Tag: Liturgia Page 1 of 7

A “devastação da liturgia” em 10 declarações do Cardeal Ratzinger

O então futuro Bento XVI fez corajosas e firmes observações sobre a “criatividade litúrgica empobrecedora” que corrompeu as celebrações em muitas dioceses

1 – Sobre a devastação litúrgica:

“A reforma litúrgica, na sua realização concreta, distanciou-se a si mesma ainda mais da sua origem. O resultado tem sido não uma reanimação, mas uma devastação. Em vez da liturgia, fruto dum desenvolvimento contínuo, puseram uma liturgia fabricada. Esvaziaram um processo vital de crescimento para o substituir por uma fabricação. Não quiseram continuar o desenvolvimento, a maturação orgânica de algo vivo através dos séculos, e substituíram-na, à maneira da produção técnica, por uma fabricação, um produto banal do momento”.

(Revue Theologisches, Vol. 20, Fev. 1990, pgs. 103-104)

2 – Sobre a degeneração da liturgia em mero espetáculo

“Temos uma liturgia que degenerou a ponto de se tornar um espetáculo, que, com sucesso momentâneo para o grupo de fabricantes litúrgicos, se esforça para tornar a religião interessante na sequência das frivolidades da moda e das máximas sedutoras da moral. Consequentemente, a tendência é a cada vez maior diminuição do mercado daqueles que não procuram a liturgia para um espetáculo espiritual, mas para um encontro com o Deus vivo diante do Qual todo o ‘fazer’ se torna insignificante, visto que apenas este encontro é capaz de nos garantir acesso à verdadeira riqueza do ser”.

(Prefácio do então Cardeal Ratzinger à tradução francesa de “Reform of the Roman Liturgy”, de Mons. Klaus Gamber, 1992).

3 – Sobre a desintegração da liturgia

“Estou convencido de que a crise que a Igreja está hoje experimentando se deve, em grande parte, à desintegração da liturgia”.

(Autobiografia)

4 e 5 – Sobre o rito da missa em latim:

“Para promover uma verdadeira consciência em matérias litúrgicas, é também muito importante que a proibição contra a forma da liturgia em uso válido até 1970 (a antiga Missa em Latim) seja levantada. Qualquer pessoa que hoje em dia defenda a existência contínua desta liturgia ou que participe nela é tratada como um leproso; toda a tolerância acaba aqui. Nunca houve nada como isto na história; ao fazer isso, estamos desprezando e proibindo o passado inteiro da Igreja. Como confiar nela no presente se as coisas são assim?”

(Introdução ao Espírito da Liturgia, 2000)

“Sou da opinião, para ser sincero, de que o rito antigo deveria ser concedido muito mais generosamente a todos aqueles que o desejam. É impossível ver o que poderia haver de perigoso ou inaceitável nisso. Uma comunidade coloca em questão o próprio ser quando subitamente declara como estritamente proibido aquilo que era a sua mais santa e elevada posse e quando declara absolutamente indecentes os almejos por ela”.

(Sal da Terra, 1997)

6, 7 e 8 – Sobre a “criatividade litúrgica” empobrecedora

“Também vale a pena observar aqui que a ‘criatividade’ envolvida nas liturgias fabricadas tem um alcance muito restrito. É pobre em comparação com a riqueza da liturgia recebida nas centenas e milhares de anos de história. Infelizmente, os autores das liturgias caseiras são mais lentos para perceber isto do que os seus participantes”.

(The Feast of Faith, págs. 67-68)

“Na realidade o que se passou foi que uma clericalização sem precedentes entrou em cena. Agora, o sacerdote – aquele que ‘preside’, como hoje preferem chamá-lo – se torna o verdadeiro ponto de referência para toda a liturgia. Tudo depende dele. Temos que ver a ele, responder a ele, estar envolvidos naquilo que ele está fazendo. A sua criatividade sustenta tudo”.

(Introdução ao Espírito da Liturgia, Cap. 3)

“Cada vez menos e menos Deus é o centro. Cada vez é mais e mais importante o que é feito pelos seres humanos que se encontram aqui e não gostam de se sujeitar a um padrão pré-determinado”.

(Introdução ao Espírito da Liturgia, Cap. 3)

9 – Sobre o sacerdote voltado ao povo durante a Missa

“O fato de o sacerdote ter-se virado para o povo tornou a comunidade um círculo fechado sobre si próprio. Na sua forma exterior, já não se abre ao que está à frente e acima, e sim se fecha em si mesmo. O voltar-se para o Oriente não era uma celebração virada para a parede; não significava que o sacerdote tinha as costas voltadas ao povo: é que o próprio sacerdote não era visto como tão importante. Porque, tal como a assembleia na sinagoga olhava junta para Jerusalém, também na liturgia cristã a assembleia olhava junta para o Senhor (…) Por outro lado, o voltar-se para o Oriente durante a Oração Eucarística continua a ser essencial. Isto não é uma questão de acidentes, mas de essência. Olhar para o sacerdote não tem importância nenhuma. O que importa é olhar juntos para o Senhor”.

(Introdução ao Espírito da Liturgia, Cap. 3)

10 – Sobre a substituição do Crucifixo pelo sacerdote

“Mover a cruz do centro do altar para o lado do altar, a fim de permitir uma visão do sacerdote sem obstáculos, é algo que vejo como um dos fenômenos mais absurdos das décadas recentes. A cruz é um obstáculo durante a Missa? O sacerdote é mais importante que Nosso Senhor?”

(Introdução ao Espírito da Liturgia, Cap. 3)

____________

A partir de recopilação publicada no blog de Taylor Marshall

 

Conheça o desafio da Liturgia Azul

Hoje queremos compartilhar com vocês um desafio super interessante que nos ajudará a viver melhor a Eucaristia e se cumpri-lo até o fim, você ganhará o título de cristão piedoso!

Que comecem os jogos!

1. Fazer simplesmente o sinal da cruz no início da missa, ao qual os fiéis respondem “amém” (nada da musiquinha “em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo…).

2. Fazer o ato penitencial com a fórmula certa.

3. Não alterar a letra do Glória.

4. O evangelho deve ser proclamado por um ministro ordenado. Nada de delegar o seminarista para esta função (ainda mais dando a benção antes, “like” diácono).

5. Homilia? Equivale à fase 4: só um ministro ordenado.

6. Não alterar a letra do Santo.

7. Baderna no momento da paz nem pensar! Dar a paz apenas aos mais próximos é suficiente.

8. Quanto à distribuição da Sagrada Comunhão, se em duas espécies, obrigatoriamente na boca. Nada de deixar o leigo pegar a Hóstia Consagrada e molhar no cálice. E muito menos colocar a Hóstia molhada no preciosíssimo Sangue na mão do comungante.

9. O comungante se ajoelhou? NÃO LHE NEGUE a comunhão. Ele está reconhecendo que diante de Jesus todo joelho se dobra, e quer comungar da melhor forma possível. O mesmo vale para quem não se ajoelha mas quer receber na boca.

10. Após a comunhão, é permitido dar breves avisos à comunidade. BREVES AVISOS, não “parabéns a você”.

11. Dúvidas? Psiu, vou te contar uma coisa que nem todo mundo sabe: em cima do altar, há um livro vermelho chamado Missal Romano. O Missal é nosso amigo e nos ajuda muito. Basta ler o preto e fazer o vermelho! 😉

12. Sem Amém no Pai-nosso

13. Sem danças “litúrgicas” no meio da Missa.

Caso alguém queira colocar mais algum desafio no jogo, fique à vontade. Podemos chegar a 50 também.

Fonte: ChurchPop

Prefeito da Liturgia do Vaticano pede neste Advento que todos sacerdotes e bispos celebrem a missa “ad orientem” e fiéis ajoelhem-se para a Comunhão

Queridos padres, devemos ouvir novamente o lamento de Deus proclamado pelo profeta Jeremias: “eles voltaram suas costas para mim” (2:27). Voltemo-nos novamente para o Senhor!

John-Henry Westen – LifeSiteNews | Tradução Sensus fidei: LONDRES, 05 de julho de 2016 (LifeSiteNews) – Falando em uma conferência sobre a liturgia em Londres ontem (dia 4 de julho de 2016), o Cardeal Robert Sarah, a mais alta autoridade sobre o assunto na Igreja Católica sob o Papa Francisco, pediu a todos os bispos e sacerdotes para que adotem a antiga postura na Missa, onde o sacerdote se volta para o tabernáculo, juntamente com a congregação, em vez de permanecer de frente para o povo. Ele pediu que a postura seja adotada para o Advento deste ano, que começa em 27 de novembro. Durante o mesmo discurso, Cardeal Sarah encorajou todos os católicos para que recebam a Comunhão de joelhos. Durante sua conferência, o prefeito da liturgia do Vaticano revelou que o Papa Francisco lhe pediu para “continuar o trabalho litúrgico iniciado pelo Papa Bento.”

O anúncio foi imediatamente reconhecido pelo vice-editor Dan Hitchens do Catholic Herald como “o maior anúncio litúrgico desde o motu proprio Summorum Pontificum de Bento XVI em 2007, dando maior liberdade para os sacerdotes para celebrar a Missa Tradicional em latim.”

Observadores do Vaticano estão particularmente chocados de que o Papa Francisco, considerado por muitos como um liberal, tenha incentivado uma abordagem mais litúrgica tradicional. No entanto, o cardeal Sarah disse: “Nosso Santo Padre Francisco tem o maior respeito pela visão litúrgica e medidas do Papa Bento”.

O bispo francês Dominique Rey, presente na conferência, assumiu o pedido do Cardeal Sarah sem hesitação, prometendo, pelo menos, começar a implementar a mudança em sua diocese para o Advento. Rey, Bispo de Fréjus-Toulon, dirigiu-se ao Cardeal Sarah na conferência, dizendo: “Em resposta ao seu apelo gostaria de anunciar, agora, que, certamente, no último domingo do Advento deste ano em minha celebração da Santa Eucaristia na minha catedral, e em outras ocasiões, conforme apropriado, deverei celebrar ‘ad orientem’ — voltado para o Senhor que vem”. Dom Rey acrescentou: “Antes do advento eu enviarei uma carta aos meus sacerdotes e fiéis sobre esta questão para explicar a minha ação. Devo incentivá-los a seguir o meu exemplo.”

Cardeal Sarah usou o seu patrimônio africano para conduzir as coisas ao ponto certo. “Eu sou um africano”, disse ele. “Deixe-me dizer claramente: a liturgia não é o lugar para promover a minha cultura. Pelo contrário, é o lugar onde minha cultura é batizada, onde minha cultura é levada para o divino.”

Sarah sugeriu que os Padres do Concílio Vaticano II pretenderam trazer mais fiéis para a missa, no entanto, a maior parte do esforço falhou. “Meus irmãos e irmãs, onde estão os fiéis dos quais os Padres do Concílio falaram?”, Perguntou.

O cardeal continuou:

Muitos dos fiéis são agora infiéis: eles não participam todos na liturgia. Para usar as palavras de S. João Paulo II: muitos cristãos estão vivendo em um estado de “apostasia silenciosa” e eles “vivem como se Deus não existisse” (Exortação Apostólica Ecclesia in Europa, 28 de junho de 2003, 9). Onde está a unidade que o Concílio espera alcançar? Nós ainda não chegamos a ela. Fizemos um progresso real em chamar toda a humanidade para o seu lugar na Igreja? Eu não acho. E, contudo, já fizemos muitíssimo pela liturgia!

Ele expressou “profundo pesar” pelas “muitas distorções da liturgia em toda a Igreja de hoje”, e propôs que a “Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e reduções.”

Um tal abuso que mencionado por ele é quando os padres “se afastam para permitir que os ministros extraordinários distribuam a sagrada Comunhão”, desde que muitos sacerdotes pensaram ser uma maneira de permitir uma maior participação dos leigos de maneira mais substancial na missa. Em vez disso, disse o cardeal Sarah, “isso é errado, é uma negação do ministério sacerdotal, bem como uma clericalização dos leigos.”

“Quando isso acontece, é um sinal de que a formação foi muito errada, e que precisa ser corrigida”, acrescentou.

Ele incentivou uma recepção generosa da Missa tradicional em latim e também incentivou as práticas tradicionais propostas anteriormente pelo Papa Bento, incluindo o uso do latim na Missa nova, ajoelhando-se para a Santa Comunhão, bem como o canto gregoriano. “Devemos cantar música sacra litúrgica não apenas música religiosa, ou pior, canções profanas”, disse ele. “O Concílio nunca teve a intenção de que o rito romano fosse exclusivamente celebrado em língua vernácula. Mas tinha a intenção de permitir a sua maior utilização, em particular para as leituras.”

Falando de ajoelhar-se para a Santa Comunhão, o prefeito da liturgia do Vaticano lembrou os sacerdotes de que eles estão proibidos de negar a comunhão aos fiéis que se ajoelham para a recepção do Sacramento. Além disso, ele encorajou todos a receber a Comunhão ajoelhados, sempre que possível. “Ajoelhar-se na consagração (a menos que estejam doentes) é essencial. No Ocidente, esse é um ato de adoração corporal que nos humilha diante de nosso Senhor e Deus. É um ato próprio de oração. Onde essa reverência e genuflexão desapareceram da liturgia, é necessário que sejam restauradas, em particular no momento da nossa recepção a Nosso Santíssimo Senhor na Sagrada Comunhão.”

Uma longa seção de sua palestra foi dedicada a conclamar os sacerdotes e bispos a celebrar a missa “ad orientem” ou, seja, com as pessoas voltadas para Nosso Senhor. Aqui estão os trechos principais:

Mesmo que eu sirva como o Prefeito da Congregação para o Culto Divino, faço-o com toda a humildade, como um padre e um bispo, na esperança de que se promova uma reflexão madura, boa formação e boas práticas litúrgicas em toda a Igreja.

Eu quero fazer um apelo a todos os sacerdotes… Eu acredito que é muito importante que nós retornemos o mais rapidamente possível para uma orientação comum, dos sacerdotes e dos fiéis voltados juntos na mesma direção — para o Leste, na direção do Senhor que vem— naquelas partes dos ritos litúrgicos quando estamos nos dirigindo a Deus… Eu acho que é um passo muito importante no sentido de garantir que, em nossas celebrações o Senhor esteja verdadeiramente no centro.

E então, queridos padres, peço-lhe para que implementem essa prática sempre que possível, com prudência e com a catequese necessária, certamente, mas também com a confiança pastoral de que isso é algo bom para a Igreja, algo bom para o nosso povo.

Vosso próprio julgamento pastoral irá determinar como e quando isso é possível, mas, talvez, a partir do primeiro domingo do Advento deste ano… pode ser um bom momento para se fazer isso. Queridos padres, devemos ouvir novamente o lamento de Deus proclamado pelo profeta Jeremias: “eles voltaram suas costas para mim” (2:27). Voltemo-nos novamente para o Senhor!

Gostaria de apelar também aos meus irmãos bispos: por favor, levem os seus sacerdotes e o povo para o Senhor, desta forma, especialmente em grandes celebrações em suas dioceses e na sua catedral. Por favor, formem seus seminaristas na realidade de que não são chamados ao sacerdócio para ser o centro de um culto litúrgico voltados para nós mesmos, mas para levar os fiéis de Cristo até Ele, como companheiros de adoração. Por favor, facilitem esta reforma tão simples, mas profunda em suas dioceses, em suas catedrais, em suas paróquias e em seus seminários.

Durante todo o discurso, Cardeal Sarah destacou a grave responsabilidade dos sacerdotes em relação a Eucaristia. “Nós sacerdotes, nós bispos temos uma grande responsabilidade”, disse ele. “Com o nosso bom exemplo construímos uma boa prática litúrgica; com o nosso descuido ou má conduta prejudicamos a Igreja e a sua Sagrada Liturgia! “

Ele advertiu seus colegas sacerdotes, “Tenhamos cuidado com a tentação da preguiça litúrgica, porque é uma tentação satânica.”

Publicado originalmente: LifeSiteNews – Vatican Liturgy Chief asks all priests and bishops to face east for Mass, faithful to kneel for Communion

Assassinato da liturgia católica: o Pai-Nosso modificado

O Pai-Nosso é a oração perfeita: eis um pensamento unânime entre todos os cristãos. Quem teria a empáfia de propor alterações em uma oração composta pelo próprio Deus Encarnado? Ninguém… A não ser algumas centenas de padres pelo Brasil afora!

Já virou modinha em diversas igrejas a substituição, na Missa, da oração do Pai Nosso por versões dessa mesma oração. As versões mais populares são:

Não há mal algum em compor músicas com versos inspirados no Pai-Nosso, sem necessariamente manter as palavras originais da oração. O problema é quando essas músicas são inseridas na Missa, substituindo o Pai-Nosso tradicional. Isso é um abuso litúrgico grave! Ou, nas palavras de Dom José Francisco Falcão, é um “assassinato da liturgia católica”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=wt-ldYv_LdY[/youtube]

Dom José Francisco Falcão de Barros é bispo Titular de Augurus e auxiliar do ordinariado militar do Brasil.

A oração do Pai-Nosso pode ser cantada? Pode, desde que os versos sejam fiéis à oração tradicional do Pai-Nosso, sem NENHUMA alteração. No vídeo abaixo, vemos São João Paulo II cantando essa oração. Lindo!!!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=9Vjp7bu_3JE[/youtube]

O Pai-Nosso do Padre Marcelo é muito bonito, mas em hipótese alguma pode substituir o Pai-Nosso tradicional; a letra tem alterações discretas, mas muito relevantes, como o trecho em que se pede que o Pai perdoe os nossos pecados “de um modo maior com que perdoamos”. Ora, Jesus disse mais de uma vez que seremos julgados com a mesma medida que julgarmos o próximo, e que seremos perdoados da mesma forma – e não de um modo maior – com que perdoamos quem nos ofendeu.

Com uma melodia ótima, tirada da canção “Sound of the silence”, de Paul Simon & Garfunkel, o “Pai Nosso Tu que estás” tem uma letra bacana. Podemos cantarolar essa música o dia inteiro, mas não para substituir o Pai-Nosso na Missa. Mais uma vez, o texto não apresenta a oração do Pai-Nosso, e sim de uma versão. O mesmo vale para a bela composição do Pe. Zezinho.

Já o “Pai-Nosso dos Mártires” não passa de uma tentativa lamentável de misturar água e óleo, ou seja, cristianismo com ideologia marxista. Vade retro, Satanás! Sobre essa infeliz versão do Pai-Nosso, é interessante a reflexão do blog Deus lo Vult! (clique aqui).

O que tem que ficar claro é que, na sagrada liturgia, não se deve inventar: tem que ser fiel ao Missal Romano e às palavras de Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Fonte: O Catequista

O que é um abuso litúrgico?

As práticas que saem das normas litúrgicas precisam ser corrigidas

Um abuso litúrgico é tudo aquilo que, esporádica ou sistematicamente, por passiva ou por ativa, sai das normas litúrgicas próprias do rito latino, ainda que tal abuso seja algo já difundido e pareça algo normal ou inclusive litúrgico.

Alguns dos abusos litúrgicos são banais, outros não; alguns são notórios, outros passam despercebidos pela maioria dos fiéis; uns são inconscientes, outros realizados propositalmente; alguns são pecados veniais, outros são pecados graves.

“Ainda que o julgamento sobre a gravidade dos atos seja feito conforme a doutrina comum da Igreja e as normas por ela estabelecidas, são considerados sempre objetivamente como atos graves os que colocam em perigo a validez e a dignidade da santíssima Eucaristia” (Instrução “Redemptoris Sacramentum”, 173).

De qualquer maneira, é preciso evitar todo abuso; e nenhum abuso pode ser considerado de pouca importância ou irrelevante, mas evitado e corrigido com diligência.

Enfim, por um lado, o ideal é conhecer muito bem (tanto os padres quanto os fiéis) os ritos e normas litúrgicas, por mais simples que sejam. Por outro, é preciso ater-se humilde e fielmente ao estipulado pela Igreja.

Quando, em alguma celebração litúrgica, pelo motivo que for, algo tiver saído mal, é preciso corrigir conforme as normas do direito.

Qualquer abuso, por menor que seja ou por mais insignificante que possa parecer, tem sua gravidade, pois pode dar início a um efeito dominó.

Os abusos não são um assunto de pouca importância, porque, se começamos a permitir que eles ocorram, o que pode acontecer com as coisas que deveriam ser feitas e não são?

Se os abusos são cometidos “com boa intenção”, o que falta é consultar os documentos eclesiais para recordar o porquê da observância das normas. A liturgia é igual para toda a Igreja e precisa ser conhecida.

Não existe uma liturgia pessoal nem regional, nos aspectos essenciais; portanto, qualquer fiel tem direito de expor uma queixa devido a um abuso litúrgico, primeiro diante do bispo diocesano ou do ordinário correspondente; e convém que a reclamação ou queixa seja feita sempre com caridade, objetividade e veracidade.

Fonte: Aleteia

“Pobres dos fiéis católicos que frequentam as Santas Missas em muitas de nossas igrejas…”

“Pobres dos fiéis católicos que frequentam as Santas Missas em muitas de nossas igrejas… Submetidos tantas vezes às arbitrariedades de uma pseudo liturgia pautada por distorções, abusos, ridículas inserções de palmas, agitação de folhetos, danças, símbolos e mais símbolos que não simbolizam nada. Quanto abuso! Quanta arbitrariedade! Quanta falta de respeito não só para com Aquele para quem deveria dirigir-se a celebração, mas também para com os pobres fiéis que são obrigados a engolir esdrúxulas situações falsamente chamadas de “inculturação liturgica”, mas que na verdade revelam falta de fé ou a ignorância das mais elementares verdades da fé em relação à Eucaristia, à Presença Real e outras. Pobres fiéis guiados por alguns pastores que arrotam slogans fundados em um palavreado eivado de conceitos atribuídos ao malfadado “espírito do Concílio” que na verdade, de conciliar nada tem… Tal espírito passa longe daquilo que a Igreja de Cristo é e pretendeu favorecer com a reforma litúrgica. Pobres fiéis, forçados a ter de engolir o que destrói a fé, o que na prática nega a centralidade do Mistério de Cristo, poluindo-o com a tentativa de desfocar este Mistério através da inserção de conceitos ideologizados sobre Deus, o homem, a criação e tantas outras realidades.

A “nobre simplicidade” apregoada pelo Concílio transformou-se em desculpa para um “pobretismo” litúrgico que se expressa em despojamento do elementar, em relaxo, sujeira, descaso e outros defeitos. Dá-se à Liturgia, portanto a Deus, o que há de pior: no mínimo, o que é de gosto duvidoso. Chegamos ao tempo em que quem obedece as Normas Liturgicas é acusado de rubricista. Ai de quem ousar usar os paramentos prescritos pela legislação litúrgica vigente. No mínimo será caracterizado como “romano”, o que na visão de muitos é considerado como uma ofensa. E quem celebrar usando com fidelidade os livros litúrgicos, “dizendo o que está em letras pretas e fazendo o que está em letras vermelhas” será execrado pelos apregoadores do “autêntico espírito do Concílio”. Sinceramente, é preciso muita, mas muita fé mesmo para não deixar de acreditar que ‘as portas do inferno não prevalecerão’, como nos ensina Nosso Senhor.”

Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo de Frederico Westphalen.

São permitidas músicas protestantes dentro da Santa Missa?

Versão áudio

O Papa Emérito Bento XVI trabalhou arduamente durante todo o seu pontificado para mostrar a beleza e a importância da liturgia na vida da Igreja. Mais do que documentos e papéis (os quais possuem obviamente a sua relevância), procurou viver a liturgia em toda a sua plenitude, educando pelo exemplo. Ensinou a todos que “uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados”.

Desse modo, tudo que envolve a liturgia tem sua importância e o seu significado. Como centro da vida do cristão católico, portanto, não se pode realizá-la de qualquer maneira. A Igreja, ao longo dos seus dois mil anos de História, sempre teve especial atenção aos cânticos e músicas executadas nas mais diversas celebrações, especialmente na Santa Missa. O Catecismo da Igreja Católica dedica os números 1156 e seguintes, para explicar a importância do canto e da música para a liturgia:

“A tradição musical da Igreja universal constitui um tesouro de valor inestimável que se destaca entre as demais expressões de arte, principalmente porque o canto sacro, ligado às palavras, é parte necessária ou integrante da liturgia solene. (…) O canto e a música desempenham sua função de sinais de maneira tanto mais significativa por estarem intimamente ligadas à ação litúrgica, segundo três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação unânime da assembleia nos movimentos previstos e o caráter solene da celebração. Participam assim da finalidade das palavras e das ações litúrgicas: a glória de Deus e a santificação dos fiéis. (…) Todavia, os textos destinados ao canto sacro hão de ser conformes à doutrina católica, sendo até tirados de preferência das Sagradas Escrituras e das fontes litúrgicas.”

Ora, Catecismo é bastante claro no sentido de que a Igreja possui a música como patrimônio e este não deve ser ignorado ou substituído por modismos. Os cantos e a música colaboram para que cada fiel mergulhe no mistério da celebração e aproxime-se do centro que é Deus. O Papa Bento XVI, em sua exortação apostólica Sacramentum Caritatis, é ainda mais objetivo quando diz:

“Na sua história bimilenária, a Igreja criou, e continua a criar, música e cânticos que constituem um patrimônio de fé e amor que não se deve perder. Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico como outro; a propósito, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de gêneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia. Enquanto elemento litúrgico, o canto deve integrar-se na forma própria da celebração; consequentemente, tudo — no texto, na melodia, na execução — deve corresponder ao sentido do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos litúrgicos. Enfim, embora tendo em conta as distintas orientações e as diferentes e amplamente louváveis tradições, desejo — como foi pedido pelos padres sinodais — que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana.”

Percebe-se, então, que a música e o canto devem ser escolhidos com critério, respeitando o sentido da liturgia que não é outro senão adorar a Deus, fazendo memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para isso, é necessário sair do antropocentrismo e devolver a Deus seu lugar no centro da celebração.

As músicas e cantos que fazem parte do patrimônio da Igreja já passaram pelo crivo teológico e, presume-se, portanto, que estejam isentas de erros ou de heresias. O que não acontece com músicas de autores declaradamente protestantes, pois, como o próprio nome já diz, estão separados da Igreja por algum motivo que pode, de alguma forma, refletir-se na letra da música. Se isso ocorre, o católico, inadvertidamente, estará proferindo um erro ou uma heresia.

Para não correr o risco de errar e induzir outros em erros e, o que é pior, em heresias, recomenda-se permanecer sempre com o patrimônio da Igreja. Seguro, portanto, é caminhar pela vereda apontada pelo Papa Emérito Bento XVI: preservar o patrimônio de fé e de amor que é a música e o canto sacros, utilizando-os e focando na formação dos músicos, “valorizando adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana”. Desse modo, o mundo será introduzido no mistério da liturgia e não o contrário.

Page 1 of 7

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén