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A Cruz lembra que o amor de Deus é mais forte do que a morte, diz o Papa

LOURDES, 14 Set. 08 / 07:11 am (ACI).- Hoje, domingo 14 de setembro, na Festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz, às 10h (hora local), o Papa Bento XVI celebrou a Santa Eucaristia pelo 150º aniversário das Aparições de Lourdes, e em sua homilia lembrou que a Cruz nos lembra que no mundo existe um amor, o de Deus, que é mais forte do que a morte e que as nossas fraquezas e pecados.

“‘Que sorte ter a Cruz! Quem possui a Cruz possui um tesouro’. Neste dia em que a liturgia da Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz, o Evangelho que acabamos de escutar, lembra-nos o significado deste grande mistério: Tanto amou Deus ao mundo, que entregou a seu Filho único para salvar aos homens. O Filho de Deus se fez vulnerável, tomando a condição de servo, obediente até a morte e uma morte de cruz. Por sua Cruz fomos salvos”, disse o Pontífice após ter cumprimentado e agradecido às autoridades civis e eclesiásticas pelo trabalho realizado durante sua visita pastoral a França.

O Papa lembrou que na celebração hodierna, “a Igreja nos convida a levantar com orgulho a Cruz gloriosa para que o mundo veja até onde chegou o amor do Crucificado pelos homens. Convida-nos a dar graças a Deus porque de uma árvore portadora de morte, surgiu de novo a vida. Sobre esta árvore, Jesus nos revela sua majestade soberana, revela-nos que Ele é o exaltado na glória”.

Seguidamente o Santo Padre relacionou a Festa da Cruz com as Aparições de Lourdes, mostrando quanto “é significativo que, na primeira aparição a Bernadette, Maria comece seu encontro com o sinal da Cruz. Mais do que um simples sinal, Bernadette recebe de Maria uma iniciação aos mistérios da fé”.

“O sinal da Cruz é de alguma forma o compêndio de nossa fé, porque nos diz quanto nos amou Deus; diz-nos que, no mundo, há um amor mais forte do que a morte, mais forte que as nossas fraquezas e pecados. O poder do amor é mais forte que o mal que nos ameaça. Este mistério da universalidade do amor de Deus pelos homens, é o que Maria revelou aqui, em Lourdes”, continuou o Santo Padre.

Mais adiante refletiu também sobre a missão de Maria e da Igreja no mundo, dizendo que “Maria sai a nosso encontro para nos indicar os caminhos da renovação da vida de nossas comunidades e de cada um de nós. Ao acolher a seu Filho, que Ela nos mostra, inundamo-nos em uma fonte viva em que a fé pode encontrar um renovado vigor, em que a Igreja pode fortalecer-se para proclamar cada vez com maior audácia o mistério de Cristo. Jesus, nascido de Maria, é o Filho de Deus, o único Salvador de todos os homens, vivo e operante em sua Igreja e no mundo. A Igreja foi enviada a todo mundo para proclamar esta única mensagem e convidar aos homens a acolhê-lo mediante uma conversão autêntica do coração. Esta missão, que foi confiada pelo Jesus a seus discípulos, recebe aqui, com ocasião deste jubileu, um novo impulso”.

“A ‘Formosa Senhora’ revela seu nome a Bernadette: ‘Eu sou a Imaculada Concepção’. Maria lhe desvela deste modo a graça extraordinária que Ela recebeu de Deus, a de ser concebida sem pecado, porque ‘olhou a humilhação de sua pulseira’. Maria é a mulher de nossa terra que entregou por completo a Deus e que recebeu Dele o privilégio de dar a vida humana a seu eterno Filho. ‘Aqui está a pulseira do Senhor, faça-se em mim segundo sua palavra’”.

“Ela é a formosura transfigurada, a imagem da nova humanidade. Desta forma, ao apresentar-se em uma dependência total de Deus, Maria expressa em realidade uma atitude de plena liberdade, cimentada no completo reconhecimento de sua genuína dignidade. Este privilégio nos concerne também , porque nos desvela nossa própria dignidade de homens e mulheres, marcados certamente pelo pecado, mas salvos na esperança, uma esperança que nos permite confrontar nossa vida cotidiana”.

Bento XVI fez também uma breve reflexão sobre a missão do Santuário de Lourdes, falando de uma vocação a “ser um lugar de encontro com Deus na oração, e um lugar de serviço fraterno, especialmente pela acolhida aos doentes, aos pobres e a todos os que sofrem. Neste lugar, Maria sai ao nosso encontro como a Mãe, sempre disponível às necessidades de seus filhos. Mediante a luz que brota de seu rosto, se trasparenta a misericórdia de Deus. Deixemos que seu olhar nos acaricie e nos diga que Deus nos ama e nunca nos abandona”.

Para o final de sua homilia Bento XVI assegurou que “Maria nos lembra aqui que a oração, intensa e humilde, confiada e perseverante deve ter um lugar central em nossa vida cristã. A oração é indispensável para acolher a força de Cristo. Deixar-se absorver pelas atividades entranha o risco de tirar à oração sua especificidade cristã e sua verdadeira eficácia”.

Bento XVI restaura a comunhão de joelhos

Diante de 70 mil pessoas, o papa Bento XVI fez história domingo durante a celebração de uma missa em Brindisi, cidade situada na região sudoeste da Itália. No momento da comunhão, o pontífice restaurou o costume de entregar a hóstia consagrada aos fiéis ajoelhados. Apenas os diáconos puderam comungar de pé, diante do líder da Igreja. O gesto, de forte apelo simbólico, resgatou uma tradição abandonada havia 43 anos, quando a reforma litúrgica definida pelo Concílio Vaticano II determinou que os peregrinos receberiam a hóstia de pé e nas mãos. A partir de agora, todos os católicos escolhidos pela Santa Sé para a comunhão com o papa terão de se ajoelhar diante de um reclinatório e receber a eucaristia diretamente na boca.

Bento XVI já havia feito o mesmo na missa de 22 de maio, celebrada na Igreja de São João Latrão, em Roma. Como o número de fiéis presentes era menor, a atitude teve pouca ou quase nenhuma repercussão. ‘‘Nós, os cristãos, nos ajoelhamos diante do Santíssimo Sacramento (a hóstia) porque, nele, sabemos e acreditamos estar na presença do único e verdadeiro Deus’’, afirmou o papa, naquela ocasião. ‘‘Estou convencido da urgência de dar novamente a hóstia diretamente na boca aos fiéis, sem que a toquem, e de voltar à genuflexão no momento da comunhão como sinal de respeito’’, acrescentou.

A assessoria de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmou ao Correio que ainda não recebeu qualquer comunicado do Vaticano sobre a inclusão dos 125 milhões de brasileiros católicos na mudança litúrgica. ‘‘Resta saber se essa é uma norma ou uma orientação do Santo Padre’’, declarou a entidade. Ainda que a determinação valha apenas para fiéis que comungarem diretamente das mãos do pontífice, ela reforça a tendência de Bento XVI em recuperar partes mais tradicionalistas do ritual, que caíram em desuso com o tempo.

Em três anos de pontificado, o papa manteve-se fiel ao antigo cargo de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé: condenou o casamento homossexual e o aborto e exigiu que as pesquisas genéticas respeitem a vida. Mas a medida mais surpreendente até então foi o relançamento da missa em latim, com base no rito tridentino (em que o sacerdote fica de costas para os fiéis e faz a celebração no idioma milenar). Em vigor desde 14 de setembro, a norma foi bem recebida pela área mais conservadora da Igreja Católica.

Fonte: Diário de Natal

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