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Bispos do mundo inteiro analisam Facebook e redes sociais

Convocados em Roma pelo Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 9 de março de 2009 (ZENIT.org).- O Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais convocou em Roma cerca de 75 bispos e vários sacerdotes em representação de 82 países  para analisar os desafios e possibilidades propostos à evangelização pelos novos meios de comunicação digitais.

O dicastério da Santa Sé, presidido pelo arcebispo Claudio Maria Celli, propôs começar este encontro, que será concluído em 13 de março, com uma visão da evolução que a internet experimentou nos últimos anos: das páginas web e dos blogs às redes sociais (FacebookYoutubeFlikrTwitter etc.).

Navegando na internet junto à professora Nicoletta Vittadini, do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Católica de Milão, bispos de todos os continentes descobriram ou redescobriram na manhã desta segunda-feira estes lugares de encontro, especialmente para jovens e adolescentes.

Posteriormente, o professor Francesco Casetti, diretor do Departamento de Comunicação da Universidade Católica, refletiu junto aos prelados sobre as implicações antropológicas destas novas realidades.

O congresso, que conta também com a orientação de professores da Universidade Pontifícia Salesiana e da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, está analisando de maneira inédita a mensagem que Bento XVI escreveu para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais de 2009 sobre o tema «Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade».

Ao começar o congresso, Dom Celli explicou aos jornalistas: «Nós nos perguntaremos qual é a posição da Igreja, que o que a Igreja tem de fazer, porque é inegável, vê-se cada vez mais, e se pode ver na mensagem do Papa, que as novas tecnologias não são somente instrumentos, mas que estes instrumentos criam uma nova cultura digital».

«O grande problema do nosso congresso será ver como a Igreja está presente nesta nova cultura, oferecendo sua própria contribuição. É um tema sumamente delicado.»

Por este motivo, explica o arcebispo italiano, este congresso quer oferecer dicas para a pastoral da Igreja no mundo, que deverão concretizar-se em um novo documento vaticano.

«O documento que fundamenta nossa ação é Inter mirifica, do Concílio Vaticano II. Depois, o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais publicou um documento muito importante, Aetatis Nova, de 1992. Pensamos que desde então passou muito tempo e que as novas tecnologias propõem novas perguntas, novos interesses, novas emergências pastorais.»

«A ideia deste congresso consiste em ver, junto aos bispos, quais são as orientações de uma nova pastoral da Igreja no campo dos meios de comunicação social. Depois, o Conselho, junto a cardeais, bispos e consultores, se empenhará na redação de um novo documento.»

No diálogo com os bispos, Dom Celli reconheceu que o grande desafio para eles é o fato de não terem nascido na era digital, o que implica que, diferentemente dos jovens, ela tem de ser aprendida.

Um jovem bispo, procedente da Nigéria, comentou que, neste sentido, os bispos têm a tarefa de aprender dos jovens, algo ao qual não estão acostumados.

Dom Celli insistiu no exemplo que Bento XVI deu ao decidir estar presente com um canal oficial no Youtube (www.youtube.com/vatican).

O prelado revelou que um jornalista lhe perguntou como é possível que um Papa se «rebaixe» para estar presente em uma realidade como essa, na qual aparece todo tipo de vídeos. O presidente do dicastério vaticano explicou que Cristo também se «rebaixou» para assumir a natureza humana, e explicou que a intenção de Bento XVI é estar «onde as pessoas se encontram».

Vários cardeais já estão presentes no Facebook, pelo que o cardeal Celli propôs a pergunta sobre se o Papa também estará nessa comunidade virtual. A resposta de Dom Celli foi prudente: não se está pensando nisso, ao menos de maneira imediata.

Crise de alimentos obrigaria fechamento do principal seminário da Nigéria

KONIGSTEIN, 06 Jun. 08 / 07:00 pm (ACI).- A associação Ajuda à Igreja Necessitada (AIN) informou que o seminário maior católico do Makurdi (Nigéria central) está a ponto de fechar devido à crise mundial de alimentos.

Em declarações a AIN, o reitor do seminário, Dom Kenneth Enang, comunicou que já se viu obrigado a racionar os mantimentos a seus quase 520 seminaristas de 15 dioceses nigerianas, por causa dos “preços astronômicos” e já não pode reunir o dinheiro necessário para garantir as provisões mínimas.
“O reitor assinalou que, em parte, os preços dos mantimentos básicos se duplicaram. Outro problema é a eletricidade: o seminário depende de um gerador que funciona com diesel, e o preço deste combustível se encareceu em um terço no transcurso de uma semana”, indicou AIN.

A associação explicou que desde que começou a crise em abril passado, o seminário solicitou créditos para seguir funcionando. “O reitor disse que logo se verá obrigado a fechar o seminário, para impedir a desnutrição dos estudantes e a acumulação de mais dívidas”, adicionou.

O seminário maior de Makurdi tinha projetado ampliar seu local porque em pouco tempo o número de seminaristas cresceu de 400 a 520. Dom Enang tinha declarado a AIN sua alegria pelas “boas vocações”, a alta qualificação do pessoal docente e a convivência de jovens de todos os lugares do país em uma “experiência maravilhosa” que refletia “o que deveria ser a Nigéria”.

O reitor estima que o seminário deve fechar em 20 de junho pois as dioceses de origem dos futuros sacerdotes estão igualmente afetadas pela subida dos preços e não estão em condições de contribuir a seu sustento.

O Pe. Andrzej Halemba, perito de AIN na África, explicou que “a crise alimentar mundial se está convertendo em um problema cada vez maior para os seminários maiores do Terceiro Mundo, e no futuro também colocará em perigo a existência de muitos mais, por isso urge socorrê-los”.
“Na África, a alimentação dos futuros sacerdotes representa a maior parte dos gastos correntes dos seminários maiores. Por desgraça, cabe esperar que os preços sigam subindo de forma significativa”, indicou a associação.

AIN leva várias décadas apoiando a formação de futuros sacerdotes em todo mundo. O ano passado, a Associação pôde ajudar a mais de 15 mil e 700 seminaristas, e também o seminário de Makurdi leva anos recebendo suas subvenções.

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