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Jornal do Vaticano responde a "lenda negra" de Pio XII

VATICANO, 09 Out. 08 / 02:01 pm (ACI).- Mediante um artigo editorial, o jornal do Vaticano L’Osservatore Romano reafirmou o heróico e impetuoso trabalho do Papa Pio XII por salvar aos judeus durante a II Guerra Mundial e rechaçou novamente as acusações de que o Pontífice ignorou o Holocausto, as qualificando como uma “lenda negra” não respaldada pela história.

O editorial do jornal do Vaticano viu a luz dois dias depois que o Rabino de Haifa, Shear-Yashuv Cohen, interviesse durante o Sínodo de Bispos para pedir a suspensão do processo de beatificação de Pio XII, e um dia antes de celebrar o 50º aniversário da partida à Casa do Pai do grande Papa da II Guerra Mundial.

“Pio XII foi um homem da paz, que tratou de atuar o melhor possível, durante um dos períodos mais violentos da história”, diz o editorial; recordando que “ele confrontou a tragédia daquele tempo de guerra como nenhum outro líder o fez. Inclusive quando se enfrentou à monstruosa perseguição aos judeus trabalhou em um silêncio sofrido, o qual é compreensível e cujo objetivo era um eficiente esforço de caridade e inegável ajuda”.

O editorial explica que Pio XII trabalhou silenciosamente detrás da cena para ajudar aos judeus, porque uma intervenção mais direta teria piorado a situação.

Além disso, denuncia o que chama “uma lenda negra sobre o Papa, que foi insensível a Shoah (a palavra hebréia para o Holocausto) ou inclusive pró-nazista” e rechaçou tais acusações, dizendo que eram “sobre tudo inconsistentes do ponto de vista histórico”.

No dia anterior, L’Osservatore Romano dedicou uma página inteira a celebrar a memória do Papa Pio XII, incluindo um artigo do Secretário de estado da Santa Sede, o Cardeal Tarcisio Bertone.

“Foi precisamente graças a uma aproximação prudente que Pio XII protegeu aos judeus e os refugiados”, diz o Cardeal Bertone no artigo, reprodução de uma introdução escrita pelo Cardeal para uma nova biografia sobre o Papa da guerra.

O Secretário de estado argumenta além que toda investigação histórica honesta mostrou que “Pio XII nunca permaneceu calado e muito menos foi anti-semita. Foi prudente”.

“Se tivesse feito uma intervenção pública, teria posto em perigo a vida de milhares de judeus, que, por ordem dela, foram escondidos em 155 conventos e monastérios só em Roma”, adiciona o Cardeal Bertone.

Por isso, conclui, “é profundamente injusto estender o véu do preconceito sobre o trabalho que Pio XII realizou durante a guerra”.

O sacerdote jesuíta que lidera o processo de beatificação de Pio XII, o Pe. Paolo Molinari, assinalou a Rádio Vaticano na terça-feira que “Pacelli fez todo esforço possível para impedir a guerra”, e assinalou numerosos exemplos históricos de como o Papa tratou de impedir que a Itália se somasse ao conflito.

Perguntado sobre o processo de beatificação, o Pe. Molinari assinalou que a Missa que esta quinta-feira presidiu Bento XVI na Basílica de São Pedro com ocasião do 50º Aniversário da morte de Pio XII é “altamente significativa” nesse caminho.

Judeus sobreviventes do holocausto visitarão o Papa

Agradecerão a Igreja Católica por ter salvado suas vidas

Por Inmaculada Álvarez

ROMA, segunda-feira, 16 de junho de 2008 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI receberá na próxima quarta-feira um pequeno grupo de judeus sobreviventes do holocausto, num encontro auspiciado pela Fundação Pave The Way (PTWF).

Esses judeus, presentes em Roma por ocasião de um simpósio sobre o Papa Pio XII que a Fundação patrocina, querem agradecer pessoalmente a intervenção da Igreja Católica, que conseguiu salvar-lhes a vida durante a Segunda Guerra Mundial.

A Fundação Pave The Way, dedicada ao diálogo inter-religioso, apresentará nessa mesma manhã o simpósio especial sobre o Papado de Pio XII, que acontecerá em Roma de 15 a 18 de setembro.

Segundo seu presidente, Gary L. Krupp, a Fundação apresentará publicamente uma série de gravações, realizadas com a colaboração da agência de televisão Rome Reports, na qual se recolhem testemunhos que mostram as atividades secretas do Papa e de membros da casa pontifícia para salvar as vidas de judeus durante a guerra.

«Fontes vaticanas nos confirmaram que não tinham conhecimento de algumas dessas atividades», afirma Gary L. Krupp.

O propósito do Simpósio, acrescenta, é o de «analisar o que se sabe até hoje, antes da abertura dos arquivos vaticanos. Não se trata de fazer uma revisão erudita centrada só nos arquivos originais, mas sim um tribunal onde os acontecimentos de então e os testemunhos atuais ajudem o grupo a chegar a uma conclusão razoável, que receberá confirmação histórica quando os arquivos forem abertos».

«O mundo judaico foi exposto só à obra fictícia «O Vigário». Contudo, na opinião dos historiadores internacionais reconhecidos da Segunda Guerra Mundial, assim como do biógrafo oficial de Winston Churchill, sir Martin Gilbert (Também judeu), essa obra é uma hábil invenção não baseada na precisão histórica. Também o livro de John Cornwell, «O Papa de Hitler», foi desacreditado.

O simpósio pretende, segundo o presidente, oferecer relatos jornalísticos da época, assim como documentos e o testemunho de testemunhas oculares ainda vivas. «Também se oferecerão as respostas dadas pelo Vaticano às alegações e suposições de historiadores como Susan Zuccotti.»

Ao simpósio estão convidadas cerca de 100 pessoas, em sua maior parte líderes religiosos e educativos de comunidades judaicas de todo o mundo. Também foram convidados a assistir os mais importantes centros de estudo sobre o holocausto, para que possam descobrir o que as fontes vaticanas descobriram e possam confrontar algumas descobertas.

«Esperamos que o simpósio ajude a melhorar as tensões entre judeus e católicos sobre esta questão. É de uma importância providencial, neste sentido, que este ano coincidam, em 9 de outubro, a festa judaica do Perdão, o Yom Kippur, com o 50º aniversário da morte de Pio XII», explica Krupp.

Entre os palestrantes, destaca-se o historiador alemão Peter Gumpel S.J., o historiador judeu e rabino David Dalin, e os investigadores Ron Rychlad, William Doino, Margherita Marchione, Patrick Gallo e Dan Kurzman, especialistas naquela época. A Fundação destaca também a colaboração do jornal Inside the Vatican.

A Fundação Pave The Way (Aplainai o caminho), com sede em Nova York e delegação em Roma, está dedicada a promover a tolerância e a compreensão entre as religiões, através do intercâmbio cultural e intelectual, e da realização de gestos de boa vontade.

De especial relevância são os gestos de aproximação entre a Igreja e o mundo judaico, promovidos pela Fundação. Entre eles destaca-se o encontro entre o Papa João Paulo II e uma nutrida delegação de representantes religiosos judeus, em 18 de janeiro de 2005, no Vaticano.

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