições e convites à santidade.
  • O Sangue de Cristo tornado bebida cotidiana do cristão.
  • A misericórdia do perdão oferecido sacramentalmente aos pecadores.

b) Em segundo lugar, a Igreja é santa porque ela é a humanidade em vias de santificação por Deus. Este é o aspecto complementar do item anterior, ou seja, a santidade “subjetiva” da Igreja.

Os canais de santidade são derramados sobre os filhos da Igreja e, se não sobre todos, pelo menos sobre muitos produz verdadeiros frutos de santidade. Ela é o seio que incessantemente gera frutos de santidade.

Voltaire, apesar de seu ódio contra a Igreja, reconhecia: “Nenhum sábio teve a menor influência nos costumes na rua em que morava; porém, Jesus Cristo influi sobre todo o mundo”. Essa influência são os santos. Quanta diferença entre os frutos “naturais” do Paganismo e os do Cristianismo! Quando a Igreja gera filhos nas águas do batismo, os dá à luz com gérmens de graça e santidade, os quais, quando os homens não colocam obstáculos, crescem e dão ao mundo extraordinárias obras de caridade. Por isso, a Igreja, desde seu início na Jerusalém dos Apóstolos, começou a popular o mundo com:

  • Jovens virgens, testemunhas da pureza.
  • Mártires da fé.
  • Missionários e apóstolos
  • Ermitães e monges penitentes
  • Incansáveis operários da caridade, que consagraram suas vidas aos enfermos, aos pobres, aos famintos, aos abandonados…
  • Seus filhos inventaram os hospitais, leprosários, asilos…

Na Antiguidade se contava a história de Cornélia, a mãe dos Gracos, filha de Escipião Magno, a qual vendo uma de suas amigas fazendo ostentação de suas joias, com um gesto apontou para os seus filhos – futuros heróis de Roma – e disse-lhe: “Estes são os meus ornamentos e as minhas joias!”. Com quanta razão mais a Igreja pode dizer ao mundo, apontando para os santos de todos os tempos: “Estes são as minhas joias!”

E apenas isto já fala da santidade da Igreja, pois para fazer um só santo é necessário um poder divino, já que apenas a graça do Espírito Santo pode santificar um homem. E a Igreja não deixa de ter santos nem quando os horizontes são os mais sombrios!

Três sinais, entre muitos outros – dizia Journet – tornam visível esta santidade da Igreja:

1º) Ela é uma voz que não deixa de proclamar ao mundo as grandezas de Deus. Essa constância em proclamar e cantar as maravilhas de Deus é a sua razão de ser. Encontramos a Igreja ali onde escutamos sem cessar cantar as maravilhas de Deus, defender Sua honra dos erros do mundo, dar testemunho de Sua grandeza e Sua misericórdia para com os homens.

2º) Ela é uma “sede inextinguível” de unir-se a Deus. A Igreja está onde suspiram todos os que esperam a manifestação do Rosto de Deus, os que esperam a vinda de Cristo, os que não se apegam a este mundo e suspiram por uma pátria melhor, os que se sentem como os desterrados filhos de Eva.

3º) Ela é um zelo insaciável por dar Deus aos homens. A encontramos ali onde, com infatigável ardor, existe um verdadeiro cristão que trabalha pela conversão dos pecadores, por fazer que os ignorantes conheçam a Deus, por levar o Evangelho aos que ainda não o ouviram…

Porém…

2) NEM TUDO É SANTO NA IGREJA

A Igreja é santa e santificadora, porém, muitos dos seus filhos são pecadores e a Igreja, consciente disso, não os exclui de seu seio, salvo em casos extremos. Dizia Pio XII: “Que todos aborreçam o pecado. Porém, quem pecou e não se tornou indigno, por sua contumácia, da comunhão dos fiéis, seja acolhido com amor… Pois mais vale, como adverte o Bispo de Hipona, ‘ser curado permanecendo no corpo da Igreja, do que serem cortados dela como membros incuráveis. Porque não é desesperada a cura daquilo que ainda está unido ao corpo, enquanto que, tendo sido amputado, já não pode ser curado nem sanado'”[3].

Os pecadores são membros da Igreja, mas não o são no mesmo grau nem do mesmo modo que o justo; e assim é rigorosamente exato o que disse o Cardeal Journet: quanto mais se peca, menos se pertence à Igreja. Por isso, a maioria dos autores é categórica em afirmar que é inconcebível uma Igreja integrada exclusivamente por pecadores.

Se os pecadores são membros da Igreja, o são não em razão dos seus pecados, mas por causa dos valores espirituais que subsistem neles e em cuja virtude, todavia, permanece viva de alguma forma: valores espirituais pessoais (fé e esperança teologais informes, caráteres sacramentais, aceitação da hierarquia etc.), aos quais é preciso acrescentar os impulsos interiores do Espírito Santo e a influência da comunidade cristã que os envolve e arrasta em seu seio, tal como uma mão paralisada, que nada pode fazer por si, ainda assim participa de todos os deslocamentos e mudanças de toda a pessoa humana.

E podemos prosseguir dizendo que, apesar dos pecadores, a Igreja é santa e imaculada? Sim! A Igreja continua sendo a Igreja dos Santos, apesar do pecado e inclusive em seus membros pecadores. Como isto pode ser possível? Porque, assim como a santidade é uma realidade da Igreja e que, como tal, não está só na Igreja mas também procede da Igreja, o pecado não é uma realidade “da Igreja”; mesmo quando o pecado estiver na Igreja, não procede dela, precisamente por ser o ato com que alguém nega a influência da Igreja.

Mais ainda: à medida em que aceita permanecer na Igreja santificadora, mesmo que seja apenas por fé e sem caridade, esta (=a Igreja) o ajuda em sua luta contra o pecado. Por isso, Journet dizia: “A Igreja carrega, dentro de seu coração, Cristo lutando contra Belial”.

Por isso, o pecado não pode impedir que a Igreja seja santa, mas pode impedir que seja tão santa quanto deveria! Dizia Santo Ambrósio: “Não nela, mas em nós é ferida a Igreja. Vigiemos, pois, para que a nossa falta não constitua uma ferida para a Igreja”[4].

Assim, então, concluía o Cardeal Journet: “A Igreja divide em nós o bem e o mal. Fica com o bem e deixa o mal… [A Igreja] não está livre de pecadores, mas está sem pecado. Por isso, não é pecadora nem pode pedir perdão por seus pecados. Pede, ao contrário, perdão para os pecados de seus filhos e por isso ‘a Igreja [é] santa e, por sua vez, necessitada da purificação’ em seus filhos”[5].

Monsenhor Tihamer Toth dizia: “A Igreja somos nós: eu, tu, nós, todos… e quanto mais bela é a nossa alma, mais [bela a Igreja]”.

E outro autor pôde escrever: “A Igreja é um mistério: tem sua cabeça oculta no céu, sua visibilidade não a manifesta mais do que de um modo sumamente inadequado; se procurais o que a representa sem traí-La, contemplai ao Papa e ao Episcopado, que nos ensinam nas coisas de fé e costumes; contemplai aos seus santos no céu e na terra; não vos fixeis em nós, pecadores. Ou melhor: vede como a Igreja cura as nossas chagas e nos conduz com dificuldades à vida eterna… A grande glória da Igreja é constituída pelo fato de ser santa com membros pecadores”[6].

—–
NOTAS:
[1] Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática
Lumen Gentium, nº 39.
[2] Encíclica
Mystici Corporis, nº 30.
[3] Idem, nº 10.
[4]
De Virginitate 8,48; PL 16,278-D.
[5] Constituição Dogmática
Lumen Gentium, nº 8.
[6] J. Maritain.
Religião e Cultura. Paris, 1930, p.60.

Rezar pelos que nos prejudicam e perdoá-los sempre, exorta o Papa

Vaticano, 15 Fev. 12 / 01:33 pm (ACI/EWTN Noticias)

Na habitual Audiência Geral celebrada esta quarta-feira, o Papa Bento XVI refletiu sobre a oração de Jesus na Cruz e disse que como Ele, os fiéis devem rezar pelos que causam-lhes o mal ou os prejudicam, perdoando-os sempre como Deus perdoa.

Diante dos 6 mil peregrinos reunidos na Sala Paulo VI no Vaticano, o Santo Padre disse no resumo de sua catequese que “o Evangelho de São Lucas nos transmite três palavras de Jesus na Cruz. A primeira é um pedido de perdão para os seus algozes: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem». Deste modo, Jesus cumpre aquilo que ensinara no Sermão da Montanha: «Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam». A segunda palavra de Jesus na Cruz é a resposta ao pedido do “bom ladrão”, um dos homens que estavam crucificados com Ele: «Ainda hoje estarás comigo no Paraíso». Jesus está ciente de entrar diretamente na comunhão com o Pai e de abrir de novo ao homem a estrada para o Paraíso de Deus. A última palavra de Jesus é um grito de derradeira entrega a Deus, num ato de total abandono: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito»”.

“Ao colocar-Se inteiramente nas mãos do Pai, Jesus nos comunica a certeza de que por mais duras que sejam as provas, jamais nos encontraremos fora das mãos de Deus, as mesmas que nos criaram, sustentaram e acompanham no caminho da vida, com um amor infinito e fiel”, disse.

Ao mesmo tempo “brinda uma leitura do que está acontecendo. Segundo suas palavras, os homens que o crucificam ‘não sabem o que fazem’. Jesus aduz a ignorância, o ‘não saber’, como motivo de sua súplica ao Pai, porque essa ignorância deixa aberto o caminho à conversão”.

A segunda frase: “Na verdade te digo; hoje estarás comigo no Paraíso”, dirigida ao “bom ladrão”, crucificado ao lado de Cristo,  é “uma palavra de esperança”.

Através dela, Jesus reafirma que “a bondade de Deus pode alcançar-nos até no último instante da vida, e que a oração sincera, inclusive depois de uma vida equivocada, encontra os braços abertos do Pai bondoso que espera a volta do filho”.

“Pai, em tuas mãos encomendo meu espírito”, as últimas palavras de Cristo, constituem “uma oração de confiança, plena de confiança no amor de Deus. A oração de Jesus diante da morte é dramática como é para cada homem, mas, ao mesmo tempo, é invadida por uma calma profunda que nasce da confiança no Pai e pela vontade de entregar-se totalmente a ele”.

“Agora que a vida está para deixá-lo, Ele sela na oração a sua ultima decisão: Jesus se deixou entregar nas mãos dos homens, mas é nas mãos do Pai que Ele coloca o seu espírito; assim – como afirma o Evangelista João – tudo é consumado, o supremo ato de amor é levado até o fim, ao limite e além do limite”.

O Papa disse que as palavras do Jesus na cruz nos últimos instantes da sua vida terrena oferecem indicações imperativas para a nossa oração, mas a abrem também para uma serena confiança e uma firme esperança. Jesus que pede ao Pai de perdoar aqueles que o estão crucificando , nos convida ao difícil gesto de rezar também por aqueles que nos prejudicaram, sabendo perdoar sempre, afim que a luz de Deus possa iluminar o coração deles, e nos convida a viver, na nossa oração, a mesma atitude de misericórdia e de amor que Deus tem em relação a nós”.

Finalmente o Papa disse que “ao mesmo tempo, Jesus, que no momento extremo da morte se confia totalmente nas mãos de Deus Pai, nos comunica a certeza que, por mais que sejam duras as provas, difíceis os problemas, não cairemos mais fora das mãos de Deus, aqueles mãos que nos criaram, nos sustentam e nos acompanham no caminho da existência, guiados por um amor infinito e fiel”.

Ao fim da Audiência Geral, o Papa saudou os peregrinos lusófonos dizendo:

Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis brasileiros vindos de Curitiba, a quem exorto a aprender do exemplo da oração de Jesus, uma oração cheia de serena confiança e firme esperança no Pai do Céu, que nunca nos abandona. Que as Suas Bênçãos sempre vos acompanhem! Ide em paz!

Page 1 of 6

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén